Delilah escrita por Pamisa Chan


Capítulo 8
Write You a Song


Notas iniciais do capítulo

PERDOEM O HIATUS POR FAVOR!!!!
Eu estive muito desanimada ultimamente.
A BOA NOTÍCIA É:
OS 3 ÚLTIMOS CAPÍTULOS SERÃO POSTADOS TODOS DE UMA VEZ!!
Espero que gostem! :3
Beijinhos. Se gostarem da história, divulguem prazamiga, prozamigo, enfim... Isso vai me ajudar muito!!



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Segunda, 24 de Agosto

Mais uma segunda feira. Está sendo um dia muito bom hoje. A cada momento que passa eu me pego relembrando os momentos de ontem e começo a sorrir que nem um idiota. Hoje vou ver a Lalah de novo. Combinamos de ir com uns amigos comer numa lanchonete nova. Vamos poder passar bastante tempo juntos de agora em diante. Bom, pelo menos até acabar o mês. Logo voltam as aulas dela...

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A noite foi ótima. Eu, Lalah, Alessa, Alan e Jahynne nos divertimos bastante na lanchonete. Em alguns momentos, Alessa fez algumas piadas sobre a Jahynne estar "segurando vela", mas pelo que pude perceber, a Jah (como a Lalah chama ela) é bem independente. Sabe cuidar de si. Às vezes tenho a certeza de que ela é a mais madura das três. Enfim, comemos hamburguer com fritas e muito, muito, MUITO refrigerante. Por ser inauguração, resolveram fazer um esquema de "refrigerante à vontade", e isso gerou muito tumulto. Tinha gente enfiando copos plásticos dentro da cueca pra levar refrigerante embora. Assustador. Hilário. Mas assustador.

Depois de comermos, fomos na pracinha em frente à lanchonete e eu toquei um pouco de violão, algumas músicas que compus e outras conhecidas. Descobri uma coisa: A voz da Alessa é muito boa. E a Jahynne tem vergonha de cantar. Ah, e o Alan canta mal pra caramba. Depois das nossas cantorias noturnas, aproveitei o momento pra fazer uma declaração pra Lalah, já que hoje completamos dois meses de namoro! Os outros três aplaudiram e falaram "awnnn" e a Delilah ficou vermelha que nem uma maçã, como sempre. Eles ficaram gritando "Beija! Beija! Beija!" e eu fiquei com bastante vergonha. Aí o inesperado aconteceu: de repente, a Lalah colocou as mãos nas minhas bochechas e me deu um beijo voraz. Eu quase caí pra trás. Não sabia se ria, se me assustava, se saía correndo, se dava um grito. Mas acho que eu fiz tudo isso ao mesmo tempo. É, foi uma boa noite.

Terça, 25 de Agosto

Lalah me ligou de manhã, parecia estar preocupada, quase chorando. Bom, agora eu também estou preocupado. Ela disse as duas malditas palavrinhas que ninguém gosta de ouvir: "Precisamos conversar". Bom, se ela for terminar comigo, o que eu não quero DE JEITO NENHUM que aconteça, pelo menos vai fazer isso pessoalmente, diferente de certas pessoas. Ei, esse é o MEU diário. Não preciso mandar indiretas.

JULIEJULIEJULIEJULIEJULIEEUTEODEIOJULIEJULIEJULIEJULIE!

Enfim, a Delilah disse que era pra gente se encontrar no Pappajohn às 15h (dessa vez um horário fixo), aliás, aquele lugar virou praticamente o nosso "Lugar especial". De qualquer forma, são 11h e eu estou DESESPERADO. Suando frio, coração acelerado, fico enjoado toda vez que relembro as palavras dela. Estou morrendo de medo do que pode acontecer. Por outro lado, pode ser algo bom. Talvez ela vai avisar que eu vou ser pai!! Hã.. peraí. Isso não seria nada bom. Hã... Peraí de novo. A gente nem... Hã... Ok. Eu não faço ideia de como isso poderia ser bom. Só indo mesmo pra descobrir.

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Eu estou completamente arrasado. Lalah falou que vai se mudar de novo pra Nova Iorque. E o pior, no domingo, ou seja, em menos de uma semana. Então, eu preciso aproveitar ao máximo o tempo que nos resta... Isso não pode estar acontecendo, cara! Eu... eu... eu finalmente revejo minha melhor amiga depois de 8 malditos anos e agora, depois de dois meses (e um dia) de namoro ela VAI EMBORA! Isso é um absurdo!

Ela me abraçou e chorou dizendo que não queria ir e eu abracei ela falando que ia ficar tudo bem, mas a verdade é que eu estava pior que ela e meus olhos estavam ardendo enquanto eu tentava segurar o choro também. Não que eu quisesse parecer durão perto dela... bom, também, eu acho. Mas eu não queria que ela achasse que tava tudo perdido. De qualquer forma, eu preciso provar pra ela que as coisas vão ficar bem. Só não tenho certeza como...

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São 3 da manhã e eu estou acordado bolando alguma coisa pra dizer pra ela. Eu vou me declarar pra ela no dia que ela for partir, no aeroporto. Vou fazer uma promessa.

Sexta, 28 de Agosto

Já se passaram 3 dias... Depois de amanhã ela vai embora. Nós até que aproveitamos bem esses dois dias, fomos no cinema, fomos no Pappajohn, fomos na Adventureland, tomamos sorvete... Foram dias incríveis, mas ao mesmo tempo doídos, pois eu não conseguia deixar de pensar que ela ia me deixar em alguns dias. E ela não ia embora pra perto. Ela ia praticamente pro outro lado do país.

Hoje é nosso penúltimo dia juntos, e eu estou um pouco ansioso porque vamos passar o dia inteiro à sós. Tipo, à sós mesmo. Os pais dela foram fazer uma viagem pra uma cidade aqui perto pra ver uns negócios sobre a viagem e os meus pais foram visitar uma colega da minha mãe que estava doente. Sofreu um acidente de carro, parece. E obviamente, como eu morro de medo de ver pessoas machucadas, ou deformadas, ou qualquer coisa do tipo, eu não quis ir.

Eu lembro de uma vez que eu e a Lalah éramos pequenos, ela tinha 4 e eu tinha 6, e encontramos umas fitas cassete antigas do meu pai, que tinham uns filmes trash. Eu, como queria parecer macho, falei pra gente assistir um filme genérico de zumbis. Quando eu vi aquelas criaturas com metade do cérebro exposto (embora fosse evidente que aquilo era um chapéu de papel machê) eu comecei a chorar e gritar de medo, e a Lalah só ria e perguntava "O que eles tão fazendo? Por que você tá chorando, Tommy?". Por fim, meus pais ouviram a barulheira e nos encontraram e me deixaram de castigo sem tv por uma semana.

Enfim, eu chamei a Lalah pra vir em casa assistir um filme comigo. Ela perguntou se eu tinha chamado a Jahynne e a Alessa também e eu falei que queria passar um tempo à sós com ela. Ela disse que não sabia se era bom, mas eu insisti e disse que não tinha nada demais, que a gente podia relembrar os velhos tempos e por fim ela acabou aceitando. Eu estou com um pouco de medo. Quero que as coisas sejam especiais. Espero que tudo dê certo.

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Ok, o dia foi legal, mas eu quase estraguei tudo pelo resto das nossas vidas. Assistimos um filme de zumbis (ela não parava de rir da minha cara de assustado). Nós sentamos no sofá, mas não muito perto, por incrível que pareça, ainda continuamos com essa história de não ser um casal meloso. Lá pelo meio do filme, decidi fazer o bom e velho movimento de rapazes em filmes com a namorada: colocar o braço em volta dela. Até que ela aceitou numa boa, e encostou a cabeça no meu peito. Ficamos abraçados. No final do filme, tentei beijá-la. Ela retribuiu o beijo. Depois de alguns segundos, por instinto, tentei deitá-la no sofá. Do nada senti um empurrão forte no meu peito seguido de "Não, Tom!". Me afastei na hora e olhei para o rosto dela, ela estava corada e suando frio.

"Fiz algo errado?" perguntei preocupado. "Tom... eu... eu não tô preparada pra isso!", ela disse se esforçando pra ser firme. Perguntei, tentando soar sincero, embora estivesse sendo um pouco fingido "Pra quê?", queria ter certeza do que ela estava entendendo da situação. "Pra isso! A gente começou a se beijar, e você começou a... a... eu... eu não quero fazer isso!", ela ficou cada vez mais nervosa e começou a chorar. Nessa hora eu já tava com o coração acelerado, desesperado com a besteira que eu quase fiz. Pedi desculpas pra ela e falei que nunca faria algo que poderia magoá-la. Me afastei um pouco e ela continuou onde estava, ainda chorando. "Eu sabia que não era uma boa ideia!", soluçou. Eu só conseguia pedir desculpas e mais desculpas e tudo que eu mais queria naquele momento era poder voltar no tempo.

"Você quer que eu chame a mãe da Alessa pra te levar pra casa? Elas moram aqui perto.", perguntei nervoso, tendo a certeza de que ela não iria querer passar mais um segundo na minha casa e também não ia querer ficar à sós comigo em um carro. "Eu... eu... não sei.", ela gaguejou ainda confusa e depois começou a falar, um pouco mais calma, "Tom... eu tenho 16 anos. E você sabe como é a minha família. Desde pequena eu sempre fui ensinada a esperar até o casamento. E eu não me sinto bem pra quebrar essa regra desse jeito. Isso... isso não é uma coisa que simplesmente se faz de uma hora pra outra. Faz dois meses que estamos juntos e... e... eu não acho isso certo."

Mais uma vez, pedi um milhão de desculpas e falei que eu jamais faria algo sem que ela concordasse ou se sentisse à vontade (Ok, eu beijei ela quando ela estava bêbada, mas... bom, ela retribuiu... droga!) e ela agradeceu minha atitude. Disse que eu era especial e que outro cara talvez se aproveitaria da situação ou forçaria ela a algo. Isso seria terrível, eu jamais teria coragem de agir desse jeito!

Deixei ela na sala e fui até o telefone ligar pra Alessa, o número dela estava na cômoda do meu quarto, então tive que ir até lá buscar pra depois poder discar. Depois de uns três toques, ela atendeu. "Tom? Oi! O que te deu pra me ligar numa tarde de sexta feira? Vamos sair com o pessoal hoje de novo?". Respirei fundo e comecei, sabendo que viriam comentários idiotas depois "Na verdade, eu queria pedir pros seus pais virem aqui em casa buscar a Lalah.", ela perguntou o motivo, sendo que meus pais podiam levar ela. "Hã... é que... bom... meus pais saíram e estamos só nós aqui.", fechei os olhos esperando o inevitável. "Hummmmmm, sozinhos em casa, é? Ui, não sabia que você era desses, hein, garanhão? E a Del! Que safadiiiinha!", a garota dizia entre risadas, me fazendo queimar de vergonha e nervosismo. "Não aconteceu nada, ok? Pode, por favor, vir logo?". "Ok, ok, vou falar pra minha mãe." e antes de finalmente desligar, ela fez questão de dizer mais um "hummmmm!". Ótimo, Thomas pervertido Hilsen!

Fomos até a calçada de casa e ficamos sentados na sarjeta esperando a Sra. Wanderhalsen. (É, eu demorei dias pra decorar esse sobrenome, mas não é tão difícil como o sobrenome da mãe da Delilah). Tentamos conversar um pouco, mas a Lalah ainda estava nervosa. Depois de uns 10 minutos, elas chegaram buzinando na frente de casa, como se não tivessem visto a gente lá. Nos levantamos e fomos até o SUV vermelho. Antes da Lalah entrar no banco de trás, abracei ela e pedi desculpas novamente. Ela retribuiu o abraço com força, pedindo desculpas também, num tom bem fraco, quase inaudível. O motivo das desculpas dela não sei, mas respondi que estava tudo bem e acariciei os cabelos dela. A mãe e a filha se despediram de mim com um largo sorriso, como de costume, e acenos descontrolados. A Lalah apenas acenou, ainda um pouco tímida. Voltei pra casa e quis enfiar minha cabeça num buraco. Ou meu corpo inteiro. E mandar encherem de terra por cima depois.

Sábado, 29 de Agosto

Amanhã é meu último dia com a Lalah... Queria que essa última semana que tivemos juntos tivesse sido mais especial, e que eu não me apressasse tanto... Espero que amanhã eu possa compensar essa idiotice.

Domingo, 30 de Agosto

É hoje... Vou lembrar desse dia pro resto da minha vida... Bom, é temporário, eu acho. Logo vamos estar juntos de novo... né? São 6h da manhã, o avião sai às 8h.

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Eu e meus pais fomos até o Aeroporto, levamos os pais da Lalah, já que eles venderam o carro. A mãe da Alessa levou a filha, a Lalah e a Jahynne. Ao chegarmos, lá pelas 7h15, as garotas se despediram da Lalah com abraços, e cada uma deu um presente pra ela. Falaram que iam sentir a falta dela e que gostaram muito desse meio ano que passaram com ela, que ela foi uma amiga muito especial. Elas foram embora cedo, já que a mãe da Alessa tinha um compromisso. Meus pais se despediram da Lalah e eu me despedi dos pais dela. O sr. Johnson me abraçou e disse que sentia muito por ter que ir, mas que era pra eu ir lá ver eles assim que pudesse. A sra. Olivia disse que foi bom me rever e disse que estava orgulhosa de mim, que eu cresci, me tornei uma pessoa incrível e essas coisas. Depois, nossos pais foram se despedir e deixaram eu e a Lalah nos despedirmos.

Eu respirei fundo e a primeira coisa que fiz foi tirar meu colar e dar pra ela. Pedi que trocássemos os colares pra quando nos víssemos de novo pegarmos de volta. Ela aceitou e fez o mesmo que eu. Aquele lugar era um tanto quanto barulhento, mas no momento que eu comecei a falar, era como se eu só pudesse ouvir minha voz. Abri a boca e comecei: "Eu... eu não sou rico. Não consigo ganhar muito dinheiro. Tenho algumas coisas pra pagar... Não consigo te comprar coisas belas, como grandes anéis de diamante, mas esse tipo de coisa não é tão importante mesmo... Eu não posso te comprar a casa dos seus sonhos. Mas se eu pudesse, construiria ela sozinho. Eu ficaria lá o dia inteiro, apenas martelando, pra construir um lugar pra nós. Eu não sei se seria um bom soldado. Eu não acredito que violência seja a resposta. Não, eu não sei lutar. Sou um fracote, você sabe. Mas eu poderia arrancar sangue de alguém que tentasse te machucar. Mas, tem uma coisa que eu posso te fazer. E prometo que vou fazer. Eu vou escrever uma música pra você, pra que você saiba que meu amor é forte, e com essa música você vai saber que eu não sei viver sem você."

Ela sorriu e seus olhos brilharam, como se estivesse se controlando pra não chorar. Eu retribuí o sorriso e continuei a falar: "E agora, depois desses dois meses juntos, tudo já veio à tona. Mas desde que nos separamos eu sempre soube que esse era nosso destino, apesar de tentar esconder isso do meu coração. Mas, eu vou te dar uma música e você me dá seu amor.", ela riu e disse que eu sempre terei o amor dela. Nos abraçamos e nos despedimos com um último beijo. Último apenas por enquanto. Pois tenho certeza que ainda vamos nos rever.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor ♥
Cap depressivo, eu sei... mas spoiler:
não vai ficar melhor que isso :



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