Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 117
Crise 117 - Interesses Superiores


Notas iniciais do capítulo

Isso aí, mais um capítulo. Vamos nessa!



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—Então, vou contar... - disse Estrela, ainda sem se virar para mim – Mas, antes disso, você precisa entender exatamente qual é a relação do Setor W com a Terra.

—Sim – concordei – Afinal, o que um local tão distante quer com a gente aqui?

—Bom, para entender isso...você precisa entender melhor o que é o Setor W – explicou Estrela.

—A única coisa que sei é o que você já me contou – falei – É o seu local de origem e...vocês tem investigado a Terra há muitos anos.

—Não só a Terra – disse ela – O Setor W tem colhido o máximo de informações possíveis de várias regiões do universo, pelo menos as regiões que apresentam potencial evolutivo.

—Potencial evolutivo? - perguntei.

—Exato. Por mais que o universo seja grande, a formação de vida é muito rara. Mas, ainda assim, nem todos os locais em que há vida, há potencial para que essa vida se desenvolva plenamente e esses desenvolvimento pleno é ainda mais raro – disse ela.

—E o que você quer dizer com se desenvolver plenamente? - perguntei.

—Basicamente, desenvolver inteligência e tecnologia – explicou ela – A Terra é um desses locais raros, apesar de ainda estar bem no início desse desenvolvimento.

Claro, ela não podia deixar de comentar isso.

—Por que você acha isso? Não é possível que somos tão atrasados assim! - falei, meio que me desequilibrando e quase caindo de costas na poltrona onde estava.

—Bem, obviamente há locais mais atrasados, mas apenas digo isso por saber que vocês possuem um potencial evolutivo alto – disse ela – E é nisso que apostei quando comecei a estudar a Terra.

—Por que você se interessou pela Terra? - perguntei.

—Bem, achei interessante um planeta tão isolado se desenvolver tão rápido. As experiências que o Setor W fez na Terra realmente provaram isso – disse ela.

—Então...vocês fazem experiências o tempo todo por aqui? - perguntei – Lembro que você falou algo assim quando nos conhecemos.

—Sim – disse ela – O Setor W tem dados da Terra praticamente desde a formação do planeta. Incluímos diversas interferências para testar formas de evolução diferentes...principalmente quando colocamos aquelas formas artificiais chamadas dinossauros...

É, é verdade, ela tinha comentado algo assim antes.

—E qual era a intenção dessas experiências? - indaguei.

—Direcionar a evolução – disse ela – Nosso papel é controlar as variáveis de locais com potencial evolutivo para que civilizações promissoras se formem. O problema...

Ela fez uma pausa.

—O problema? - repeti – Fala, qual é o problema?

—O problema é que nem sempre a evolução acaba se desenvolvendo para algo muito promissor e por promissor, entenda algo que o Setor W tenha interesse em investir – disse ela – A Terra tinha um potencial evolutivo grande no início, mas, desde as primeiras civilizações humanas, esse potencial evolutivo começou a cair muito na opinião dos cientistas w-anos.

—Sério? Mas você..

—Exato – ela interrompeu – Eu praticamente estou indo contra a opinião acadêmica dos maiores cientistas do universo. Quero mostrar que a Terra ainda tem um potencial evolutivo interessante. Quando as invasões alienígenas começaram por aqui e o desequilíbrio ecológico dessa região galáctica é inegável, consegui uma boa desculpa de proposta de pesquisa para vir aqui e encontrar mais argumentos para continuar meus estudos. Talvez as invasões pudessem despertar algo em vocês para continuarem evoluindo...pelo menos essa foi a minha hipótese e os meus superiores aceitaram. Meio a contragosto, mas aceitaram.

—Então...vocês praticamente investem em planetas que tenham potencial evolutivo...mas o que vocês ganham com isso?

—Essa é a parte mais...preocupante da coisa – disse ela – Basicamente, tentamos incorporar as civilizações avançadas em nosso próprio meio, seja por bem, seja por...

—Espera. Então o Setor W é do mal? - falei, já meio preocupado – Vocês...

—A realidade é cruel, Vitor – disse ela – Enquanto vocês eram apenas uma decepção para a maioria dos meus superiores, eu também não me preocupava, mas...depois que reportei a existência do Eternium, o aumento de interesse na Terra cresceu muito.

—Só pelo Eternium? - perguntei, olhando para a jóia que a garota misteriosa havia me dado – Essa coisa é mesmo poderosa...

—O antigo governo do Setor W entendia que é uma jóia muito poderosa, mas também perigosa se não for estudada com calma – explicou Estrela – Mas o governo mudou nesse meio tempo e o governo atual não tem tanta paciência. Eles querem o Eternium o quanto antes.

—Tá, mas...digamos que você entregue para eles, para o que exatamente eles vão usá-lo? - perguntei.

—Qualquer w-ano responderia o óbvio...controle universal – respondeu ela.

Engoli seco.

—Controle universal? - perguntei – Isso quer dizer...

—É. Isso mesmo que você pensou. O objetivo último do Setor W é ter controle do universo inteiro – disse ela, com toda a naturalidade – Eles entendem que isso não é imediato, mas em algumas gerações isso será inevitável. Até agora, não conhecemos nenhuma civilização mais avançada que nós. Se alguém pode controlar o universo, certamente é o Setor W. Talvez um planeta controlado por máquinas como era o planeta do Kaldi até pudesse dar algum trabalho, mas duvido que eles nos derrotariam...

—Então é óbvio que não podemos entregar o cristal para eles, não é? - falei – Não imaginava que você trabalhava para caras tão cruéis!

—Para o Setor W, controlar não significa necessariamente dominar – disse ela – Significa ter total acesso a qualquer local, não necessariamente fazer escravos. Somos mais evoluídos do que isso.

—Mas isso também é mal! - retruquei.

—Já podemos viajar facilmente pelo espaço-tempo, Vitor – ela lembrou – Em certo sentido, já controlamos o transporte para qualquer local e hora, embora a viagem no tempo ainda seja problemática por causar efeitos colaterais e gastar muito energia, mas, em geral, já temos um bom controle.

—Então...está dizendo que não tem jeito? - perguntei.

—Não, não tem – falou ela – Mas se você ouviu mesmo a conversa, sabe que o Setor W certamente não mexerá com a Terra tão cedo. Vocês estarão seguros, não se preocupe.

—Como posso não me preocupar? - falei – Quer dizer, eu confio em você, mas pelo que está dizendo, não posso confiar no Setor W.

—Mas o que você pode fazer, Vitor? - perguntou ela.

—É...não posso fazer nada – falei – Mas entregar algo para caras tão maus de mão beijada assim...

Estrela suspirou.

—Bom, tenho dois meses para entregar um Eternium para eles – disse ela, pensativa e com a mão no queixo – Ocorre que, no momento, temos dois Eternium, um está com você e o outro está com a CICE...entregando um, ainda ficaremos com outro...mas se entregarmos um, não vai demorar muito para eles colherem dados e descobrirem que estamos com o outro...

—Ei, dá para fazer isso? - perguntei.

—Sim – disse Estrela – Com alguns dados do Eternium, seria fácil descobrir a localização de outros.

—Bom – falei – Segundo a menina de cabelos brancos...só existem três Eternium.

—Apenas três? - perguntou ela.

—É. E ela disse que não queria manter os três cristais juntos – expliquei – Mas ela não disse o motivo...ela não disse nem o nome dela.

—Isso...

—O que foi? - perguntei – Você parece pensativa?

—Isso que você acabou de falar – disse Estrela, olhando bem em meus olhos – Ouvi algo parecido com isso uma vez.

—Como?

—Talvez...talvez eu saiba quem seja essa menina de cabelos brancos – falou Estrela.

—O quê? - estranhei – Então...você sabe quem é ela?

—Se minha hipótese está correta...acho que tenho mais dados sobre essa coisa do que eu pensava! - disse ela.

O que, afinal, Estrela sabe?


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Notas finais do capítulo

É. As coisas estão se desenrolando. Talvez não tenha capítulo semana que vem, pois preciso pensar melhor no roteiro, mas a história continua. Espero que continue acompanhando. Até mais!



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