Rapunzel - A História nunca Contada [HIATOS] escrita por Captain Butter


Capítulo 11
Chapter X - Thick Skin and Elastic Heart


Notas iniciais do capítulo

*desvia de pedras e blocos de concreto*
Oi, pessoas! Adivinha quem voltou com mais um capítulo? Yep, euzinho! :3 ashuashausha Well, existem quatro ou cinco motivos por não ter postado um capítulo semana passada, é o seguinte:

— Estou até o pescoço com trabalhos e atividades avaliativas, o negócio da difícil, não facilitaram nada nesse último bimestre X_X!

— Esqueci de passar protetor solar e estou com queimaduras e descascando feito cobra :3, sim, vocês podem rir disso, quem é o anta que esquece disso? Fiquei a ponto de não conseguir me apoiar e ficar grande tempo em frente ao notebook digitando o que havia escrito no papel. Mas aí vai uma lição, JAMAIS COMETAM O MESMO ERRO! T~T pskspskssk

— Arrumei um corte bem feio no dedão do pé, sério, imaginem a cena, a quina de um piso, tal piso molhado, eu correndo e fazendo graça... é a coisa foi feia, mas digamos que ir por uma semana com chinelo e um band-aid dos minions no pé já bastou, AGORA POSSO USAR TÊNIS, sério, nunca senti tanta falta deles T~T

— Fui adiantar minhas leituras :3, well, tirando parte do meu tempo pra escrever os capítulos (e como já sabem, sou uma lesma), fazer os deveres e outras cositas, acabou que fiquei uns dias sem sequer ler uma única frase. Então fui dar atenção pros meus amores ♥, aliás, acabei de ler Cidade do Fogo Celestial (TMI) hoje, QUE LIVRO PRFT e iniciei uma saga nova, Encantadas. Pra quem tiver interesse, é uma trilogia, tem basicamente o mesmo tema que Rapunzel, uma versão mais negra dos contos de fada (e tô adorando, apesar de faltar detalhamento na narrativa).

— Fui ao oftalmologista e descobri que a minha miopia tinha ficado mais forte, deixei o óculos na ótica pra fazer a lente e fiquei vesgo por quase dois dias.

Acho que é só, boa leitura...

MINTIRA! COMASSIM ACHA QUE É SÓ?! NÃO MESMO! PUTZ MAIS TRÊS RECOMENDAÇÕES! TRÊS! T-R-Ê-S! Gente eu juro, eu tô supermegahiperplusadvancedpower feliz com elas, assim que cliquei em atualizações vi aquilo, minhas pernas gelaram, cada cantinho do meu corpo passou a ficar em graus negativos, borboletas apareceram na barriga! RESUMINDO! EU TÔ FELIZ PAKAS!
Um super agradecimento a essas pessoinhas que fizeram eu me sentir bem melhor enquanto as tripas saiam pelo dedão!

Milla Der Chrux, que quase me fez ter um ataque cardíaco com uma sequência de comentário cheios de elogios.

Meell Gomes, sendo sincero, eu achei que nunca receberia alguma recomendação de você, mas acredite, meu coração quase saiu pela boca enquanto lia ela e.. respondendo sua observação, eu tô feliz ahsaushausha :3!

E Pands, Tia Pands, a quem eu agradeço cada palavrinha digitada elogiando essa história sem sentindo, que me fez ter um treco e é responsável por fazer hoje (sim, HOJE) um dia mais alegre!

PESSOAS! Eu mudei a capa (aliás mandei fazer...), MAS FICOU ESPETACULAR! Se alguém aí estiver precisando de uma ou futuramente necessitar, procurem o Nyah! Design, a equipe é simplesmente mutcho boa, sem contar que faz capas lacradoras! E aí, acharam que combinou?

Nesse capítulo, o restante dos personagens aparecem, eis as imagens:

Tymor: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/b9/88/f7/b988f776e1afe6443ec9cedfaaccaf67.jpg

http://41.media.tumblr.com/32e28dc56d14b99d245cc483f26010c1/tumblr_mg4i53n8Br1qcxu03o1_500.png

Liam: http://40.media.tumblr.com/tumblr_m22x1dw8911rn3efmo1_500.jpg

https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/9b/b9/54/9bb9542698ec89f02c5162d1397c6160.jpg

Kian: http://data.whicdn.com/images/150108374/large.jpg

Gray: http://25.media.tumblr.com/tumblr_m9jzuktZO01rtx9u7o1_r1_500.jpg

Escrevi esse capítulo (tanto a mão, quanto digitando) escutando Elastic Heart by Sia, se alguém quiser ouvi-la enquanto lê, eis o link:

http://www.vagalume.com.br/sia/elastic-heart.html

A tradução do título é Pele Grossa e Coração de Elástico (um verso da música). Acho que tem a ver com a personalidade de uns personagens em que estiveram bastante presentes nessa narrativa, depois olhem a tradução dela :3!

Boa leitura!



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Chapter X - Thick skin and Elastic Heart

– Não podemos mais esperar! – a voz rouca sibilara por entre os dentes, o rosto deformado e feioso era levado de um lado para o outro conforme os pés minúsculos e agitados saltitavam por entre o chão irregular de pedra – Eles... eles começaram a tomar providências! Estão ficando mais fortes! Não podemos permitir que isso aconteça! Precisamos agir! O povo de Allegar...

– Cale a maldita boca, imprestável! – uma silhueta fantasmagórica saíra das sombras, toda a extensão do corpo delineado pela luz vinda de tochas – Não há perigo algum, não importa o que façam, nada irá conseguir nos derrotar, essa rotina é... quase desnecessária. Todavia, fritar seus poucos miolos com esse assunto é inútil. – o orgulho em sua voz era claramente perceptível.

Gotículas de água pingavam do teto em um local não muito distante dali, as sombras bruxuleavam na mesa de pedra há frente aos dois. Os entalhes simples na parte inferior a deixavam cor ar antigo, ambos observavam aquilo atentamente, apreciando o mapa que se formava por sua superfície.

– No entanto, ainda assim é necessário agirmos ante o dia do término do treinamento, os anjos começaram a produzir armas capazes de causar algum dano, arrumarão algum jeito de entregar a eles... mesmo estando pelo controle da situação, acabarão me descobrindo. Após algumas fazes da lua a única coisa que poderemos fazer é fugir, somente antecipando a morte em certa. – uma ligeira pausa se estabelecera – É preciso ainda fortificar as defesas, o pentagrama precisa de ajustes, partiremos a seguinte cidade – apontou no mapa -, deixaremos a marca e aguardemos. Definitivamente, a Aliança nos pegou desprevenidos com esses recrutas, principalmente após a chegada da Princesa. Deckon – o homenzinho corcunda olhara para cima, fixando os olhos ocres no encapuzado -, ainda teremos muitas dificuldades, mas conseguiremos conquistar Waincrad. – e exibiu um sorriso fino e diabolicamente macabro.

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O suor frio preenchia o corpo de Liam, deixando-o assustado enquanto passava por entre suas roupas, grudando-se ao corpo e permitindo que os fios de sua cabeça permanecessem umedecidos. O coração bombeava rápido o líquido vermelho por suas veias, fazendo com que escutasse um ruído abafado dentro de sua própria cabeça, os olhos arregalados e expostos à luz deixavam suas pupilas comprimidas no interior de suas íris.

A adrenalina que o percorria dava voltas em sua mente enquanto lembrava-se do sonho, grande parte das memórias do mesmo permaneciam fragmentadas, no entanto, o que ainda se mantinha inteiro bastava. Finalmente conseguira algo que o colocasse um passo a frente do inimigo.

– Tymor! – gritou, um ligeiro toque de ansiedade acariciando sua voz, deixando-se bastante perceptível a qualquer um que ousasse escutar. Uns segundos se passaram, seguidos do som ampliado de pingos d’água num local não muito longe dali cortando o silêncio. – Tymor! – voltou a berrar, desta vez procurando atentamente qualquer movimento com os olhos.

Passos passaram a ser produzidos em um dos túneis há sua frente, pressionando o solo pedroso num ritmo lento e levantando poeira.

– Há água lá embaixo, duas nascentes. Não é necessário preocupação com esse assunto. – a diferença de tons em que as frases foram pronunciadas era marcante, variando entre grave e fino, sinal claro de uma modificação da puberdade.

O garoto de 13 anos se materializara a sua frente, os olhos azuis analisando atentamente a feição moldada na face do outro feiticeiro, identificando claramente a explicita preocupação mesclada com vitória. O alaúde pendurado em seu cinto permanecia balançando, atraindo, em parte, um pouco da atenção de Liam.

– Eu... consegui. Parece que o feitiço funcionou! – deixara que as emoções tomassem conta da maneira cujo falara, pela primeira vez em muito tempo que estivera na companhia do garoto não permitia que desfrutasse da sensação – Sonhei com ele, o encapuzado, sei onde atacarão a seguir.

– E então? O que farão agora? – Tymor parecia curioso e ao mesmo tempo satisfeito, encarando os olhos com heterocromia, vermelho vivo e castanho.

– Estão tentando fortalecer o pentagrama, só não entendo que forma utilizarã...

– Runas. – afirmou com frieza – Levorry D’Castela, 1ª edição da Enciclopédia Negra, Runas são os meios mais úteis para a fortificação de um pentagrama, garantindo, ainda mais, a proteção contra demônios e afins em um ritual. – com a breve citação de um livro, dera a completa reposta ao que seria uma pergunta se o garoto não o houvesse cortado.

Por curtos momentos, Liam pareceu refletir sobre as frases proferidas por Tymor, a sabedoria da qual o garoto era dotado era incrível para a pouca idade, fatos história, receitas, poções, diversos assuntos permaneciam arquivados em um sistema confuso e complexo no interior de sua mente. Definitivamente, o pequeno tinha razão, o outro se recordara disso como uma memória longínqua, fruto de não se sabe o quê.

– L’orean é o próximo alvo. – afirmou com completa certeza, quebrando por inteiro o intervalo sem sons em que foram submetidos para processarem as informações – Não sei exatamente quando irão para lá, mas quanto mais rápido formos, mais rápido estaremos o atrasando.

O vento zunia na entrada da caverna, passando direto e, de vez em quando, permitindo com que uma singela brisa entrasse, deixando o local com uma temperatura amena. Uma silhueta, em momentos despercebidos, passara a ser ouvinte juntamente com os outros, os cabelos brancos esvoaçando, deixando-o com uma aparência mais misteriosa, misturados com os olhos verdes e cintilantes.

A boca manchada de vermelho indicara que estivera ocupado nas últimas horas, se alimentando, provavelmente, de veados e cervos, as unhas pontudas voltaram a ficar com o tamanho normal e a adquirirem um aspecto circular enquanto limpava os lábios com a língua fina.

– Francamente, odeio lua cheia – acrescentou sombriamente e adentrou, usando somente trapos amarrados na cintura, restos do que anteriormente seria um casaco.

– Poderia ao menos aparecer com roupas descentes? Os estoques estão baixos. – Liam agachou-se, remexendo com as mãos uma pilha de tecidos finos e sem cor, jogando uma ou duas peças para o outro, que, habilmente, agarrou-as.

– O feitiço funcionou, parece que a tal velhota não estava errada. – Tymor pronunciou-se, avisando o lobisomem que anteriormente caçava. Havia descido por um dos túneis, procurando privacidade para se despir e trajar as novas roupas, no entanto, não pudera deixar de soltar uma exclamação com a notícia.

– O que faremos agora? – o som meio rouco fora ampliado pelas paredes, ecoando pelo túnel vazio e irregular. – Não podemos agir... seremos pisoteados como formigas.

– Não mesmo. – o corpo adormecido em um dos cantos escuros da caverna passara a se levantar despercebidamente, dobrando os joelhos e jogando as mãos por cimas dos mesmos, encarando com absoluta superioridade e pena a cena, as escamas azuis refletindo o brilho prateado que entrava pela única cavidade do local – A única coisa que nos resta é nos aliarmos, ideia que, sinceramente, não me agrada nem um pouco.

– Não só a você, Kiam. – Gray retornara, trajando pelo avesso a roupa de lã, os olhos ainda mantinham o aspecto selvagem.

– Se é a única opção – uma pausa -, assim faremos. – Liam completou, dando ao que seria um término a passiva discussão sobre o assunto – Assim faremos... – e pegou um monte de panos, separando uns dos os outros, permitindo que um pequeno cristal brilhante passasse a iluminar a cavidade onde se encontrava, dando os primeiros vestígios de sua luz ao mundo.

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A água quente em volta de Kris o deixava confortável, aliviando a dor de seus membros e diminuindo a intensidade dos espasmos que agora vinham em intervalos desregulados e em ondas perceptivelmente menores. Por mais que tentasse, não conseguia enxergar um ponto positivo no beco sem saída que se encontrava agora, Treinamento, bonecos, vulto, Katrina, Acamarth, Delxtron, Sennegan Albadt, Meredith, torre as palavras dançavam em sua mente, causando-lhe dor nas têmporas e criando uma confusão ainda maior da ideia que mantinha sobre todo o assunto.

Sua cabeça estava jogada para trás, deixando sobressaído seu pomo de adão, os ligeiros e finos pelos de barba começando a brotarem do queixo, indicando a necessidade de serem aparados. Os músculos, um a um, iam diminuindo suas contrações, permitindo que braços, pernas e até mesmo seu pescoço ficassem mais relaxados.

Uma banheira os espera quinze níveis abaixo se lembrou das palavras, de fato sofrera com o quesito de descer as escadas, no entanto, a ser compensado com aquilo tudo o esforço que fora submetido não valera de nada. As banheiras eram divididas por sexo, mulheres à direita, homens à esquerda, dois por cômodo, no entanto, Kris era o único em toda a extensão da banheira de pedra polida.

As outras duas quimeras rumarem a outro local, não se juntando a eles, deixando-os somente com uma ordem vaga. Em meio a ondas de vapor que eram sopradas para cima, o lobisomem se lembrou, pela milésima vez naquele dia, da proximidade que tivera com o encapuzado. Em como estivera diferente, pelo menos de forma distante, nos primeiros sete dias em que ficara inativo, como os imensos cabelos dourados caiam sedosamente pela minúscula abertura no alto da imponente, fortificada e velha torre.

As emoções que começaram a florescer em seu interior, o mistério e aventura, tomando conta de suas veias e forçando a dar um passo a frente, entrar em meio à terra de podridão, se aproximar e enfim poder enxergar claro e nitidamente o rosto da de quem estivera apreciando por muito tempo à distância.

No entanto, ele sabia. Sabia que um pequeno movimento que desse em meio ao solo negro seria capaz de fazer com que seu coração parasse de bombear sangue, descobrira de pior maneira possível. Não eram somente os Sumaê que possuíam atos rebeldes, isso era coisa da juventude, em um desafio bobo, observara de forma explicita o novato em seu clã morrer, dolorosamente, cada parte de seu corpo de contraindo e adquirindo um ângulo estranho, os olhos ficarem opacos, a boca sem cor, a pele branca...

Não suportaria ver tal coisa novamente, nem mesmo com desconhecidos, seria algo forte demais, era inevitável que conseguisse se quer dar uma última olhada pela área, vislumbrar a paisagem mortal, sem poder deslumbrar a sutileza dos fios amarelos balançando, ao longe, novamente, sem entender como algo mortalmente belo poderia ser portador de veneno tão mortífero.

Perdido em pensamento, mal pôde escutar a batida vinda da porta de madeira, indicando que o tempo para a limpeza havia acabado. Não fizera grande coisa além de entrar na água e permanecer imóvel, olhando para cima e sentindo, lentamente, o pescoço aliviar e enrijecer novamente, mas já bastava, o suor havia ido embora. Levantou-se, permitindo com que gotas de água caíssem, criando uma linha poética de ondas graciosas, pegando um tecido grosso, levou-o a cabeça, inicialmente secando os cabelos, descendo aos poucos, braços, peitoral...

Vestimentas haviam sido jogadas sobre um banco de madeira próximo a porta, algo parecido com o que usaria normalmente. A calça de couro negro, mesclados com as botas felpudas e marrons escuras, a parte de cima feita com seda, algo simples e facilmente rasgável, sustentado por alças comuns, adornadas com ferro.

O corredor do lado de fora era diferente dos outros, alto, feito de uma madeira mais escura que o carvalho próprio de Allegar, a parte superior se encontrava, deixando uma parte alta e pontuda sobre a cabeça do jovem. Luz irrompia de fontes mágicas e vindas das próprias janelas esculpidas. As banheiras estavam construídas em um galho oco alto, próximo ainda a folhagem, por curiosidade, olhara para baixo e conseguira tal informação, supondo-se que esteja certo, devido ao fato que o chão e estruturas moldadas pela natureza sob ele, encontravam-se em um tamanho ridicularmente minúsculo.

Silhuetas femininas começaram a surgir, em duplas, pelas portas distribuídas pela extensão do caminho que seguia. Os olhos puxados, semicerrados e esguios analisando cada uma. Trix corada e dando passos longos, tentando despistar Lilly que dava gargalhadas, Ruby e Rachel, insultando uma a outra de forma amigável, algo incrível para as duas sendo portadoras de tais personalidades e Anna, que resolvera dar as caras após ficar observando-os do alto, o olhar superior e sádico ainda moldado no rosto, pela impressão dada, estivera sozinha por aquele tempo mediano.

Por mais que temesse, teria que encarar novamente as escadas, mesmo que as pernas estivessem, em parte, descansadas, ter que enfrentar outro desafio seguido era dureza. Mesmo assim, disponibilizaria de tempo para pensar em alguma coisa. Podia ver lividamente as duas altas quimeras a sua frente, Kenai e Jonathan, com uma mistura de seriedade, preocupação e perigo no olhar.

– Ragnarok os convoca. – Kenai começou a falar, os grandes ombros subindo e descendo de maneira rápida – Imediatamente. – urgência estava presente nessa última palavra.

Com as poucas e misteriosas sílabas, deixou o sentindo da frase pairar no ar, seguindo pelas escadas, descendo cada degrau de forma rápida e constante, seguido pela fila de lobisomens, dominadores e, mesmo ficando mais para trás, feiticeira. O movimento havia diminuído, todos os seres haviam recuado, deixando o grande salão vazio e permitindo com que o estalo dos passos na madeira ecoasse.

Pela primeira vez Kris pôde reparar no grande candelabro flutuante no teto, mantendo-se ali, intacto, somente por magia. As curvas e linhas de ouro tinham delicadeza na forma como fora esculpida, trazendo sutileza aos cristais diversificados e transparentes pendurados sobre sua extensão, os mesmo, eram fonte de luz. Linhas e linhas de fios prata caiam, de vez em quando, do término das curvas, balançando com o vento que vez ou outro entrava pela grande abertura no tronco.

Ao contrário do que acontecera anteriormente, a descida fora mais rápida, passada de vários momentos tediosos e cansativos a simples e ligeiros piscadas de olhos. O chão madrepérola, por algum motivo, não mantinha o mesmo reflexo multicolorido de sempre, fora diminuído a diminutas ondas ou rajadas de um brilho branco, assim como a neve que cobria os campos no exterior da árvore, servindo de espelho a luz do sol.

Guiados por um corredor largo, Anna por acaso observara bandeiras, estendidas sobre um apoio de ferro e chumbo, os fios negros e verdes, costurados na grossa malha branca. Passara pelo mesmo caminho durante a madrugada do mesmo dia, explorando Allegar, procurando absorver informações e considerar-se atualizada sobre o território que passara a abrigar.

Cúpula as três sílabas ecoaram por sua cabeça, trazendo à tona a visão de horas atrás. A grande estrutura moldada no subterrâneo do grande carvalho, com mesas, arquibancadas e o impregnado cheiro de mofo e umidade no ar. Pequenas escadas se estendiam a sua frente, rumando para baixo e sendo engolida por escuridão.

A estatura mediana de Anna permitia que, facilmente, seguisse o caminho obscuro, no entanto, as quimeras possuíam certa dificuldade, tendo que, mesmo que pouco, curvarem ligeiramente os pescoços, porém isso durou pouco. Mais alguns degraus abaixo e tal envergadura deixara de existir, permitindo que conforto se instalasse na região anteriormente curvada.

Um ou outro olhar curioso surgia em meio ao pequeno amontoado, às vezes medo, no entanto, algo que rapidamente se desvanecia, logo que tochas se acendiam a poucos centímetros de distância de alguma silhueta.

Minúsculos pontos luminescentes ondulavam pelo chão, paredes e até mesmo teto no fim das escadas, onde, por toda a arquitetura, luz alguma ousava acariciar. Mesmo com o interior escuro, era possível perceber a grande altura e largura do cômodo, marcado por sombras desfocadas em todos os cantos e, em seu centro, sustentando pelo que seria uma mesa, um pequeno pote de vidro, pigmentado com círculos luminescentes que, ampliados por outra esfera brilhosa atrás do objeto, formara os grandes borrões alaranjados.

– Isto foi o que as vigias receberam hoje. – uma voz feminina rebatera as paredes de forma doce e misteriosa, ambas as coisas misturados com algo a mais. Acariciando o campo auditivo de cada jovem ali, deixando o claro prazer refletir nas faces de cada um em descobrirem que não se tratava de uma segunda parte do treinamento em um único dia.

– E o que... necessariamente seria isso? – Lilly pronunciara-se, brincando com as palavras que escapavam de sua boca.

– Um sinal. – Ragnarok respondeu, desta vez mostrando sua face após descer a pequena coluna de escadas, pela primeira vez não vestindo equipamento de guerra diante dos recrutas. Trajava um vestido verde claro, escurecendo o tom conforme descia cintura abaixo, grandes mangas cobriam seus braços – Uma mensagem. – continuou – Um pedido de socorro. O specktron laranja pode significar várias coisas relacionadas a mensagens, mas em especial, a aproximação de aliados.

Por breves momentos, o desentendimento passou a florescer dentro do pequeno grupo, obviamente com exceção a Jonathan e Kenai, que se encontravam a par da situação, informados detalhadamente sobre o que realmente significava aquilo tudo. No entanto, o que havia de ruim em anunciar a chegada de aliados? Qual era o problema? Tais pessoas seriam necessárias no recente conflito.

– Qual é o equivoco com isso? – Rachel tomara a palavra – Aliados, certo? Se estão vindo para nos ajudar não enxe...

– Esse é o equivoco, Rachel. Não solicitamos ajuda a nenhum reino vizinho ou subordinado da Aliança. – fez uma pausa – Seja o que for, veio por pura vontade, não foi convocado.

– A-ar-ar-madilha? – Trix falou, gaguejando e com as bochechas enrubescidas.

– É uma boa hipótese, mas se fosse, por que nos avisaria, as sentinelas rastrearam a trilha pela qual isso veio. Segue quase o mesmo padrão por onde seguiríamos amanhã, poderia nos pegar desprevenidos.

– Isso não importa agora. – a impaciência passara a tomar conta da voz de Ragnarok, na realidade, estivera presente, de forma camuflada, desde o momento em que o som produzido por sua garganta ricocheteara nas paredes.

Pela primeira vez, até mesmo para ambas as quimeras, apreciaram a mescla de pressa e fúria, chamuscando e crepitando dentro de seus olhos, realmente parecera estar raivosa com certo assunto e permitindo com que tal sensação atrapalhasse ao tentar solucionar outros.

– Partirão ao nascer do sol. – a mulher continuou, não tomando nenhum pouco de cuidado com as palavras – Não importa como, encontrarão o responsável e trarão a mim. – deu alguns passos, desviando de Rachel, Trix e Kris, seguindo pelo corredor e deixando uma última e desnecessária frase pairar no ar – Austeen irá acompanha-los, ele os supervisionará nesta missão, o sucesso da mesma contará como pontos de treinamento para cada um que possuir bons resultados finais – e saiu, deixando o leve tecido esvoaçar com o vento produzido pelos passos.

Trocaram olhares frívolos entre si, tentando criar nexos para a reação incomum da Comandante, não podendo evitar preocupação absoluta e curiosidade tomarem conta de seu interior. Até mesmo Anna ficara impressionada com a atitude de Ragnarok, arregalando os olhos e passando as consequências de um momento raro, mostrando suas emoções espantosas estampadas em sua face, arregalando os olhos e comprimindo os lábios.

Deixando que os sentimentos de confusão se desfizessem e fossem levados pelo vento, assim como fumaça, Jonathan passou a tomar conta da situação, dispensando-os, permitindo com que estivessem livres para explorar Allegar ou rumassem novamente aos dormitórios. Observando, cauteloso e afetuosamente, cada um, até a última silhueta desaparecer na negritude de outro corredor.

“Enquanto houver sonhos, haverá esperança...”


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Notas finais do capítulo

Queria pedir desculpas pelo capítulo parado, mas foi necessário, não consegui pensar em uma maneira melhor que se encaixasse para o que quero fazer com a Ragnarok no que vier a seguir, então foi isso que a cachola sugeriu, ahsuahsaus :3.
Espero que tenham gostado! Ahsuahsausha
Mias uma vez obrigado pelas recomendação! Ainda não consigo acreditar que cês fizeram isso comigo :3



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