Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 43
Crise 43 - Sinais Peculiares


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos, queridos leitores! Será que vocês ainda estão por aí?

É bom estar de volta. Finalmente terminei a matéria mais difícil desse semestre (bem, quase, ainda preciso saber se passei ou não) e posso me dar ao luxo de voltar a publicar pelo menos um capítulo por semana. Resolvi voltar com Alien Panic! Até tenho ideia para novas fics, mas não tenho tempo. Melhor continuar com o que já tenho, por enquanto.

Nessa nova temporada teremos mais ação e aventura, mas com o bom humor de sempre. E claro, novos personagens recorrentes. Espero que continue a acompanhar as aventuras de Vitor e Estrela. Tentarei postar todo domingo.

Boa leitura :)



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  Há mais ou menos uma semana tive um dos dias mais atribulados da minha vida. Descobri que os buracos de minhoca, os portais interdimensionais que conectavam diferentes regiões do universo, eram gerados pelo uso de Eternium, um cristal estranho capaz de fornecer energia infinita. A mente por trás disso era um androide controlando as ações do diretor de nossa escola, que havia ganhado o Eternium de uma alienígena anos atrás. O androide se fez passar por nosso monitor de informática Paulo e, após ele ser derrotado por puro acaso, teve sua "cabeça" (ou devo dizer unidade central de processamento?) por Estrela, minha amiga alienígena, para ser estudado em detalhes. Imagino que ela ainda esteja trabalhando com ele, pois faz mais de três dias que ela não vem para a escola. 

 

— E aí, Vitor? Tem tido notícias da Estrela? - perguntou Mabi, minha melhor amiga (e crush, mas ela ainda não sabe disso), na hora da saida.

 

— Ah, oi Mabi - respondi - Pois é, faz uns três dias que ela não dá as caras. Mas da última vez que mandei uma mensagem, ela simplesmente disse que estava muito ocupada pesquisando a .

 

— Ela está perdendo muita matéria. Teremos prova na semana que vem - disse Mabi, preocupada.

 

— Acho que isso não será um problema para ela - comentei, lembrando que Estrela, em tese, já tinha uma pós-graduação em outro planeta e ser estudante de um colégio da Terra era apenas um disfarce.

 

— Não seria melhor irmos visitá-la? - disse Eduardo, namorado da Mabi. Eu não gosto desse cara por ser namorado da menina que eu amo, mas ao mesmo tempo gosto muito dele por ser um bom amigo. Como posso explicar? 

 

— Visitá-la? Não sei se a Estrela é muito fã de visitas - ponderei.

 

— Ah, é sempre bom rever os amigos - disse Mabi - Além disso, já sabemos o segredo dela.

 

— Segredo? - disse uma voz irritantemente conhecida logo à nossa frente. Era Bruna, nossa representante de classe com um olho de cada cor, mas o nome Falsiane combinaria melhor com ela - Eu ouvi bem? A Estrela te um segredo?

 

— Segredo? Eu disse segredo? - falou Mabi, sem graça - Acho que você ouviu errado.

 

— Ah, eu ouvi muito bem - retrucou Bruna - Segredo é uma das palavras que melhor ouço!

 

— Olha, se ela pediu segredo é por que não quer que contemos, não é? - falei, tentando me justificar.

 

— Depende muito do segredo - replicou Bruna - Se for algo grave, como representante de classe é meu dever saber para ajudá-la!

 

— Bruna, não acha que está sendo indelicada? - disse Priscila, a amiga, ou talvez seja melhor dizer, vítima preferida de Bruna.

 

— Por que estaria? Não é um dever de um bom representante ajudar os alunos! - rebateu a representante. O problema é que ela não queria ajudar, mas sim ter algo para chantagear Estrela. E ser chantageado pela Bruna era a última coisa que queríamos.

 

— Bem, Estrela deve ter os motivos dela para não contar, não é? - disse Eduardo, sorrindo para as meninas. Priscila parece ter ficado um pouco ruborizada, ou foi só impressão minha? De qualquer modo, Bruna parece ter desistido de tirar qualquer coisa de nós.

 

— Se não querem falar, tudo bem - disse ela, dando de ombros - Mas se for algo grave e vocês souberem, a responsabilidade vai cair sobre vocês, fui clara?

 

— Claríssima - respondi - Agora precisamos ir. Até mais!

 

 Puxei Mabi e Eduardo dali. Conversar muito com a Bruna pode ser perigoso, afinal, ela parecia ter lábia o suficiente para tirar coisas vergonhosas de uma pessoa. Quando já estávamos fora da escola, disse que a casa de Estrela não era muito longe e poderíamos ir para lá á pé. De fato, não demorou muito para chegarmos na casa dela, logo à frente da minha.

 

— Então é aqui que a Estrela mora? - disse Mabi - É bem pequena, né?

 

 De fato, o portão parecia revelar uma casa pequena. Mas essa impressão não duraria muito tempo. Toquei o interfone logo ao lado do portão e a voz de Estrela, séria como sempre, não demorou para atender.

 

— É você, Vitor? - disse ela.

 

— C-como você sabe? - perguntei.

 

— Tenho uma microcâmera próxima do portão - respondeu ela - Ah, você está com Mabi e Eduardo também. 

 

— Viemos visitar você - falei - Estávamos preocupados, faz tempo que você não aparece no colégio.

 

— Estive ocupada - ela respondeu - Mas vou explicar melhor aqui dentro. Por favor, entrem.

 

 Logo o portão abriu e seguimos pelo corredor até chegar à porta principal. Ela estava destrancada e logo que abrimos, Mabi quase caiu para trás.

 

— Como pode? É maior por dentro! - disse ela, com os olhos espantados, além de toda a decoração alienígena excêntrica que já tive o prazer de narrar para vocês quando estive na casa dela pela primeira vez.

 

— Eu também me espantei quando vi isso pela primeira vez - falei - Incrível, não é?

 

— Como isso é possível? - perguntou Eduardo - Será que entramos em uma outra dimensão quando cruzamos a porta?

 

— Isso eu já não sei explicar - falei. Eduardo não se espantou tanto, mas seu olhar era de curiosidade. Aquele cara sempre queria saber de tudo. Acontece que não tive muito tempo para ficar pensando. Logo fui atacado por uma "planta". Era a Plum, digamos, a planta cachorro de Estrela. Mas quando digo atacado quero dizer derrubado e lambido por uma língua esquisita.

 

— Isso é um alienígena? - perguntou Mabi - Ele é perigoso?

 

— Na verdade é bem manso - falou Estrela, finalmente se apresentando diante de nós. Eu ainda estava tentando me livrar de Plum, mas Mabi e Eduardo logo esqueceram de mim e se aproximaram dela.

 

— Estrela! - exclamou Mabi, indo abraçá-la - Estamos com saudades.

 

 Estrela não soube bem como reagir ao abraço, mas deixou Mabi soltá-la antes de começar a falar. Assim que consegui afastar Plum de mim pude observá-la melhor. Ela estava usando uma camiseta regata, shortinho rosa e os chinelos havaianas de sempre. Isso era meio contrastante com o cenário ao redor. Era difícil imaginar que uma garota com roupas tão comuns era uma alienígena, mas ela era. Pelo menos seu penteado com aquelas bolinhas estranhas funcionando como chuquinhas de cabelo afastava um pouco a aparência normal.

 

— Estive estudando a cabeça do P-9090 durante todos esses dias - respondeu ela - Sou ecologista, mas entendo um pouco de mecânica robótica.

 

— P o quê? - perguntou Mabi.

 

— O código do androide que nos atacou - respondeu Eduardo - Lembro que ele mencionou esse código.

 

— Exato - disse Estrela, sem mudar o tom sério - Há muitos mistérios por trás de tudo que aconteceu dias atrás. De onde veio esse androide? Quem entregou o Eternium para o diretor? Isso tudo ainda é muito estranho...estava mais interessada em compreender o Eternium, mas aquele Kevin ficou com ele.

 

— Bem, o Kevin ainda vai para a escola - disse Mabi - Mas ele sempre sai correndo. Ainda não tivemos oportunidade de falar com ele.

 

— Se bem que duvido muito ele ter conseguido alguma coisa com a tecnologia atrasada da Terra - disse Estrela em tom de desdém.

 

— Mas a CICE tem acesso a muitas tecnologias alienígenas - lembrei.

 

— Duvido que sejam muitas - retrucou ela, claramente ressentida.

 

— Falando no diretor - disse Eduardo - Achei estranho que não tenha apagado a memória dele.

 

— Era o meu plano - confessou Estrela - Mas ele parece ter informações úteis sobre o Eternium que não quero perder. Assim que ele se recuperar de toda essa confusão, irei fazer algumas perguntas.

 

— O diretor parece bem maduro - disse Mabi - Não acho que ele vá falar alguma coisa sobre o que aconteceu para alguém.

 

— É...ainda bem que ninguém viu nada que aconteceu naquela sala, apesar de todo o barulho que fizemos - disse Eduardo - Foi muita sorte.

 

— Mas e você, Estrela? Está precisando de alguma coisa? - perguntou Mabi.

 

— Não - disse ela - Talvez finalmente um almoço mais reforçado. Acho que finalmente posso comer de modo decente, já que não parei de investigar a cabeça do androide por um minuto sequer. Comi apenas uns biscoitos do laboratório durante esse tempo.

 

— Consegue ficar tanto tempo assim sem comer? - perguntou Eduardo - A anatomia dos habitantes do seu planeta deve ser bem resistente, não?

 

— Nossa digestão não é muito diferente dos terráqueos - falou Estrela - Mas W-anos e terráqueos possuem sim uma diferença fundamental na anatomia.

 

 Era a segunda vez que ela falou isso, o que devia ser?

 

— Mas não vamos falar nisso agora - disse Estrela - O importante é que finalmente descobri alguma coisa.

 

— É verdade! - lembrei - Você iria nos dizer isso agora, não é?

 

— Sim - respondeu ela - Descobri algo interessante.

 

 Estrela mostrou uma pecinha pequena em suas mãos. Parecia uma pequena lâmpada ou algo assim. Não sei nada de eletrônica, ainda mais eletrônica alienígena.

 

— O que é isso? - Eduardo foi o primeiro a perguntar.

 

— Isso é um receptor de sinais extremamente delicado e diferente de todos os outros que estavam na cabeça - disse Estrela - Consegue captar faixas de frequência muito específicas e responde apenas dentro de um certo padrão. Nenhum sinal de ondas eletromagnéticas originado da Terra consegue fazê-lo reagir, exceto um.

 

— Um só? - indagou Eduardo.

 

— Exato - disse ela - E eu consegui descobrir a origem do sinal. E vem aqui da Terra!

 

— E de onde é? - perguntei.

 

— Tenho apenas as coordenadas - respondeu Estrela - Colocarei no Portal Gun e irei investigar daqui a pouco. Mas antes...

 

 Ouvimos um estômago roncar. 

 

— ...preciso comer alguma coisa - concluiu Estrela. É, ela precisava se alimentar. Mabi se ofereceu para ajudar a preparar um almoço. Liguei para casa avisando que iria almoçar por lá mesmo e comemos, além de arroz, feijão e salada, uma carne meio...diferente. Bem, já ouvi falar de carne vermelha, mas nunca de carne amarela. E não, não era nenhum molho.

 

— O que exatamente é isso? - perguntei.

 

— Carne de boi - respondeu Estrela - Claro, é um boi do planeta Yelley, que tem uma carne bem mais macia que os bovinos da Terra. Mas o gosto é bem parecido, apesar da cor ser diferente.

 

 De fato, o gosto não só era parecido, como era até mais gostoso. Mas numa primeira olhada, nunca iria comer algo assim.

 

— Eu estranhei no começo, mas se prepara como uma carne comum. Não deu muito trabalho cozinhar - disse Mabi. Lembro que o sonho de Mabi é ter seu próprio restaurante. Ela cozinhava muito bem.

 

— Preciso te apresentar ingredientes de outros planetas. A culinária do universo não se resume à Terra.

 

— Nossa, vou querer mesmo, heim, Estrela? 

 

 As duas parecem ter ficado bem amigas. De qualquer modo, assim que terminamos de comer, chegou a hora de investigar o caso. Eduardo e Mabi pareciam animados. Eu já estava ansioso como sempre.

 

— Não sei o que vamos encontrar por lá. Vocês querem ir mesmo? - perguntou ela.

 

— Claro - disse Eduardo - Sempre estou interessado em mistérios.

 

— Se o Edu for, é claro que eu vou - disse Mabi.

 

— Vitor? - disse Estrela - Está pronto?

 

— Não vai nem me perguntar se eu quero ir?! - retruquei.

 

— Já te nomeei meu ajudante, não? Eu iria te chamar mesmo que você não viesse aqui hoje - disse ela, sem nenhuma cerimônia.

 

— Não acredito nisso...mas, tudo bem, vamos lá. Acho que será mais divertido com todo mundo junto!

 

— Se é assim... - ela ativou o Portal Gun e abriu um buraco de minhoca que levaria direto para a localização da origem do sinal que chegava à cabeça do androide. Será que encontraríamos ali as respostas para quem estava por trás do comportamento do nosso monitor? Só sei que não podíamos prever nada...é, iríamos entrar em outra aventura.


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Notas finais do capítulo

Mistérios...vejamos onde eles vão parar no próximo capítulo (ainda será na Terra, apenas lembrando).

Nos vemos lá! :)

Ah, é, antes que eu esqueça. Feliz dia dos namorados para quem namora (eu ainda sou encalhado. Caso contrário, nem teria tempo de postar aqui).