Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 89
Crise 89 - Batatas e Garotos


Notas iniciais do capítulo

Capítulo na sexta? Pois é, arranjei um tempinho. Boa leitura! :)



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—Ah, chegamos! - falei, olhando pela janela do ônibus para a imensa plantação de batatas diante de meus olhos – Que demais! Fazia muito tempo que não participava dessas excursões.

Mas os outros alunos não pareciam muito animados.

—Temos mesmo que fazer isso? - perguntou Priscila – O que tem de interessante em ver como batatas são cultivadas?

—Você não entende nada mesmo, né, Priscila? - disse Bruna, nossa representante – Excursões são uma excelente maneira de integrar os alunos em uma atividade que vai além das paredes de uma sala de aula. Isso é essencial para uma boa formação. Imagine como nossos queridos colegas poderão se conhecer melhor nesse lugar.

Leia-se: excursões escolares são famosas por formar novos casais e Bruna só queria saber das fofocas em primeira mão.

—Podia ser uma plantação de batatas ou de pepinos – falei – O mais importante é fazermos algo diferente, não acha? É bom variar um pouco das aulas de giz e lousa, das atividades de educação física na quadra e, claro...de vocês sabem o quê...

—Ah, quer relaxar de aventuras perigosas? - perguntou Eduardo, sentado ao lado de Mabi na poltrona atrás da minha – É muito irônico se animar mais para uma excursão escolar do que para uma viagem intergaláctica.

—Não acha que já tivemos muito disso nos últimos meses? - falei.

—Não procuramos o perigo por querer – falou Estrela, sentada do meu lado e mexendo em gráficos complicados no seu Portal Gun em formato de celular – Não é culpa minha se vários alienígenas são hostis.

—Tá legal, mas dessa vez vamos tentar apenas fazer um passeio tranquilo, tudo bem? - disse.

—Parece mesmo cansado de passar por sufocos, heim, Vitor? - falou Mabi.

—Ah, bem...é bom relaxar de vez em quando, né? - falei. O sorriso dela era tão lindo...mas não tive muito tempo para admirá-la. Logo tivemos que sair do ônibus e, nosso professor de geografia estava pronto para nos guiar pelo maravilhoso mundo das plantações de batata. Um dos funcionários da fazenda responsável também iria nos acompanhar.

—Muito bem – disse o funcionário – Vocês sabem de onde vem a batata que vocês comem?

—Do mercado – gritou o Veterano Caio, logo ao meu lado.

—Sim, mas antes de chegar no mercado? - continuou o funcionário.

—Do caminhão – gritou o Veterano Caio.

—Quero dizer...de onde as batatas vem? - prosseguiu o pobre funcionário.

—É claro que as cegonhas trazem as batatas! - falou o Veterano.

—Cegonhas? - o funcionário perguntou com uma cara incrédula.

—Ora. Cegonhas trazem os bebês, então também devem trazer as batatas, e todos os outros filhotes de animais e de plantas. Elas devem trazer até outras cegonhas. Isso. Cegonhas são trazidas por outras cegonhas que são trazidas por cegonhas maiores e assim por diante.

—Ele está brincando, não é? - perguntou o funcionário para o professor.

—Digamos que...o Caio é um caso especial entre nossos alunos – disse o professor.

—Não ligue para ele, instrutor - disse Kevin, o agente da CICE disfarçado de aluno, mas, que por algum motivo, levava as atividades escolares bem a sério - Por favor, inicie nosso ingresso no maravilhoso mundo das batatas!

 

Todos olharam um tanto incrédulos com essa reação, já que ele proferiu essas palavras não-ironicamente.

—Viram só? Não sou o único animado - falei.

—Bem, ele realmente parece estar bem positivo quanto a esse passeio - comentou Eduardo.

—Ele gosta tanto assim de batatas? - disse Mabi inocentemente.

De qualquer modo, seguimos com o passeio e aprendemos sobre como a plantação de batatas funcionava. Estrela não parecia muito animada.

—Está gostando, Estrela? - perguntou Mabi.

—Desculpe, essas técnicas rudimentares de agricultura não me interessam em nada – disse ela – Sério mesmo que vocês acham produção de transgênicos grande coisa?

—Você sempre tem que esculhambar os terráqueos? - reclamei.

—Só estou dizendo – disse ela, sem mudar sua expressão. Apesar disso, o passeio prosseguiu bem. Na hora do almoço tínhamos, por cortesia da fazenda, purê de batata, batata-frita, batata assada, creme de batata, sopa de batata e torta de batata.

—Caraca! Esse lugar é o paraíso das batatas – disse o Veterano Caio pegando um grande prato.

—Eles realmente levam batatas a sério – comentou Mabi.

—Vamos sentar ali – falei, apontando para uma mesa mais afastada. Estrela, Mabi, Eduardo e eu aproveitávamos nossas iguarias de batata e eu não podia estar mais feliz. Era um dia de passeio na escola, tranquilo e sem maiores perigos. Quer dizer...isso até metade do almoço, quando o alarme de Estrela alertou para alguma coisa.

—Isso é...

—Ah, não! Hoje não, por favor – reclamei, mas Estrela apenas colocou a mão na frente em sinal de silêncio.

—Sim, é sim – disse ela – Tem um alienígena por perto.

—Só queria aproveitar meu dia em paz com as batatas – falei, comendo as poucas batatinhas fritas que ainda estavam em meu prato.

—Está...por ali – Estrela seguiu uma trilha no meio das moitas que estavam bem ao lado da mesa e, sem muita escolha, fomos atrás dela. Bem ou mal, éramos amigos e precisávamos nos apoiar, mesmo que na maioria das vezes o apoio envolvesse lutar contra alienígenas malvados. Só que daquela vez, por sorte, não parecia nada ameaçador. O radar de Estrela nos levou para um garoto por volta de uns 9 anos, estava adormecido e usava roupas brancas bem luxuosas.

—Esse menininho é o alienígena? - perguntou Mabi.

—Parece que sim – disse Estrela.

O garoto foi despertando, abrindo os olhos devagar, levantando-se devagar e, ao ver Mabi, simplesmente deu um abraço nela.

—Moça bonita – disse ele, abraçando-a bem apertado.

—Hã? - ela estranhou. 

—O quê?! - exclamei com uma expressão pasma.

Afinal, quem é esse moleque?!


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler. Espero postar o próximo capítulo no domingo.

Até lá! :)