Eterna Greene escrita por Artur


Capítulo 1
Capítulo Único: O fim de uma melodia


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal! Então, essa é uma one shot em homenagem a Beth Greene, personagem de The Walking Dead. Quem me conhece sabe que simplesmente a amava e sua morte me abalou bastante, e foi com muita dó no coração que escrevi esta fic, espero que gostem! Fiz tudo com muito carinho! A história também é dedicada a uma amiga minha, Menta, que publicou uma one shot que narrava o que Beth sentia e pensava antes da sua morte, a fic mexeu tanto comigo que decidi criar esta história para narrar o que Beth sentia após a sua morte. Aqui vai o link da fic inspirada:

https://fanfiction.com.br/historia/622338/Tenuto/

Capa feita pela minha amiga Amante Adorável, ficou super linda não foi? Ela é maravilhosa!



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Eterna Greene

Capítulo único: O fim de uma canção

Um barulho extremamente agudo, e logo depois, uma imensidão escura e sombria me rodeava. Não consigo escrever o sentimento que tenho, e apesar de não entender onde estou, tenho a impressão que deixei algo para trás. O barulho de antes se mistura com minha respiração leve e calma, a escuridão se esvaia aos poucos, minha cabeça começava a doer quando as luzes invadem meus olhos.

Consigo ver, agora consigo enxerga-los perfeitamente bem. Alguns chorando, outros surpresos e com os olhos arregalados. Pude sentir que todos compartilhavam do mesmo sentimento, algo de ruim havia acontecido. Minha visão muda de direção, meus olhos fitavam na pobre menina que ali havia perdido a vida de uma maneira trágica e após lutar tanto, encontrou seu fim.

Eu havia morrido. Meu corpo estendido no chão e completamente ensanguentado comprovava isso. Depois de tantos momentos, depois de tanto provar para mim e para os outros que eu posso sobreviver sem precisar de proteção, depois de tanta esperança.... parece que tudo termina da mesma forma para todos nós.

Ver Rick e os outros chorando me deixa desolada. Todos já passaram por tantos problemas, tantos momentos de dor e sofrimento, não queria vê-los chorando, prometi para mim mesma que nunca mais choraria, mas o vermelho vivo do sangue misturando-se com meus cabelos dourados me lembrava que o reencontro com o meu querido pai estava perto.

— Não chore Rick, não precisa chorar mais. Obrigado por tentar fazer de tudo para me mantar segura. Obrigado Daryl, por me mostrar que posso sim sobreviver sem receber estereótipos. Obrigada Carol, por servir de exemplo e me mostrar, que as pessoas podem se tornar mais fortes. E obrigado Maggie, tanto pelas brigas quanto pelas risadas, obrigada pelos seus ensinamentos, obrigada pela compaixão que você sempre teve comigo, mas parece que sua irmã mais nova irá partir primeiro que você. É... eu devo muito a todos vocês, não queria causar mais uma dor no coração de vocês, mas a minha esperança continuará em outro lugar, e rezarei todos os dias por vocês.

Eu sabia que eles não estavam me escutando, mas eu precisava de um último momento para agradecer a todos. Mesmo minha irmã não estando ali, tenho a certeza de que ela estará ciente de tudo em breve. Em questão de segundos o corredor do hospital fica completamente vazio e silencioso, Rick e os outros haviam desaparecido, e só o que tinha no final do âmbito era uma singela porta.

Os passos que dou são repletos de paz e serenidade. Meu coração estava calmo e quieto, caminhava em direção a um lugar onde o desespero e a desgraça não existem. A porta se abre assim que me aproximo, um clarão imenso invade meus olhos, alguns segundos depois, uma espécie de raios de luz misturavam-se com o clarão branco.

Eu via um céu limpo e azulado. O sol estava bem ali, incomodando meus olhos. O vento plácido faz algo tocar em meu rosto, ergo meu tronco e vejo que estava deitada em uma vasta grama de coloração amarelada. Olho ao meu redor, e vejo uma casa grande e branca ao longe.

Estava no meu verdadeiro lar. Não conseguia esconder a felicidade, e o sorriso estampado em meu rosto comprovava isso. Corro na direção da casa, corro com uma liberdade e uma paz que nunca senti antes, agora me dei conta do que ficou para trás; tudo de ruim e de perverso.

No caminho vejo um balanço amarrado em uma árvore. Era onde eu e meus irmãos brincávamos, a minha imagem e a de Maggie quando éramos pequenas fez-se bem na minha frente, ambas sorridentes e felizes. Continuo meu caminho até parar de frente a residência, os bancos recém pintados estavam presentes logo na varanda, lembro-me de observar o pôr do sol toda vez que brigava com Maggie ou com meu pai, um suspiro ousa sair quando finalmente entro na casa e sendo logo atraída pelo maravilhoso cheiro de café com torradas que há tempos não sentia.

O cheiro me guia pela casa, andejo por cada cômodo relembrando de todas as coisas que ali aconteceram. Assim que chego na cozinha, encontro com minha mãe terminando de passar a geleia de morango na torrada, e meu pai, sentado na mesa com seu típico jornal de segundas.

— Bom dia filha! Fiz suas torradas preferidas, sente-se! - A voz da minha mãe me fez chorar, ela estava bem ali, com seu vestido florido e seus cabelos dourados e levemente encaracolados. Sem nenhum arranhão, sujeira ou ferimento, aquela era minha mãe.

Meu pai estava assim como ela, seus olhos transbordavam felicidade em me ver, ele se levanta andejando na minha direção. Temos a mesma reação, e um abraço harmonioso e sereno aconteceu. Me sinto leve, me sinto mais do que nunca, viva.

— Bom dia meu amor! Trouxe seu violão! - Jimmy surgiu das escadas com Patrícia, Otis e meu irmão Shawn ao seu lado, ele trouxera consigo um pequeno e antigo violão que eu tinha.

Fico feliz em vê-los. Jimmy me entrega o violão, e todos sentam na sala para me ouvirem cantar. Dou um suspiro assim que toco na corda do violão, fazia tempo que não o tocava. Olho para cada um antes de começar a canção, todos com seus olhares encantadores e seus sorrisos que me enchiam de felicidade. Todos alegres.

A música escolhida foi Coming Home. A única que conseguia refletir perfeitamente bem o que eu estava sentindo, eu voltei para casa, para o meu verdadeiro lar. Conforme ia cantando a letra da música, as minhas inúmeras lembranças passavam em minha mente, foram inúmeros desafios, várias cicatrizes, mas agora será diferente. Sentia saudade de cantar alegremente, de cantar para alegrar o coração dos outros, tive saudades de simplesmente cantar.

Meu pai se aproxima, com toda sua calma e paz de sempre. Ele me entrega um pequeno caderno enfeitado, no qual eu escrevia como se fosse um diário quando pequena. A última folha do diário estava em branco, e finalmente pude entender o que aconteceria de agora em diante.

Com um lápis eu redijo minhas últimas palavras naquele diário, vivi o suficiente para completa-lo e após isso, um outro ciclo irá se iniciar.

" Tudo mudou. Estou com meu pai e com os outros agora, estou ao lado de pessoas que sentia uma profunda saudade e orava todos os dias para que estivessem em paz e harmonia. Agora eu percebo que eles estão, e estarei aqui lhe esperando, minha amada irmã. Poderemos brincar no balanço como antes, sem se preocupar com mais nada. Espero que quando seu dia chegar, possamos estar juntas para cantarmos uma última canção como nos luaus aos sábados. Agora, mais do que nunca, posso finalmente viver.

– Eterna Greene. ''


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