Mais Um Dia Em Segredo escrita por LaisaMiranda


Capítulo 32
Extra(1): Resistindo à Tentações


Notas iniciais do capítulo

Vou agradecer aqui mais uma vez pelos comentários. E ganhei mais uma recomendação. Aii meu Deus, que lindo LUNALLY, ficou maravilhosa. Isso me deixa muito feliz. Muito mesmo. Saber que vocês gostaram tanto dessa história assim como eu.

Agora vamos ao que interessa. LEIAM TODA ESSA NOTA, FICOU GRANDE, MAS É PORQUE ESTÁ EXPLICANDO COMO VAI FICAR.

Avisando que eu sempre vou colocar as imagens dos personagens importantes e de como eles estarão naquele momento. Como vou postar em anos diferentes, às vezes os personagens estarão mais velhos (vou mudando as fotos quando isso acontecer). Mas sempre vou colocar os nomes para vocês não se confundirem.

Também vou colocar imagens dos lugares, que aí também não preciso ficar descrevendo. Vamos focar nas coisas mais importantes, né? E fica mais fácil para vocês imaginarem da maneira correta.

Eu também não vou seguir uma ordem. Uma hora eu posso estar postando eles na faculdade, outra hora eles casados, mas vocês sempre saberão antes de começarem a ler. Também não vai ter como saber o tamanho de cada EXTRA. Vai depender do que vou escrever. Às vezes vai ficar grande, às vezes não. É isso. Aqui em baixo uma especie de lista que sempre terá antes do Extra. Para vocês estarem mais atento ao que vai acontecer.

—____

— MOMENTO/ONDE QUE SE PASSA: Inicio de 1996/Faculdade de Yale.

— POV: Stephen.

— PERSONAGEM NOVO: Sebastian Bellini (O cara de quem Ste contou para James).

— IDADES: Stephen (19); Sebastian (20).

Boa leitura! Vamos ver se vocês vão gostar!



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— RESISTINDO À TENTAÇÕES

James estava por cima de mim, me beijando de forma carinhosa, mas ele sabia o quanto eu gostava da maneira doce que ele me beijava. Ele parou de beijar minha boca, só para descer para o meu pescoço, então continuou, descendo para o meu corpo. Beijava meu peito, fechei os olhos, só para sentir seus lábios riscando meu corpo com doçura. Ele já estava no meu umbigo, enquanto eu já sentia aquela sensação maravilhosa que só aumentava à medida que ele ia descendo a boca, eu acordei.

Abri os olhos com a respiração forte e suando frio. Era um sonho. Apenas um sonho. James não estava aqui comigo, eu não estava com ele.

Olhei para baixo e vi minha ereção. Já fazia um bom tempo que eu não tinha relações sexuais. Quase cinco meses para ser exato. Acho que por isso esses sonhos eram cada vez mais frequentes. Como eu sentia falta dele.

— Teve um sonho daqueles? - perguntou Sebastian Bellini, o meu colega de quarto.

Olhei para ele, que estava deitado na cama, lendo um livro. Olhei para o relógio pendurado na parede do nosso quarto. Ainda era oito da manhã.

— Já acordou? - perguntei, me sentando na cama. Hoje era sábado e geralmente de final de semana ele acordava mais tarde.

— Eu posso dar uma ajudinha se você quiser - disse Sebastian, jogando o livro de lado e olhando para o meu material. Eu estava usando apenas uma cueca.

Levantei da cama, ainda sonolento, ainda pensando no sonho que eu tive. Não liguei para o que Sebastian disse. Eu já estava acostumado com esses tipos de comentários vindo dele. Por coincidência, Sebastian também era gay. Ele não me escondeu isso desde o primeiro dia que nos conhecemos e essa foi uma das razões para que eu também não me escondesse, assim como fiz em Herman. Era bom ter alguém com quem eu pudesse conversar, mas Sebastian não parava de tentar ter qualquer coisa comigo, mesmo sabendo sobre James.

Abri a porta do nosso quarto e entrei pelo corredor até chegar no banheiro. Estava vazio. Todos da fraternidade estavam dormindo uma hora dessas. Enquanto eu mijava, devo dizer, com muita dificuldade por razões obvias, ouvi Sebastian se aproximando. Eu não precisava olhar para trás para saber que era ele.

— Como você consegue, Stephen? - perguntou ele me esperando do lado de fora do reservado.

Saí do banheiro e lavei as mãos na pia. Ele continuou me observando, encostado na parede, eu podia vê-lo pelo espelho. Abaixei para poder tirar o suor da minha cara, jogando água fria nela.

— Todo esse tempo sem transar. Você sabe que eu posso te ajudar.

— A gente já conversou sobre isso, Sebastian - disse enxugando meu rosto com a toalha e, sem olhar para ele, saindo do banheiro e voltando para o nosso quarto.

Sebastian era bem másculo. Seus braços eram mais fortes do que os meus, e a pele morena, bem clara. Ele usava barba rala, mas era bem desenhada. Ele era bem bonito, eu não podia negar, mas eu só tinha olhos para James.

Entrei no quarto e peguei uma calça no armário para vestir. Sebastian entrou no quarto. Ele fechou a porta.

— Eu sei, eu sei - continuou. - James. O seu ex-atual-não-atual-namorado. Mas você nem sabe se ele já não está com outra pessoa. E você fica aí, desperdiçando...

— Ele não está com ninguém - respondi com um tom nervoso na voz, me virando. Só de pensar nessa possibilidade eu já ficava maluco. Sebastian me encarou sério.

— Por causa da promessa - ele respondeu. - Tudo bem. - ele se aproximou de mim. Nós dois tínhamos a mesma altura. Eu tinha contado tudo para ele. Até sobre a promessa que James e eu fizemos de só nos vermos depois de um ano. - Se você tem certeza.

Ele deu de ombros. Dei a volta e comecei a arrumar a minha cama. Ele logo sentou na sua e me encarou de novo.

— Só estou tentando dizer que eu posso te ajudar com isso aí - ele voltou a encarar o lugar onde meu pênis ficava, sem vergonha nenhuma. - Não precisamos transar, nem nada. É só para te aliviar.

— Eu já faço isso sozinho, obrigado.

— Você sabe que não é a mesma coisa.

Parei o que eu estava fazendo e o encarei.

— Sebastian, nós tentamos - tentei ser o mais gentil possível. Eu não queria magoá-lo. - E você sabe que eu não consigo. Eu pensei que tínhamos parado com isso.

Ele abaixou a cabeça. Eu sabia que ele gostava de mim, pelo menos era o que ele dizia. Mas não tinha como saber se era verdade. Sebastian era bem safado. Uma vez ou outra ele estava com um cara diferente.

— Tudo bem, Stephen. - ele levantou as mãos se rendendo. - Mas hoje vamos sair. É sabado. Sem desculpa.

—-

A noite fomos para um bar que ficava no centro de Connecticut. Não deu nem meia hora e Sebastian já estava se agarrando com um cara no fundo do bar. Eu não sabia como ele conhecia tanta gente que era homossexual. A verdade era que aqui na cidade de New Haven as pessoas eram mais mente abertas. Eu gostava disso.

Fiquei bebendo. Apenas maiores de 21 anos podiam entrar naquele bar, e consumir o que tinha lá dentro, mas Sebastian era amigo do dono e ele nos deixava beber sem problemas.

Me diverti naquela noite. Eu precisava. Já passava a maior parte do tempo pensando em James, estudando para ser um dos melhores da minha turma. Eu precisava seguir com o meu plano. Precisava convencer meu pai de que podia abrir uma empresa e me mudar para Nova Jersey e ficar perto de James. Era por ele que eu estava me matando, para no final ficarmos juntos. Mas tudo o que eu queria era que esses dias passassem voando. Só que ainda faltavam seis meses. Era muito tempo.

Quando voltamos para a faculdade já era umas duas da manhã. Eu bebi demais e Sebastian estava tendo que me carregar praticamente no colo.

Entramos no nosso quarto e eu tentei me soltar dele para ir até a minha cama, porém tropecei nos meus próprios pés e caí em cima da mesma. Demorei um tempo para perceber que Sebastian tinha caído junto comigo.

Eu estava rindo por causa do tropeço e foi aí que percebi o quanto nossos rostos estavam próximos.

— Seus olhos são verdes? - perguntei, pela primeira vez, percebendo isso.

— Sim. São mais para castanhos esverdeados. Não verde, verde - o sorriso que tinha no seu rosto desapareceu e ele ficou sério, olhando diretamente para os meus olhos.

— Seu rosto é tão perfeito. Já te disseram isso? - perguntou ele.

Percebi que aquilo não era certo.

— Sebastian, acho melhor você ir para a sua cama.

Senti a mão dele subindo minha camiseta e acariciar minha barriga. Na mesma hora senti um arrepio.

— Sebastian... - minha voz não saiu com um tom de "Para. Não faz isso".

— Você quer isso, Stephen. Tudo bem. Não precisamos fazer nada. Eu só quero te ajudar.

Ele desceu a mão e segurou no meu membro em cima da calça jeans. Apertei seu braço para que ele não continuasse, mas eu já sentia aquela sensação boa. Ele sabia como fazer aquilo e por um segundo eu deitei a cabeça na cama de novo. Ele foi ligeiro, aproveitou meu momento de fraqueza e abriu meu zíper, enfiando a mão dentro da minha cueca logo em seguida.

Fechei os olhos derrotado. Eu estava bêbado e com sono, mas realmente sentia falta daquilo. Porém eu sentia mais falta de James, do seu corpo no meu, dos seus beijos, das suas caricias. Imaginei ele na minha mente. Das nossas noites juntos. Por um momento realmente achei que ele estivesse ali, naquele quarto comigo. Me acariciando...

— Oh... James - eu nem tinha consciência de que estava dizendo isso em voz alta.

Então parei de sentir aquela sensação. Eu não conseguia mais ver James, ele não estava mais ali. Lembrei-me de que era Sebastian que estava com a mão naquela parte do meu corpo. Mas agora ele tinha parado. Encarei ele depois que abri os olhos. Ele se afastou, ainda olhando para mim, então quase deu uma risada, seu sorriso era nervoso, porém também não durou muito.

— Sebastian... - comecei tentando dizer alguma coisa, mas eu não sabia o que dizer.

— Não, tudo bem. - ele se levantou da minha cama. - Eu... - ele deu uma risada nervosa. - Eu disse que não tinha problema se você imaginasse ele, lembra?

Realmente ele já tinha me dito isso, mas sua expressão era diferente da sua voz descontraída.

— É só que... Eu acho que eu estava errado. Sei lá.

— Desculpa. - foi só o que eu consegui dizer. Meus olhos começavam a pesar. Eu estava começando a ficar com muito sono.

— Eu não tenho ideia de como esse James é, mas... Ele é muito sortudo. Quer dizer, ele te tem nas mãos dele.

Fiquei encarando ele, apoiado em meu cotovelo na cama. Quase caindo para o lado errado.

— Eu vou... beber um copo d'agua - então ele saiu.

Eu sabia que Sebastian tinha ficado envergonhado, ou se sentindo estranho pelo o que meu ouviu falar. Mas eu não podia evitar. Eu não conseguia tirar James da minha cabeça, nem por um segundo sequer.

Caí de volta no colchão da cama, sentindo uma emoção me tocar. Me lembrar de James me fazia bem, mas depois de saber que ele não estava mesmo ali comigo, me fazia sentir-se mal. Virei de lado na cama, do lado onde Sebastian não pudesse me ver se entrasse no quarto, e senti uma lágrima escorregar.

James, por que você não está aqui? Por que eu fui aceitar isso?

—--

No domingo daquele mesmo final de semana acordei bem mais tarde do que eu estava acostumado. Quando olhei para o relógio já era quase meio dia e meio. Levantei sentindo uma pontada horrível na cabeça. Então imediatamente me lembrei de tudo. Da bebedeira no bar, da volta para a casa, do Sebastian fazendo...

— Ai, droga!

Olhei para o lado e sua cama estava arrumada. Ele já tinha acordado.

Depois de ter ido ao banheiro desci as escadas da fraternidade. Eu já conseguia ouvir as risadas e os comentários dos garotos lá na cozinha. Eles deviam estar almoçando.

Entrei na cozinha e ninguém nem fez questão de olhar para mim, era como se nem percebessem que eu havia entrado. Eu não achava isso ruim. Aqui era assim. Os garotos nos apoiavam pois éramos da mesma irmandade, mas isso não quer dizer que toda hora iam ficar no seu pé. Eu acordei tarde hoje, e daí? Era mais ou menos assim.

O único que realmente me viu entrar, mas desviou o olhar depois que eu encarei, foi Sebastian. Fui até a pia e fiquei parado ali, em pé, ouvindo a conversa dos garotos, sem de fato prestar atenção. Minha cabeça ainda latejava um pouco. Fui até o filtro de água e enchi um copo, então bebi.

— Parece que você bebeu de mais ontem à noite - ouvi a voz de Sebastian e me virei. Ele estava na minha frente.

Busquei em seus olhos algum tipo de desconforto pela noite passada, mas não vi nada.

— Sobre ontem à noite, eu queria me desculpar - comecei. Ele mudou a expressão.

— Então você se lembra? - ele pensou que eu tinha esquecido? Por isso estava agindo tão normal?

— Eu sempre me lembro. Não sei por que. Não importa o quanto eu beba, eu sempre me lembro.

— É a primeira vez que eu queria que alguém não se lembrasse. - ele riu. Estava se comportando de maneira comum, como se aquele momento constrangedor entre nós não tivesse acontecido.

— Olha Sebastian - tentei falar baixo para que ninguém nos escutasse. - Eu sinto muito, de verdade. Eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós. Você é meu amigo, um dos poucos que eu tenho.

— Tudo bem, Stephen. Relaxa. Não tem problema. Só esquece o que aconteceu, tá?

Eu ia tentar. Mas não tinha certeza se ele ia esquecer disso.

Quando voltamos para o quarto tentei perguntar outra coisa.

— Sebastian eu só... - comecei não sabendo como falar isso. - Você disse uma coisa ontem. Sobre...

Ele me encarou curioso.

— O James me ter nas mãos dele. O que você quis dizer com isso?

Ele sorriu.

— Nada, só que. Você sabe. Vocês se amam. Quer dizer, você ama ele, ou não ficaria todo esse tempo sem... Você sabe. Ele tem sorte por ter seu amor. - ele abaixou a cabeça e demorou para continuar. - Às vezes eu só queria que alguém gostasse de mim assim. Eu queria ter alguém nas minhas mãos também.

Eu ainda não tinha entendido o que isso realmente queria dizer. Eu não sabia se "ter na mãos" era algum tipo de expressão nova, mas entendi o que ele quis dizer com querer que alguém o ame. Não existe coisa melhor do que essa.


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Notas finais do capítulo

E então? Como vocês puderam ver, vai ser bem diferente. São outros momentos. É como se fosse outra temporada. Estou curiosa para saber a opinião de vocês. Comentem se gostaram, pois assim eu vou saber se dá para continuar. E me falem o que mais vocês querem saber, para que eu possa escrever. Estou anotando tudo.

Também preciso saber que dia vou postar. Talvez eu não consiga toda semana. Mas preciso de um dia fixo para que vocês saibam quando vai sair. Terça ou Sexta, qual vocês preferem? Comentem, nem se for só para escolher o dia.

É isso, espero pelos comentários