Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 115
Crise 115 - O Segredo de Estrela


Notas iniciais do capítulo

Pois é. Dois capítulos em uma mesma semana, heim? Isso é raridade. Boa leitura! :)



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Tudo bem, isso era novidade, não me lembrava de ter visto Estrela conversando com um cara daqueles. O que ele queria?

—Por que nunca mais entrou em contato comigo? - perguntou ele – Estava sentindo saudades.

—Infelizmente não posso dizer o mesmo – respondeu Estrela.

—Difícil como sempre – lamentou o tal Aster, mas continuou falando normalmente – Bem, acho que você já deve saber o motivo do meu contato.

—Tenho uma ideia – disse Estrela – E a resposta é não.

—Ainda não? Sério mesmo? Não sei quanto tempo vou aguentar mais segurar a chefia. Você sabe que eles não tem muita paciência...e olha que eles já tiveram paciência demais com você.

—É mais complicado do que parece – retrucou Estrela, com um tom mais sério do que de costume – Se eu simplesmente tomar o cristal à força, vou causar um distúrbio enorme neste planeta.

Cristal? Percebi que o rumo da conversa estava ficando mais sério. Decidi me esconder e ouvir com cuidado. Seria aquele cristal?

—E o que isso importa? - disse Aster – É só um planeta atrasado no meio de uma região praticamente deserta na Via Láctea. Isso é irrelevante para os nossos planos.

—Você não tem o mínimo de consciência ecológica, não é? - respondeu Estrela.

—Eu realmente não entendo você, Estrela – rebateu Aster – Você é genial, uma das nossas maiores pesquisadoras. Poderia se envolver em projetos fantásticos, mas preferiu se aprofundar em um planeta tão arcaico como a Terra.

—Sim, eles são atrasados, é verdade – concordou Estrela – Mas estão passando por um momento de transição importante. Pelos dados que tenho colhido das invasões que ocorreram aqui, já tenho até mesmo uma ideia de modelo para explicar como eles poderão evoluir nos próximos anos. É um projeto de grande interesse ecológico.

—O problema é que os chefões daqui não estão interessados em ecologia – falou Aster, voltando os olhos para cima com uma expressão clara de desinteresse pelo que Estrela dizia – Desde que o seu relatório sobre a existência do Eternium nesse lugar vazou, eles querem esse cristal custe o que custar.

—Eu disse no relatório que as circunstâncias não me permitiriam levar o Eternium tão fácil – falou Estrela – O antigo governante concordou.

—Mas ele já estava no fim do mandato, infelizmente – rebateu Aster – Com o novo ministério, as coisas ficaram bem mais difíceis.

—Estou obtendo o máximo de informação que posso – disse ela – Sempre envio todos os dados e você sabe muito bem disso.

—Não precisamos de mais informações – interrompeu Aster – Precisamos é do próprio Eternium.

—É claro. Tenho ideia do tipo de uso que aquelas cobras querem do cristal – resmungou Estrela.

—Você sabe que essa conversa está sendo gravada, não é, Estrela? - disse Aster – Cuidado com o que diz. Você pode ser acusada de traição ao governo do Setor W. Não abuse de sua posição como alta pesquisadora...nem você é totalmente isenta das nossas leis.

Sem dúvida, ela estava falando com outro w-ano. Ao contrário da Lua, ele parecia bem são...até demais. Aquela conversa era bem mais pesada do que qualquer uma das coisas que já me envolvi com Estrela...e olha que já passamos por poucas e boas. Não sabia explicar direito, mas o clima que aquele Aster passava era péssimo.

—Mas fique tranquila...posso mexer meus pauzinhos e editar essa parte – disse Aster – Só que se você não colaborar muito, não posso garantir que sua autonomia na Terra seja garantida.

—O que está insinuando? - perguntou Estrela.

—Dependendo do que decidirem no alto escalão, eles podem se achar no direito de mandar reforços – retrucou Aster – E pegar o cristal de uma vez.

—O quê? - Estrela disse revoltada – Se fizerem isso, podem causar uma guerra em escala global e acabar com o equilíbrio ecológico daqui. Os terráqueos não teriam a menor chance mesmo contra uma tropa de baixo nível do Setor W...seria como destruir um formigueiro com um galho. Você tem ideia de que isso arruinaria anos da minha pesquisa?

—Prioridades, querida Estrela – disse Aster – Sua pesquisa é secundária diante dos interesses maiores do nosso setor.

—Tudo menos isso, por favor – falou Estrela, esfregando os olhos em uma expressão clara de nervosismo – Tem como me conseguir mais tempo?

—Você sabe que faço qualquer coisa por você, não sabe? - disse Aster, com um sorrisinho cínico – Talvez ajude se você me der um prazo.

—Dois meses – falou ela, mostrando os dedos indicador e médio – Em dois meses no tempo da Terra, garanto que consigo o Eternium.

—Deixe-me ver – ele parecia estar fazendo alguns cálculos – Ora, a passagem de tempo na Terra não é muito diferente daqui, não é? Acho que, com muita boa vontade, eles aceitam esse prazo. Bem, com um prazo eles certamente ficarão mais calminhos, só que...

—Só que o quê? - perguntou Estrela, evidentemente sem paciência.

—Se você não conseguir esse cristal em dois meses terrestres...não vou conseguir segurar os grandões – disse Aster, ainda sorrindo, mas a seriedade de seu aviso era evidente – Bom, por hoje é só. E quando você volta? Podemos sair um dia desses, não acha?

—Não tenho cabeça para sair com ninguém – reclamou ela.

—Ai, ai. Difícil desse jeito você nunca vai casar – lamentou Aster.

—Não preciso de casamento, preciso da minha pesquisa – retrucou Estrela.

—Consiga o Eternium para nós e pode fazer o que quiser com esse seu planeta de décima quinta categoria, Estrelinha. Fora esse cristal, não tem nada aí que nos interessa – disse Aster – Bom, estou cheio de coisas para fazer. Até mais.

E ele desligou.

—Aqueles desgraçado – resmungou Estrela. Não sabia como reagir diante de tudo aquilo que escutei. Era isso mesmo? A Estrela precisava mandar o Eternium para o Setor W ou seríamos invadidos? Apenas lembrando que Eternium é um cristal capaz de gerar energia infinitamente. Ele estava de posse do nosso diretor e usado para abrir portais para vários lugares do universo por um dos robôs do Kaldi. Esses portais foram o motivo inicial de Estrela ter vindo para cá e depois que descobrimos o cristal, ele acabou ficando na CICE, a agência de controle de assuntos alienígenas do nosso planeta. Mas agora o Setor W está pressionando Estrela para consegui-lo? Como ela vai resolver isso? Enquanto eu tentava absorver tudo aquilo, não percebi Estrela chegar.

—Vitor? - disse ela – Há quanto tempo estava aí?

—Hã? Eu..eu...só queria ir ao banheiro e...

—Não diga que...você ouviu a conversa. Você ouviu, não ouviu?

—O-o quê? Se ouvi? - estava claramente nervoso – N-não, não ouvi nada...nada de Eternium ou de Aster...nada de...

—Não, Vitor. Você não devia ter escutado isso – lamentou Estrela.

—Mas...tá, acabei ouvindo – admiti – Escuta. É verdade isso? Se você não entregar o Eternium para seus superiores, eles...vão mesmo nos invadir? Então...não é só uma questão de estudá-lo, eles querem para alguma coisa mais séria, não é?

—Isso é problema meu, tá bom? - disse ela – Você não precisa se meter nisso.

—Mas o que eles querem com o Eternium? - perguntei. Estrela ficou ainda mais séria.

—Você...não precisa saber, tá legal?

—Estrela! Somos amigos! Sei que somos apenas um planeta atrasado em comparação ao Setor W, mas...o que for possível fazer para te ajudar, eu..

—Não – disse ela – Desculpa, Vitor. Isso é algo que preciso fazer sozinha. É um problema só meu, entendeu?

—Mas, Estrela...

Ela tirou o Portal Gun e apontou para mim.

—Estrela? O que vai fazer?

—Desculpa, Vitor. Desculpa mesmo – falou ela, fechando os olhos – Eu não queria fazer isso, mas...esse assunto é algo que você não merece se envolver.

—Você não vai...

—Já peço perdão desde já – foram as últimas palavras dela antes de apagar minha memória.

Então foi isso. Minhas únicas memórias foram ter ido à casa de Estrela entregar uns biscoitos que minha mãe fez. Na minha memória, ela apenas me atendeu normalmente, conversamos um pouco e fui embora. Realmente não me lembrava de ter passado por tudo aquilo.

—E então? - disse a garota de cabelos brancos – Lembrou o que queria?

—L-Lembrei – falei – Mas...é algo mais sério do que eu imaginava.

—Eu perguntei se você tinha certeza se queria mesmo fazer isso, não perguntei? - ela disse.

—Só que...

Antes de continuar me lembrei de algo ainda mais importante. O Eternium veio para em nosso planeta por causa daquela menina. Foi ela quem deu o Eternium para nosso diretor, para começo de conversa. Sim. Se alguém sabia alguma coisa, só podia ser ela.

—Escuta – falei, segurando firme nos braços dela – Você...

—Sim? - ela reagiu docemente.

—Por favor, você tem que me dizer tudo que você sabe sobre o Eternium!

Será que vou conseguir alguma informação dela?


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Notas finais do capítulo

E não é que as coisas ficam cada vez mais tensas? Bom, eu nunca disse que o Setor W era um planeta do bem apenas por ser avançado. E espero que vocês tenham detestado esse Aster (a intenção é essa mesma).

Agora sim, só na semana que vem.

Até mais! :)



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