Monsters escrita por Vlk Moura


Capítulo 20
Capítulo 20




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Jason tinha ficado bem mais distante de mim desde o contato com meu pessoal. Imagino que ele esteja com medo. 

Durante as refeições apenas Francis e, as vezes, Luisa, faziam contato comigo. Os outros ficavam em completo silêncio assim como Jason.

Algumas missões foram executadas, Jason ainda me controlava, mas pelo que eu via nas noticias ele tomava muito cuidado com o que ia fazer. Quase nenhum heroi tentava me parar e os que o faziam terminavam apagados. Eu hackeava sistemas, invadia empresas e muitas outras coisas sem que Jason precisasse cuidar de mim. 

Estávamos dentro de um prédio de banco, usavamos comunicadores. Jason nos guiava enquanto seguia comigo pelos corredores. Luisa e Francis invadiriam por cima. Um alarme. O cara do sorriso pareceu extremamente surpreso com aquilo, eu senti o que estava para acontecer. Ele ia avançar, eu o segurei, ele me analisou.

— São eles. - falei sussurrando.

— Como pode ter tanta certeza?

— Eu os conheço bem.

Falei o puxando.

— Francis, Luisa, tomem cuidado, eles estão aqui.

Os dois confirmaram.

Continuamos a seguir o plano, chegamos até o cofre do banco. Jason tinha um aparelho bem grande em uma mochila. Pediu para eu ficar de guarda, eu o obedeci. Ele conectou os cabos e começou a invadir o sistema, digitou algumas senhas e todos davam erro.

— Fica de olho - falei tocando no ombro dele.

Abaixei de frente para o cofre. Digitei alguns códigos que abriram, o cofre não tinha nada dentro, e sim dava passagem para outra sala. Eu entrei, ele veio logo atrás avisando Francis e Luisa para que recuassem que tinhamos conseguido. Eu desci umas escadas magnéticas que faziam um barulho engraçado conforme eu pisava. Jason acionou as luzes e meu coração falhou, eu fiquei estática. 

— Por quê... - ele passou por mim e foi até o corpo pendurado - Jason... - meu braço ia se transformar - Por favor...

— Não fui eu - ele falou checando o que prendia Tony a uma parede falsa. - Foi o Governo, eles criaram o plano, eles falaram e eu cumpri. - ele parecia inconformado - Mas os planos mudaram.

— Como assim?

— Eles querem matar todos nós - eu o olhei sem entender o que ele tentava fazer.

— Se afasta - falei e me aproximei da parede, acertei um soco na parede que a derrubou. Ele sustentou o corpo de Tony.

— E eu não chegaria nisso, eu não concordo com o grupo deles - ele apontou com a cabeça para Tony - mas eu não quero exterminar ninguém, só quero fazer as pessoas entenderem que nós - ele me olhou - não somos uma ameaça.

— Vocês, talvez, mas eu... - eu transformei minhas costas e me coloquei a frente dos dois, Jason me olhou surpreso - eu sou uma ameaça a qualquer um. - eu sorri para ele.

Jason sacou uma arma e atirou pela lateral do meu corpo.

— Vamos logo. - ele falou equilibrando o corpo de Tony.

— Me dê ele.

O joguei em meu ombro e subimos de volta, Jason atirou em mais dois até finalmente conseguirmos sair do cofre.

 Voltamos pelos corredores quando ouvi um barulho muito familiar. Eram os gritos de Luke.

— Droga! - falei e olhei Jason. - Precisamos deixá-lo.

— Pensei que se importava com ele.

— E me importo - o coloquei sentado apoiado em uma parede, peguei um pequeno aparelho e o coloquei na armadura que faltava partes. Coloquei alguns códigos e o deixei ali - Tchau, Tony - falei dando um beijo em sua testa. Luke se aproximava, ele tinha me sentido.

Peguei a mão de Jason e o puxei, entramos em um escritório, tapei sua boca e sua respiração, ele me olhava assustado, mas, mal sabia ele, que eu estava morrendo de medo. Não sabia do que os outros poderiam fazer comigo e aquela adrenalina estava fazendo a coisa crescer.

— Por que está fazendo isso? - Jason sussurrou.

— Porque eles nos matariam - falei e olhei em volta. - Vem. 

Eu o abracei com força.

— O que você...

— Confia me mim?

— Não...

— Uma pena.

Transformei as costas e me joguei de encontro a janela, começamos a cair, ele olhava assustado, era primeira vez que o via com medo realmente. Transformei as pernas e pousei abrindo um buraco. Ele estava agarrado ao meu pescoço.

— Avisa os outros que estamos voltando.

Falei saltando e caindo em outra rua abrindo outro buraco.

— Luisa está nos esperando na próxima quadra - ele falou.

Voltei as pernas ao normal e corremos. Luisa estava dentro de um carro, saiu cantando pneu e dirigiu até a base. 

Jason ainda estava assustado. Eu estava, agora, preocupada. Não sabia se tinham encontrado Tony, não sabia se ele estava bem, porque a julgar pelo estado levaria alguns dias para ficar cem por cento novamente.

Me tranquei na minha cela e tentei buscar por notícias, porém não encontrei nada.

Desisti.

Não fui convidada para as refeições na sala de Jason e entendi o recado quando começaram a levar as coias que eu deveria comer. Continuei nos computadores tentando encontrar algum sinal  deles, mas nada. 

Me cansei.

—.-.-.-.-.-.-

Luke encontrou Tony desmaiado no corredor, mas não fora isso que chamara sua atenção.

— Clark, ela está aqui! - o comunicou - Ab, me ajuda.

Os dois ergueram o líder nos ombros e seguiram. July os aguardava de fora, vira Agnes sair pela janela, mas não ia atrás dela, não se arriscaria novamente. Quando Clark chegou, Agnes já estava longe e July fingiu não tê-la visto. 

Clark levantou Tony nos braços e decolou o mais rápido que conseguia. Chegaram na base e correram para a UTI. Banner o ajudou com o corpo, Senhor Stark começou a desmontar a armadura, Bruce e Senhor Wayne começaram a fazer os exames que conseguiam. Professor monitorava o psicológico d eTony e detectou a voz de Agnes, nos últimos instantes antes dele apagar, ele conseguira entender o ocorrido, o cara do sorriso atirando em alguém de quem Agnes os havia protegido.

— Stark, Wayne, Banner... Brain, chamem todos, vocês precisam saber de algo.

Professor falou e foi até o espaço de controle. Esperou todos se reunirem e contou a eles o ocorrido, sobre o que conseguiu extrair da mente de Tony.

— Ela... - Banner estava assustado - Ela está com medo de nós. Viu o que você fez, Tony? 

— Eu? - Stark agia como quando jovem.

— Não fuja agora. A culpa é sua, sim! - Wayne falou pela primeira vez se opondo ao companheiro - Você falou tudo aquilo para ela. E veja só, pagou sua língua, foi ela quem salvou seu neto.

— Não...

— Foi sim - Professor falou - Eles o matariam se ela não estivesse. 

— Supondo que isso seja verdade, o que esperam que eu faça, que eu vá me desculpar.

— Quando eu penso que você cresceu, você se mostra ainda mais infantil - Steve falou - A menina provou de que lado está e ainda assim você duvida dela. Qual o seu problema?

— Eu não consigo confiar em ninguém por muito tempo, Rogers.

— Eu percebi isso... - Steve suspirou e cruzou os braços, observou July, ela estava mergulhada em algo e ele conhecia aquele olhar. 

Steve sabia o que acontecia com a semelhante, ela vira Agnes, com certeza, e traíra os amigos para defender a melhor amiga. Lembrava de Bucky, lembrava do que passara para ajudá-la. Apoiou no ombro da menina por compaixão e deu um sorriso de segurança para ela que o respondeu com um leve sorriso e se levantou para se dirigir ao quarto improvisado.


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