Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 111
Crise 111 - Um subsolo cheio de armadilhas!


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, amigos. Boa leitura! :)



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Lua deixou escapar que a bomba programada para explodir caso nossa sala inteira não gabaritasse a próxima prova estava no subsolo do colégio, bem abaixo da cantina. Usando o Portal Gun, Estrela nos levou até lá. Caímos bem abaixo da cantina e, ao ativar a lanterna do Portal Gun, tanto Estrela quanto eu nos admiramos de não encontrar um depósito ou algo assim, mas um corredor que parecia bem longo.

—Não sabia que nossa escola era tão grande por baixo do chão – comentei.

—E não é – disse Estrela – Lua deve ter instalado um sistema de tecnologia de espaço expandido aqui em baixo também.

Estrela encontrou um interruptor na parede e o acendou. O local todo se iluminou, revelando um grande caminho pelo corredor à nossa frente.

—Ela fez tudo isso só para explodir a cidade. Difícil de acreditar – continuei, olhando para toda aquela estrutura admirado.

—Não tente achar lógica no que ela faz – disse Estrela, enquanto eu a seguia pelo corredor. De repente, ela parou.

—O que foi? - perguntei.

—Olha só – ela disse, apontando para frente. A luz do local mostrava um grande salão. Do outro lado, havia outro corredor. Tudo que precisávamos fazer era atravessar a sala e chegar até lá.

—É só passar, não? - falei, mas antes que eu desse o primeiro passo, Estrela me puxou pela camiseta e praticamente me jogou para trás.

—O que aconteceu? - perguntei assustado.

—Enquanto estiver aqui embaixo, não confie em nada – falou ela, colocando levemente o pé no primeiro bloco do piso logo à frente. Assim que ela fez isso, várias flechas saindo de buracos das paredes do salão foram atiradas.

—U-uma armadilha? - olhei espantado.

—Mais um passo e você teria virado queijo suíço – disse Estrela – Ela realmente não quer que cheguemos lá.

—Que loucura – comentei – Mas podemos simplesmente usar o Portal Gun para chegar do outro lado, não podemos?

—Seria fácil – disse Estrela – Mas não sabemos que tipo de armadilha tem lá. Se nos teletransportamos direto para o outro lado e cairmos no lugar errado...podemos morrer.

Que droga. Realmente, as coisas não podem ser fáceis.

—De novo...isso é muito loucura – repeti, com as mãos na cabeça.

—Bem, estamos falando da minha irmã. Ela é louca mesmo – falou Estrela, agora andando em maior segurança pelo salão. Chegamos do outro lado e adentramos o próximo corredor. Acendemos a próxima luz apertando o interruptor na parede e seguimos com cuidado, com um passo de cada vez.

—Espera – disse Estrela – O chão está diferente aqui.

—Diferente? - perguntei.

—Se você olhar...esse piso está um pouco mais escuro do que os outros – falou Estrela, mostrando para mim o quadrado no chão, logo à nossa frente.

—E você acha que é uma armadilha também? - perguntei.

—Se acho? - perguntou Estrela, arrancando um pequeno pedaço de concreto da parede e jogando no piso. Assim que o objeto tocou o chão, um pesado cilindro de concreto cai do teto com toda a força, esmagando tudo que estivesse ali embaixo.

—I-Isso é sério? - falei.

—É. Eu não achava, tinha certeza – falou Estrela – Realmente, todo cuidado é pouco.

—Isso está começando a ficar perigoso – comentei, com as mãos trêmulas – E falo “começando” porque deve ter coisa pior mais para a frente, não tem?

—Sim. Com certeza – disse Estrela, como se não fosse nada demais.

—Você tem certeza de que podemos sair vivos daqui? - perguntei.

—Certeza é algo muito forte, Vitor. Achei que já estivesse acostumado.

—É difícil se acostumar a ter sua vida em risco o tempo todo! - reclamei.

—Calma. Estamos juntos. Colaborando um com o outro podemos passar por todos esses obstáculos – disse Estrela.

Bem, é verdade que era melhor estar com a Estrela do que sozinho. Ainda assim, precisava admitir que estava inseguro, afinal, a Lua podia ter preparado qualquer coisa.

O próximo salão não era tão grande quanto o primeiro, mas a armadilha estava bem óbvia. Enormes esferas pretas com espinhos e presas ao teto com correntes começaram a se mexer em movimento pendular assim que acendemos a luz. Demos um salto para trás, antes que a primeira esfera nos atingisse.

—Nunca mais vou jogar Super Mario World depois dessa – comentei.

—Droga. Aqui vai ser mais complicado – falou Estrela – Vitor. Fique do meu lado e me acompanhe.

—T-Tá – gaguejei. Estrela calculou precisamente o tempo que demorava para cada esfera ir e voltar. Assim, conseguimos passar no intervalo em que as bolonas estavam na outra extremidade da trajetória.

Passamos pelas quatro esferas e chegamos do outro lado. A cada etapa superada, eu suspirava de alívio.

—E agora?

—Acho que descemos – Estrela apontou para baixo e tinha uma grande escada em espiral. Será que aquilo não acabava nunca? Descemos as escadas e, assim que chegamos lá embaixo, encontramos mais pêndulos de esferas gigantes.

—Mais bolas gigantes? - perguntei.

—Bom, a parte boa é que dessa vez elas não tem espinhos – falou Estrela – Mas a parte ruim...

—Ainda tem uma parte pior? - indaguei.

—Sim. Olhe para baixo – Estrela apontou para o chão...só que não tinha chão. Havia um grande abismo abaixo de nós.

—Não tem chão – falei – Como vamos passar por isso aí?

—Lembre do que eu falei – disse Lua – As esferas não tem espinhos.

—E daí? - perguntei, totalmente angustiado – No que isso ajuda?

—Significa que podemos segurar nas esferas – disse ela – Isso. Isso mesmo. Podemos atravessar se utilizarmos as próprias esferas.

—Usar as esferas? - perguntei – Mas quantos anos em um curso de trapezista eu precisaria para fazer isso?

—Basta calcular o tempo certo – disse Estrela.

—Não sou um gênio da física como você, caso não se lembre! - retruquei.

—Nesse caso...segure em mim – falou ela – Segure bem no meu corpo.

—S-Segurar?! - gaguejei. Era isso mesmo?

—Sim. É o único jeito. Você é leve. Consigo saltar mesmo com você se apoiando em mim.

—T-Tá.

Fechei os olhos e abracei Estrela pela cintura. Acho que nunca fiquei tão agarrado em uma garota assim na vida. Queria ficar abraçado daquele jeito com a Mabi e...Espera. O que estou dizendo? Agora não era hora de pensar nessas coisas. Era uma questão de vida ou morte. Estrela iniciou seus saltos pelas esferas, enquanto eu estava lá, apenas confiando nos saltos dela. Novamente, quatro esferas, mas estavam mais lentas do que as anteriores. Era o bastante para Estrela saltar na primeira, se segurar nas correntes, esperar a próxima se aproximar e saltar de novo. Foi rápido, mas achei que levaria uma eternidade.

—Pronto – disse ela, finalmente chegando do outro lado.

—J-Já acabou? - falei, com o coração saindo pela boca – Estou vivo? Estou vivo!

—Isso foi fácil demais – disse Estrela – Achei que a Lua queria dificultar, mas se ela realmente quisesse trapacear, poderia ter criado armadilhas bem mais intransponíveis.

—Você acha? - perguntei.

—Ela já devia saber que viríamos para cá e conseguiríamos passar pelas armadilhas – falou Estrela – Isso tudo deve fazer parte de outro joguinho dela.

—Bom, sabemos que a Lua faz de tudo para chamar sua atenção, né? - comentei.

—Vamos continuar. Agora quero ir até o fim – disse Estrela. Assim que chegamos na próxima sala, vemos um enorme saguão cheio de dispositivos emitindo raios de luz espalhados pelo chão.

—O que é isso? Laser? - perguntei.

—Sim. Funcionam como sensores – falou Estrela. As luzes se cruzavam e formavam uma espécie de grande rede. Estrela tira um pedaço de papel do bolso e o expõe a uma das luzes. O papel é queimado na mesma hora.

—Deveria dizer...laser de alta potência. Um toque nisso e você torra – falou ela.

—Ai, e agora? - falei.

—Por que você está sempre desesperado? - perguntou ela – Essa armadilha é bem mais fácil de passar do que a anterior. Apenas me siga e pise nos locais sem luz.

Estrela foi andando pelos espaços livres das trajetórias dos raios. Ela tocava levemente com a ponta do pé o piso em que iria pisar para verificar se não havia alguma armadilha. Por sorte, o único perigo da sala eram os raios de luz. Pronto. Chegamos ao outro lado e, consequentemente, na próxima sala.

Adentrando o próximo salão, encontramos um enorme labirinto – várias paredes formando uma série de corredores em que parecia impossível achar a saída.

—Mas que droga – reclamei.

—De novo, podia ser pior – falou Estrela. As paredes eram baixas e ela pôde subir nelas para ver o labirinto de cima. Em poucos segundos, Estrela usou um programa de seu Portal Gun para analisar o labirinto e computar um caminho de saída.

—Já? - perguntei.

—Como eu disse...isso está fácil demais – falou Estrela. Eu a segui através do labirinto devagar, quando, de repente, ouvimos uma enorme esfera preta de metal começar a se mover pelos corredores.

—O que é isso? - olhei ao ver o enorme objeto que começou a vir em nossa direção.

—É. Talvez não tão fácil – falou Estrela – Desculpa, Vitor. Mas você vai ter que correr.

—Correr? Odeio correr! - falei, como o péssimo aluno de educação física que era. Mas, quando se trata de salvar a minha vida, corro o quanto for necessário. Conseguimos sair do labirinto e, finalmente, encontramos a entrada para a outra sala. O problema é que a porta estava trancada.

—Está...trancada? - falei – Só pode ser brincadeira!

—Já dou um jeito nisso – disse Estrela. A fechadura da porta era de alta tecnologia e abria apenas com uma sequência correta. Estrela usou um programa do Portal Gun para decifrar o código e, em poucos segundos, a porta se abriu.

—Conseguiu? - perguntei.

—Sim. Claro que com a tecnologia da Terra demoraria milhões de milhões de anos para quebrar a proteção, mas a computação do Setor W é avançada o bastante para superar isso – comentou Estrela, orgulhosa – Realmente...a Lua podia ser mais trapaceira se quisesse.

Entramos na outra sala e, finalmente, encontramos um enorme objeto, parecido com um botijão de gás cinza claro. Aquilo devia ser a bomba.

—Essa é a bomba? - perguntei.

—BINGO! - disse Lua, saindo de trás do objeto com um sorriso no rosto – Parabéns. Vocês conseguiram chegar direitinho até aqui. Passaram por todo o sistema de segurança que preparei.

—Você sabia que eu chegaria aqui, não sabia? - falou Estrela.

—Claro – disse ela – Não subestimo minha irmã maravilhosa. Mas...ainda não acabou. Chegar até aqui não significa que vocês vão conseguir desarmar essa bomba.

Ela tinha razão. O que mais ela tinha preparado para nós?


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, veremos como isso vai acabar. Até lá! ;)



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