Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 25
Crise 25 - Realidade Virtual


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo, Will? Férias + Inspiração = Maior frequência de postagem.

Boa leitura =)



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Crise 25 - Realidade Virtual

Tudo bem, o que aconteceu foi o seguinte: por um leve descuido meu, acabei clicando sem querer no ícone de um programa alienígena instalado na rede de computadores do colégio. O resultado é que ele controlou a sala inteira e nos obrigou a participar de seu sistema de testes. Por sorte, Estrela estava lá e soube nos orientar. Por azar, acabamos envolvendo Mabi nessa confusão. Por sorte, para entrar no teste, precisamos dar as mãos e pude pegar na delicada mão da Mabi. Por azar, Veterano Caio também estava lá e quase esmagou a minha mão. Quando abrimos os olhos, após o programa iniciar, estávamos em um enorme salão branco. Afinal, o que havia acontecido? Estrela e os outros também estavam por ali. Talvez ela tivesse uma explicação.

– Estrela! - gritei - Onde estamos? Estávamos na sala de informática agora mesmo e viemos parar aqui? Como assim? O que aconteceu?

– Acalme-se, Vitor - disse ela, com toda a tranquilidade do universo.

– Calma? Mas como vou ficar calmo numa situação dessas, eu... - fui interrompido por um pescotapa que Estrela me deu, quase me derrubando no chão - Ei, por que fez isso?

– Parece ser o único jeito de te acalmar - disse Estrela - Escute, ainda estamos na sala de informática, de mãos dadas e olhos fechados. Acontece que o programa está utilizando os dados de nossa mente para criar um ambiente de consciência compartilhada.

– Consciência compartilhada? - estranhou Mabi, que estava ali perto - O que isso significa?

– Como eu disse, o SVT é um programa de inteligência artificial avançada. Ele conseguiu acessar nossas mentes por conexão sem fio.

– Caraca! Que maneiro! - comemorou Veterano Caio, obviamente, sem entender a real gravidade da situação.

– Então a conexão wi-fi da sala de informática está sendo usada para criar um ambiente virtual em nossas próprias mentes? - indagou Eduardo.

– Exato - confirmou Estrela.

– Então é como se todos nós estivéssemos sonhando juntos? - perguntou Veterano Caio.

– Isso mesmo - confirmou Estrela - Parece que você entendeu bem a situação.

Será que eu era o único a ter perdido a calma? Não, espera, a Mabi também estava meio assustada.

– Mas...uma coisa dessas é possível? Parece tudo tão real...como pode? - ponderou ela.

– O que você considera como real? - disse Eduardo - Tudo que vemos, ouvimos e sentimos pelos nossos sentidos são informações processadas pelo nosso cérebro. Nada garante que nosso cérebro esteja processando uma informação verdadeira.

– Como assim? - perguntou Mabi, dando corda. Sim, e lá vamos nós para mais um longo discurso...

– Você já parou para pensar... - continuou Eduardo, fazendo aquela pose intelectual que eu conhecia muito bem - ...que mesmo a nossa realidade pode ser uma ilusão? Talvez a nossa própria vida como estudantes seja apenas algo que estamos sonhando. É como aquele conto chinês: um imperador chinês sonhou que era uma borboleta e ao acordar se perguntou se ele era um imperador que sonhou com uma borboleta ou se agora era uma borboleta sonhando que é um imperador.

– Uau! Nunca tinha pensado nisso - Mabi se admirou. Mas é claro que ele não iria parar por aí.

– O sistema de conexão sem fio da nossa sala de informática está gerando esse ambiente, mas nada garante que nossa própria realidade fora daqui também não seja um grande ambiente virtual. Talvez não estejamos sonhando, mas nosso cérebro esteja conectado a algum tipo de computador.

– Tipo aquele filme "A Matriz"? - perguntou Veterano Caio.

– Exato. Os cientistas não sabem muito bem o que acontece a nível subatômico. Talvez, na base de tudo, o que exista seja a informação processada por um grande computador que controla nossa realidade.

– Será? - disse Mabi, em pose reflexiva.

– Sabe, gente. Detesto atrapalhar a filosofia de vocês, mas...estamos dentro de uma realidade virtual e não temos ideia de como sair daqui! - exclamei, expressando um claro nervosismo.

– Iremos saber logo o que precisamos fazer - disse Estrela - Creio que ela tenha a resposta.

Estrela havia apontado para uma menina que devia ter mais ou menos à nossa idade. Ela tinha cabelos lisos e negros compridos, usava uma blusinha preta, uma minissaia preta, longas meias horizontalmente listradas que alternavam entre vermelho e preto, um tipo de bota com salto plataforma e parecia ter olhos vermelhos. Quem era aquela pessoa?

– Sejam bem-vindos ao Sistema Virtual de Testes, o melhor programa de treinamento militar já criado por nossa equipe - disse ela - Meu nome é Alana, serei sua instrutora para os testes que vocês cinco serão submetidos.

– Desculpe, mas você não tem muita cara de militar - disse Mabi.

– Nenhum de vocês parece ter tido um treinamento militar também - respondeu Alana, sorridente - O sistema checou suas memórias e preparou um ambiente adequado de acordo com a média das suas próprias experiências.

– Média da experiência de todos, heim? Significa que a maioria dos testes deve ser baseada nas experiências da Terra, já que sou a única alienígena aqui - disse Estrela.

– Exato - respondeu Alana - Faremos alguns testes para medir sua capacidade de precisão, agilidade, raciocínio lógico e resistência. Esse é o objetivo do SVT.

– Ah, então não vamos precisar lutar em uma guerra simulada ou algo assim? - perguntei.

– Depende do que o sistema preparou para vocês - disse Alana, sem tirar sua expressão simpática do rosto - Sou apenas um tutorial e tudo que sei é que os testes serão baseados em suas próprias experiências. Os detalhes serão dados conforme o sistema avançar. Quando isso acontecer, poderei dar mais informações.

– Tá. E o que precisamos fazer afinal de contas? - perguntou Estrela.

– Um primeiro passo é escolher suas roupas - disse Alana - Vocês podem continuar com elas, mas o sistema pode modificá-las de acordo com o que vocês imaginarem. Basta imaginarem com mais intensidade.

Estrela fechou os olhos e mudou sua roupa. Agora ela usava uma camiseta branca com as inscrições "Never give up!" ("Nunca desistir", em inglês. E não me pergunte porque está em inglês e não em alguma outra língua alienígena estranha), tênis e um shortinho que cobria até metade da coxa.

– Acho que isso é leve o bastante - disse Estrela. Alana confirmou e ela passou a usar essas roupas.

– Bem casual para uma alienígena, não? - disse Mabi, que parece ter se acostumado bem rápido com a ideia de que Estrela era extraterrestre.

– Não sei que tipo de testes virão. Sugiro que escolham roupas confortáveis - disse ela.

Mabi fechou os olhos e imaginou uma roupa bastante casual também. Uma camiseta com listras horizontais pretas e brancas, uma calça legging preta, tênis de corrida e seu cabelo preso com um rabo de cavalo.

– Bem, normalmente é essa roupa que uso para correr - disse ela - Pode ser?

Alana confirmou. Agora só restavam os meninos. Eduardo fechou os olhos e apenas colocou uma camiseta branca sem estampa, uma bermuda e os mesmos tênis.

– Acho que isso é tudo que preciso - falou ele - E você, Vitor?

– Acho que vou continuar do jeito que estou mesmo - disse - O uniforme da escola nunca me impediu de fazer nada.

– Mesmo? - lamentou Alana - Você pode usar qualquer roupa que imaginar.

– Não sou muito bom em escolher roupas - respondi. E isso era verdade. Eu demoraria muito para escolher alguma coisa e só atrasaria mais as coisas...ah, tá bom, eu não tenho muita personalidade para meu próprio estilo mesmo. Já o Veterano Caio...

– E você? - perguntou Alana, simpática.

– Acho que já sei - disse ele, fechando os olhos para revelar algo que só fez Mabi tapar o próprio rosto com as mãos. Eduardo e Estrela esboçaram um leve constrangimento, quase imperceptível. Já eu, fiquei desesperado mesmo.

– O que está fazendo?! - exclamei.

– Ué? Não podemos nos vestir do jeito que quisermos aqui? Decidi não vestir nada! Sempre quis sair por aí peladão sem ninguém falar nada - respondeu ele, optando por simplesmente não usar roupa nenhuma na simulação.

– Somos menores de idade. Não tem limites para isso não? - perguntei para Alana.

– Bem, podemos usar um sistema de tarja - respondeu ela, batendo palmas e colocando tarjas na frente e atrás das partes baixas do Veterano Caio - Não deixa de ser um estilo original, né?

– Já...se vestiu? - perguntou Mabi, ao olhar as tarjas e o sorriso descontraído do veterano - Bom, é melhor do que nada, né?

– Já escolhemos nossas roupas - disse Estrela - E agora? O que precisamos fazer?

Alana sorriu simpaticamente, fez uma pausa e começou a explicar.

– Basicamente, vocês precisam tirar uma pontuação mínima em cada um dos cinco testes que propormos. Com isso, o programa encerra.

– E se não conseguirmos? - indaguei. Não que eu seja pessimista, mas é sempre bom pensar em todas as possibilidades.

– Terão que reiniciar tudo novamente - disse ela - Vocês só poderão sair daqui quando cumprirem todos os desafios.

– Então não corremos muito perigo, certo? - comentou Eduardo - Não é muito diferente de um videogame. Basta escolhermos o menor nível de dificuldade e terminarmos logo isso.

– Desculpem - disse Alana - Mas essa é uma versão profissional. Apenas o maior nível de dificuldade está disponível. Achei que soubessem disso, já que acessaram esse programa.

– Na verdade... - senti uma certa pressão de todos olhando para mim - Eu cliquei no programa acidentalmente. Não teria como levar isso em consideração?

– Infelizmente não - respondeu Alana - Nossa programação é treiná-los com o máximo de rigor. Desertores não são tolerados.

– Mas nós nem somos militares! - reclamei.

– Bem, não posso mudar programa. Desculpe, sou apenas um personagem não-controlável - disse Alana - Agora que vocês já estão com suas devidas roupas, vamos mudar para o ambiente do primeiro teste: o Teste de Precisão.

– Teste...de Precisão? - repeti. O que será que nos aguarda nesse jogo estranho?


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Notas finais do capítulo

Sim, é basicamente um game dividido em cinco seções.Quem já leu minha outra fic Casa dos Jogos (*cof*EQuemNãoLeuPoderiaAproveitarAsFériasDeJaneiroParaLer*cof*) sabe que adoro criar jogos, então é uma ótima chance de matar as saudades disso. Hehe.

Até mais ;)