Mais Um Dia Em Segredo escrita por LaisaMiranda


Capítulo 6
Conversa


Notas iniciais do capítulo

Gente, já vou corrigir aqui eu disse "recomendações" quis dizer "favoritamentos". Eu sempre confundo. Aliás recebi mais dois. Muito obrigada.

Estou tendo um feedback muito bom de vocês. Muito obrigada. Estou me dedicando bastante para fazer o melhor.

PS: Sou péssima com títulos dos capítulos. Não me julguem. Fica uma bosta mesmo.

Boa Leitura!



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Evelyn passou o fim de semana comigo. Ela é boa em me fazer sentir melhor, exceto que eu sabia que na segunda-feira as coisas seriam diferentes, já que eu teria que ir à escola e encontrar com Stephen. 

Estou fazendo tudo o que posso para não vê-lo. Evelyn me ajuda do jeito dela. Vigiando em todos cantos e me avisando quando ele se aproxima com a turma dos populares. Eu realmente não quero encontrar com ele, não estou pronto para enfrentá-lo depois do que aconteceu. Eu me conheço e, se fosse deixado sozinho com Stephen, eu poderia ceder, como nas outras vezes.

Antes da penúltima aula, vou ao meu armário para pegar o livro de ciências que havia esquecido quando vejo um papel dobrado. No topo está escrito: eu sinto muito mesmo. Sei que a mensagem por dentro é a mesma de sempre, sem pensar mais, rasgo o papel. Ele realmente acha que será assim tão fácil? Pego meu livro de ciências e fecho meu armário. Quando me viro, noto ele me observando. Ele está triste. E por um segundo, sinto pena. No entanto, lembro-me do sentimento horrível que senti quando o vi beijar outra pessoa. Eu já tinha visto as garotas ao seu redor antes, mas vê-lo responder a um beijo era demais para mim. Isso me fez perceber o quão estúpido eu estava sendo.

Não sei como conseguimos manter esse relacionamento por tanto tempo. Não sei como fiz isso. Ste pertence a outro tipo de realidade. Eu era apenas uma distração.

Tenho a impressão de que ele virá até mim, talvez fosse, se John não tivesse chegado neste exato momento. Seria sempre assim. Ele nunca terá coragem de falar comigo em público. É melhor me distanciar, ou posso acabar me machucando mais.

Naquela tarde, Evelyn me acompanha em casa. Ela não queria mesmo me deixar sozinho.

— Não acredito que ele teve a audácia! — ela está indignada depois que contei que ele me deixou outro bilhete.

— Vamos mudar de assunto, okay? Você quer comer  algo?

— Sim, estou faminta.

— James? — Minha abuela grita da cozinha. — É você?

— Sim. Evelyn também está aqui.

— Tudo bem, Susana? — Evelyn dá um beijo em minha abuela, como se não tivesse visto a própria no fim de semana.

— Estou bem, chica. E sobre o que vocês conversam tanto?

Evelyn e eu nos encaramos.

— Coisas da escola — eu respondo.

— Eventos que afetam nossa vida na adolescência, mas que somos maduros o suficiente para passar por isso sem sermos atingidos — Evelyn deixa muito claro com  sua capacidade de usar palavras sábias.

Minha abuela apenas ri. Ela ama Evelyn. Ao contrário do meu pai. Não que ele a odiasse, mas ele não gasta uma palavra conversando com Evelyn, talvez por isso ela não tenha descoberto sobre Ste antes. Já que quando meu pai está em casa, não saímos do quarto. Evelyn se sente muito mais à vontade assim.

Minha abuela está preparando algo delicioso, sinto um cheiro bom, mas ainda não identifiquei o que é. De repente, a campainha toca. Olho nervosamente para Evelyn. Só pode ser ele.

— Quem é? Você convidou mais alguém, James?

— Não —  respondo, sem saber o que fazer.

— Deixe que eu atendo — Evelyn sai da cozinha com determinação. Eu vou atrás dela imediatamente. Peço que ela espere e me escondo atrás da porta. Eu preciso ouvir tudo. 

A porta está aberta e espero a pessoa dizer alguma coisa.

— Oi. — É ele. Sinto um arrepio só de ouvir sua voz novamente. — Eh... James está em casa? Ele está hesitando. Como se Evelyn já não soubesse.

— Ele não quer falar com você. — ela responde, não sendo gentil. Eu apenas tento respirar bem, esperando sua próxima resposta.

— Você sabe. — Pelo jeito que Evelyn falou com ele, não é difícil ver que eu contei tudo a ela. Não ouço Evelyn responder, o que significa que ela pode ter concordado. — Evelyn? Certo?

Mais uma vez eu não ouço a voz dela. Evelyn deve estar fazendo uma careta. Eu aposto.

— James falou muito sobre você.

— Sério? Engraçado, ele não falou muito sobre você. — Ste não responde. — Porque você não queria, não é? Você sabe o quão difícil foi para ele esconder isso de mim? Ele realmente se sentiu mal, e tudo por quê? — Evelyn está levantando a voz. Ela sempre faz isso quando está nervosa. Receio que minha Abuela seja capaz de ouvir. —  Para acobertar um covarde e idiota como você.

Pelo menos ela não tinha usado a palavra gay. Evelyn está realmente irritada.

— Olha, eu não vim aqui para ouvir sermão de você. Se James quer me amaldiçoar, eu estou aqui. Mas peça para ele vir falar comigo. — Surpreendentemente, Ste está calmo.

— Que parte dele não quer falar com você, você não entendeu? Eu já sei que vocês populares não tendem a ser inteligentes, mas isso já é demência.

— James! — Ste grita, para minha surpresa. Começo a sentir meu corpo inteiro tremer. — James, por favor fale comigo. Eu preciso falar com você.

Sinto um aperto no meu coração. Mesmo depois de tudo, ainda tenho sentimentos por ele. E Evelyn está sendo muito má. Não, não está. Ele merece. Eu preciso aprender a me valorizar, pelo menos uma vez na minha vida.

— Com licença. — Evelyn dá um passo para trás e fecha a porta na cara de Ste.

— James! — Ste grita de novo. E agora seu grito segue com o soco na porta. Eu olho assustado para Evelyn. Ela entende o que estou pensando. Isso pode atrair minha Abuela, e seria difícil de explicar — James!

Evelyn abre a porta com força, determinada a não ser gentil.

— Você pode parar de gritar? Há uma senhora idosa nesta casa. E sem contar os vizinhos. — Eu não escuto a voz de Ste. Quando Evelyn volta a falar, ela está mais calma, mais compassiva. — Olha, você teve sua chance e estragou tudo. Agora deixe meu amigo em paz. Ele merece alguém melhor que você.

Ela fecha a porta novamente, mas desta vez com calma. Não sei se Ste vai gritar de novo, embora depois de um tempo eu ouça um carro arrancar. Ele está indo embora.

Encosto contra a parede, sentindo o mundo entrar em colapso. Evelyn pega minha mão. Por que dói tanto?

— Força. Isto é apenas o começo. Você sabe que ele não vai desistir. Caras como ele sempre conseguem o que querem. Não dê esse gosto, James. Você tem que ser forte.

Eu sei que ela está certa. Evelyn está me protegendo. Eu gostaria que as coisas tivessem sido assim, talvez eu não estivesse nessa situação hoje.

 

***

 

Eu nunca senti nada assim. Aquela sensação de prazer que só aumentava cada vez mais. Ste realmente provou ser experiente, mesmo que fosse sua primeira vez com uma pessoa do mesmo sexo. Eu quase não senti tanta dor. Ele foi muito cuidadoso.

Ele ainda estava em cima de mim, a cabeça apoiada no lado da minha, descansando após a agitação. Estávamos assim por alguns minutos, apenas respirando com dificuldade e sentindo o corpo nu colado um no outro. Estávamos suados e eu estava com muito calor.

Depois de toda a sensação, a sensatez voltou a tomar conta de mim. O que eu tinha feito? Eu fiz a coisa certa? Não tinha certeza. Certeza do que aconteceria depois disso. Ele me largaria? Ele me usaria quando quisesse, de maneira que eu não pudesse resistir?

Ste deitou-se ao meu lado e beijou minha bochecha. Com carinho.

"O que você está pensando? Você pensa muito, sabia?" Ele virou meu rosto para que eu olhasse para ele. Apenas fiquei observando seu sorriso perfeito e as mechas loiras completamente bagunçadas. "Você sabe o que estou pensando?" Ele disse, aproximando o rosto do meu, sem parar de sorrir. "Quão sortudo eu fui, por ter encontrado você."

"Mesmo?" perguntei timidamente. Ele sorriu, ainda mais radiante e encostou a testa na minha.

"Mesmo. Você é muito especial, James. Obrigado por me permitir entrar em sua vida."

Ste beijou meus lábios gentilmente. Não achei que suas palavras fossem falsas. Ele estava sendo sincero. No entanto, meu medo era que esse sentimento não durasse. E quando digo isso, quero dizer: no momento em que o dia nascer de novo, teremos que voltar para a escola. Lá, com certeza, as coisas seriam diferentes.

 

***

 

É uma quinta-feira de março. O dia do aniversário da minha abuela. Meu pai decidiu levá-la para festejar, à sua maneira. Ela disse que não precisava, mas meu pai insistiu e eu também achava que ela merecia. Minha abuela fez muito por nós. Ela merecia o mundo se eu pudesse dar a ela. No entanto, eu não imaginava que o lugar que meu pai escolheria seria uma lanchonete. Não queria dizer nada, mas não era necessário, meu pai percebeu minha reação.

— O que, James? Seu pai não é rico. Não posso pagar o jantar em um restaurante. É muito caro. Desculpe mamá. Mas é o melhor que posso lhe oferecer.

— Tudo bem, hijo. Não se preocupe comigo.

— Viu? Sua abuela não está reclamando.

— Nem eu.

Entramos na lanchonete e escolhemos uma mesa perto da janela. Um funcionário vem nos atender. Olho o menu para ver o que vou escolher.

— Eu vou querer um cachorro-quente, com tudo o que tenho direito. — diz meu pai enquanto estou me concentrando no cardápio à minha frente. — Não hesite, viu? Eu quero um refrigerante grande para compartilhar com nós três. E você, mamá?

— Vou comer um desses lanches naturais. Pode ser?

— Claro — diz meu pai. — E você, James?

— Bem, eu quero — eu olho para o rosto do funcionário e as palavras desaparecem. É o cara. O cara que me viu com Ste naquele dia, atrás dessa mesma lanchonete. Como é que eu não lembrei disso? Claro que ele trabalha aqui.

— O que foi, menino? — pergunta meu pai, olhando para mim com aqueles grandes olhos verdes que eu herdei dele.

— Nada, eu vou quer um hambúrguer completo, por favor — respondo sem olhar para o empregado. Será que ele me reconheceu?

— Tudo bem. Volto já com o pedido de vocês. — Ele tem uma voz bonita. Só consigo perceber isso, porque não tive coragem de enfrentá-lo novamente. Meu pai percebe que eu sou estranho.

— O que você tem, James?

— Nada.

Um momento depois ele volta. Distribui nossos pedidos sobre a mesa. Eu tento agir normalmente. Ele me olha nos olhos quando coloca meu prato na mesa. Eu congelo. Ele lembra de mim.

Passo os próximos minutos muito nervoso. Apenas como fingindo ouvir o que meu pai diz, olhando para ele e minha abuela, sentados juntos à minha frente. De repente, percebo que o cara me observa de vez em quando. Estou começando a temer que meu pai perceba, mesmo que esteja de costas.

— Vou pegar mais ketchup. — Levanto-me sem jeito e vou em direção ao balcão. Para minha surpresa, ele fica me encarando, talvez seu objetivo fosse que eu  me aproximasse. — Você pode parar de olhar para mim? — digo com essa maldição timidez. Meu pai pode perceber.

— Era você naquela noite — ele afirma, mas age como se estivesse distraído colocando os salgados na estufa. Eu coro, ele sorri e percebo que ele se parece com o tio Jesse de Três é Demais.

— Meu pai não sabe...

— Tudo bem. Eu sei como é isso. — Leva um segundo para eu entender o que ele quer dizer com isso. Não é possível. — Você deveria contar a eles. Se sentiria melhor.

Permaneço olhando para ele. Por que ele está me dizendo isso?

— Por que está me contando isso? — Fico surpreso ao fazer uma pergunta que, em geral, eu manteria em minha cabeça. No entanto, por algum motivo, quero saber a resposta.

— Eu saio às seis. Mas meu intervalo é às três. Se você quiser conversar. Eu posso responder suas perguntas.

Então ele sai do balcão e vai para a área dos fundos. Volto para a minha mesa confuso. É isso que estou pensando? Será que ele é...

— James? —  Eu olho para o meu pai. — Cadê o ketchup?

Droga, eu esqueci de pedi.

 

Encontro Evelyn na escola no dia seguinte e decido contar a ela o que aconteceu na lanchonete. Não suporto mais mentiras entre nós. É melhor eu contar tudo a ela e saber sua opinião. Quero saber o que devo fazer. Se devo ir falar com ele ou não.

— Não sei, James. Você acha que isso é importante? — ela pergunta, encostada no armário de alguém.

— Eu só estou curioso. Eu não conheço ninguém como ele. Quero dizer, mais velho e gay — digo a última palavra em um sussurro.

— E se ele for um masoquista? Gay masoquista. — ela também sussurra as últimas palavras. — Isso é muito perigoso.

Eu sei que Evelyn pode estar certa. Quero dizer, esse cara pode ser um psicopata ou estuprador. E daí que ele é muito bonito ou parece um cara legal? As aparências podem enganar. No entanto, por algum motivo, fiquei acordado quase a noite toda pensando no que ele havia me dito. E se ele é realmente gay, o que eu tenho 99% de certeza, preciso falar com ele. Afinal, ele parece ser muito mais velho que eu, ou seja, ele tem mais tempo de vida e mais experiência sobre o que é ser essa pessoa, neste mundo, onde as coisas ainda não são simples e, por esse motivo, ainda preciso conviver com esse segredo.

No início da tarde, aviso Evelyn sobre minha decisão. Eu iria para a lanchonete depois da última aula. Ela insiste em vir comigo.

— Não. Eu preciso ir sozinho. Ele pode não querer conversar se você estiver lá.

— Não sei não, James. Isso é muito perigoso.

— Não vou deixar a lanchonete com ele, prometo.

Ela concorda com isso. Mas me pede para ligar mais tarde para contar como foi.

Chego à lanchonete uma hora depois, o ônibus demorou a passar. Hoje o clima está gelado. Estou vestindo uma blusa, mas lamento não ter trazido um guarda-chuva. O céu está cinzento. Talvez chova mais tarde. Adentro a lanchonete e ele logo encontra meu olhar. Sento-me à mesa mais distante que enxergo, que quase some da vista de quem entra no estabelecimento. Ainda são 2h30m. Eu tenho que esperar meia hora para que ele esteja livre.

Até ele chegar, me pergunto se fiz a coisa certa. Agora que estou aqui, sentado sozinho, esperando para conversar com um estranho, não parece realmente uma boa ideia. No entanto, é tarde demais agora. Eu já tinha vindo até aqui. Ele me viu. Seria feio ir embora. Fico nervoso quando percebo, finalmente, que ele está se aproximando.

Ele se senta no banco da frente e olha para mim. Sua pele é marrom, não escura, puxada para um bronzeado. É muito semelhante à pele indiana. Os olhos negros. Cabelo castanho liso. Perfeito como John Stamos.

— Eu sou o Nicholas. — Estou feliz que ele começou a conversa.

— James.

— E qual o nome do seu namorado?

— Ele não é meu namorado. — Nicholas balança a cabeça. — Não mais. Quero dizer, não estamos mais juntos.

— Compreendo. Então o que você quer saber?

Eu respiro fundo algumas vezes. Não tenho mais medo de perguntar. Por alguma razão, estou me sentindo confortável com ele. Isso é estranho. Afinal, eu nem o conheço bem.

— Você é... — não consigo dizer.

— Gay? Homossexual? — Eu apenas aceno. — Sou.

Nicholas diz isso sem medo de que alguém ouça. Isso me faz admirá-lo.

— Por que você me disse aquilo ontem? Sobre contar ao meu pai?

— Descobri que manter esse segredo dentro da gente acaba machucando apenas uma pessoa. — Ele usa o indicador para se expressar. — Muitas vezes pensamos que os estamos protegendo de saber a verdade, mas... estamos apenas nos machucando.

Eu nunca pensei assim, mas ainda não parece uma boa ideia.

— Nao sei se consigo. Meu pai certamente me expulsaria de casa e minha abuela... ela ficaria decepcionada.

— Alguém mais sabe? Exceto seu ex?

— Minha amiga.

— Veja, os amigos estão sempre lá para o que quer que aconteça. Se ela é sua amiga, aparentemente, ela estará ao seu lado de qualquer maneira. Seu ex, ele também passa pelo que você passa. Mas você não teve nenhuma experiência com alguém completamente diferente de você. Uma hora, James, você terá que dizer a verdade. Você não pode esconder algo assim pelo resto da vida, e acho que fazê-lo o quanto antes é a melhor maneira de resolver as coisas incompreendidas depois.

— Foi fácil com você? — pergunto curioso.

— Acho melhor deixar essa conversa para outro dia. — Ele não quer falar sobre isso. Eu não o julgo. — Aceno com a cabeça. Ele sorriu.

— Está com fome? Eu posso pegar algo para você.

— Não, obrigado. Acho melhor eu ir. Não quero desperdiçar seu descanso.

— Sem problemas. Eu convidei você para vir. E estou feliz que você tenha aceitado. Não falo com alguém como eu há algum tempo.

Ele é tão confiante. Não confiante como Ste, mas confiante de uma maneira completamente diferente. Sobre sua vida. Eu quero ser assim no futuro.

— Quantos anos tem? — A pergunta me pega de surpresa.

— Dezessete.

— Você parece mais novo.

— Você tem quantos? — Tento fazer a mesma pergunta que ele me fez, mas não sai do mesmo jeito. Eu pareço uma criança perto dele.

— Eu já sou velho. — ele apenas sorri. Vejo isso como uma deixa. Uma deixa para eu cair na real. Não que eu estivesse dando em cima dele. Espero que ele não tenha pensado isso, mas ainda assim. Nicholas parece estar deixando claro que isso nunca aconteceria.

— Acho melhor eu ir.

— Como quiser.

E Evelyn, pensando que ele era masoquista.

Sorrio sem querer, o que o faz sorrir também. Tropeço na cadeira depois me levanto. É só o que me faltava, cair na frente desse cara. Me despeço e vou embora. É impressionante como eu pareço ter desaprendido a andar. Isso sempre acontece quando sinto alguém me observando.

— E James? — Nicholas me chama. Viro-me curioso. — Se quiser conversar... — sorrio e deixo a lanchonete.

Essa conversa foi realmente importante. No entanto, ainda não estou pronto. Não tenho coragem de me revelar. Sinto que meu pai nunca me aceitaria e tenho ainda mais medo de ver a expressão no rosto de minha Abuela quando ela descobrir tudo. Sei que em algum momento eles saberão a verdade, mas ainda não tenho certeza de quando isso deve acontecer.


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Notas finais do capítulo

Quero muito saber a opinião de vocês sobre esse novo personagem. Aguardarei ansiosa os comentários.

Até Sexta!