Messed Up escrita por E R McKendrick


Capítulo 2
Apresentações e primeiras impressões


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, gafanhotos
************LEIAM AS NOTAS FINAIS************
;)
Vlw



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É domingo. Amanhã é o dia. Stanley obrigou Collin a passar as noites desde sexta até a manhã de domingo numa das celas temporárias da delegacia. O Xerife acompanha o delinquente até a casa de sua tia Trinna.

Assim que o policial Palmer estaciona o carro, Collin sente calafrios. Faz uns três anos que não entra naquela casa. O Xerife toca a campainha e pouco tempo depois, uma mulher loira de meia idade atende. Enquanto eles conversam, Trinna lança vários olhares para onde Collin estava, ainda na viatura. Agora desviando o olhar para as algemas que rodeam seu pulso.

Sempre soube que uma hora teria que encarar a tia, mas ele não quer que essa hora chegue nem tão cedo, nem tão tarde, nem nunca. O Xerife faz um sinal para Palmer e ele sai do carro e abre a porta de trás da viatura. Não muito preocupado com a delicadeza em que tira Collin dali, o empurra até a casa de Trinna.

Dessa vez algemado, as mãos de Collin estão para frente e, quando encara a tia nos olhos, acena de leve e força um sorriso culpado.

– Oi... tia Trinna. – cumprimenta, sem graça.

– Collin. – ela o avalia da cabeça aos pés. – Conversamos depois.

– Eu estou providenciando tudo, Sra. Jones. A única coisa que precisa se preocupar é que ele realmente cumpra o acordo. – Stanley anuncia.

Quando os policiais vão embora, Trinna e Collin entram na casa. Ele ainda esfrega os pulsos. Collin aprecia como quase nada havia mudado naquela casa. Se pergunta como está seu quarto depois de tanto tempo. Sua tia o guia pelo corredor dos quartos.

– Stanley me ligou ontem então eu já deixei o seu quarto arrumado.

– Ahn... obrigado. – ela abre uma porta que era exatamente a do antigo quarto dele. Não está muito diferente, apenas não tem mais todas aquelas coisas bobas de criança. Trinna está dando as costas para o sobrinho, mas ele segura seu pulso antes que saísse do seu alcance. Ela se vira para Collin, parecendo surpresa. – Olha, eu sei que está chateada ou... zangada por tudo que fiz, mas eu quero começar de novo e como vou ficar aqui agora, não quero que você aja assim.

– Eu não estou chateada ou zangada com você, Collin. Eu estou magoada. Por mais que eu te ame, não vai conseguir meu perdão apenas com um quase pedido de desculpas.

Ele se lembra de quando ela era bem mais alta que ele, quando não precisava olhar para o chão para desviar o olhar, mas apenas parar de olhar para cima. Assim que ela termina de falar, ele a encara. Ela está um pouco mais baixa que ele agora, mas ainda sim parece mais autoritária. Nunca deixou de ser. Vê nos seus olhos a mágoa nas lágrimas reprimidas por ela.

Antes de abraçá-la, Collin hesita. Por incrível que pareça, Trinna retribui o abraço e começa a chorar baixinho.

– Por que você se envolveu com essas coisas, Collin?

– Elas me salvaram, tia.

– Seus pulmões devem estar um lixo agora. – ela ri. E Collin acompanha.

– Devem mesmo.

– Nada de drogas ou bebidas aqui, tudo bem?

– Nenhum tipo de droga, ou só as ilícitas?

– Se quiser fumar que seja um mísero cigarro, vai sentar na calçada dali fora.

Collin ri. Eles sentam no sofá da sala e colocam conversa em dia. Os principais acontecimentos dos últimos três anos são compartilhados. Enquanto Trinna fala de entrevistas de emprego, ou sobre seu marido e sua filha, Collin tenta ocultar quantos tipos de drogas usou, quantos roubos cometeu, quantas vezes ficou bêbado, etc. Por fim, ele finalmente pede desculpas de verdade para a tia.

*

Rebecca mal deixa deixado sua mochila na sua carteira da sala da aula de Filosofia e Roxy já vem com uma expressão de cúmplice, provavelmente com uma fofoca nova em folha para contar à melhor amiga.

– Bec, você definitivamente não vai acreditar.

– Bom dia, Roxy.

Roxy é uma grande amiga de Rebecca. Não só porque se conhecem desde que eram pequenas, mas também porque se entendem como ninguém. Roxy é pouco mais alta que Becca. Seus cabelos são castanhos escuros, só que as pontas são pintadas de um roxo não muito chamativo, uma espécie de californiana que combina perfeitamente com ela e seus olhos cor de âmbar.

– Chuta.

– Só conta logo, garota. Eu sei que você está se remoendo por dentro pra me contar qualquer que seja o "babado".

– Não é um mero babado! É uma N-O-T-Í-C-I-A. E dessa vez você vai adorar.

– Hmm, o Coldplay vai vir fazer um show de graça aqui? – Becca finge estar empolgada.

– Não. – Roxy revira os olhos. – Ashton está voltando pra Nova York. – praticamente dá um gritinho histérico.

– Não acredito! – responde também com um quase gritinho histérico. – Quando ele chega?

– Amanhã!

– Mas já? Por que não me contou antes?

– Eu só fiquei sabendo ontem. Ele disse que queria que fosse uma surpresa.

– Mal posso esperar para revê-lo.

– Parece que ele também não. – Roxy manda um olhar malicioso para Becca. – Ele perguntou por você ontem quando conversávamos no telefone.

Becca fica um pouco corada. Alguns anos atrás Roxy convidara Becca para ir para o sítio da família para comemorar o aniversário de casamento dos pais dela. Ashton, o irmão mais velho de Roxy, havia ficado com Becca e depois disso podia-se dizer que estavam "saindo" juntos.

– Ah, Rox, para. Você sabe que quero dizer como amiga. Já faz tempo.

Agora Ashton já tem uns 21 anos e passou numa ótima faculdade na Califórnia. Mora lá com um tio e estuda Engenharia. Tendo esse feriado ele aproveita para tirar "férias" e passar uma semana com a família.

– Hmm. Sei.

Se espera saber onde Rebecca e a amiga se encaixam na hierarquia social, saiba que elas não são as populares, nem as excluídas. Elas são meio termo. Nunca chamam atenção demais, mas são amigas superficiais de todo mundo. Não tem aquela garota popular e malvada que quer ficar com o mesmo cara que é apaixonado pela protagonista. Essa história é um pouquinho diferente.

Enquanto continuam a conversar sobre Ashton, o Sr. Trueman, o professor de Filosofia, chega e pede silêncio a todos, ao mesmo tempo em que escrevia o título da matéria nova no quadro. Alguém bate na porta da sala. Trueman a abre e é um policial. Ficam conversando durante algum tempo em voz baixa, para que os alunos não escutassem.

Nem se estivessem falando num tom de voz normal seria possível escutar o diálogo, sendo que toda a turma aproveita esse momento para virar para os amigos e conversar. Ao contrário da maioria, Becca prestava atenção na cena, pois era muito curiosa.

O policial sai da sala e o Sr. Trueman pede silêncio de novo. Assim que a algazarra diminui à alguns sussurros, ele prossegue:

– Turma, temos um aluno novo e... bom, o Xerife vai explicar.

E o mesmo policial entra de novo, mas agora empurrando um garoto, provavelmente da idade média dos adolescentes da classe, que está com as mão para trás do corpo. Sua expressão é de tédio e cinismo.

– Bom dia, crianças. – faz uma pausa para receber um “bom dia” coletivo de volta, mas poucos se deram o trabalho de responder. – Eu sou o Xerife Stanley e este é Collin Fisher. Ele vem se metendo em muita encrenca, então fizemos um trato. Ou ele volta a estudar, ou é preso. Acho que já sabem o que ele escolheu, certo? – Collin encara cada rosto, provavelmente querendo intimidar os outros garotos ali. – Por mais que a cara dele seja feia, relaxem, ele não é tão perigoso sob condicional.

Stanley tira uma chave do bolso e destranca as algemas dos pulsos de Collin.

– Não faça mais nenhuma burrada, por favor. – o xerife murmura no ouvido do garoto e ele devolve um “pode deixar” irônico.

Collin se dirige à uma das últimas carteiras de uma fileira enquanto esfregava os pulsos. Como todos, Roxy julga Collin. Ela pensa nele como aquele tipo de cara maconheiro que pega qualquer vadia, vai para a diretoria toda semana e está pouco se importando com qualquer coisa. Becca imagina ele como o tipo valentão burro que escolhe um nerd para implicar, força ele a fazer as tarefas, começa uma briga por diversão, rouba o dinheiro dos ”fedelhos” para comprar qualquer tipo de droga.

De maneira geral, Collin olha para os rapazes "maricas" dali com uma vontade enorme de rir, porque a realidade deles parece ridícula. Quanto às meninas, ele dá uma nota mental para cada e qualquer uma que olha.

– Bem vindo, Sr. Fisher. Espero goste de Sócrates, porque o ele vai ser o próximo filósofo que vamos estudar. – o Sr. Trueman anuncia.

Collin sorri da maneira mais falsa possível e se debruça na carteira, querendo morrer e amaldiçoando Mikey mentalmente para todo o sempre.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a vc que leu o cap td (te amo)!
Bem, eu vou me dedicar a essa história e espero MUITO conseguir terminá-la. Eu já tenho ela toda planejada, só que o que me falta é tempo pra escrever.
Vou dar o meu máximo nessa história, mas vcs têm que colaborar e comentar pra me incentivar e fazer com que os caps saiam mais rápidos.
Então, já que estamos nesse clima: comente!!!!!!! Fale o que vc espera, deixa um "hello", me encoraje a escrever, me xingue por ter tão pouco tempo pra isso, diga o que mais gostou no cap, qual é a sua primeira impressão dos personagens, diga o que não gostou, deixe dicas ou ideias, escreve qualquer coisa nessa caixinha aqui debaixo, please! Nem que seja um emoji ou um "eae, parça". Aceito tudo e qualquer coisa. Vou responder com todo o carinho.
E acompanhe pra saber quando vai sair o próximo!