Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 122
Crise 122 - Rompendo todos os limites


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, mas está aí mais um capítulo. Boa leitura! :)



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Aster finalmente revelou os planos derradeiros do Setor W, mas parecia algo grande demais, até mesmo para uma civilização como aquela.

—Não pode estar falando sério – disse Estrela – Vocês querem mesmo atravessar a barreira entre os universos?

—Você deve estar mais informada disso do que eu, Estrela – prosseguiu Aster – Você deve saber muito bem que as últimas pesquisas apontam grandes probabilidades de nosso universo não ser único.

—É claro que já ouvi falar disso, mas até agora não há nenhuma evidência observável de que universos assim existem – retrucou Estrela – Temos teorias, mas nada que possa ser comprovado.

—Mas com a energia ilimitada do Eternium, certamente poderemos romper essas barreiras – disse Aster, com um tom sério, porém orgulhoso – Temos uma série de ideias que só são limitadas por nossa pouca disponibilidade de energia. Mas com energia o bastante, poderemos não apenas dominar nosso universo, mas também outros universos. Pelo menos, poderemos saber como eles são. A partir disso, aprimorar nossos portais para passagens entre universos certamente não será algo complicado. Talvez seja até mais fácil do que portais que atravessam o tempo.

—Cara, que doido – comentou Lua – Nunca pensei em ir tão longe.

—Nós do Setor W vamos até onde nenhum ser vivo foi antes – completou Aster – Só precisamos de uma fonte inesgotável de energia, o Eternium. E então? Vai nos entregar, sim ou não?

—O tipo de controle que vocês querem é maior do que eu pensava – considerou Estrela – Dominar outros universos...nem eu cheguei a pensar nessa possibilidade.

—Mas é o que queremos. Está satisfeita? - falou Aster – Posso desconsiderar sua falta de submissão com nossas autoridades se entregar logo o Eternium. Basta enviar por um portal. Estou esperando.

A situação estava tensa, mas eu não podia deixá-la entregar o cristal sem ter certeza de que tudo aquilo realmente era algo bom para o universo, ou talvez para o multiverso.

—Espere – comentei.

Aster finalmente notou que eu estava ali.

—Você..seria quem? - perguntou ele.

—So-so-so... – gaguejei, mas diante de tudo que poderia acontecer achei melhor desembaraçar logo – Sou amigo da Estrela!

—Amigo? - perguntou ele – Você...é de onde?

—Aqui da Terra mesmo – respondi.

—Estrela – chamou Aster – Você se deixou ser identificada por um terráqueo?

—É uma longa história – explicou Estrela – Vitor, por favor, é melhor não se meter.

Apesar do nervosismo, resolvi continuar falando.

—Não, vou me meter sim – falei – Afinal, essa é uma questão que diz respeito a todos no universo ou mesmo em outros universos. Não podemos entregar o cristal sem ter certeza de que vocês não farão nenhuma maldade com ninguém.

Aster pareceu confuso.

—Maldade? O que exatamente você quer dizer com isso? - perguntou ele.

—Quer dizer, vocês não vão fazer nada de ruim com os habitantes do nosso universo e de outros, vão? - perguntei.

—Algo de ruim? - Aster continuava confuso – Você usa termos pouco claros. Ouça, bem ou mal, esses conceitos são muito relativos. O que seria algo “ruim” para alguém, pode ser “bom” para mim. Se eu vencer uma competição, isso é bom para mim, mas ruim para o vencedor. Nesse universo, tudo que importa é se aprimorar. Só isso. E o Setor W é a sociedade mais próxima da perfeição que você encontrará neste universo. Resta saber se tem algo assim em outros.

—Espera. Está dizendo que o bem-estar dos outros pouco importa? - perguntei.

—É. Acho que é isso mesmo que ele tá dizendo – respondeu Lua, colocando a mão em meu ombro – Vitor fofinho, esses caras do Setor W só querem saber de expandir poder. Se isso vai afetar ou não outros povos, isso pouco importa para eles.

—Em resumo, acho que é isso mesmo – disse Aster, coçando a cabeça – Pouco nos importa o que vai acontecer com os povos inferiores. Só queremos aumentar nossa capacidade. Temos esse direito.

—Não. Vocês não tem – falei. Estava com medo, mas ao mesmo tempo estava irritado.

—O que está dizendo? - ele perguntou.

—Não, vocês não tem esse direito – repeti – Não é porque vocês tem mais conhecimento ou mais tecnologia que podem fazer o que bem entenderem. Se esse é o tipo de civilização que quer ter algo tão poderoso quanto o Eternium...então eu não concordo em entregá-lo a vocês!

Aster começou a gargalhar. E rir cada vez mais alto.

—Qual é a piada, heim? Também quero rir – disse Lua.

—A piada é esse terráqueo – disse Aster – Você fala como se sua opinião tivesse a mínima importância. Para nós, w-anos, você é praticamente nada. Você acha mesmo que esse seu pensamento de uma raça pouco evoluída realmente vai afetar alguma coisa? Por favor, não me faça rir ainda mais. Ou melhor, não me faça perder tempo, conversando com uma criatura tão inferior como você.

Aquilo foi cruel. Tá, tudo bem. Eu sei que não era lá uma pessoa muito habilidosa, mas...bem que os w-anos poderiam considerar os sentimentos alheios. Estava trêmulo e quase chorando.

—Vitor...Vitor fofinho...não chora – disse Lua me abraçando.

—Você deve ser apenas um animalzinho de estimação da Estrela. Acho que só por isso ela não apagou sua memória – comentou Aster – Mas quem liga para um terráqueo imprestável? Vamos, Estrela, passe logo o Eternium.

Estrela estava em silêncio, mas, depois da última fala, ela finalmente abriu a boca.

—Não.

—O que disse? - estranhou Aster.

—Não, não vou entregar o Eternium – disse ela – E digo mais, eu concordo com o Vitor.

—Como é? - Aster estava surpreso, mas aquela surpresa estava aos poucos se transformando em raiva – Pare de brincar, Estrela. Minha paciência já está se esgotando.

—Mas é verdade – disse ela – Os últimos acontecimentos no Setor W estão muito estranhos. O antigo governo não seria tão radical a ponto de aprovar uma ideia dessas. Preciso aprender mais sobre esses novos caras antes de tomar uma decisão dessas.

—E-Estrela – gaguejei.

—Além disso...Vitor é meu amigo. E nunca vou te perdoar por tê-lo humilhado, está ouvindo? - disse ela – Eu exigiria que você pedisse desculpas por tudo que disse agora pouco, mas sou realista, você nunca faria isso. Agora, não conte comigo para ajudá-lo.

—Estrela... - Aster estava claramente nervoso – Você sabe que isso configura traição ao Setor W inteiro, não sabe?

—Se o novo governo é isso que você está me mostrando, fico feliz em traí-lo – respondeu ela – Mas é claro que não estou jogando fora tudo que conquistei até hoje. Quero uma reunião mais formal com os superiores do Setor W antes de tomar qualquer decisão.

—Você acha que está em posição de exigir alguma coisa? - resmungou Aster.

—Quem tem o cristal sou eu – respondeu Estrela.

—Isso aí, maninha! Mostra quem manda! - disse Lua – Afinal, nós temos dois cristais e eles não tem nenhum! Estamos em vantagem!

Alguns segundos de silêncio.

—Falei o que não devia, né? - disse Lua, em tom de constrangimento.

—Lua... - disse Estrela, enquanto fechava os olhos em sinal de impaciência.

—O que disse? - falou Aster – Eu ouvi dois cristais?

—Falei dois? Não, não, imagina. Quis dizer, um, um só. O outro cristal nem está com a gente, está com a tal da CICE e... - Lua continuava e a situação só piorava.

—Lua – Estrela estava com os punhos trêmulos.

—Então está dizendo que existe mais de um cristal e a Terra ESTÁ COM OS DOIS?! - Aster parecia realmente furioso.

—Xii...ficou pistola – comentou Lua.

—Acho que agora a coisa ficou feia mesmo – comentei.

—Estrela! - gritou Aster – Você é oficialmente uma traidora do Setor W por omissão de informação. Sinto muito dizer isso, mas está destituída, por justa causa, de todos os seus cargos.

Estrela apenas permaneceu em silêncio.

—E já que não temos mais motivos para aguardar seus serviços, organizaremos um contato com a Terra em breve – prosseguiu Aster – Acho bom entregarem pacificamente os cristais, ou esse planeta atrasado e ridículo pagará as consequências, está ouvindo?

—Bom, já que não devo mais nada para o Setor W, posso finalmente dizer que você é o maior idiota que conheci – disse Estrela.

—Ora... - Aster estava cada vez mais incomodado, mas Estrela continuou sua fala.

—Esse novo governo não é o mesmo que patrocinou meus estudos e serviços – continuou ela – Um governo com objetivos estranhos não merece minha obediência, então que seja...eu renuncio minhas ligações profissionais com o Setor W.

—Vai se arrepender disso – falou Aster – Nos veremos de novo, Estrela.

E ele desligou. Agora Estrela estava mesmo em maus lençóis. Ela apóia suas duas mãos em cima do painel de controle e suspira.

—É. Ferrou de vez. Aqueles caras virão para cá logo – disse ela.

—E o que pretende fazer, maninha? - perguntou Lua – Parece que agora você tá desempregada, né? Vai mandar uns currículos? Se quiser, tenho uns contatinhos e...

—Cale-se! Tenho algo mais urgente para pensar agora – continuou Estrela, voltando-se para trás e andando pela sala. Plum corria em volta dela, mas ela parecia ignorar, já que estava mais pensativa do que de costume.

—Quando eles disseram vir para cá...vão invadir mesmo? Tipo naqueles filmes? - perguntei.

—Não. É algo bem mais diplomático. Creio que virão me procurar formalmente antes de tomarem qualquer decisão mais drástica, se bem que...dependendo de como o Aster falar com os superiores, eles não vão se importar de vir aqui e tomar o cristal – falou Estrela, olhando para o Eternium claramente preocupada – Por sorte, ainda tem alguma burocracia e duvido muito que venham para cá em menos de dois dias.

—Então temos dois dias antes do Aster e aqueles caras virem nos pegar – disse Lua – E o que pretende fazer nesse tempo? Vai se render?

Estrela olhou para Lua e eu. Apesar de sua postura quase sempre séria e de toda a tensão da situação, ela esboçou um pequeno sorriso.

—Acho que...apesar de tudo isso, finalmente me sinto livre – disse ela – Dessa vez, vou lutar pelo que acho certo não só profissionalmente, mas porque eu quero.

—O que está querendo dizer? - perguntei.

—Está mais do que claro que as intenções desse novo poder do Setor W envolvem dominação multiuniversal...isso é mais sério do que parece – disse Estrela – Decidi que...vou lutar contra o Setor W, se assim for.

—Uau! Essa é a minha mana! - disse Lua, abraçando-a.

—Não se empolga. Afinal, foi você quem deixou tudo mais difícil – disse Estrela.

—Mas como vai tentar impedi-los? - indaguei.

—Acho que...a resposta está no Eternium – disse Estrela

—Como assim? - continuava sem entender.

—Ainda tem uma parte da história da origens do Setor W que ainda não te contei – falou Estrela – E essa será nossa esperança.

O que seria essa outra parte?


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Notas finais do capítulo

E os mistérios continuam. Até a próxima! :)



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