Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 137
Crise 137 - Setor W


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Boa leitura! :)



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O último fragmento de Eternium estava na casa de Estrela no Setor W, mais precisamente, a casa dos pais dela. O pouco que vi do local, como já falei, era minimalista: pouca mobília e bastante branco. Apesar disso, era espaçoso. Bem espaçoso. Creio que também usava a tecnologia de espaço ampliado da casa de Estrela na Terra.

—Não – disse Estrela, como se estivesse lendo meus pensamentos – Caso esteja pensando que é a mesma técnica de espaço ampliado que uso na minha casa lá na Terra, não é. Esse é o espaço real da casa.

—Sério? Isso aqui é bem grande – falei.

—Não é muita coisa para os padrões daqui – explicou Estrela – Equivale a uma casa de classe média na sua região lá na Terra.

—Sério? - reagi espantado – Realmente, o universo é bem curioso.

Estava admirado com a limpeza e amplitude do local, mas não me esqueci do motivo pelo qual estávamos ali: procurar o fragmento. Estrela não disse nada, mas certamente nos levou para a casa dos pais dela para começar de um local seguro.

—Vamos por aqui – disse ela. Eu a segui, passando por um tipo de portal dimensional, mas ele não parecia levar para uma outra região da casa. Era como se eu estivesse passando por uma barreira ou algo do tipo.

—O que foi isso? - perguntei, depois de ter passado pelo portal – É tipo um portal do seu Portal Gun?

—Não, é um portal de segurança – disse ela.

—Tipo um detector de metais? - perguntou.

—Não. Eu diria que é mais como um anti-vírus de computador. Passando por ali, nos livramos de qualquer germe e vírus que esteja em nosso corpo e que possa ser removido sem causar prejuízo ao corpo – explicou ela – Digamos então que seja um anti-vírus para pessoas.

—Nossa, isso é um avanço e tanto na medicina – fiquei admirado.

—Bem, como w-anos se regeneram fácil, não é tão útil assim – prosseguiu Estrela – Mas como não é impossível recebermos visitas de outros locais, é melhor ter um desses.

—Agora que eu estava pensando...agora é o contrário, né? Eu sou alienígena na sua terra natal – comentei.

—E como está se sentindo como alienígena? - perguntou ela.

—Não muito diferente – respondi.

—Vamos ver se vai continuar se sentindo assim – disse Estrela, enquanto entrava em uma sala mais ampla. Agora sim, havia mais mobília, inclusive vasos com plantas exóticas (se é que eram plantas). Uma mulher alta, com rabo de cavalo em seus cabelos pretos e um tipo de maquiagem roxa nas pálpebras estava mexendo em um tipo de painel holográfico. Parecia ter uns quarenta anos ou próximo disso.

—Ah! - ela exclamou ao nos ver – Estrela, filhota! Você por aqui?

—Oi, mãe – disse Estrela, sem esboçar muita emoção.

Então essa era a mãe dela? Era bonita. Então Estrela e Lua tiveram a quem puxar.

—Ah, que saudades! - gritou a mãe, correndo para abraçá-la – Faz tempo que não nos vemos.

—Vim aqui nas últimas férias – explicou Estrela – Não faz tanto tempo assim.

—Deixa de ser insensível? E a Lua? Está cuidando bem de você? - perguntou a mãe.

—É o contrário, não? Eu que preciso tomar conta para aquela idiota não fazer nada de errado – retrucou Estrela.

—Como pode dizer isso? É dever da irmã mais velha cuidar da mais nova! - bronqueou ela – Além disso, Lua passou por um período de recuperação. Está bem melhor agora.

—Claro que está – ironizou Estrela.

Nisso, ela finalmente me percebeu ali.

—Não me diga que esse é aquele seu terráqueo de estimação? - perguntou a mãe de Estrela – Lua falou muito dele.

—O-Oi – falei, meio nervoso. Ei, o que ela quis dizer com terráqueo de estimação?

—Vitor, essa é minha mãe, Galáxia – apresentou Estrela – Mãe, esse é meu amigo da Terra, Vitor.

—É uma gracinha – disse Galáxia, enquanto praticamente apertava o meu nariz e o balançava.

—A senhora é bem simpática – foi o que consegui falar, apesar da situação desconfortável. Sem dúvida, ela era mais parecida com a Lua do que com a Estrela.

—Querida...você viu minha gravata por aí? - disse um homem gordo e de bigodes brancos que passava por ali segurando um cachimbo. Parecia mais velho do que Galáxia.

—Querido. Olha só quem chegou! - anunciou Galáxia, apontando para Estrela. Já Estrela, por sua vez, apenas acenou.

—Oh, Estrela – disse ele – Resolveu fazer uma visita?

—Oi, pai – foi tudo que ela disse. Agora, o pai dela era bem mais parecido com a Estrela. Pelo menos, olhando pelo jeito dele. Não demorou para ele me ver ali.

—Está bem. Autorizo – disse ele, assim que me notou.

—Autoriza o quê? - perguntou Estrela.

—O casamento de vocês – disse ele, pausando para dar uma baforada no cachimbo – Achei que você nunca encontraria alguém que aceitasse seus altos padrões, mas já que encontrou, não vejo motivos para que você não se case.

—Do que está falando? - retrucou Estrela – Não somos noivos.

—Não? Então por que o trouxe aqui? - perguntou ele.

—Permitam que eu faça as apresentações – disse Estrela – Vitor, esse é meu pai, Solar. Pai, esse é meu amigo da Terra.

—Não é uma gracinha, amor? - comentou Galáxia.

O pai de Estrela apenas se aproximou de mim.

—Terra, heim? - disse ele – Não é o local que você estava estudando? Trouxe uma espécime de lá para pesquisar aqui?

—Eu tenho tanta cara de cobaia assim? - retruquei.

—Habitantes da Terra falam? - perguntou Solar.

—Terráqueos possuem uma anatomia muito parecida com w-anos – comentou Estrela – Achei que já tivesse falado isso várias vezes.

—Somos apenas vendedores de roupa, querida – disse Solar – Seu trabalho é muito complicado para nós.

—Vendedores de roupa? - perguntei – Então essa é a profissão dos seus pais?

—Sim – disse Galáxia – Não apenas vendemos, como produzimos. Tome, pode levar uma roupa nossa de cortesia.

Rapidamente, ela ativa alguns comandos no painel e faz materializar um conjunto de camiseta e calça, ambas brancas, mas com detalhes prateados.

—P-Puxa, obrigado – comentei, segurando as roupas – Será que servem em mim?

—Que pergunta – disse Estrela, cruzando os braços – Seu tamanho já está registrado na memória do computador central da casa. Fazer os cálculos para produzir uma peça de roupa ideal para você é a coisa mais simpls do mundo.

—Mesmo?! - exclamei – Puxa, não estou acostumado com tudo isso.

—Sério? É uma tecnologia tão simples – falou Galáxia, sem perder o bom humor – Quer experimentar?

—Posso? Onde tem um lugar para me trocar e...

—Tolinho. Não precisa de nada disso – falou Galáxia, lançando um tipo de raio em mim. Imediatamente, as roupas que estavam em minhas mãos foram trocadas pela roupa do meu corpo.

—Até que ficou bom, heim? - comentou Solar.

—Não é à toa que somos profissionais – disse Galáxia.

—Nossa, que demais – falei espantado.

—Deixando isso de lado – disse Estrela, com seu olhar blasé de sempre e sem dúvida alguma bastante acostumada com aquele tipo de tecnologia – Tenho algumas coisas para contar a vocês.

Nos acomodamos no sofá daquela enorme sala e Estrela contou tudo que aconteceu.

—Isso é terrível – disse Solar.

—De fato – falou Estrela, após terminar de contar tudo e tomar o gole de uma bebida que Galáxia nos ofereceu. Eu também estava tomando e era um tipo de chá, mas com um gosto de nada que eu tenha experimentado antes. Galáxia falou o nome do sabor, mas achei complicado demais para lembrar...

—Realmente – continuou o pai dela – Agora você está desempregada. Pelo visto, terá que nos ajudar na loja de roupas.

—Pai, esse não é o problema! - falou Estrela – O problema é que estamos sob um governo estranho que está com planos bem suspeitos.

—Mas esse governo novo que entrou não é muito diferente do anterior – comentou a mãe dela – O governante novo é até mais simpático do que o anterior.

—Uma dúvida...como funciona mais ou menos o governo daqui? - perguntei.

—Ah, acho que não comentei – disse Estrela – É um pouco diferente das democracias da Terra atual. Temos um parlamento e um líder que dá a última palavra que chamamos de governante. Esse parlamento pode mudar de governante quando achar necessário. Mas, quando nós, o povo, achamos necessário, também podemos nos mobilizar, retirar membros do parlamento e colocar novos. Mas se não há insatisfação popular, o governo continua do mesmo jeito.

—Acho que entendi – comentei.

—Na verdade, os políticos não fazem muita coisa – disse Solar, enquanto continuava a fumar seu cachimbo – Eles apenas elaboram leis e, se ninguém se manifestar contra, as leis são aprovadas.

—Como nosso acesso à informação é amplo, é difícil esconder qualquer coisa aqui – comentou Estrela – Apesar disso, temos privacidade governamental. As informações privadas dentro das casas dificilmente são interceptadas pelo governo. Por isso achei melhor passar aqui primeiro, antes de procurarmos o fragmento.

—Ah, então é isso – comentei.

—Mas o que quero mesmo saber é se vocês tiveram alguma informação sobre movimentos suspeitos do governo, algo como alguma viagem para a Terra – perguntou Estrela.

—Bem – disse a mãe dela, ativando um painel. Pelo que parecia, eles podia fazer aparecer painéis holográficos com acesso à rede em qualquer momento – Pelo que está constando aqui na página de futuros projetos do governo...de fato, há uma expedição oficial do governo para a Terra agendada para depois de amanhã.

—Então eles não estavam mesmo blefando – falou Estrela – Precisamos agir logo.

—E antes disso tem uma visita planejada para a universidade central, perto de onde você trabalha, filha – disse a mãe dela.

—Puxa, isso é mal – comentou Estrela.

—O que foi? - perguntei.

—O último fragmento...está justamente ali perto – disse Estrela, mostrando seu Portal Gun. É, as dificuldades já começaram.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler e até o próximo!



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