Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 1
Crise 01 - Garota Nova


Notas iniciais do capítulo

Yeah! Finalmente consegui inspiração para uma fic nova! Dessa vez tentarei de novo na ficção científica cômica, mas espero fazer melhor do que em Mind Clock. Na verdade, essa aqui estará mais parecida com This Is My Gang!, principalmente por ser uma história de classificação livre, para todas as idades. Estava com saudades de escrever algo assim.

Como estou fazendo mestrado, não terei muito tempo para escrever, então não vou me comprometer com um prazo para cada capítulo. Só espero escrever pelo menos um a cada mês, para que vocês não pensem que eu abandonei a história.

Espero contar com a sua força mais uma vez! Leia e comente o que achou. Até!



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Crise 01 - Garota Nova

E o ônibus parou. Sim, lá estava eu, pronto para iniciar mais um dia de aula com um sentimento otimista: naquele dia eu sentia que nada podia dar errado. Desci os degraus do ônibus com um sorriso no rosto e assobiando uma música alegre quando, sem que eu percebesse, os cadarços dos meus tênis desamarraram e acabei tropeçando no último degrau. Mas eu tinha amarrado os cadarços, como eles puderem se desamarrar tão fácil assim? As pessoas atrás de mim estava muito atrasadas para socorrer um pobre estudante do nono ano do colégio e praticamente me atropelaram ao sair do ônibus, mas, não tem importância, ainda assim...estou otimista quanto ao dia de hoje!

Meu nome é Vitor Almeida. Eu sei que é um nome comum, mas Vitor parece ser originado de "vitória", então sempre gostei bastante desse nome (embora eu não tenha conquistado muitas coisas no decorrer da minha vida). Tenho 14 anos e, como já disse, estou cursando o nono ano. Minha aparência é bem comum, bem, talvez nem tanto. Sou meio baixinho para alguém com 14 anos (um pouco mais de um metro e meio). Meus cabelos são meio rebeldes (estão sempre desajeitados) e tenho uma miopia bastante alta (não vou dizer quantos graus eu uso, mas é...é bastante). Apesar disso, não tenho do que reclamar da minha vida, afinal, todo dia sempre é uma nova emoção e aquele céu ensolarado tinha tudo para dar certo...tirando o fato de eu ter me distraído enquanto pensava nessas coisas e pisado no cocô do cachorro.

- Oh, cara! - lamentei, mas ainda bem que não sujou tanto assim. Após tentar limpar a sola de meu tênis na água escorrendo pelo meio-fio, continuei seguindo em direção ao colégio.

Estudo em um colégio particular chamado Conexão. Nunca entendi muito bem esse nome, mas também nunca procurei saber mais sobre ele. De qualquer maneira, era um colégio de tamanho médio. Tinha tudo que um colégio comum tem: salas de aula, professores malvados, alunos mais malvados ainda (principalmente aqueles grandões ali do lado pegando o dinheiro daquele pobre menino), quadras de esportes e uma cantina aparentemente bem cuidada (embora eu já tenho ouvido rumores de que a carne utilizada nas esfihas é de origem duvidosa).

Assim que subo as escadas para deixar meu material na sala encontro ninguém menos do que ela. Sim, aquela garota. Aquela menina maravilhosa que faz o mundo parar sempre que a vejo. Viram só? Eu disse que hoje seria um bom dia.

- Ah, oi, Vitor - disse ela, me cumprimentando amistosamente.

- O-oi, Mabi. Tudo bem? - respondi, tentando ao máximo esconder minha emoção. O nome dela é Maria Gabriela, mas todos já acostumaram a chamá-la de Mabi. Tem a minha idade, é uma garota de lindos e longos cabelos castanhos e lindos olhos escuros. Na verdade, tudo nela é maravilhoso. A voz, o perfume, o sorriso, enfim, tudo.

- E aí? Como foi seu fim de semana? - perguntou ela.

- Ótimo. Assisti aquele filme de que você falou. É muito bom.

- Que bom. E conseguiu terminar a lição de matemática?

- Sim, a lição de...lição? - percebi que esqueci completamente.

- É. Era para hoje. Eu ainda preciso revisar algumas coisas nela, apesar do Edu ter me ajudado com bastante coisa.

Ah, sim. Edu era o namorado dela. E esse era o principal defeito dela: ter um namorado. Talvez a culpa fosse minha por nunca ter tido coragem de me aproximar, mas agora não tinha mais jeito. E ainda assim não consigo deixar de gostar dela. Mas não quero falar desse Edu agora. Não agora.

- Bom, vou indo para a sala. A gente se vê.

- Tchau - falei, me despedindo e lamentando não poder conversar mais com ela. Nos conhecemos desde o sexto ano, mas depois disso nunca mais caímos na mesma sala. Mesmo assim, sempre conseguia conversar com ela. Claro que tenho outros amigos, mas...tá, tudo bem, pensando bem, acho que ela é minha única amiga e talvez por isso tenha me apaixonado por ela. A Mabi e o namorado dela, o Edu, eram praticamente as únicas pessoas com quem eu conversava mais fluentemente. Mas, de novo, não quero falar do namorado dela agora.

Ah, é verdade, preciso adiantar, ou melhor, fazer minha lição de matemática. Daria tempo, não é? Talvez, se matemática não fosse logo minha primeira aula. Saí desesperadamente para a sala e poderia ter chegado mais rápido, se não tivesse tropeçado em meus cadarços novamente e caído ao subir o último degrau da escada. De novo, os outros alunos estavam muito ocupados com seus próprios problemas e não repararam muito em mim. É, fui praticamente atropelado de novo.

Após muita luta, finalmente consegui chegar na sala. Talvez desse para começar a fazer minha lição, mas percebi que meu relógio estava mais atrasado do que imaginei e o sinal bateu assim que sentei em meu lugar. Ainda assim, o dia estava só começando. Alguns probleminhas não podem acabar com o dia todo de uma pessoa, podem?

Logo nosso professor de matemática, o Betão (ele era relativamente jovem e ensinava de um jeito bem didático e informal, mas ainda assim era matemática e não era bem meu forte). Ele tinha cabelos compridos e parecia gostar de rock, já que vinha sempre com camisetas de banda. O professor também parecia estar de bom humor naquele dia.

- Bom dia, galera - disse ele, bastante animado - Tudo sussa?

Sim, esse era o jeito dele falar. Olhei atrás dele e vi uma menina que não conhecia.

- Bom, antes de tudo, preciso apresentar para vocês uma aluna nova.

- Aluna nova? - disseram umas meninas lá na frente - Mas estamos no meio do ano.

- Ela teve que fazer uma transferência de emergência. Não é isso...err...qual é o seu nome mesmo?

- Estrela - disse a mocinha, uma garota de longos cabelos escuros, com duas "xuxinhas" no cabelo enfeitadas com duas pequenas bolinha rosas tendendo para o vermelho. Seu biotipo não era bem oriental, mas lembrava um pouco. Talvez fosse mestiça.

- Estrela? É isso mesmo? - perguntou um cara da frente.

A menina não falou mais nada. Ela parecia bastante séria e não sorria em nenhum momento. Não parecia ser do tipo simpática. Na verdade, era bem assustadora.

- Vamos ver...você pode sentar ali do lado do...do...como é o seu nome mesmo? - disse o professor, apontando para mim (é, ele não era muito bom com nomes, embora fosse bom com números).

- V-Vitor - respondi, meio nervoso. Não sou muito bom para falar em público, ainda mais de repente assim (mesmo que seja só para dizer o meu nome).

- Tá legal. Sente-se ali, err....

- Estrela - disse a garota, como se soubesse a próxima pergunta do professor.

- Isso mesmo. É isso aí, galera. Todo mundo trouxe a tarefa? Vou passar vistando, heim?

A tal Estrela se sentou do meu lado sem dizer uma única palavra. Tentei parecer sorridente, mas ela simplesmente ignorou minha presença. Bem, ela não parecia ser exatamente tímida, mas certamente era misteriosa. Segundo os comentários e sussurros que podiam ser ouvidos, achavam que ela era metida mesmo. Mas Estrela não parecia se importar nem um pouco com a opinião dos outros. Ela simplesmente passou o restante da aula em silêncio e, na hora do intervalo, saiu da sala também em silêncio. Não a vi durante o intervalo, mas retornou para a sala do mesmo jeito que saiu e continuou do mesmo jeito até a hora da saída. Nesse instante, ela arrumou as coisas de forma totalmente organizada e saiu da sala, mais uma vez, sem dizer uma única palavra. Em resumo, alguém poderia dizer que era uma garota estranha.

- E aí,Vitor? - disse Mabi, ao me ver na hora da saída.

- Ah, oi - respondi, mais uma vez tentando omitir minhas emoções.

- Ouvi dizer que tem uma menina nova na sua sala.

- Ah, sim, a Estrela.

- É um nome diferente.

- Mas parece que ela é meio quieta. Está sentando do meu lado.

- Talvez ela só precise se enturmar um pouco. Tente falar com ela, apesar de que você também é meio tímido.

- Ah, sim, um pouco - falei, meio que desviando o olhar.

- Bom, eu vou indo. O Edu teve que sair mais cedo hoje. Parece que tinha dentista marcado, vou encontrar com ele depois. A gente se vê.

Então por isso o Edu não estava com ela? Tudo bem, eu não queria mesmo falar dele agora.

Acontece que minha volta para casa também não seria muito comum. Na hora que desci do ponto, ao olhar para o lado, quem eu vejo andando exatamente ao meu lado? Sim, a aluna nova, Estrela. Ela morava perto do meu bairro? Tá certo que eu não saio muito de casa, mas mesmo assim eu deveria tê-la visto em algum momento. Ela andava paralelamente a mim, sem sequer olhar para o lado. Será que eu devia cumprimentá-la? Talvez. Por uma questão de educação, mesmo que ela parecesse um pouco dura. Mas antes que eu pensasse em fazer isso, acabei tropeçando de novo, bem ali no meio da rua (embora ela não estivesse muito movimentada). Meus cadarços. O que tinha de errado com eles? Assim que olhei para cima, praticamente chorando, vejo Estrela fitando penetrantemente os meus olhos e não era uma cara de aprovação.

- Ah, oi, eu...não sabia que você morava por aqui e...

Do nada, ela retira o celular do bolso e, do nada também, aquele celular se transforma em um tipo de pistola. Como assim? O que estava havendo? Só pude pular para trás de medo.

- D-Desculpe. Não sabia que você não queria que eu falasse com você....por favor...não me mate!

- Saia daí - disse ela, com uma voz séria.

- Sair? Tá..eu já estou indo embora..

- Saia ou eu mesma farei você sair! - ela continuou, no mesmo tom de ameaça.

- Não, por favor, eu..

Mas a pistola dela começou a apitar e emitir um tipo de luz verde. Foi aí que eu percebi uma coisa: ela não estava falando comigo e sim com os meus cadarços, ou pelo menos com algo que estava nos cadarços do meu tênis. De repente, os cadarços começaram a crescer e saíram do meu sapato como se fossem uma serpente ou algo do tipo.

- Como eu suspeitava...Knot Snakes (*) - disse Estrela, olhando para o que acabara de sair do meu tênis, como se soubesse exatamente que tipo de bicho era aquele.

- O que está havendo? - exclamei - Não estou entendendo nada

Os cadarços haviam ficado gigantes e se mexiam como uma verdadeira serpente. Estrela não tirava os olhos deles e um deles, por sua vez, acabou vindo na minha direção, na verdade, na direção dos meus sapatos.

- Ah, não. Não vai, não - gritou Estrela, lançando um raio de sua arma bem na frente do cadarço ou seja lá o que fosse aquilo - Vou te mandar de volta para onde nunca devia ter saído.

Estrela mudou alguma coisa em sua arma. Dessa vez, o outro cadarço começou a se direcionar para ela. Estrela disparou mais alguma coisa, mas dessa vez não foi um raio. Um tipo de portal foi aberto bem no meio da trajetória de ataque do cadarço. O outro cadarço tentou fugir, mas Estrela atirou o mesmo raio, criando mais um portal que fez o cadarço sumir. As duas criaturas se foram (e meu tênis estava sem cadarços agora).

- Knot Snakes conseguem se integrar com as ligações de cadarços de tênis e se alimentam da energia utilizada para amarrá-los. Se seus cadarços se desamarram com frequência, talvez esteja possuído por um deles - explicou Estrela, surpreendentemente falante para a pessoa calada da sala de aula - Bom, pelo menos eles não são muito difíceis de lidar. As coordenadas da galáxia deles foi bem fácil de achar e criar um buraco de minhoca para lá foi mais fácil ainda.

- O...o que você fez? Ou melhor, o que você é?

- Eu? - perguntou ela, agora fazendo uma expressão confiante e expressando um sorriso, de certa forma, arrogante - Do seu ponto de vista, seria o que vocês chamam de alienígena...ou extraterrestre...ou simplesmente alien.

- Alienígena? Mas..

- Isso não importa - disse ela, mexendo em sua pistola e apontando-a na minha direção - Farei você perder sua memória agora mesmo.

- O quê?!

As coisas estava acontecendo bem rápido. Afinal, alguém pode me explicar o que está havendo?

(*) = Algo como "serpentes de laço" ou "serpentes de nó" em inglês.


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Notas finais do capítulo

Será que essa fic tem futuro? Por favor, deixe um review com suas primeiras impressões. ^^