Messed Up escrita por E R McKendrick


Capítulo 8
Sam e "ótimas notícias"


Notas iniciais do capítulo

Helllo
It's me
I was wondering if you poderia me perdoar por demorar pra postar, porque eu sou assim

Hey, @rudiculante, acho que vc vai gostar de parte desse cap, bjs

Assim, muita gente (aka fantasminhas) pulam as notas finais então
COMENTE, SEU SER LINDOSO, PORQUE VC É FODA! VC CONSEGUE!



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         Becca está deitada na cama do seu quarto, com o ventilador de teto no máximo por causa do calor. Mesmo com a forte chuva que está caindo – e parece que não vai parar – o tempo está muito quente e abafado. Ela está lendo o livro literário da próxima prova, mas está quase pegando no sono. As palavras já não fazem mais sentido e cada piscada dura mais tempo. Becca não consegue mais resistir, deixa o sono a levar.

         O que parece ser apenas alguns minutos depois, ela acorda. Demora processar que tem uma pessoa deitada ao seu lado, às suas costas, com o braço em cima dela. Ela automaticamente leva um susto, sem ousar mexer um músculo, quase entrando em pânico por não poder se virar para ver o rosto da pessoa. Então ela reconhece aquela mão e dá um suspiro de alívio, sentindo-se relaxada. Conhecia muito bem aquela mão, com a cicatriz branca e grossa de um corte fundo, agora já curado, feito pela lasca de um tronco de árvore. Afinal, ela mesma tinha tirado a farpa da lasca de árvore que havia ficado lá.

         Ela, sem perceber, alisa a cicatriz da mão de Tate. Lembra muito bem daquela tarde. Becca tinha sete anos e Tate, treze. Eles estavam brincando no parquinho perto da casa dos avós em New Hampshire. Ela lembra que eles avistaram uma árvore perfeita para escalarem ao longe, e que apostaram corrida até lá. É claro que Tate a deixou ganhar. Era uma daquelas árvores enromes, com o tronco e os galho grossos, a madeira seca e velha, com folhas verdes que brilhavam com a luz do por do sol. Daquelas que parecem ter milhares de anos.

 Os dois começaram a escalar e Becca, por ser muito menor do que o irmão, subia bem mais rápido. Tate prestava muito mais atenção em Becca, porque era a sua irmãzinha e nunca se perdoaria se a deixasse se machucar. Quando ele estava levando a mão para o próximo galho, os olhos sempre fixos na irmã não viram a ramificação que crescia na parte de baixo do grosso galho. Era como se antes houvesse um outro galho ali, mas ele se quebrara e Tate arranhou as costas da mão direita ali. Sorte que não tinha subido muito na árvore, pois caiu da mesma dando grunhidos de agonia pela dor.

Becca se assustou e foi descendo a árvore quase que aos pulos, meio desesperada tanto pelo machucado quanto pela queda do irmão.

“Cuidado, Becky! Desce devagar se não, você machuca”, ele alertou, ainda esparramado no chão, com a mão esquerda ensanguentada pelo corte da outra. Becca deu uma risada nervosa, sentindo os olhos molhados, mas pouco se importando com aquilo. Pulou do último galho, ignorando o olhar de desaprovação do irmão.

Foi correndo para Tate e se ajoelhou ao lado dele, dando um gritinho ao ver tanto sangue. “Você está bem?! Deixa eu ver, deixa eu ver, deixa eu ver, deixa eu ver!”, ela pedia. “O que eu posso fazer? Além de chamar a mamãe, é claro.”

Ele pediu para que ela tirasse o pedacinho da lasca do galho e ela, chorando, o fez. O pior para Rebecca foi que Tate não derramou uma só lágrima e o tempo todo ficava repetindo que ia ficar tudo bem. Depois que ela jogou longe a farpa que tinha ficado dentro do corte, ela o ajudou a se sentar e ele enrolou a mão na camisa.

Tate pedira para Becca voltar para a casa dos avós na frente, para chamar a mãe, que ele iria atrás. Ela não pensou duas vezes: foi correndo para a casa e entrou gritando a mãe, explicando o que acontecera enquanto a puxava para o parque e o pai vinha atrás.

Eles quase se esbarraram na esquina da rua da casa dos avós. A mãe e o pai, preocupadíssimos, voltaram para dentro da casa com os dois filhos e fizeram um curativo decente na mão de Tate para no outro dia, ele levar pontos no hospital.

Essa é a única cicatriz de verdade que Tate tem e Becca fica feliz com isso, porque é como se o mundo não o te tivesse afetado muito, mesmo com todo o mal no mundo. O que é bom e ela espera o mesmo de si. De repente, ela pensa em Collin; no minuto seguinte, se pergunta por que ele veio à sua cabeça assim do nada. Provavelmente, pensa ela, porque ele deve ter várias cicatrizes. Só as juntas das mãos machucadas no outro dia já quase comprovam isso.

Ela afasta o pensamento e muda de posição na cama, ficando de frente com Tate. Becca sabe que ele acordara com o movimento, mas finge continuar dormindo. Só que ele mente muito mal, não conseguiu conter um sorrisinho e, quando Becca dá um beijo na sua bochecha, abrir os olhos.

— Bom dia. – ele fala, com a voz rouca.

— O que você está fazendo aqui? – Becca responde.

— Bem... A mamãe me chamou pra jantar aqui em casa e quando estava na mesa, eu subi pra te chamar e você estava dormindo. Aí eu desci e jantei de qualquer jeito.

— Ei! Por que você não me acordou? Eu estou morrendo de fome! E você ainda não respondeu “o que você está fazendo aqui”, no meu quarto.

— Calma. Eu voltei pra te acordar depois que eu terminei, mas você estava tão fofinha dormindo que eu quase não tive coragem. Veja bem, reclamona: eu tentei sim te acordar, mas você não quis. Aí eu deitei e dormi um pouco aqui com você, preguiçosa. – Tate explica.

— Ahn...  – ela reclama,se enroscando mais nele. – Quantas horas? Acho que vou emendar e dormir até amanhã logo.

— Não vai não. – ele se desvencilha dela, ignorando as reclamações e se levanta. – Você não estava morrendo de fome, mocinha?

— Shh, eu só quero dormir.

— Deixa disso, dona. – ele acende a luz do quarto e Becca se sente cega. – Levanta logo.

Ela resmunga alguma coisa, colocando o travesseiro na cara. Tate vai até ela e a pega no colo, enquanto a mesma fica esperneando. Ele desce as escadas, rindo.

— Por mais que eu não canse de fazer isso, você está muito pesada, sua baleia. – ele zomba.

— Filho da puta! Agora não estou mais com sono, me põe no chão, seu idiota.

Ele joga ela no sofá e senta na poltrona ali do lado.

— Nossa, depois disso vou beber dois litros de água.

— Quem mandou não ficar em forma?

— Quem mandou ser uma baleia? – Tate rebate.

— Eu sou linda. – ela declara, convencida, indo para a cozinha procurar alguma coisa para comer

— Eu estou em forma. – ele teima, se levantando e indo para a cozinha também.

Nessa hora, Becca parte um pedaço de bolo de chocolate que ela mesma tinha feito no dia anterior e Tate está largado no banquinho da bancada, tomando um copo generoso de água gelada. A mãe deles entra ali com o telefone fixo na mão, feliz.

— Gente, gente, gente. – ela cantarola, animada. – Adivinhem só quem vai vir passar um tempinho aqui?

— Hum. – Becca incentiva e Tate apenas acena com a cabeça.

Os dois já pensam a mesma coisa: “Por favor não diga tio Corey, por favor não diga tio Corey, por favor não diga tio Corey...”

— Tio Corey! – ela anuncia, pegando uma maçã.

— Yay! – Becca tenta não soar muito irônica e desanimada quanto está. Tate agradece por não morar mais ali. Se senta na mesa e começa a comer o seu amado bolo.

— Mãe, você não devia deixar Rebecca comer essas porcarias, se não ela não vai caber no vestido que ela vai usar na festa de boas vindas do Tio Corey. – ele implica.

— Tate, deixe de bobagens, não é como se nós não víssemos Corey há muito tempo; não vamos fazer uma festa.

*

Dessa vez, Collin está no seu próprio apartamento. Mais especificamente deitado na cama, fumando, enquanto faz umas atividades de Matemática que ele tem certeza que não vai acertar nenhuma.

Alguém bate na porta. Collin apaga o cigarro no cinzeiro que está na cômoda e vai até a porta. Quando ele abre a mesma, encontra Sam do outro lado, parecendo nervoso e... desesperado?

— Ei, cara... – ele cumprimenta. – Posso entrar?

— Claro, claro. – Collin abre mais a porta, dando espaço para ele passar. Sam se senta no sofá, sua perna não para de mexer. – Sammy, você está legal? Parece acabado, cara.

— Eu estou mesmo. Completamente acabado. – Collin vai até a geladeira, pegando duas cervejas e se senta ao lado de Sam, pronto para ser um bom ouvinte.

— Você... – Sam começa, olhando para os tênis, e então dando um gole na cerveja. – Lembra da Cristina?

Leva um tempo para Collin raciocinar de quem estavam falando, mas aí acaba lembrando da morena bonita que tinha ficado com Sam, e assente. Sam suspira.

— Pois é. Ela me ligou esses dias e disse que... – mais um longo suspiro. – Ela me falou que está grávida.

Sam ainda não encarara Collin e esse está abismado. Sam? Um pai? Cristina não parece ter mais de dezessete anos.

— Sammy, isso é...

— Eu sei, cara, eu sei.

— Mas ela fez só o teste de farmácia? Porque ele dá errado muitas vezes.

— Bom, ela fez esse aí, mas a gente marcou o teste de verdade pra amanhã. Eu pra casa dela antes de ontem; ela tava passando muito mal, eu acho que o teste de farmácia não está mentindo. – ele tenta manter a voz normal e calma, mas está trêmula e falha. Ele sorri triste para Collin.

— Sammy, vai ficar tudo bem. – Collin dá tapinhas nas costas do amigo.

— Kol, eu... – ele passa a mão nos cabelos loiros, apoiando os cotovelos nos joelhos e segurando o queixo com as mãos bem juntas. Encara Collin; seus olhos estão vermelhos, segurando lágrimas. – Eu não estou pronto pra isso. – ele sussurra.

— É normal, mas... O que você vai fazer?

— O que eu fazer? – Sam sorri triste, dando de ombros. – Eu não tenho a menor porra de ideia.

— Você vai deixá-la?

Sam desvia o olhar. Tinha passado o último dia inteiro se remoendo com essa mesma pergunta. O que iria fazer?! Pensa em Cristina. Como ela faria a faculdade de Jornalismo que está tanto gostando? O que os pais dela iriam pensar? Sam sabe que Cristina nunca abortaria o bebê. Ela não conseguiria. Então, o mais importante: o que o seu filho ou sua filha iriam pensar?

Collin sabe por que Sam foi procurá-lo para desabafar. Sua mãe tinha morrido quando ele era novo, o pai é muito autoritário e nunca gostou do filho. Sua única irmã é médica e mora em outro estado. Collin tem a perfeita noção que as pessoas com quem anda não são da melhor influência. E Sam provavelmente é o melhor deles. Não fuma nada além dos seus cigarros, bebe sem exagerar, nunca cometeu nenhum crime, faz faculdade de Fotografia. Collin é um ano mais novo do que o cara e faz coisas muito piores do que qualquer erro que Sam já tenha conhecido. Mas Sam sabe muito bem que Collin não gosta de fazer aquilo tudo, por isso o procurou.

— N-não, eu... não conseguiria fazer isso c-com o...

— Então você vai ser o pai dessa criança?

Sam assente com a cabeça.

— Se o teste der positivo, você vai ter que ir conhecer os pais dela, tipo num jantar ou alguma coisa assim e aí vocês contam ou, se ela preferir, ela conta sozinha.

Sam está quase terminando a cerveja. Collin mal havia bebericado a sua.

— E se eles não gostarem de mim?

— Eles vão, cara. Não tem quem não gosta de você. Você é um cara bom. Vai ser um bom pai.

— Vo-você acha?

Collin faz que sim com a cabeça e dá um sorriso.

— E então... Como você acha que a Cristina está lidando com isso?

Sam fica meio vermelho e passa a mão nos cabelos.

— Ah, ela está lidando melhor do que eu. Ela é durona. Ela, sim, vai ser uma boa mãe.

— Você gosta mesmo dela, não é? – Collin pergunta, o encarando enquanto dá um gole na cerveja.

Sam sorri, como se lembrasse de alguma coisa, morde o lábio, encarando Collin um pouco corado.

— Ela é demais.  – ele dá de ombros. – Só dá pra dizer isso. Ela é tão feliz, tão otimista... É como se o mundo não tivesse tocado nela, sabe? É o que eu mais gosto nela.

Um silêncio se instala; ele pensa em como deve estar sendo para Cristina. Decide descontrair um pouco o clima.

— E... você já pensou nos nomes? – Collin tenta ficar sério, mas só não dá.

Sam se vira para o amigo, incrédulo, mas quando vê que o outro está sorrindo, começa a rir, talvez de nervoso.

— Que pergunta mais...

— Responde!

— ... bosta.

— Anda! Eu sei que você pensou!

— Qual é cara, pelo o amor... – eles falam tudo ao mesmo tempo

— Eu te conheço Sam. Você já...

—  ... de Deus, você não é tão idiota...

— ... pensou, sim, que eu sei! – Collin começa a empurrar ele, os dois rindo. – Não adianta...

— Tá bom! Tá bom! – Sam praticamente grita. – Você venceu. Se for menina, eu pensei em... – ele olhou para Collin, tão grato por ter aquele amigo. – Posy.

Collin sorri em resposta.

— E, se for menino... Arran.

— Cara, quanto talento. Eu provavelmente só conseguiria pensar em John e Mary.

Sam ri, e tem uma ideia, ficando sério depois de um tempo

— Collin, você seria o padrinho?

Ele abre o maior dos sorrisos, levantando à garrafa para um brinde.


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Notas finais do capítulo

GALERA! Me digam qualquer coisa que vierem a cabeça de vcs, pode escrever qualquer coisa aqui nos reviews que eu fico feliz demais em responder. Eu sei que eu sou muito enrolada, podem me dar broncas e, ei, se vcs tiverem alguma ideia aí podem me dizer também, tô aceitando todas - huehuehuehue - (tá foda).
Ok, vc é fodasticamente fodástico - sim, até vc, fantasma - porque vc está lendo isso e eu fico muito animada com essa coisa toda.
*Nota: tenho que para de falar tanto "foda"

Até o próximo cap, deixe um emojizinho na caixinha aqui em baixo, porque seria legal ver a reação de vcs.

— É só isso, produção?
(É sim.)
— Ah, tá. Vlw flw.