Monsters escrita por Vlk Moura


Capítulo 16
Capítulo 16




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/645107/chapter/16

Tony escaneara todo o perímetro, o sol nascia e não tinha encontrado nada. Começava a acreditar no que o avô dissera, deveria ter ficado dormido e comido. O estomago roncava e o cansaço lhe castigava. 

Nos escombros do antigo prédio não tinha nada. Um sinal. Levantou voo e observou, o time se aproximava. 

— O que eu te falei? - a voz do avô invadiu o sistema.

— Eu precisa continuar, não ia conseguir dormir se ficasse parado.

— Ele é como você, Tony - a voz de Steve ecoou em seu comunicador - Exatamente como você.

— Não sei do que está falando, Rogers.

— Isso é novo - Banner riu. - O importante, no momento, é: Você encontrou algo?

— Nada - Tony pousou e abriu a máscara - escaneei todo o perímetro, analisei os escombros e não encontrei nada. Nenhuma mensagem, nenhum sinal. 

— O quão alto você foi? - Clark pousou ao lado do amigo.

— Muito.

— Posso?

— À vontade, não vai encontrar nada.

Clark decolou. Tony se jogou ao chão cansado.

— Não se preocupe, ela é esperta, não nos faria vir aqui por nada - July falou apoiando a mão no ombro do amigo - O que me preocupa é o tempo... - Tony a olhou sem entender, ela sorriu e se afastou para ajudar nas buscas.

Vários antigos heróis caminhavam sobre os escombros, outros sobrevoavam, Bruce e Tony analisavam os dados coletados. Luke e Logan olhavam a floresta destruída em volta junto de Abgail e Steve. Lanterna Verde movia os destroços do prédio junto do Superman.

— Brain, alguma novidade? - Bruce perguntou no comunicador.

— Nada ainda, Tony. Eles não querem ser encontrados e melhoraram muito o sistema. Nem o Professor está encontrando rastros dela...

— O que quer dizer? - Logan falou nervoso - Como nem o Professor... Ele... Robô, pare-o. Ele não pode, não na condição em que está.

— Eu não posso pará-lo.

Um xingamento ecoou para todos.

Depois do dia de busca os heróis começavam a desistir. Clark pousou e olhou Tony.

— Encontrou algo? - Senhor Stark perguntou pousando.

— Acho que sim - olhou Tony - Você não foi alto o suficiente.

— "Quando pensarem que não tem nada é quando vão encontrar algo" - Bruce Banner falou e olhou Clark - E algo sobre um caminho desviado. Isso tem algum sentido para vocês?

— Os tuneis? - BRuce se juntou com os companheiros - Será que...

— Sim - Clark olhou Tony - Com a altura certa e a visão de raio-X pude ver os sinais que ela deixou, mas estão muito espaçados e de longe não consigo decifrá-los direito.

— Me leva - Tony fechou a máscara.

— É muito alto, não tenho certeza se você...

— Me leva!

Clark reclamou e começou a subir junto de Tony. Tony aumentou a potência dos propulsores, Clark também subiu ainda mais.

— Eles vão se matar - Bruce comentou.

— Vão sim - July concordou e forçou a visão para ver os dois pontos que não paravam de subir - Só espero que não respingue sangue em nós - todos a encararam - O quê, vocês querem ficar sujos de sangue? Eu não.

— Eu nunca teria chance - Luke falou e riu encarando Abgail - Você estava certa.

— Normalmente, estou - ela riu.

— Tony, Clark. - Senhor Stark os chamou - Estamos voltando quando terminarem nos encontrem lá, os dois!

— Eu vou ficar - Banner falou e olhou par ao alto - Caso eles precisem de suporte.

— Você sabe quem são eles? - Abgail riu - Não vão precisar, pode ter certeza.

— Mesmo assim - ele deu um riso sem jeito.

Todos retornaram. Banner pediu para Brain isolar sua comunicação apenas com ele. Começou a vasculhar os destroços, encontrou uma entrada e se enfiou nela. Era escuro. Luzes de emergência foram acionadas e ele observou as paredes, rachadas ou completamente destruídas, mas com algumas passagens pelas quais se enfiou.

Chegou até um espaço que tinha ruínas, mas não fora completamente soterrado, lá um pequeno aparelhinho brilhava. O pegou na mão e observou a bateria fraca.

"Sabia que me encontraria" era a mensagem na primeira tela. 

Pegou um sistema de carga que carregava consigo para emergências, por mais que não gostasse de celulares, achava bom ter um sistema para utilizar em computadores ou qualquer outra coisa que usasse uma carga direta.

Conectou, a tela brilhou ainda mais iluminando o lugar e mostrando a dimensão da destruição.

"Eu não tenho certeza de par aonde vão me levar e o que farão comigo, não tenho certeza de quem irá encontrar isso se é que encontrarão, mas caso o encontre saiba que muita coisa está no corpo do Brain, não o corpo feio e lento, mas o corpo que realmente é ele."

Um apito.

"Ele pode decifrar tudo que está lá e talvez resolver toda essa confusão"

Outro apito.

"Isso vai explodir depois dessa mensagem, então caso seja alguém sem proteção sugiro correr e bem rápido"

Apito.

Banner encarou o aparelhinho.

— Droga!

Se transformou e destruiu tudo até chegar a superficie o mais rápido que conseguia conforme o vacuo da explosão o perseguia. Ao finalmente saltar para fora e ser tomado pela poeira buscou em volta.

Tony e Clark pousavam, encararam Banner.

— Encontrei algo - ele falou tossindo.

— E o que foi? - Tony mandava o que tinha captado para Brain.

— Precisamos do Brain.

.-.-.-.-.-.

O mais engraçado de se ser transformado em uma arma de combate é que as pessoas sempre querem saber por onde você anda, porque por mais que você jure fidelidade e que sua vida dependa disso eles sempre acham que você poderá se juntar ao inimigo. E algo ainda mais engraçado é que essa ideia é a mesma dos dois lados da guerra.

Outra coisa engraçada é que nenhum lado gosta de admitir que é parecido com o outro. Nenhum lado dirá que se assemelha ao outro em apensamentos ou, as vezes, até em ideias que são alcançados de formas diferentes. 

Quando vi a mensagem do cara sorridente para os meus amigos foi quando percebi que ele era como o Tony e o Bruce. Ele era mais um moldado para fazer aquilo que fazia e eu, bom, meu papel não mudou muito independente do lado que eu me apresentei. Do lado do Tony e Bruce eu era uma arma, mais uma dentre todas as outras, mais uma que garantiria mais um dia de vida para a equipe o que me fazia parte dele, ou eu gosto de pensar que era. Do outro, do cara sorridente que descobri ser algum parente distante de um antigo inimigo do Senhor Wayne, eu sou apenas uma ferramente, dessas que se quebrar jogam fora e pegam outra. Não me sinto confortável de nenhum dos lados pelo simples fato de que eu poderia acabar com ambos e os dois sabem disso, mas do outro, pelo menos, me faziam parte deles e essa ira dentro de mim era contida, mesmo que pouco, mas o suficiente. Agora, aqui, não, aqui eu só não mato todos por estarem sempre me chapando. Eu nem tenho certeza de quando foi a última vez que conversei com alguém que não fosse coisa da minha cabeça.

— Hora de sair, monstrengo. - era hora de tomar um pouco de sol.

O soldado me puxa para cima e me empurra com um dos bastões elétricos que conseguiu de brinquedinho. É a falsa segurança. Ele acha que caso eu me descontrole alguns choques podem me conter, mas vai ser bem divertido quando ele descobrir que nada pode me parar.

— Minha querida - aquela voz, eu queria poder socá-lo agora, mas era impossível, principalmente, porque eu não faço ideia de onde exatamente ele está - É bom vê-la tão bem.

— Queria poder dizer o mesmo - ele riu.

— Logo você irá nos provar sua lealdade e estou ansioso para vê-la agindo.

Olhei em volta e quase perdi o equilibrio.

— Espero não estar tão dopada quando você me permitir ir a campo.

— Veremos, veremos - ele molhou os lábios da sua forma barulhenta - Eu queria ver um sorrisinho nesse seu belo rostinho.

Eu tentei sorrir, mas pelo barulho de nojo que ele soltou não devo ter feito o que pensei fazer com meus músculos.

Automaticamente eu senti a pulsação, ele vinha, ele chagava, eu me encolhi e apertei minha cabeça, o controle que eu sempre tive de conseguir transformar apenas partes do meu corpo tinha sumido, agora era tudo ou nada.

— Você tem de parar com esses remédios - eu falei dolorida.

— E por quê?

— Porque com eles eu não controlo a coisa - falei apertando minha cabeça -Pode vir a qualquer instante e eu não posso pará-la.

— Bom, isso é muito bom - ele finalmente se aproximou, levantou meu rosto e me fez encará-lo.

— Liberte sua natureza, deixe-a correr por ai, é disso que eu gosto e mais, é disso que eu preciso.

— Você não sabe o que está falando.

— Eu sei, sei muito bem - ele apertou minhas bochechas - Você, minha querida, é a nossa vitória. - ele me jogou de lado e se afastou rindo e cantarolando algo.

Eu tentei me levantar, minha cabeça  a mil, meus musculos enlouquecidos, encarei o soldado já sabendo que era tarde demais.

— Amigão, se for dar os choques é melhor ser agora ou... - eu ri - Esquece...

Minhas costas incharam, minhas pernas aumentaram, meus braços enlanguesceram. Minha mente não processava muito mais coisas. Apenas um rugido e nada mais.

Era isso, estava livre... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Monsters" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.