Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 12
Crise 12 - Uma Longa Noite


Notas iniciais do capítulo

Que saudades! Bom, minha internet ainda não voltou 100%, mas dei um jeito de publicar a continuação. Boa leitura :)



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Crise 12 - Uma Longa Noite

Era isso. Minha infiltração super secreta na casa da Bruna falhou. Agora eu estava nas mãos daquela linda porém malvada garota com olhos de cores diferentes. O que ela iria fazer comigo agora?

– Bem, acho que já podemos começar a noite das meninas, não é? - comentou Bruna, batendo rapidamente as palmas das mãos e sorrindo - E então? O que vamos fazer primeiro? Alguma ideia, convidado especial?

Olhei para os lados até me dar conta de que ela estava falando comigo.

– O quê? E-eu?

– Sim. Você participará em primeira mão de uma noite só de meninas, mesmo sendo um menino. Não é o máximo?

– E-espere - gaguejei tentando melhorar a minha situação - Eu sou um garoto. Não fica bem participar de algo assim, fica?

– Tem razão, precisamos dar um jeito nisso - disse Bruna, com uma das mãos no queixo e pensativa - Já sei! Vamos transformá-lo em uma menina!

Todas as outras meninas (com exceção de Estrela e Priscila, que parecia tão desconfortável quanto eu) começaram a rir. Como assim me transformar em menina?

– Então vocês tem alguma tecnologia que consiga transformá-lo em menina? - perguntou Estrela - Interessante. Gostaria de ver.

– Você não tá ajudando, Estrela! - reclamei quase chorando.

– Acho que ainda tenho alguns vestidos do seu tamanho - disse Bruna, com um sorriso claramente maldoso - Vamos lá, meninas!

Em pouco tempo eu já estava no quarto de Bruna, amarrado em uma cadeira e usando um vestido rosa cheio de babados. Todas as meninas já estavam de pijama (incluindo Estrela e seu estranho pijama com estampas de ursos alienígenas alados) e o ponto alto da festa parecia ser a minha pobre pessoa. O que aquelas bruxas iam fazer comigo agora? Estrela não parecia muito a fim de me livrar daquele problema.

– Socorro - balbuciei para ela, mas tudo que recebi foi um olhar frio quando aquela alienígena sem coração tirou os olhos de uma revista adolescente jogada no quarto que ela pegou para ler.

– Não tem com o que se preocupar. Você não sofreu nenhum perigo de vida até agora.

– Mas estou sofrendo perigo à minha dignidade.

– Que fofo ou devo dizer fofa - disse uma das convidadas de Bruna.

– Vamos tirar várias fotos dele? - murmurou Bruna.

– É pra já.

– Err...não acha que é demais, Bruna? - indagou Priscila timidamente.

– Ora, ora - respondeu Bruna em tom malicioso - Então você está gostando dele também? Talvez vocês devessem namorar.

– Não, eu só...

– Espera, é um mal entendido...eu não sou apaixonado por...

Mas Bruna interrompeu minha fala sem nem se importar.

– Sabe, vocês até que combinam. Talvez você devesse mesmo investir nele ao invés do..

– Não, por favor. não fale! - disse Priscila rapidamente. Certamente, Bruna sabia de algo que Priscila não queria que contassem.

– Relaxe, não vou falar nada - falou Bruna, sorrindo - Pelo menos não agora, né?

– Por favor, Bruna - Priscila exibia um profundo olhar de quem está implorando. Essa Bruna era mesmo mais terrível do que eu pensava.

– Vamos voltar para as fotos? Puxa, você está mesmo uma gracinha - continuou Bruna, sacando seu celular e tirando cada vez mais fotos. Minha vida social escolar estava arruinada...e olha que ela nem era tão grande coisa assim. O que a Estrela estava fazendo?

– Interessante - disse ela - Como vocês determinam qual é o seu tipo ideal de garoto com apenas 12 perguntas? A estatística daqui é atrasada demais para calcular algo assim.

As convidadas de Bruna se entreolharam, como se Estrela tivesse dito algo em outro idioma (na verdade, só não é exatamente isso que acontece pelo tradutor universal que ela tinha instalado em si mesma). Para mim, só restava o desespero. Mas Bruna estava a fim de voltar ao seu plano inicial de incluir Estrela em sua lista de vítimas.

– Não quer tirar fotos também, Estrela? Estamos nos divertindo muito!

– Diversão? - repetiu ela, sem esboçar muita expressão.

– Eu não estou me divertindo - falei.

– Claro que está! Todo menino adoraria ser o único no meio de tantas meninas assim, não acha?

– Mas não desse jeito! - minha voz já estava mais chorosa do que eu imaginava.

– E então, Estrela? Espero que não esteja chateada com as brincadeiras que estamos fazendo com seu amiguinho fofo.

– Desde que não o machuquem, não tenho nada contra - disse ela.

– Ah, então ele parece ser bem importante para você - prosseguiu Bruna, tentando certamente achar um meio de fazer Estrela confessar alguma coisa constrangedora.

– Ele tem me ajudado bastante em certos assuntos. Embora eu o tenha ajudado mais vezes do que ele me ajudou.

– Para que tipo de relação isso pode amadurecer? - indagou Bruna.

– Vai depender das ameaças que surgirem - respondeu Estrela.

– Entendo. Todo relacionamento é coberto de ameaças - retrucou a anfitriã da festa. Elas não estavam falando da mesma coisa, mas parece que só eu percebia isso. Por que eu tive que concordar em ajudar a Estrela? Bom, ela iria me forçar de qualquer jeito. A situação não poderia ficar pior, poderia?

– Bruna. Achei um jogo de maquiagem.

– Ah, sim. Toda menina merece uma boa porção de pó de arroz.

– O quê? Vão me maquiar?! Não! Isso não!

– Relaxe - disse Bruna - Sou uma excelente maquiadora.

Tentei sair dali saltando com minha cadeira (era o que eu podia fazer amarrado do jeito que estava), mas uma das convidadas (a menina que não conhecia), foi mais rápida e me encurralou antes que eu chegasse perto da porta.

– Não precisa ter pressa - disse ela - Temos a noite toda pela frente.

– Por favor..misericórdia... - tentei implorar, mas piedade é uma palavra que não existe no vocabulário de Bruna. O prazer sádico dela era evidente. Por que a Estrela não percebia a ameaça? Tudo que ela fazia era olhar para uma embalagem dos produtos de maquiagem que estavam ali.

– Entendo. Então os produtos de maquiagem desse planeta usam essa substância como base... - ela dizia em voz baixa.

Não demorou muito para que eu estivesse completamente maquiado ou mais parecendo um palhaço com tanto pó de arroz na cara. Minha imagem no espelho era sofrível.

– Temos mais fotos? - disse uma das amigas convidadas malvadas.

– Com certeza - falou Bruna.

– Vamos publicar isso? - perguntou outra das convidadas.

– Não. Claro que não. É só uma brincadeira. Mas é claro que sempre vou manter essas fotos comigo, afinal, nunca se sabe quando vamos precisar delas, não é verdade?

Priscila apenas assistia a tudo meio cabisbaixa. Eu só queria ir embora. Estrela ainda estava indiferente a tudo aquilo.

– Já terminaram? - disse ela, deixando a embalagem de lado.

– O que foi, Estrela? - perguntou Bruna - Você não parece estar se divertindo muito.

– Esse não é bem meu conceito de diversão.

– Ainda não fizemos o principal - falou uma das convidadas - Precisamos ajeitar o cabelo dele.

– É verdade. Vou usar minha escova importada.

Quando Bruna pronuncia essa frase e pega sua escova de cabelos na penteadeira, Estrela praticamente se transforma. Em um salto com um cambalhota no ar, ela pega a escova das mãos de Bruna e fica em posição de guarda.

– O que está fazendo? Você me assustou! - disse Bruna, um tanto quanto nervosa.

– Você já usou essa escova, não usou?

– Vou jogá-la fora hoje, por isso iria usá-la no seu amigo - falou Bruna - Não sou anti-higiênica, tá? E não se preocupe, eu não tenho piolhos, não.

– É o que você pensa.

– O quê? Estrela! Você tá me ofendendo! - reclamou Bruna - Tá, tá bom, não vou mais escovar o cabelo do seu queridinho. Pode me devolver a escova, por favor?

Disfarçadamente, Estrela pingou na escova um pouco do frasco do antídoto contra os nanoinsetos de cabelo (a única razão dela estar ali) e devolveu ainda desconfiada para Bruna. Pude ver a ação dela por estar em uma posição próxima, mas as outras convidadas não viram nada. Meio que por hábito, talvez, Bruna pegou a escova e utilizou em seu próprio cabelo.

– Onde já se viu? Sou a pessoa com o cabelo mais bem tratado do mundo! - retrucou Bruna, enquanto penteava suas lindas madeixas. Bem, pelo menos ela aplicou o antídoto contra os nanoinsetos sem saber. Parte da missão de Estrela já estava cumprida.

– E o que vamos fazer agora? - perguntou outra das convidadas.

– Talvez possamos brincar de verdade e consequência - disse Bruna, olhando maldosamente para Priscila.

– Não, esse jogo não! - reclamou a pobre garota.

– Que medo você tem, heim, Prisicla? - disse Bruna, ainda sorrindo de forma maldosa - Você não quer mesmo que eu conte que você gosta do...

– Não! - Priscila quase se jogou em Bruna para que ela não contasse nada. Aquela Priscila parecia ser bem tímida quanto aos próprios sentimentos, seja lá de quem ela goste (não que eu possa falar muita coisa, mas...).

– Haha. Que medrosa. Já falei que não vou contar nada e...

– Bruna - uma das convidadas tentou chamá-la.

– O que foi? - virou-se ela para ver a expressão de espanto da amiga.

– O que está acontecendo? - a outra amiga também parecia espantada. Na verdade, até Estrela estava de boca aberta.

– Heim? - Bruna olhou para o próprio cabelo e ele estava crescendo absurdamente - QUÊ?!!

– O que está havendo? - indaguei.

– Isso é estranho - disse Estrela, próximo a mim - O antídoto deveria matar os nanoinsetos, mas se o cabelo dela está crescendo assim, é como se eles tivessem se multiplicado cada vez mais rápido. Isso aconteceria se eu tivesse colocado uma solução de nutrição rápida, mas não tem como.

– Err...essa solução que você falou... - acho que eu já sabia o que estava acontecendo - ...não estava num potinho bem parecido com o antídoto, estava?

Estrela não precisou de muito tempo para deduzir o que acontecera.

– Você trocou os frascos, não trocou?

– Eu tropecei quando você saiu do laboratório naquela hora e o frasco caiu misturado com outro. Desculpa.

– Desculpas? Agora nem eu sei até onde o cabelo dela vai crescer.

– O que está acontecendo?! - o cabelo de Bruna já estava ficando absurdamente volumoso. Se continuasse a crescer daquele jeito...o quarto seria tomado em pouco tempo. E agora? O que eu posso fazer? Acho que com um vestido rosa de babado não dá pra fazer muita coisa...


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Notas finais do capítulo

Rapunzel feelings. No próximo capítulo, as bizarrices continuam :)