Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 102
Crise 102 - Fazendo Contato


Notas iniciais do capítulo

E aqui estamos nós, com mais um capítulo! Espera, Alien Panic em dia de semana? Sim, viva as férias! Hehe!

É, esse ano não vou entrar em recesso, não. Teremos capítulos em janeiro também. Na verdade, pretendo até escrever mais capítulos por semana! Já estava na hora de acelerar o ritmo dessa fic, né? (pelo menos até minhas aulas voltarem e como iniciarei doutorado ano que vem...o tempo vai ficar ainda mais apertado)

Boa leitura!



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Era hoje. Sim, hoje. Depois de um período de descanso nas férias era hora de retornar às aulas. É, eu não era mais um aluno de ensino fundamental. Agora, eu pertencia ao ensino médio. Era o sinal de que eu não era mais criança. É isso aí. O primeiro dia de aula no Ensino Médio. Assim como todo primeiro dia de aula eu estava empolgado. Quem não fica empolgado no primeiro dia de aula?

 

—Eu odeio o primeiro dia de aula! - disse Vitória, praticamente dormindo em cima de seu café da manhã – Por que preciso ir à escola mesmo? Já não podemos aprender tudo pela Internet hoje em dia?

—Vitória! - reclamei – A escola é mais do que um lugar para assistir aulas. É onde formamos nossos laços de amizade e...

—Dane-se! - ela respondeu.

—Pai! Mãe! Esse coisa de explicar a importância da escola não é trabalho de vocês? - perguntei.

Meus pais se entreolharam, mas pelo menos falaram alguma coisa.

—Seu irmão tem razão, filha – disse meu pai – Veja a escola como...o tutorial do jogo da vida. Depois dela é que os desafios começam de verdade.

—Sim. Veja seu irmão. Já está no ensino médio e começará a se preparar para o vestibular – disse minha mãe.

—É isso aí e...vestibular? - perguntei.

—Sim. É a prova que você precisa fazer para entrar na faculdade – explicou minha mãe.

—Espera. Quer dizer que não é só se matricular na faculdade e pronto? - perguntei.

—Err...não – ela respondeu – Você precisa passar na prova.

—A vida é mais difícil do que eu pensava – resmunguei. E agora foi a minha vez de quase cair com a cabeça em cima da minha torrada com geleia (poderia usar creme de amendoim, mas tenho evitado isso há um bom tempo).

De qualquer modo, segui para o colégio. No meio do caminho encontrei com Estrela. Faz tempo que não a via, apesar de termos passado o Natal juntos.

—Estrela! - chamei – Nossa, há quanto tempo!

—Olá, Vitor – disse ela, indo para o colégio a pé (pelo isso ela faz para não levantar suspeitas de que é uma alienígena) – De fato, faz um tempo.

—Onde andou pelas últimas semanas? - perguntei.

—Aproveitei o recesso escolar para atualizar algumas coisas no Setor W – disse ela – Aproveitei para visitar minha família também. Passei a maior parte do tempo vendo algumas coisas de trabalho, reuniões chatas, atualizações...por isso, preferi não te chamar.

—Fiquei meio preocupado. Você só mandou uma mensagem dizendo: “Só volto quando as aulas retornarem” - falei, mostrando meu celular – Isso é muito vago.

—Não se preocupe. Sei me cuidar bem. Se disse que iria voltar, eu iria voltar – ela disse – De qualquer modo, continuarei nesse planeta enquanto não resolver tudo que preciso. Tipo...entender melhor sobre o Eternium.

Para quem não lembra, o cristal de energia infinita que foi usado para gerar buracos de minhoca na nossa região e trazer um monte de alienígenas para cá.

—Mas o número de alienígenas que tem aparecido por buracos de minhoca diminui bem, não acha? - perguntei.

—É...pelo menos isso.

Foi tudo que conversamos até chegar na escola e ver uma aglomeração perto da quadra. Todo mundo estava vendo alguma coisa.

—O que será que aconteceu? - perguntei.

—Oi, gente – disse Mabi, se aproximando de nós.

—Ah! Mabi! - reagi com toda a alegria do mundo.

—Bom dia – disse Estrela.

—Bom dia – ela respondeu – E aí? Como vocês passaram o resto das férias?

—Bem, muito bem – respondi sem tirar os olhos daquele sorriso lindo. E a melhor parte é que ela estava sozinha. Como era bom admirá-la sem o …

—Bom dia – disse o Eduardo, se aproximando poucos décimos de segundo depois que pensei nisso.

—Ah, bom dia, Eduardo – falei. Ele sorriu como resposta, aproximando-se de Mabi tocando-a no braço. Namorados...sempre estragando os bons momentos.

—O que está acontecendo, heim? - perguntou Estrela.

—Ah, parece que alguém pichou a quadra – respondeu Eduardo.

—E toda essa aglomeração por uma pichaçãozinha? - indaguei.

—É que não é apenas uma pichaçãozinha...pintaram a quadra toda – disse Eduardo, apontando para a quadra. Estrela e eu nos enfiamos no meio do povo e vimos o desenho. Alguém desenhou um monte de símbolos abstratos com tinta preta que ocupou uma quadra de vários metros quadrados.

—Por que alguém faria isso? - perguntou Mabi, mais curiosa do que indignada.

—Isso lembra...agroglifos – disse Eduardo.

—O quê?

—Agroglifos são círculos supostamente desenhado por extraterrestres em plantações – explicou ele – De fato, os desenhos lembram um pouco alguns agroglifos famosos.

—Isso acontece mesmo, Estrela? - perguntei.

—Ah, sim. Algumas espécies que usam naves espaciais chegam a fazer isso – explicou ela.

—E o que aquelas mensagens querem dizer? - perguntou Eduardo.

—Normalmente são apenas bobagens como as pichações que vocês fazem nas paredes. Gírias, palavrões, mensagens ofensivas, essas coisas. Alienígenas só fazem isso em uma escala maior – explicou ela.

—Então não são a mensagem de um povo mais evoluído para um menos evoluído? - perguntou Mabi.

—Parte da diversão é fazer vocês acreditarem nisso – continuou Estrela.

—Bem, mas talvez não tenha sido um alienígena – disse Bartolomeu, um aluno da escola com uma certa obsessão por assuntos alienígenas. Ele se aproximou de nós com uma expressão de que sabia do que estava falando – Talvez...alguém tenha desenhado para chamar a atenção de alienígenas.

—Foi você, não foi? - perguntou Estrela.

—Como você descobriu?! - ele exclamou, espantado.

—Poderia ser o fato de você ser obcecado com encontrar uma namorada alienígena – falou Estrela – Mas...acho que a maior evidência são suas mãos sujas de tinta preta.

—T-Tá, tá bom...fui eu. O que posso fazer? Preciso encontrar um meio de me comunicar com os seres fora da Terra. Preciso encontrar um meio de fazer contato, por isso aproveitei que nossa quadra é grande e não aberta – disse ele, mudando de uma expressão confiante para uma expressão chorosa logo em seguida – Eu só quero minha namorada alien! Eu sei que estou destinado a isso!

—Bem, nesse caso, acho melhor você escapar dele primeiro – falei, apontando para um furioso Kevin logo atrás de Bartolomeu.

—Ei, você! Eu ouvi tudo! - disse Kevin – Está transgredindo as regras do colégio com essa atitude!

Kevin é um agente secreto, mas também é responsável por manter a ordem em nossa escola.

—Espera. Eu tive motivos para isso – Bartô tentou explicar, mas Kevin levava suas responsabilidades muito a sério.

—Tarde demais. Está denunciado às autoridades. Senhor!

E ele chamou um dos inspetores.

—Muito bem, garoto. Venha comigo para a diretoria.

—Ah, não. Não faça isso! - e o pobre apaixonado correu apenas para ser capturado menos de um minuto depois. É. Isso deve dar uma boa suspensão.

—Pobre Bartô – falei – Até quando ele vai ficar nisso?

—Ele achou mesmo que iria atrair algum alienígena com um sinal tão pequeno? - falou Estrela – É um idiota mesmo.

Mas, apesar disso, aquela história não acabou com as faxineiras limpando a quadra. No horário da saída, Estrela e eu encontramos com um cabisbaixo Bartô lamentando seu destino próximo ao portão da saída.

—Eu só queria ser visto pelos alienígenas...e me suspenderam por dois dias – lamentou ele, quando nos aproximamos – Vitor, meu grande amigo, você deve me entender, não entende?

—Se serve de consolo...acho que algum alienígena deve ter visto – falei, olhando de lado para Estrela.

—Agora se eles gostaram, é outra história – completou Estrela. Mas, assim que ela terminou essas palavras, um carro preto enorme e luxuoso se aproximou do portão. O alarme do Portal Gun de Estrela começou a tocar imediatamente.

—É aqui?! - disse uma figura careca, de bigode grosso, óculos escuros, terno preto e gravata rosa – Sim. É aqui. O lugar da maior obra prima que vi.

—Como? - Estrela e eu nos entreolhamos.

—Parece que terei trabalho antes do almoço – falou ela. Afinal, quem era aquele cara?


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Notas finais do capítulo

É isso aí. Ah, só para constar, essa história de descobrir que existe vestibular só quando chega no Ensino Médio é autobiográfico. Eu achava que era só ir na faculdade, se matricular e pronto. Como eu era inocente. Hahuahua.

Até o próximo capítulo! :)