Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 49
Crise 49 - Prisioneiros no mundo das máquinas


Notas iniciais do capítulo

A saga do planeta das máquinas continua...



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 Com o recuo de Estrela diante da ameaça de Kaldi também demos alguns passos para trás. Não sabíamos o que aquele maníaco por creme de amendoim estava pensando em fazer. Estrela estava na defensiva, quando Margaret, a robô secretária do vilão, parece ter lembrado de algo.

 

— Grande Kaldi, espere um momento - disse ela.

 

— O que houve, Margaret? Não interrompa! Irei amarrar e torturar essa garota até conseguir todas as informações do planeta dela - reclamou Kaldi.

 

— Não pode deixar isso para mais tarde? - disse a robô - De acordo com a sua agenda, agora o senhor precisa degustar a nova leva de potes de creme de amendoim que acabou de sair da fábrica.

 

— Era hoje? - disse Kaldi, um tanto surpreso - Como pude me esquecer de algo tão importante? Ainda bem que tenho máquinas e computadores precisos por todos os lados para me lembrar. Nada melhor do que as máquinas.

 

 Kaldi dominava um planeta que podia transformar tudo em máquinas e robôs. O plano dele era simples: conquistar todo o universo e transformar tudo em máquinas produtoras de creme de amendoim. Nunca pensei que o universo fosse acabar dessa maneira. Assim que terminou de se deleitar apenas com o pensamento de sua próxima tarefa, Kaldi olhou para nós quatro e proclamou:

 

— Cuidarei de vocês mais tarde - disse ele - Preciso de informações da garota, mas acho que...dá para fazer isso mais facilmente depois que transformá-los em robôs.

 

— O quê?! - exclamou Mabi - Vai nos fazer virar robôs?

 

— Sim, com a anatomia de vocês fica ainda mais fácil. Tenho certeza de que trabalharão muito bem no setor de embalagens dos cremes de amendoim - disse ele.

 

— Eu não quero passar o resto da eternidade embalando creme de amendoim - reclamou Mabi. Eu também não queria, mas parece que não estávamos em posição de querer alguma coisa.

 

— Do que estão reclamando? Preferem isso ou a morte? - questionou Kaldi.

 

— Parando para pensar... - balbuciou Eduardo - ...ser transformado em máquina é como morrer, não? Considerando que seremos robôs sem consciência, seguindo uma programação, é como se estivéssemos mortos.

 

— Mas nossos corpos ainda estarão atuando como robôs - considerou Estrela.

 

— Sim, mas um corpo inconsciente de seus atos não é muito diferente de estar morto. Aliás, não parece correto falar que uma máquina está viva. Se seremos máquinas e não estaremos mais vivos, então seria como falar que morremos, não? A menos que nossa alma ainda se mantenha dentro dos corpos robóticos escondida em algum lugar.

 

— Que tipo de lugar? - perguntou Estrela.

 

— Justamente, essa é a questão. Se temos uma alma e um corpo, como a alma e o corpo estão ligados? Onde exatamente está nossa alma? Talvez a alma não esteja nesse mundo e apenas o controle em algum universo paralelo...mas se entendermos alma como mente e a mente for entendida como um arranjo específico de certos componentes, talvez nossos corpos robóticos consigam fazer uma mente surgir, embora não acredito que seja isso que ocorra e..

 

 Nessa hora, Kaldi o interrompe.

 

— Cale-se, cale-se, cale-se, você me deixa louco!!! - gritou ele - Nada disso importa! Vocês serão máquinas sem nenhuma vontade própria a não ser trabalhar para mim! Guardas, levem eles daqui!

 

 Os guardas, no caso, seriam os drones que nos levaram até lá. Eles voltaram a nos cercar e criaram um portal que nos jogou imediatamente em uma cela. Antes de sermos transportados, podemos ver o sorriso maldoso de Kaldi. Não acredito que caímos na armadilha de um vilão tão estranho como aquele.

 

— Oh, droga...quantos anos estamos presos aqui? - perguntei para Estrela.

 

— Só estamos aqui há três minutos, Vitor - respondeu ela.

 

— Mas para mim parece que já passou uma eternidade - falei, andando de um lado para o outro, de modo hiperativo. Detestava ficar preso. Acho que eu tinha claustrofobia - Ei, guarda. O que vão fazer com a gente?

 

— O grande Kaldi irá transformá-los em máquinas. Levaremos vocês para o processo de mecanização assim que recebermos a ordem - respondeu o drone que estava de guarda, com uma voz metálica.

 

— O Portal Gun não está funcionando mesmo? - perguntou Eduardo.

 

— Infelizmente, parece que essa cela tem um campo especial que impede o uso de aparelhos eletrônicos - respondeu ela, em voz baixa o bastante para o drone não ouvir - Se não fosse isso, já poderíamos sair daqui. 

 

 Estrela já estava mexendo no seu Portal Gun há um bom tempo, sem sucesso. Entendi que ela não queria usá-lo na frente de Kaldi para não correr o risco de que ele não o roubasse (além disso, havia drones demais por lá), mas agora não tínhamos nossa chave de saída daquele lugar horrível.

 

— Não dá para consertar? - pedi - Quero ir para casa.

 

— Mesmo que estivesse funcionando, não iríamos para casa - falou Estrela - Precisamos encontrar a unidade central desse planeta e derrubar todo o sistema de Kaldi. Só assim podemos impedir o plano de dominação dele.

 

— Está mesmo preocupada com isso? - comentei.

 

— É claro. Sou uma ecologista. Você tem ideia do desequilíbrio ecológico que a ambição daquele maluco vai causar no universo? 

 

 Estrela era realmente profissional. Mas Mabi tinha uma visão mais emocional.

 

— Eu concordo com Estrela - disse ela - Precisamos impedir aquele malvado. É um sacrilégio eliminar todos os deliciosos sabores que existem só por causa de creme de amendoim.

 

— Imagino que Kaldi procurava um sentido para a sua própria vida e encontrou isso no creme de amendoim - disse Eduardo - O comportamento dele não deixa de ser interessante.

 

 Não quero estudar a psicologia do Kaldi, só quero sair logo daquele lugar.

 

— Mas para fazer isso precisamos sair daqui, não é? - falei - Mas parece difícil com esse campo de força nos impedindo.

 

 Não havia grades na cela, apenas um campo invisível que impedia nossa passagem sempre que tentávamos avançar.

 

— Não podemos nos teleportar com o Portal Gun e não podemos sair daqui. Estamos ferrados! - já estava me desesperando novamente.

 

— Acalme-se, Vitor - disse Eduardo - Encontraremos um jeito. Você sempre gosta de ver o lado bom de tudo, lembra?

 

— Não consigo ver lado bom nenhum agora!

 

— O seu problema, Vitor, é ser muito ansioso - disse Estrela - Em algum momento virão nos tirar daqui para nos transformar em máquinas, lembra? É nessa hora que vamos agir.

 

— E como vamos ter tempo de reagir a isso? - perguntei.

 

— Vamos descobrir na hora - respondeu ela.

 

 Ela era realmente tranquila. Mas eu não via muita saída. Acabei me sentando em um canto, abraçado com meus joelhos e rezando para pelo menos ser um robô bonitinho. Eduardo e Mabi apenas andavam de um lado para o outro e Estrela olhava para o corredor, mantendo o olhar sério de sempre. De repente, o drone que guardava nossa cela foi rendido por um novo guarda. Eles trocaram de lugar e agora tínhamos um outro guarda nos vigiando. Ele era idêntico ao anterior, mas, quando eu menos esperava, ele chamou nossa atenção.

 

— Ei, vocês - disse ele.

 

 Ouvi isso com estranhamento. Olhei para os lados, para ver se era ele mesmo que estava chamando e parecia ser verdade. O drone estava nos chamando.

 

— Sim, vocês aí, os prisioneiros - continuou ele.

 

— Está falando com a gente? - perguntou Mabi.

 

— Com que mais? - retrucou ele - Ei...vocês...querem sair daí?

 

 Agora realmente eu não sabia o que estava acontecendo. O drone vigia queria nos libertar? O que aquele robô tinha de diferente?


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Notas finais do capítulo

Qual é a desse drone robô carcereiro? Por que ele quer ajudar nossos heróis? Nossa aventura continua no próximo capítulo. Obrigado por ler e até lá ;)



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