Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 112
Crise 112 - Sob Pressão


Notas iniciais do capítulo

Estamos de volta, amigos! Hoje veremos como o arco da bomba do subsolo termina. Boa leitura! :)



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—Pare já com isso, Lua! - exclamou Estrela – Chega de brincadeira! Estamos aqui, agora desarme essa bomba.

—Nananinanão – disse Lua, balançando seu indicador direito em sinal de negação – Não é porque você passou pelo meu sistema de segurança improvisado que vou desarmar a bomba assim tão fácil. Eu preciso dela para dar a melhor educação aos meus queridos alunos.

—Educação? Você vai matar todo mundo! - falei em desespero.

—É só um incentivo – respondeu ela – Aliás, vocês deveriam estar estudando. Principalmente você, Vitor. Sua nota não foi das melhores.

—Eu sei, não consegui nota máxima, mas... - nesse momento, Estrela me interrompeu.

—Pode dar quantas provas quiser, desde que não exploda nada – ralhou Estrela – E já que estou aqui, vou desarmar essa porcaria agora mesmo.

—Então tá – falou Lua, dando alguns passos para frente, se aproximando de nós e apertando o botão de um pequeno dispositivo que tirou do decote – Pode ir.

Estrela tentou se aproximar da bomba, mas foi jogada para trás.

—O que foi, Estrela? - perguntei.

—Que estranho – disse Estrela, tentando se aproximar da grande bomba mais uma vez com mais velocidade e, novamente, é jogada para trás com ainda mais força.

—O que houve, maninha? - disse Lua – Não consegue chegar perto da bomba?

—Um...campo de força? - perguntou Estrela – É claro...você usou um campo geneticamente sensível.

—Um o quê? - indaguei, mais uma vez boiando nos termos técnicos de Estrela. Lua gargalhou alegremente.

—É isso mesmo – falou Lua – Há um detector genético em volta da bomba. Programei especialmente para rejeitar DNA dabliano. Nem eu e nem você podemos interferir na bomba.

—Droga – lamentou Estrela.

—Exatamente. Você nunca poderá chegar perto dessa bomba – falou Lua, totalmente confiante – Apenas desista e me deixe aplicar meu método de ensino sossegada, tá bom?

—Vitor – disse Estrela – Chega aqui.

—Eu? - perguntei, mas assim que cheguei perto, Estrela me empurrou para perto da bomba. Ao contrário de Estrela, consegui me aproximar tranquilamente.

—Ah, ora, ora – falou Estrela – Parece que seu campo não afeta terráqueos, não é verdade?

—Ah, sim – disse Lua – É verdade. O campo que uso só consegue analisar um tipo de DNA por vez. É verdade, o Vitor pode se aproximar da bomba, mas...isso não quer dizer que ele conseguirá desarmá-la.

—Como? - falei espantado.

—É isso mesmo – prosseguiu Lua – Você ainda precisa descobrir onde está o setor de processamento do explosivo.

—Está ali atrás – falou Estrela – Só dê meia volta em torno do cilindro, Vitor.

—Como você sabe?! - reclamou Lua.

—Enquanto você se gabava, usei um aplicativo do Portal Gun para analisar o modelo da bomba – explicou Estrela.

—Não podia esperar menos da minha irmãzinha gênio – elogiou Lua – Mas e daí? Ele ainda precisa descobrir a senha de acesso ao terminal do setor de processamento.

Abri o compartimento e, de fato, havia um painel que exigia que seis dígitos fossem escritos.

—E agora? - perguntei.

—Viu só? - falou Lua – Ele nunca vai descobrir a minha senha!

—080554 – disse Estrela.

—Como você sabe?! - gritou Lua contrariada.

—É a senha do acesso principal do sistema de proteção que você usou na tranca que passamos para chegar. Na medida de tempo dabliana, esse número corresponde ao dia do meu aniversário – explicou Estrela – Se é para escolher 6 dígitos, aposto que você usaria eles de novo.

—É mais fácil de lembrar... - balbuciou Lua tocando um indicador no outro em sinal de constrangimento. Isso só mostrava como Lua era obcecada por Estrela, mas...

—Beleza! É isso mesmo! - comemorei.

—Mas ainda não acabou! - disse Lua – O único jeito de desarmar a bomba é cortando o fio certo.

Havia um enorme emaranhado de fios na minha frente. Eram três cores: branco, vermelho e verde.

—É... - continuou Lua – Você vai ter que cortar o fio da cor correta para conseguir desarmar a bomba. Se cortar o fio errado, todos nós iremos pelos ares agora mesmo, junto com a cidade toda!

—O QUÊ?! - Estrela e eu exclamamos juntos.

—Sua louca! - disse Estrela, praticamente agarrando Lua pelo pescoço – Todos nós iremos morrer!

—Não, nem todos – explicou Lua – Cortando o fio errado, a bomba iniciará o processo de explosão e acabará com tudo em 15 segundos, mas isso é tempo suficiente para usarmos nosso Portal Gun e escaparmos daqui.

—E todos os outros terráqueos da cidade? - falou Estrela.

—Infelizmente, não dá para levar todo mundo, né? - disse Lua – Por isso, o melhor a fazer é desistir e estudar direitinho para as provas. Se todo mundo tirar 10, ninguém vai precisar morrer.

Tão simples, né?

—Mas, ele não vai poder fazer nada – continuou Lua – Para começo de conversa, há algo muito importante que Vitor não tem.

Pausa dramática.

—Um alicate! - disse Lua – Ele não pode cortar o fio sem uma ferramenta para isso!

É verdade. Praticamente caí no chão desolado.

—Isso não é problema nenhum – falou Estrela, ativando algumas funções no Portal Gun e fazendo-o se transformar em um tipo de tesoura ou alicate – Vitor! Pega!

Como o Portal Gun não tem DNA e Estrela limpou todos os seus vestígios com um pano, ele conseguiu passar facilmente pelo campo. O Portal Gun alicate caiu no chão perto de mim. Eu o peguei imediatamente.

—Valeu, Estrela – agradeci.

—Bem, ainda posso te levar daqui com o meu Portal Gun se tudo der errado – falou Lua.

—Não, obrigada – disse Estrela – Se tudo der errado, fico aqui e aceito minha morte.

—O quê?! - estranhou Lua.

—É isso mesmo – reafirmou Estrela – Não vou fugir como uma covarde. Não conseguiria viver com esse peso para o resto da vida.

—Você fala isso agora, mas quando chegar a hora vai sair correndo como uma gatinha assustada – disse Lua.

—Quer pagar para ver? - disse Estrela, sem desviar o olhar da

—Quero – falou Lua, mostrando a língua – Tá legal! Vou dar uma ajuda então.

—Como assim? - perguntei.

Lua apontou para mim com uma expressão confiante.

—O fio que desarma a bomba é o fio verde – disse a irmã de Estrela, com um sorriso realmente confiante.

—O fio...verde? - repeti, meio incrédulo.

—O que está falando? - perguntou Estrela.

—Será que isso é verdade? - disse Lua – Será que é mesmo o fio verde. Não vou falar mais nada. Acreditar em mim ou não é com vocês.

—Vitor... - Estrela olhou para mim com uma expressão claramente tensa.

E agora? O que eu faço? Se Lua estiver dizendo a verdade, é o fio verde. Se ela estiver mentindo, é algum fio de outra cor. Se for verdade, é só cortar o fio verde. Mas e se for mentira? O que eu faço? Podia sentir o suor escorrendo pelo meu rosto.

—Vamos, Vitor – disse Lua – Corte o fio verde e acabe logo com isso.

—Você está mentindo, não está, Lua? - perguntou Estrela.

—Será que estou? Será que não estou? O que é a mentira? O que é a verdade? - disse ela. Não, agora não é hora de bancar o Eduardo e ficar filosofando. Afinal, qual era o fio correto?

—Você também tem uma opção, Vitor – prosseguiu Lua – Desista disso e pronto. Se todos tirarem 10, a bomba não explodirá. Lembre-se: a bomba está ligada diretamente à minha planilha de notas. Se todos gabaritarem na próxima prova, nada irá acontecer.

—Mas é impossível todos gabaritarem – lamentei.

—Ah, deixa de ser tão pessimista – falou Lua – Sempre há uma esperança.

—Assim como há uma esperança agora, não é? - disse Vitor.

—O que vai fazer, Vitor? - perguntou Estrela.

—Estrela – falei – Você sabe que é impossível todos da nossa sala tirarem 10, não é?

—Sim, é. Estamos na mesma sala do Caio, no final das contas – disse ela – Eu poderia tentar hackear o sistema de ativar a bomba pela planilha, mas não tem como fazer isso sendo impedida de me aproximar dela.

—Nesse caso...nossa única chance é mesmo cortar o fio certo. Uma em três – falei.

—Sim. Isso mesmo – disse Estrela.

—Apenas lembrando que se cortar o fio errado, tudo explode, heim? - disse Lua.

Acho que nunca estive sob tanta pressão na minha vida.

—Vitor – falou Estrela – Seja qual for sua escolha, eu assumo a responsabilidade junto com você.

—Como?

—O alicate é meu, no final das contas. Estamos nessa juntos – ela falou com um sorriso. Um sorriso raro, mas sincero e, por algum motivo, me inspirou confiança.

—É...passamos por várias coisas juntos, né? - comentei.

—Sim. E estaremos juntos até o final – reafirmou Estrela – Eu não posso me aproximar muito, mas...você sabe que eu estou junto com você.

—É...sei – reconheci.

—Faça sua escolha. Seja qual for, eu confio em você – falou Estrela.

—Ooolha a explooosão – cantarolou Lua.

—Cala essa boca! - ralhou Estrela.

—Mas o que posso fazer? Se cortar o fio errado, vai tudo explodir mesmo – disse Lua – Vai confiar em mim ou não?

—Acalme-se, Vitor – disse Estrela – Pense pelo tempo que achar necessário.

—Não tem muito o que pensar – falou Lua – Uma em três. É isso. Vai confiar em mim ou não?

Aquela pressão estava me matando, mas...realmente, não tinha muito jeito. Resolvi tomar minha decisão. Cortei o fio verde.

—Foi o verde – falei.

—Oh, então resolveu confiar em mim – disse Lua.

—S-Sim – respondi – Eu sei que você ama sua irmã e não deixaria ela acabar assim.

—Ah, seu bobo – falou Lua, sem graça.

—Sério que pensou mesmo numa coisa tão piegas? - disse Estrela.

—Dá para ser pelo menos um pouco sentimental? - reclamou Lua.

—Cala a boca – ralhou Estrela.

—E então? Estamos salvos? - disse Vitor. Nisso, uma mensagem de voz começa a ser emitido pela bomba.

“Atenção. Procedimento de explosão iniciado em 15...14...”

—O QUÊ?! - Estrela e eu ficamos atônitos.

—Que pena, eu menti. Desculpa, gente. Na verdade, nenhum fio desarmava a bomba – falou Lua – Só falei isso para ficar mais divertido.

—Quer dizer que...está tudo acabado?! - lamentei, caindo de joelhos.

—Pois é, né? - disse Lua. Bom, eu não queria que acabasse assim, mas...a culpa é toda de vocês. Tchauzinho!

E ela usa o Portal Gun para sair de cena.

—Diga que não é verdade... - falei, chorando de desespero.

—Bem, Vitor – falou Estrela – Como eu disse, ficarei ao seu lado até o fim.

—Estreeelaa! - corri para abraçá-la em lágrimas. Não era justo! No final das contas, todos iríamos morrer por um capricho da irmã maluca da Estrela? Se isso é uma história, o autor dela deve ser um sádico sem coração.

“...3...2...1...Explosão iniciada”

Droga. Vou morrer e nem contei para a Mabi meus verdadeiros sentimentos. Que mundo cruel! E assim aconteceu a explosão: um estouro de confetes e serpentinas jogados em cima da gente.

—Já estou no céu? - perguntei, ainda abraçado a Estrela.

—O que é isso? - ela olhou para os lados e viu toda a bagunça – Não aconteceu explosão nenhuma!

Nisso, Lua reaparece em seu Portal Gun gargalhando muito.

—Nossa, deviam ter visto a cara de vocês! - disse ela – Foi hilário. Essa realmente foi a melhor pegadinha de todos os tempos!

E ela não parava de rir.

—Então...era tudo uma pegadinha? - caí de joelhos.

—Foi. A bomba, a história das notas...foi tudo uma grande brincadeira – falou Lua – Só queria deixar vocês assustados e consegui. Ai, ai. Minha barriga. Vou morrer de tanto rir!

—Luaaa – Estrela parecia nervosa – Lua! Isso vai ter volta!

—Quando quiser – disse ela – Ficarei trabalhando na Terra mesmo.

E assim, a tal “bomba” de Lua era mesmo só uma brincadeira. Mas é incrível como ela planejou toda a pegadinha de modo tão realista. Por via das dúvidas, Estrela exigiu conferir a bomba para ver se realmente ela não tinha uma programação de explosão oculta, examinou o subsolo da cidade inteira procurando vestígios de alguma outra bomba e, para garantir, acessou o computador de Lua buscando qualquer outro indício de truques. No final das contas, parece que Lua não iria explodir nada e, no fim, nossa média obviamente não foi 10.

—Bom, a nota de vocês aumentou – disse ela, quando devolveu nossas provas – Mas...dá para melhorar mais. Já sei. Se todos da sala não tirarem 10 na prova bimestral, irei espalhar um vírus letal pelo planeta inteiro.

Mas o olhar reprovador de Estrela para ela foi bem fulminante.

—Claro que é brincadeira, né gente? - disse Lua – Vai, vamos abrir a apostila na página 20.

—Será mesmo que é? - pensei, já sentindo calafrios.

—Por via das dúvidas...é melhor checar o computador dela de novo – disse Estrela.

Bem, com a Lua todo cuidado é pouco. Mas acho que vamos conseguir conviver com ela...é, eu acho.


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Notas finais do capítulo

Bom, da Lua podemos esperar qualquer coisa, né?

Nossa, esse capítulo até que saiu grandinho. Não esperava escrever tanto, mas acabei me empolgando. Hehe.

Já aviso que os próximos capítulos podem demorar um pouco mais para sair, pois será a última saga da fic (embora esteja pensando em dividi-la em mini-sagas). Ainda preciso pensar melhor no roteiro, então provavelmente usarei o meu "tempo de Nyah" da semana que vem para pensar nisso.

E para acabar...

"Ooolha a explooosão" - conseguiu ler sem lamentavelmente pensar na música? Huahuahuaha!

Até a próxima!