Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 142
Crise 142 - Prima




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—É você mesmo! - disse Quasar, diante da misteriosa garota de cabelos brancos que apareceu diante de nós, mal podendo conter suas palavras – A garota que ajudei aquela vez.

—Ah, oi! - falou Lua – Lembra de mim? Fomos amigas por um bom tempo!

—Do que ela está falando? - perguntou Elena para Kevin.

—Sei lá – disse Kevin, também estranhando a pessoa diante dele.

—Que moça mais bonita! - comentou professor Orion, encantado.

—Ah, você! - tentei falar – Nos encontramos mais rápido do que eu imaginava.

—Finalmente nos encontramos – disse Estrela, com uma expressão bastante séria – Então você é a garota esquisita que aparecia misteriosamente para todos, não é?

A garota de cabelos brancos apresentava uma expressão serena e um olhar difícil de expressar por palavras. Apesar disso, ela voltou os olhos para nós e acabou emitindo suas primeiras palavras.

—Sim, sou eu mesma. Conheci alguns de vocês e não só vocês, mas pessoas por todas as partes do universo – comentou ela, ainda em tom sério – Infelizmente, esse dia chegou, o dia em que os três cristais se uniram em um único local. Gostaria de ter evitado isso.

—Diga – falou Quasar – Você...é a Unificadora das lendas, não é?

A garota continuava a flutuar.

—Se por Unificadora você diz aquela que criou o sistema que vocês chamam atualmente de Setor W...então sim, sou eu mesma – disse ela – Fui responsável por trazer as sementes de vida para aquela parte do universo.

—Sementes de vida? - repetiu Elena – Do que ela está falando?

—Digamos...que sou uma das manifestações de algo muito maior do que este universo – explicou a garota.

—Está dizendo que é uma deusa ou algo assim? - perguntou Estrela.

—Não exatamente – disse ela – Talvez eu me aproxime daquilo que chamam na Terra de anjos, mas dizer mais do que isso...seria demais para vocês.

—Acho que ela está dizendo que não temos capacidade de entender – falou Kevin.

—Realmente... - resmungou Estrela.

—E aí? Como se sente estando do lado dos inferiores agora? - perguntou Kevin, provocativamente.

—Agora não é hora! - reclamou Estrela, voltando-se logo em seguida para a garota – Escute, afinal, você criou o Setor W para quê?

—Espalhei sementes de vida em vários lugares – explicou ela – Mas queria dar um presente especial para o lugar em que iniciei, então dei um dom capaz de aprimorar seu desenvolvimento. Vocês cresceram muito e descobriram rapidamente como controlar os recursos do universo. Com isso, vocês também ajudaram a desenvolver diversos outros lugares e era um prazer ver como os w-anos cresciam.

—Em outras palavras, estava nos olhando como quem vê um bichinho de estimação crescer, não é? - disse Estrela.

—Ué, não é muito diferente do que você faz na Terra, Estrela – disse Lua.

Estrela ignorou o comentário. A garota de cabelos brancos, que continuava a flutuar acima do lago, prosseguia em sua explicação.

—Eu só queria admirar o crescimento de tudo, a evolução do universo e tudo mais – disse ela – Essa era a minha ideia, doar parte do meu poder por meio dos cristais e ver o que acontecia. Pude passear por todo o universo, conhecendo diversos seres que se originaram das sementes de vida que plantei e atender os desejos daqueles que tinham um bom coração. Como você, Vitor.

—E-Eu – gaguejei.

—Sim – disse ela – Você é uma das pessoas com o coração mais bondoso que já conheci.

—Assim fico sem graça – respondi, já meio encabulado.

—Isso mesmo! Desejos! - disse Quasar, interrompendo a conversa – Por favor, quando a encontrei uma vez, você disse que queria realizar um desejo meu, mas na época eu não pedi nada. Mas agora eu tenho um pedido.

—E posso saber qual é o seu pedido? - perguntou a garota.

—Quero o poder de atravessar dimensões – falou ele – Quero reencontrar minha ex-mulher. Ela deve existir em algum lugar entre tantos universos possíveis.

—De fato...não há um só universo – explicou a garota – Há vários universos e, talvez, você encontre alguém parecido com sua amada, mas...

—Mas o quê? - perguntou Quasar.

—Você só está se enganando – disse ela – Mesmo que você encontre alguém como ela, será apenas uma pessoa parecida, mas não idêntica. Você sabe disso, não sabe?

Nisso, Quasar começou a se derramar em lágrimas.

—A-Acho que sim – disse ele – No fundo, acho que sempre soube, mas...pelo menos ver o rosto dela. Só queria ver o rosto dela uma vez mais.

—Você tem o rosto dela em suas lembranças – prosseguiu a garota – Sempre poderá rever essas memórias, mas...uma vida que se esvai, não é recuperada. Essa é uma lei básica do universo. Nem mesmo a tecnologia do Setor W pode trazer uma vida inteiramente idêntica ao que era antes.

—Isso é verdade – concordou Estrela – Os cientistas sempre tentaram regenerar corpos já mortos, mas...nunca voltaram como era antes.

—Isso é algo muito maior do que a ciência e a tecnologia podem proporcionar – continuou a menina – Sinto muito. Esse é um desejo que não posso realizar exatamente como você quer e...além disso.

—Além disso? - perguntei.

—Não tenho o poder de atravessar universos, então...não posso ajudar, mesmo que quisesse – disse ela.

—Então, no fim, nossa missão não adiantou de nada – reclamou Aster – Toda essa história não vai mudar em nada nosso poder de expansão.

—Cale a boca – disse Quasar – Não me importo com nada disso. Só queria...ver mais uma vez quem eu amava. No Setor W...amor não é algo tão valorizado assim.

—De fato, acho que tanto poder...acabou afetando o coração de vocês – reconheceu a garota.

—Ah, parem com isso – ralhou Aster – Se a missão foi inútil, só nos resta voltar para casa.

—Infelizmente – interrompeu a garota – Creio que a situação é mais séria do que você pensa.

—Como assim? - perguntei.

A garota suspirou, enquanto continuava a flutuar e, de repente, passou a brilhar com mais intensidade. Algo extraordinário estava prestes a acontecer. Um vento forte começou a soprar e Morgan quase foi levado. Por sorte, Lua o agarrou antes.

—É por isso que eu queria ter ficado em casa, assistindo minhas séries, comendo meu queijinho...ai, ai, por que eu vou atrás de vocês, heim? - reclamou o mouseano.

—Relaxa, ratinho – disse Lua – Acho que agora as coisas vão começar a ficar legais!

—O que é isso? - indagou Elena.

—Acho que...mexemos com alguma força maior do que nós – disse o professor Orion, em tom sério.

—O que você pensa que está fazendo? - perguntou Estrela.

—Foram vocês que desejaram isso...no momento em que trouxeram os cristais até aqui – disse a garota.

—Pode explicar isso melhor? - perguntei.

—Vitor – prosseguiu a garota – Vocês ativaram um evento que não deveriam...o ritual que fizeram foi uma ativação do fim do universo.

—Como? - estranhou professor Orion, tentando lembrar de suas pesquisas – Ah, sim, é verdade...acho que tinha alguma coisa em letras miúdas nas inscrições antigas que eu pesquisava.

—E o que dizia lá? - perguntei.

—Não consegui interpretar, mas devia ser algo a ver com isso...pois é, quem iria imaginar que dizia justamente que juntar os cristais e invocar a Unificadora traria o fim a toda existência? Não é engraçado – professor Orion ria, mas a situação não era nada cômica.

—Mas ainda existe uma esperança – falou a garota – Esse evento pode ser desativado, diante de um teste.

—Um teste? - perguntei.

—O Julgamento – disse a garota – Afinal, meu nome é Prima...a Mestra do Fim.


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