Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 60
Crise 60 - Sequestrado




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 Para encurtar a história, Delbrik e Mavrik, dois piratas espaciais, vieram à Terra levar de volta seu parceiro desertor Grower, que estava trabalhando de faxineiro em nossa escola em uma tentativa de mudar de vida. Acontece que, no meio da confusão, acabei preso juntamente com Grower e agora esses piratas estão me levando junto com eles em sua nave. Não tenho a menor ideia do que vai acontecer agora.

 

— Por favor, me levem de volta! - reclamei.

 

— Ai, ai, e agora? - disse Mavrik - Acabamos trazendo esse pirralho junto.

 

— Pois é - respondeu o copiloto Delbrik - O que vamos fazer com ele?

 

— Poderíamos jogá-lo no espaço - sugeriu Mavrik.

 

— O QUÊ?! - exclamei. Aparentemente, eles não se importavam que eu podia ouvir tudo que diziam.

 

— Impossível. Já atravessamos o buraco de minhoca que nos leva para a região da nossa nave e aqui é patrulhado pela polícia espacial. Se fizermos isso, eles vão nos encontrar rapidinho - lembrou Delbrik.

 

— Que saco. Podemos vendê-lo como escravo para algum planeta. O que acha? - perguntou Mavrik,

 

— Esse garoto? Escravo? - Delbrik se virou para mim e me analisou com a mão no queixo - Ninguém iria comprá-lo. Veja só, ele é baixo, fraco, usa óculos. Aposto que não deve saber fazer nada direito.

 

— Também não precisa esculachar tanto, né? - comentei - Por que simplesmente não me deixam voltar para a Terra?

 

— Cale a boca! - retrucou Delbrik - Ainda estamos pensando no que vamos fazer com você!

 

— Estrela...socorro... - olhei para o meu celular, mas era inútil. Já havia tentado contato com Estrela em outro momento, mas não obtive sucesso. Eles já esperavam por isso e talvez por esse motivo nem tenham me impedido de usar o aparelho.

 

— É inútil - falou Grower, enquanto coçava o ouvido - Essa nave bloqueia a saída de ondas eletromagnéticas estranhas ao nosso sistema. Se não fosse assim, seria muito fácil a polícia nos pegar.

 

— E você?! - perguntei - Como pôde me trazer para cá?

 

— Desculpe, garoto - respondeu ele, falando em voz baixa - Mas se você viesse comigo, talvez o pessoal da Terra se mexesse. Afinal, gente de outro planeta está te raptando. Isso é um crime interplanetário. Eles vão ter que reagir e fazer alguma coisa.

 

— O quê? O povo daquele planeta atrasado? - disse Delbrik, após uma grande gargalhada - Eles mal conseguem sair da galáxia deles. Acha mesmo que vão conseguir nos pegar? Só um idiota como você mesmo para pensar algo assim!

 

— Mas talvez eles tentem - disse Malvrik, agora com um ar pensativo - Ei, por mais atrasado que seja, aquela Terra parecia ter bons recursos naturais, não é?

 

— Sim, também reparei nisso conforme aterrisamos - disse Delbrik.

 

— Talvez eles nos ofereçam algumas riquezas em troca desse garoto. É, pode dar uma boa grana se soubermos trocar bem os materiais - falou Malvrik, satisfeito com sua ideia.

 

— Tem razão. É isso aí. Garoto, você será nossa galinha dos ovos de ouro - disse  Delbrik, olhando para trás com um sorriso.

 

— Vão me usar? - reclamei.

 

— É isso aí - disse Malvrik - Vamos contar essa ideia para a capitã. Ela vai gostar.

 

— Acalme-se, garoto - disse Grower, ao ver meu desespero - Se eles te acharam valioso, pode ter certeza de que não vão te matar.

 

— Isso deveria ser um alívio? - retruquei.

 

— Bem, um refém só é útil se estiver vivo - disse ele.

 

— Claro que se recusarem, só nos restará nos livrar de você - falou Malvrik.

 

— É, reze para que eles aceitem nossas condições - falou Delbrik.

 

 Bem, devo entender que todas as nações do mundo deverão se unir para pagar o meu resgate? Ainda se eu fosse um presidente, mas sou só um garoto. Tá na cara que não vão fazer nada para me salvar. Só me resta torcer para que Estrela consiga me encontrar. Ela é esperta. Acho que ela conseguiria dar um jeito. Será? Como ela vai saber onde eles estão me levando?

 

— Ah, estamos chegando - disse Malvrik.

 

— É, Grower. Sua batata tá assando. A capitã detesta traidores, você sabe muito bem - disse ele.

 

 É verdade, como ele vai escapar da ira da capitã? Ter me levado ajudaria o bando, mas não ajudaria ele. Apesar disso, Grower olhou para mim com uma expressão do tipo "eu tenho um plano".

 A nave dos piratas era uma coisa enorme. Estávamos entrando em um local do tamanho de uma cidade pequena. Se é para resumir, diria que tinha a forma de um grande navio negro flutuando no espaço. Como eu sabia que era preto se o espaço também é preto? Digamos que as pequenas luzes que surgiam conforme nos aproximávamos ajudava a ter uma ideia da forma. Talvez fosse assim justamente para passar despercebido no espaço sideral. Mas o negócio era enorme mesmo. Assim que chegamos, alguns piratas nos receberam.

 

— E aí? - perguntou um deles, empunhando um tipo de bastão semelhante ao que Malvrik e Delbrik utilizaram para me capturam - Trouxeram o safado do Grower?

 

— Sim, o traidor vai ter que prestar contas à capitã - falou Malvrik.

 

— E quem é o garoto? - perguntou ele.

 

— Temos um plano para ele também - disse Delbrik - Vamos levá-lo para a capitã e explicar o que estamos pensando. Se tudo der certo, vai nos render uma boa grana.

 

 Por mais que eu olhasse para Grower em desespero, ele parecia tranquilo. Malvrik e Delbrik nos escoltaram até um grande corredor, onde uma esteira rolante estava pronta para nos levar até onde eles queriam. 

 

— Segure-se bem, garoto. Não sei se está acostumado com isso - disse Malbrik.

 

 Espera, não me diga que é como a esteira do mercado intergaláctico? Sim, era. A esteira foi colocada em alta velocidade e lá fui, com uma segurança mínima, me deslocando vários metros por segundo até chegar diante de uma grande porta com um símbolo de coração com chifres.

 

— Essa é a sala de comando. A capitã Coração Negro está aí dentro - disse Malvrik.

 

— Espero que não deixe a capitã mais irritada do que ela já está, garoto - falou Delbrik - Acredite, você não vai gostar de vê-la irritada.

 

 Nem preciso dizer que meu coração estava quase saindo pela boca. Já me meti em muitas encrencas com alienígenas, mas em todas a Estrela estava comigo. Agora eu estava ali, sozinho, com aquele bando de criminosos espaciais. Estava prestes a me deparar com a líder deles. O que estaria me esperando?


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, conheceremos a capitã Coração Negro. Até lá! ;)