Casada com Edward Cullen escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É muito, muito, muito drama. E apesar de ter tentado filtrar ao máximo, minha escrita ainda está muito infantil, fic de 2011. Espero que gostem e comentem dando a opinião. Até depois, doces =)



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Capítulo Um.

POV BELLA.

Posso fazer disso um diário? Essa pequena introdução que lhes conta quem sou. O que faço. Como vim parar aqui...

Sou Isabella, ou só Bella, dramaticamente dizendo: uma jovem com sonhos destruídos. Minha mãe acrescentaria “dramática” a esta autobiografia, que seja, estou começando a concordar com ela. Você deseja saber o por quê? Então vai lá... Aos 17 anos: casada. Seria cômico, se não fosse um pouco – muito trágico. Meu marido, Edward, com seus 27 anos completos, dez a mais que eu, parece não ver nada de errado nisso. Ás vezes só penso que sua opinião envolve ao seu alto ego, sua aparência totalmente incrível que não faz jus a sua idade. Não que isso me interesse, realmente não me interessa que a indescritível beleza dele. Seus olhos verdes, que escurecem quando ele está com raiva. Seus cabelos castanhos claros, que a luz do sol fica numa tonalidade ruiva. Seus ombros largos, comprovando que ele sempre fora o primeiro na sua turma de natação. Seu andar imponente, a boa forma física de um frequentador assíduo da academia. Juntando os fatos, acrescentamos uma boa conta bancária, belos ternos Armani e um sorriso de quebrar corações. Percebe? Facilmente confundido com um jovem na flor da idade, aos seus vinte e três anos.

Esse casamento é totalmente uma farsa. Edward precisava de uma boa moça para por as mãos na herança de sua família, meu pai, por sua vez, vendeu-me por uma quantia significativa, que os deixaria no conforto por muito tempo. E então foi assim que minha vida se tornou um completo inferno. Graças a venda, não compartilhamos de qualquer vida íntima, complementando e para complementar a farsa tive que abrir mão das minhas vontades para desempenhar o papel de esposa perfeita para a sociedade. Porém, ultimamente, as noites tem sido difíceis. Eu sempre soube que a vida particular e oculta de Edward não havia sido interrompida, mas agora ele estava deixando isso claramente aberto para mim. Eu os ouço a noite. O ranger da cama, os gritos e os gemidos. Um nome que é urrado ferozmente por ele durante toda a madrugada, e por mais que eu tente dormir, seus gritos e risadas me acordam. As insinuações sexuais a cada dia ficam piores e toda a agitação tem me deixado com olheiras profundas. Mas, pior que isso, é quando ela não vem... Quando deixa de comparecer em alguma noite. Quando eu tenho paz, porque seu nome não é urrado por meu marido, quando isso acontece Edward fica totalmente abalado. Ao contrário de hoje. Ele parece bem feliz. Tânia esteve aqui ontem.

— Bom dia, Isabella — Ele diz no seu melhor tom de voz, o sorriso maroto e descansado aparece a seguir.

— Bom dia.

Eu não posso negar que o cumprimento surge apenas por cordialidade. Eu reviro meus olhos, ignorando a presença dele, e volto-me para George, meu mordomo, e faço um gesto com a mão para que ele continue falando meus afazeres do dia.

— Não se esqueça do jantar na casa da senhora Esme Cullen — George trava levemente após anunciar o nome.

Eu encaro Edward que parece desconfortável também. A velha senhora, única parente viva dele, me adorava. E eu quase podia desconfiar que ela sabia do asco profundo que eu nutria por seu sobrinho. E eu sabia que a situação familiar deles era tensa. E na maioria das vezes, eu só sentia que ela tinha algum tipo de compaixão de mim. No fundo, ela sabia tão claramente como a água que encaro nesse momento, que nada disto é real. Conhecendo seu sobrinho como conhece, sabe exatamente do que se trata essa união. Um casamento sem amor e respeito.

— Jantar na casa da tia Esme? Nada poderia deixar minha noite mais feliz — Edward murmurou. Enfezado, levantou-se, abandonando-me na mesa.

Apesar de tolerar a mulher, eu realmente não tinha paciência para o tipo de bajulação que ela depositava em mim. Eu via seu veneno escorrer pelos lábios e sabia que ela estava sempre disposta a criar qualquer tipo de polemica para me expor em uma revista de fofocas. As colunas sociais sempre tinham algo de ruim para dizer sobre Edward e eu quando deixávamos uns dos jantares oferecidos por tia Esme.

— Algo mais George? — Cansada, eu me levantei esperando a resposta. Na verdade, esperava que ele me dissesse que havia algo mais importante que exigia minha presença nessa noite, para o meu azar, ele simplesmente negou. O dispensei com um sorriso e encarei a mesa.

Eu deixei a sala alguns segundos depois, em direção ao meu quarto. Automaticamente pensando em que tipo de roupa usaria. Encontrei Christopher no corredor, enquanto ele passava a chave em sua porta. Sua feição era séria e ele suspirou quando me encarou.

— Estou indo para o trabalho. Sairemos às sete.

O seu tom autoritário era o que mais me deixava irritada. Ele saiu batendo os pés, sem aguardar uma resposta, enquanto eu fuzilava suas costas, que viraram o corredor desaparecendo da minha vista. Se havia algo que eu realmente odiava, depois de ter minha vida arruinada. Depois de ter terminado a escola antes de todos os meus amigos e não poder mais vê-los porque vivo como uma prisioneira, era realmente quando ele me deixava plantada, sozinha, como uma idiota. Edward era muito bom nisso. Não bastava o tanto que ele me desrespeitasse, traísse e humilhasse, ele fazia questão de não ter nenhum tipo de consideração. Pronto para tratar-me como um objeto. Abaixo de um nada.

Afinal, para ele era só isso mesmo que eu era, certo?

Meus pais haviam me vendido, então eu era sua propriedade. Eu não tinha mais liberdade, nenhum direito sobre mim. Estava completamente presa e submissa a Edward Cullen e toda a merda que seu dinheiro proporcionasse. De nada me valiam todos aqueles vestidos, que agora eu encarava, e todas as joias extremamente valiosas. Nenhuma bolsa cara ou os sapatos divinos compravam minha liberdade. Mas há pessoas que até dizem que sou uma sortuda! Até você deve pensar, veja bem, eu casei-me com um homem muito bonito. Elegante, de classe alta, com um dos sobrenomes mais poderosos de Seattle. Do que eu estava reclamando? Só por que eu não tenho um pouquinho de amor e consideração? Só por que eu não tenho respeito? Não posso realmente exigir isso de Edward. Ninguém nunca me respeitou na vida, começando por aqueles que me colocaram no mundo.

Eu deixei minha sessão lamúria de lado e puxei um vestido preto do cabide. Ele parecia ser exatamente o que eu precisava. Ou ao menos, o que descrevia meus sentimentos mais sinceros. O deixei em cima da cama e me inclinei para a saída, quando ouvi uma pequena batida soar de lá.

— Senhora? — George pigarreou ao entrar.

— Diga.

— A senhorita Alice está ao telefone — Suas mãos atiraram na minha direção o telefone sem fio, eu assenti e esperei que ele saísse, para finalmente atender.

Abandonei minha postura rígida e sentei-me na beirada da cama, respirando profundamente. Alice. Minha única amiga. A única que ainda permitiam que eu tivesse somente porque seu nível era equiparado ao meu. Eu praticamente poderia entoar cântico aos céus por isso.

— Que bom que você ligou... — Eu sorri ao dizer, ela por sua vez suspirou do outro lado da linha.

— Como vai, Bella? — Eu podia notar um tom preocupado em sua voz.

— Bem Allie e você?

Eu não falei quando um silêncio estranho surgiu do outro lado da linha, apenas endireitei ainda mais minha posição, sabendo que lá vinham alguns problemas.

— Algo aconteceu? — Perguntei novamente.

— Sim. Para ser tratado pessoalmente. Você estará em casa à noite? — Sua voz tensa estava tremula, como se tivesse saído de um choro há pouco tempo.

— Sairei ás sete. Antes disso estou livre — Disse, e então ouvi o barulho do telefone chorando-se contra o gancho. Suspirei.

Sabia o que significava, não fiquei preocupada com esse gesto. Ela estava a caminho. Era o seu jeito espontâneo que fazia amá-la ainda mais. A imprudência. Eu admirava tudo, e sabia que ali estava alguém que eu jamais seria. Alguém livre.

Voltei para minha atenção para a minha produção, enquanto sentava-me no banco, encarando-me no espelho da penteadeira e prendia meu cabelo com grampos, tentando inutilmente fazê-los ficar cacheados para a noite. Enquanto pensava em como ficaria no belo vestido preto na cama. Não podia ignorar que eu tinha algumas curvas bonitas, mas sempre tentava escondê-las com roupas que não as valorizassem, para ter algum tipo de certeza tola de que Edward não repararia em mim.

Quando terminei o cabelo, separei minhas sandálias de tiras com um salto médio. A pequena bolsa e caminhei para minha gaveta, onde brincos de pérolas e uma pequena corrente prateada eram retiradas. Deixei tudo sobre a cama, enquanto me encaminhava para o banheiro a fim de uma ducha rápida. Tempo suficiente para ouvir a porta do meu quarto se abrir com força e soluços invadirem o local. Entrei em um roupão branco felpudo com pressa e a cena que observei ao retornar para o quarto era lamentável. Alice estava no chão, escorada na porta, enquanto escondia seu rosto molhado de lágrimas em suas mãos. Por alguns segundos eu me senti impotente.

Hesitante, corri em sua direção, abraçando suas pernas numa tentativa vã de consolá-la. Alice ergueu seu rosto e mesmo que eu não soubesse o que estava acontecendo, eu sorri para ela, tentando transparecer que eu a apoiaria em tudo. Após alguns segundos dolorosos, sequei algumas lágrimas e a ajudei se levantar e a sentei na minha cama.

— Só tente se acalmar e me conte o que diabo aconteceu para você estar neste estado? — Por um segundo, quando encarei os olhos negros dela, tive medo da resposta.

— Eu... — Gaguejou, a encarei e segurei sua mão — Bella. Eu estou grávida.

O QUÊ? Gritei em minha mente. Tentando dizer para ela em quantas formas aquilo era insano de se ouvir. Foi tudo que passou por minha mente. Alice só podia estar ficando doida! Um adicional a sua insanidade, eram seus cabelos, que apenas ignorando o fato de que ela estava grávida, pude reparar que ela havia o picotado na altura de seu queixo. E uma coloração vermelha desbotava cobria seus fios, que antes, eram negros. Ignorando este fato, voltei para a nova informação que explodia em minha mente. Eu sabia de tudo que ela fazia, da vida que levava, noiva de um e apaixonada por outro, que nada valia. Mas era aquilo que deixava Alice envolvida: o proibido a fascinava.

— O que você está me dizendo? — Queria que fosse mentira. Para o bem dela. — Grávida, Alice? Você não deveria estar esperando o casamento?

Não controlei o grito dessa vez. Talvez tenha sido um erro dizer isso. Mas era uma falta de responsabilidade sem tamanho!

— Não me censure, por favor — Ela disparou voltando a chorar — Me ajude. Por favor!

Como diabos eu poderia ajuda-la? Quis gritar. Céus. Ela queria que eu tirasse o bebê da sua barriga com a força do pensamento? Tudo estava completamente perdido para ela. Apenas a abracei, na tentativa de consolá-la, enquanto forçava a minha mente a trabalhar. O seu choro só piorava. Seus hormônios deviam estar deixando-a louca.

Não tive o que dizer e sinceramente há o que dizer? A louca traí o noivo, engravida e eu tenho que dizer algo que vá mudar o rumo da história? Ela deu um rumo próprio, cabia à mesma desfazer o nó que traçou no seu destino.

— Aborto... — Ela sussurrou.

Eu fingi não ouvir, enquanto nada daquilo parecia fazer sentido em minha mente. Abortar um bebê? Com uma infância católica, eu realmente desaprovava qualquer ato. E condenava quem o fizesse, você pode me chamar de falsa moralista, talvez eu faça coisa pior. Entendo que a mulher é dona de seu próprio corpo. Mas não conseguia imaginar a pequena vida sendo ceifada... E se minha mãe tivesse me abortado? E se a mãe da Alice tivesse feito isso?

— Por favor, Alice! — E lá estava eu de novo, censurando-a. Mas eu devia fazer isso, aborto era uma loucura sem tamanho — Fique calma, pensaremos em algo melhor.

Tentei tranquiliza-la, mas eu havia blefado, não tinha nada pra fazer naquelas circunstâncias, ela já estava grávida e nada, absolutamente nada, mudaria isso.

(...)

— Qual é o motivo da cara feia? — Edward me perguntou quando o Volvo entrou na mansão de sua tia.

Desde a hora que Molly tinha ido embora, ao fim da tarde, não ousei pronunciar nenhuma palavra, estava totalmente concentrada em alguma saída para livrar minha amiga da enrascada que se meteu.

— Eu só estou com um pouco de dor e cabeça — Menti.

— Desfaça essa cara de bunda e coloque um sorriso no rosto, agora! — E lá estava mais uma vez seu tom autoritário. Acompanhado de seu mau humor. Certamente, irritado por não poder ver Tânia esta noite.

Desfiz minha expressão séria e forcei um sorriso nos lábios, ele pareceu ser convencido, quando descia do carro. Entregou a chave para o motorista de sua tia e abriu a porta para mim. Ofereceu seu braço. São esses os poucos momentos em que penso o quão louco é tudo isso... Nós não nos tocamos. Mal consigo sentir o cheiro do seu perfume de tão longe que ele permanece de mim, dentro de casa. Mas agora, eu posso simplesmente sentir o cheiro agradável que emana dele. Sua colônia amadeirada que deixa as mulheres embriagadas. Como um torpor. O jeito como ele me segura em seus braços, enquanto caminhamos para a entrada, como se fosse realmente um marido atencioso. Mas minha observação termina rapidamente, quando os lábios de Christopher estão formando um leve rosnado.

— Por que não usa cores vivas? Você já é pálida! Ainda coloca roupas nesse tom... Que nem consigo descrever! Fica parecendo uma morta vida.

Gentil do jeito que só ele consegue ser, braveja em minha direção.

— Ah sim, em que grife você trabalha mesmo? — Debocho, enquanto ele trava seu passo. Seu olhar feroz me diz que ele está prestes a me socar.

— Você parece uma virgem — Murmura — Ah, esqueci... Você é — Então, para completar a noite, ele caçoou de mim.

Sua risada é mortal, quando ele me puxa novamente para andar, eu sei que o sorriso forçado havia desaparecido do meu rosto. Eu ouço vozes quando estamos nos aproximando da sala de jantar de sua tia. Então, analiso criticamente minha roupa e vejo o quão ruim está. Eu tinha deixado o vestido preto de lado, quando meus seios saltaram pelo decote. Então eu voltei ao closet e puxei um vestido salmão, que tinha um caimento perfeito até o meu joelho. Era reto e tinha um decote quadrado. Que não me valorizava em nada. E não mostrava nem uns resquícios dos meus dotes naturais. Aliás, ele não era muito justo, e eu realmente me senti bonita quando me olhei no espelho e vi que a única coisa que chamava atenção era meu Scarpin preto.

Eu sorri automaticamente quando a anfitriã nos notou. Ela usou um de seus sorrisos Cullen, tão grande e acolhedor. Edward também coloriu seu rosto frio por um sorriso quase tão convincente quando o meu. Apertou minha mão com força e eu tive a certeza que essa seria uma noite cansativa.

— O casal mais lindo do mundo! — Ela gritou quando nos abraçou, atraindo atenção para nós.

Então, nos levou para perto das outras pessoas, a qual ela fazia questão de apresentar prontamente seus sobrinhos. E falava sobre as industrias Cullen, como adicional. Alguns rostos no ambiente eram conhecidos, eu fui simpática com os dois últimos homens que cumprimentei e sorri para algumas mulheres bonitas no local. Após ser apresentada a Jacob Black, um homem muito educado e simpático, fui praticamente jogada entre duas mulheres: Jessica e Ângela. Então elas iniciaram um assunto sobre sapatos, no qual eu não conseguia fugir, então encarava Edward para que ele me retirasse dali. Eu podia ver sua feição irritada quando Black se aproximava de nós mulheres, Edward não parava de encarar, o que me fez pensar que ele já conhecia o homem, que me era todos sorrisos desde a hora que eu entrei.

Alguém anunciou que o jantar estava sendo servido e nós nos encaminhamos para sentar. Alguns outros momentos constrangedores chegaram, quando o olhar de Jacob tornou-se provocativo, olhando para o meu pescoço nu. Via que Edward o fuzilava ele com seu olhar, mas o homem parecia não perceber isso.

Eu tentava sorrir para uma piada que Jessica Stanley fazia, quando ela reparava que ao meu lado esquerdo, onde estava seu marido, Mike Newton, me dava uma olhadela nada discreta, soltando uma risadinha conspiratória com Jacob.

— Parece que ele gostou de você — Edward murmurou em meu ouvido logo quando o jantar fora encerrado, causando-me um desconforto pelo contato. Soltei uma risada baixa, tentando disfarçar — E você parece apreciar a atenção, não é? Nós vamos embora. Agora.

O tom dele estava agressivo. Acho que pessoas ao nosso redor, mais próximas conseguiam captar o que acontecia. Christopher se levantou da mesa rispidamente e puxou-me para si sem nenhuma delicadeza.

— Temos que ir, tia Esme. Adorável da sua parte nos convidar — Edward cuspiu as palavras, tentando ao máximo ser gentil. — Peço desculpas aos demais, porém... Recém-casados. Vocês entendem a pressa, certo? — Soltou uma risada debochada.

— Mas Edward... — Esme resmungou, ela não queria que fossemos — Ela está corando.

— Bella tem esse rostinho inocente, mas é insaciável — Ele continuou. E eu sabia que meu rosto queimava, então pigarreei, soltando uma risada nervosa — Está vendo tia? Ela está quase implorando aqui!

— Eddie, por favor... — Ri um pouco mais, quando as outras pessoas riam na mesa, mas todos desconfortáveis — Foi um prazer, realmente. Até uma próxima oportunidade.

— Foi um prazer realmente, senhoras — Eu vi ele direcionar um olhar maldoso para Jessica — E o mesmo serve para os senhores. Se me dão licença.

Sem mais delongas, ele me puxou. Nós caminhamos com pressa, acompanhados pelo silêncio. Eu não queria encará-lo, seus olhos beiravam a loucura. Ele estava tão bravo. Eu tropecei em meus próprios pés, mas seus braços me seguravam com tanta força, que me impediram de cair quando descíamos as escadas da saída com pressa.

Como se adivinhasse, o motorista estava com nossa chave quando chegamos. Christopher me jogou dentro do banco do passageiro quando abriu a porta para mim.

— Eu só queria entender o que você tem especial! — Ele gritou quando se sentou e acelerou para a saída.

O carro ganhou vida pelas ruas de Seattle, enquanto meu marido parecia que explodiria a qualquer momento. As veias de seu rosto saltavam, pulsando loucamente.

— Até que você é bonitinha! — Ele continuou — Mas totalmente ingênua. Sem nada de atrativo para prende a atenção. Você é tipo de mulher água com açúcar. Frigida! — Disparou cruelmente, atirando seus olhos frios sobre mim, enquanto eu tentava engolir meu choro — E por que o maldito não tirou os olhos de você nem por um minuto? — Perguntou novamente, gritando sem piedade.

— Eu não sei, Edward! Eu não sei — Gritei em descontrole. A essa altura, meus olhos marejados já haviam derrubado lágrimas silenciosas — Não é porque eu não sirvo para você, que os outros homens pensem igual. Eu certamente sirvo para alguém! Gosto não se discute — Rosnei as últimas palavras.

— Não mesmo! — Replicou.

Nós seguimos viajem em completo silencio. Percebi que ele ainda estava irritado, suas mãos envolviam e apertavam o volante com certa força. Sua expressão ainda estava rígida. A testa franzida. E o meu medo ainda estava presente.

Consegui relaxar um pouco quando o enorme portão da entrada da nossa casa se abria. Ele parou o carro na entrada e eu desci depressa. Eu tentei correr para dentro, mas Christopher fora mais rápido, segurando meus braços com força.

— Você vai tirar esse vestido e queimá-lo. Não quero vê-la nunca mais dento dele. Você me entendeu?

Na verdade, não entendia. Fosse o que fosse que o tivesse irritado, o pobre vestido estava pagando o preço. Eu assenti rapidamente, sabendo que isso me livraria dele. O que seria um vestido a menos?

Ele soltou o meu braço e eu corri para as escadas. Dentro do meu quarto, com a porta trancada, tirei o vestido com rapidez, sentindo-me suja. Edward e o seu dom de me fazer sentir a errada no final das contas, eu sempre me condenava quando algum estranho me encarava em qualquer lugar e ele não gostava nada disso. Algo como me manter trancada aqui e quando eu finalmente estou livre, ele tende a tirar todo o prazer que eu tenho em apreciar apenas uma noite com pessoas de verdade. Que não são pagas para atender meus desejos ou conversar comigo.

Depois que eu me livrei do vestido e tomei um banho demorado, coloquei um pijama de seda e corri para a cama, deitando-me. Deixei que minhas lágrimas rolassem no escuro, agora livremente, até ser induzida a um sono profundo.


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Notas finais do capítulo

JÁ PEÇO DEZENAS DE DESCULPAS, eu não corrigi e não encontrei uma beta ): é só isso por hoje. Vejo vocês por aí?