Fabulosa Inconsistência escrita por Something Ville Citizen, Hope


Capítulo 1
R: A wild Daniel appears


Notas iniciais do capítulo

Yaaay, estou de volta ao Nyah! com essa fic escrita com ajuda de amigos. Mais notas no final. Boa leitura!



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* Daniel's POV *

Ela virou os olhos em minha direção, apenas o suficiente para notar minha presença, e então girou a cabeça novamente, seus longos cabelos esvoaçando sobre seu ombro esquerdo e um sorriso de deboche formando-se em seus lábios.

Antes que vocês pensem que no momento eu estou fazendo cosplay da Hatsune Miku ou algo assim, aviso que, na verdade, o motivo por trás dessa risadinha é bem mais constrangedor: a garota que acabo de citar (cuja se chama Lílian e é também minha colega de 3º ano do Ensino Médio) foi a minha primeira namorada... por 17 minutos, eu acho. E como eu consegui essa marca surpreendente? Bem, primeiramente eu preciso explicar o porquê de eu ser motivo de zueiras desde os primórdios da vida terrestre.

Já viu um gago? Pois é: o meu caso consegue ser ainda mais bizarro, porque isso não acontece com sílabas nem em todas as frases. Eu sou aleatoriamente obrigado a repetir a última palavra de alguma frase sete vezes seguidas e na mesma velocidade e tom com que falei originalmente. Resumindo, sou uma espécie de disco arranhado. Meu pai, como bom pastor pentecostal que é, já inclusive me levou (lê-se: carregou pelo cabelo) pra um culto, crente & abafando de que eu seria curado ali, ao vivo, e daria um ótimo testemunho para a igreja dele. Quando voltamos pra casa, eu ainda sentia meus ouvidos latejarem por causa dos gritos sobre salvação e perguntei:

– Pai, será que deu certo mesmo?... mesmo? Mesmo? Mesmo? Mesmo? Mesmo? Mesmo? Mesmo?

Em suma - desde então, o meu velho decidiu que o capeta tem culpa nisso e me levou mais duas vezes ao culto, dessa vez em sessões de exorcismo, mas não teve banho de Água Benta da Vassourinha Sagrada que desse jeito, e eu continuo na merda.

Voltando à historinha que eu comecei alguns parágrafos atrás... Então, ela começou a me dar umas indiretas flertivas quatro dias antes do "grande dia", e eu fiquei de boas me perguntando se ela não sabia da minha gagueira bizarra ou, quem sabe, depois de 17 anos eu não tinha encontrado - FINALMENTE - um ser humano que gostasse de mim sem medo dos micos futuros. Pobre idiota, acabei pedindo ela em namoro no fatídico dia, depois de uns pegas no pátio da escola, debaixo do pé de castanhola. E, sim, meus caros, ela aceitou e partiu pro banheiro feminino comigo - certo, só entrei lá porque tem cabines e ninguém estava pelas redondezas. Entramos numa dessas cabines, ela se ajoelhou na minha frente e o resto você já sabe. O problema é que, como eu sou uma pessoa muito legal, fui inventar de avisar a minha "finalização", e o resultado foi o seguinte:

– Lílian, eu acho que... vou... vou... - até aqui tudo bem, mas no terceiro "vou" ela percebeu que não se tratava mais de um sôfrego gemido de prazer e, consequentemente, começou a rir de maneira histérica, em sequência se levantando, correndo do banheiro e me deixando na cabine feminina pra terminar o "trabalho" sozinho.

Como eu não iria literalmente sair atrás dela pelo corredor de cueca abaixada e tal, me recompus o mais rápido que pude - antes que o sinal tocasse e o local ficasse lotado de garotas batendo na porta do cubículo - e parti à procura da Lílian. Não, eu não precisei procurar muito, pois ela estava logo ali no fim do corredor, segurando seu iPhone contra o ouvido.

– O Dan até que é fofo, mas pelo amor de Deus... - nessa parte ela ria com algo que a pessoa do outro lado da linha respondeu - É, ele conseguiu gaguejar em no meio de um boquete. Desse jeito vai morrer virgem.

É, meus caros, mais tarde recebi uma mensagem de explicação, onde basicamente entendi que uma amiga dela a havia desafiado a "namorar" comigo só pra ver se eu gaguejaria até num momento como aquele. Quem quer que tenha apostado que sim, ganhou.

Ok, flashbacks a parte, essa não é uma história qualquer de drama adolescente (só de vez em quando) e eu jamais sofreria por uma falsiane dessas - COF, COF - então se atentem ao fato de que, nesse momento, eu posso ouvir o som de coturnos se aproximando de mim.

Passo uma mão no cabelo e giro sobre meus pés para encarar Sofia, que tem praticamente 4 palmos de distância entre seus olhos e os meus, e mesmo com o nome e altura dignos de uma donzela da Disney esperando para ser salva pelo príncipe encantado num cavalo branco, ela é tão delicada quanto um tijolo.

– Bom dia, flor do dia! - cumprimento, fazendo uma meia reverência.

– Saudações, babaca! - gente, é por isso que eu amo ela - quantas aulas vai ter hoje?

– Aparentemente, só cinco.

O sinal pro começo das aulas toca ao fundo.

– Ótimo, a gente também. Nos encontramos na saída.

– Joinha. Joinha. Joinha. Joinha - fiz um sinal desesperado com as mãos pra ela seguir pra sua sala, que era o segundo ano, enquanto eu terminava de repetir essa merda. Observei enquanto ela sorria e desaparecia na multidão de alunos apressados.


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Notas finais do capítulo

Desculpe se até o terceiro capítulo a história parecer um pouco lenta, é que precisamos apresentar um pouco dos personagens antes da ação. Não desista ainda, okay? XD
Até semana que vem!