Mais Um Dia Em Segredo escrita por LaisaMiranda


Capítulo 28
Lembrança


Notas iniciais do capítulo

Gente. Presta atenção no que eu vou escrever para não ficar confuso na hora de ler esse capítulo.

1º Tem o ponto de vista do Stephen, mas NÃO ESTÁ NO FLASHBACK. Eu coloquei no "mesmo tempo" que o de James, mas fiz um diferencial para vocês saberem quando mudar.

2º Depois do flashback volta para o pov de James.

3º Esse Flashback será o último. Os dois últimos capítulos não terão mais e muito menos o prólogo.

4° O Flashback é de uma "cena" que eu já escrevi (no segundo capitulo). Que eu cortei para colocar FB. Vocês vão lembrar quando estiverem lendo.

Espero que não tenha ficado confuso. Mas tive que fazer umas mudanças ou não ia ficar do jeito que eu queria.

Boa Leitura.



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Essa sensação é tão boa. Essa quando você está com os olhos fechados e no subconsciente. Você está dormindo e lentamente vai despertando. Escutando barulhos ao fundo, percebendo que está acordando. Sinto uma mão na minha, e antes de abrir os olhos escuto uma voz que eu conheço muito bem.

— James. Me desculpa, filho, me perdoa. - é a voz do meu pai.

Abro os olhos lentamente, a primeira coisa que vejo é uma claridade tremenda que me faz fechá-los novamente. Onde eu estou? Abro os olhos  novamente, já preparado para a clareza dessa sala.

— James? - meu pai se levanta e sou capaz de enxergá-lo. - Você está bem? Vou chamar o médico.

— Não. - digo, segurando sua mão com força o impedindo de ir. Ele disse médico? O que eu estou fazendo no hospital, o que tinha acontecido?

— Filho, você está bem? Se lembra de alguma coisa? - Apenas faço não com a cabeça. Por que eu estou aqui? Tento me sentar, mas ele não me deixa. — Não, você precisa descansar.

— O que aconteceu? - pergunto. Por que eu não me lembro? Meu pai está nervoso, como se não soubesse como me dizer.

— Você se lembra do baile? - pergunta ele.

— Do baile? - Como assim, já havia acontecido o baile? Por que eu não me lembro?

— Sim. Aconteceu um acidente no baile e você... - ele não termina a frase. - O importante é que você está bem, não é?

Coloco a mão no rosto e é aí que percebo que estou com a cabeça enfaixada.

— O que aconteceu? - pergunto ficando nervoso. - O que é isso na minha cabeça?

— Está tudo bem, filho. - diz ele me acalmando. - Eu preciso chamar o médico, tudo bem? Vou pedir para Evilyn vir até aqui.

— Evilyn? - pergunto.

— Sim, você se lembra dela? - aceno com a cebeça. Lógico que eu me lembro da minha melhor amiga, por que não me lembraria?

Não demora para Evilyn vir me ver. Eu não entendo o que está acontecendo e perguntaria para ela.

— James. Que bom que você está bem. - ela se aproxima da cama que eu estou deitado. Está tão bonita, apesar do rosto enxado. Ela havia chorado. Será que é por causa de mim?

— Seu vestido. - digo observando o lindo vestido dourado dela.

— Seu pai me disse que você não se lembra do que aconteceu nas últimas horas. - diz ela, segurando na minha mão. - Se lembra que você era o meu par?

— Lembro. Mas não me lembro do baile. Eu não consigo...

— Tudo bem. Não se esforce.

Encaro ela.

— O aconteceu comigo, Evilyn?

— Foi o Mike. Ele te jogou na piscina de Herman.

Me jogou... na piscina? Quando? Por que eu não me lembro?

— Eu não consigo me lembrar. - disse colocando a mão na faixa na minha cabeça. - Pelo visto foi sério. Eu não me lembro. - Evilyn está com uma cara estranha. — O que foi? - perguntei preocupado.

— Posso te dar um abraço sem que você morra? - ela não está sorrindo quando diz isso. Pelo contrário, parece que vai chorar a qualquer momento. Tento me sentar com a ajuda dela e ela me abraça. — Você me assustou, James.

— Desculpa. - Eu realmente não sei o que tinha acontecido. Alguém precisa me explicar direito. Mas não quero perguntar mais para Evilyn, pelo menos não por enquanto, ela está muito abatida.

— Sabe, eu quase nunca digo isso, mas eu te amo, tá?

Sorrio, nas suas costas e a aparto mais em meu corpo.

— Eu sei. Eu também te amo, Evilyn.

Fecho os olhos e sinto conforto nos braços dela. Abro os olhos devagar e noto que alguém entrou no quarto. Subo a visão para ver esse garoto bonito de calça social cinza e camisa branca me observando. É Stephen Reece. Encaro ele ainda abraçando a Evilyn. Ele está diferente. Parece que algo tinha acontecido com ele. Suas roupas estão amaçadas e o cabelo bagunçado. Sem contar o rosto, está muito inchado.

O médico entra com o meu pai e Evilyn se afasta.

— O que está fazendo aqui? - pergunta meu pai para o Reece.

— Desculpa eu só... - Ele abaixa a cabeça e sai, sem antes me dar mais uma fitada ansiosa. Evilyn o segue porta a fora.

— Seu pai me disse que você não se lembra do acidente. - comenta o médico.

— Não. Por quê? - pergunto. Se tem alguém que pode me explicar o que está acontecendo essa pessoa seria o médico. Ele me explica que a razão da perda de memória das últimas horas é por conta da batida na cabeça. — Eu vou me lembrar depois? - pergunto curioso.

— Talvez. Creio que se você viver algo parecido é capaz que se lembre. Mas não é algo que pode acontecer.

Apenas aceno com a cabeça enquanto ele continua a conversar com meu pai. Disse que eu posso ir embora daqui algumas horas, mas que preciso retornar para exames. Então ele sai me deixando sozinho com meu pai.

— Estou tão feliz que está bem. Eu fiquei muito preocupado. - Não respondo, só fico o observando. — Tudo o que eu conseguia pensar era na nossa última conversa. Acho que você não se lembra, não é?

Tento, mas não me lembro. Tudo é branco para mim.

— Não foi boa. E eu percebi nesse tempo que você estava aqui o quão imbecil eu estava sendo com você. E eu quero me desculpar. Sabe, filho. Eu te amo. E é por isso que as vezes eu ajo assim.

Parece que meu pai está sendo sincero comigo. Eu só quero saber o mais importante.

— Isso quer dizer que você vai me aceitar então? - pergunto.

Meu pai abaixa a cabeça e respira fundo.

— Eu prometo que eu vou tentar, James. Só me dê mais tempo. - ele volta a me observar, e sua expressão é séria. - Agora quero que me diga sobre esse tal de Mike. Soube que não foi a primeira vez que ele mexeu com você. O que esse garoto fez?

Quem tinha dito isso para ele? Será que tinha sido Evilyn ou minha abuela?

— Se lembra daquela vez que eu estava com o olho roxo e disse que foi no futebol? - ele assente. - Ele me bateu depois da aula.

— E por que não me contou? - ele está zangado.

— Pai, você ainda não sabia sobre mim, eu fiquei com medo. Medo da sua reação. - Não consigo olhar para ele.

— James. Por quê? - ele só faz essa pergunta e eu não sei exatamente o que quer dizer. E fico com medo de perguntar. - Eu só queria o melhor para você.

Meu pai abaixa a cabeça e segura na sua mão, ele volta a me encarar.

— Desculpa - eu respondo, meus olhos se enchem de água. Eu estou muito sensível, talvez é por causa dos remédios que me deram.


—________________________________________________

Saio do quarto de James mais apreensivo ainda, e o pior é que escuto o que o médico disse. Ele não se lembra do acidente. Ele havia perdido a memória. E se ele se esquecesse de mim também? Eu não vou suportar.

— Evilyn. - paro-a enquanto andamos pelo corredor. - O James falou algo de mim?

Ela demora para responder.

— Não. Mas não tivemos muito tempo, sabe? - ela está tentando justificar.

— E se ele não se lembrar de mim? - pergunto desesperado.

— É claro que se lembra. Ele se lembra de mim.

— Ele te conhece a vida toda, Evilyn. Meu Deus.

— Calma, Stephen.

Eu não consigo ficar calmo, não até poder conversar com ele. O pior é que parece que o Sr. Farley não quer que isso aconteça. Quando ele chamou Evilyn e disse que James havia acordado, ele nem sequer olhou para mim, eu fui até o quarto escondido e ele me pegou no flagra. James me olhou nos olhos, mas eu não sei dizer se ele se lembra de mim.

— Eu preciso falar com ele, Evilyn. Por favor. Peça ao pai do James para me deixar falar com ele.

— É claro que eu peço. Vem, vamos voltar para a sala de espera. Eu preciso avisar a abuela do James que ele está bem.

Voltamos e fico ainda mais apreensivo. A Amanda já tinha ido para a casa descansar. Já vai dar seis horas da manhã. Espero ao que pareceu uma hora. O pai de James volta e Evilyn vai logo falar com ele. Os dois conversam por um tempo e fico nervoso esperando que Evilyn tenha sucesso com o meu pedido.

Evilyn me chama e vou até eles. O pai de James me encara.

— Você pode ir vê-lo agora.

Aceno agradecendo. Eu sei que ele não gosta de mim e só por ter me deixado ver James, fico grato. Caminho depressa até o quarto de James sentindo meu coração acelerar. É agora ou nunca. Eu saberei se ele se lembra de mim e o veria bem. Eu preciso dele perto de mim de novo.

Entro no quarto e ele está deitando com a cabeça virada do outro lado. Não tem como me ver entrando. Tenho receio que ele esteja dormindo e que eu o acorde. Ele precisa descansar apesar de tudo. Dou alguns passos devagar para ver seu rosto, no mesmo momento James vira o rosto e seus olhos encontram os meus. Paro no mesmo instante e fico observando sua face, com medo dele não me reconhecer.

— Oi. - é só o que consigo dizer.

— Oi. - ele responde.

— Você está bem? - pergunto, dando pequenos passos me aproximando dele.

— Acho que ninguém sabe perguntar outra coisa para mim, né? - sua voz é doce e sinto uma felicidade imensa dentro de mim só por ouvi-la novamente.

— James, você... - eu estou com medo de perguntar, mas eu preciso. - Você se lembra de mim? - fico observando-o, sentindo meus olhos se encherem de água. James me fita.

— Você acha que eu não lembro de você? - ele sorri tímido.

— James, por favor, não brinca comigo. - me aproximo mais dessa vez.

— Ste, é claro que eu me lembro.

— Meu Deus. - Aproximo mais até poder acariciar seu rosto. Sinto as lágrimas escorrerem por meu rosto. - Você está bem?

— Você já perguntou isso.

— E você não me respondeu.

— Estou bem. - Ele passa a mão no meu rosto. - Tirando o fato que não me lembro do acidente. - Só fico admirando ele. Encarando olhos verdes olhando para os meus.

— Você não tem ideia do que eu senti quando eu te vi naquele chão. Enquanto eu massageava seu peito e você não reagia...

— Ste...

— James, eu quase te perdi.

— Estou aqui. Eu estou bem agora.

O beijo. Não com prazer, mas com ternura. Eu só quero sentir seus lábios nos meus e provar que ele está aqui mesmo comigo.

— Eu te amo. - digo enquanto sinto sua testa na minha. A faixa na cabeça cobre seus cabelos, mas a testa não. - Não se atreva a me deixar, ouviu? Nunca.

O abraço forte, James retribui. Talvez é melhor que ele não se lembre de nada. Talvez é melhor não reviver aquela experiência de novo.

— Você estava lá? - pergunta James se afastando. - Quando aconteceu o acidente? Evilyn me disse que Mike me empurrou na piscina.

— Sim.

— Me conta o que aconteceu, quem sabe assim eu não me lembre.

— James, não precisa lembrar disso agora. Foi horrível. Eu só quero esquecer. - Ele entende e não toca mais no assunto. — Tem certeza que está bem? Não quer que eu pegue algo para você?

— Estou bem, Ste.

— O que você quer? Do que você precisa? - Eu quero ajudá-lo. Qualquer coisa que ele me pedisse eu faria.

— Eu só preciso de uma coisa.

— O quê?

— De você. - Seguro no seu rosto.

— Você não precisa. Você já me tem. James, eu sou seu.

Lhe dou outro beijo, mas leve dessa vez. Eu não quero prejudicá-lo, eu nem sei se podíamos ficar nos beijando assim.

***

Stephen estava por cima de mim enquanto se movia, se satisfazendo ao mesmo tempo que me satisfazia. Então ele parou e caiu de costas na cama, ofegante. Recuperando a respiração.

— Eu precisava disso, você não faz ideia. - Eu também estava recuperando meu fôlego. Olhei para ele, que estava de olhos fechados, ainda respirando com força. — Uma semana é muito tempo, James. - ele abriu os olhos de novo e me encarou.

Ele era tão bonito. Seu rosto era tão perfeito. Eu estava apaixonado por ele, mas não sentia o mesmo vindo de Ste. Ele gostava de mim, é claro, gostava dos nossos encontros as escondidas na sua casa, mas era só isso. Eu não poderia esperar por mais nada.

Ele apoiou o cotovelo na cama e pois a mão na cabeça, então me observou. Abaixei os olhos, eu não queria que ele adivinhasse o que eu estava pensando.

— Você está bem? - perguntou ele.

— Estou. - menti.

Ste se aproximou e me deu um beijo, então outro e outro, quando eu percebi já estávamos quase fazendo de novo. Eu não conseguia resistir à um beijo dele.  Ele se afastou, mas continuou me observando.

— Você parece estranho - observou Ste, com a respiração irregular.

— A Evilyn perguntou de você hoje. - resolvi incluir Evilyn para que ele não me perguntasse o que eu realmente estava pensando. - Ela quer muito saber quem é você.

— Você não pode dizer, James. - Ste se afastou do meu corpo.

— Eu sei. É só que eu me sinto mal por esconder isso dela.

E me sentia mesmo, ele nunca saberia o que era isso, ele não tinha amigos que sabiam sobre sua orientação sexual.

— Olha - ele passou a mão no meu rosto - Eu só não posso me arriscar, e se uma pessoa souber, depois outra sabe e outra e outra.

— Ela jamais contaria a ninguém - afirmei.

— Eu sei.

Ele não sabia, só estava dizendo isso para que eu me acalmasse. Talvez Evilyn não precisasse saber disso. Talvez essa "relação" não durasse mais do que já durou.

Ste colocou a cueca e aproveitei para me levantar da cama e vestir minhas roupas.

— Aonde você vai? - perguntou Ste, esparramado na cama, seminu.

— Vou para a casa, já está tarde – terminei de por a última peça de roupa que faltava e sentei na cama para colocar o sapato. Ele se aproximou de mim, ainda em cima da cama.

— Você está estranho. E não vem me dizer que não, porque está. Eu fiz alguma coisa? – Ste me obrigou a encará-lo. Ele estava atordoado.

— Não. Você não fez nada. – me pus de pé. Eu não queria conversar sobre isso.

***

Volto para a minha casa na tarde do mesmo dia. Eu ainda estou muito cansado. O pior de tudo é não saber o por quê. Eu só quero me lembrar de alguma coisa. Qualquer coisa. Não precisa ser o momento do acidente, mas antes. Eu não me lembro de nada que havia acontecido naquele dia. Evilyn volta comigo e pede permissão para que meu pai a deixe dormir em casa. Ele deixa. Meu pai está sendo legal. Eu devo ter mesmo o assustado.

— Evilyn, o que mais aconteceu no baile, fora o acidente? - pergunto, já quando estamos no meu quarto, deitados. Eu na minha cama e Evilyn no colchão.

— Qual a última coisa que você se lembra?

Tento pensar. A minha única lembrança é do dia anterior, quando peguei no sono, feliz da vida por ter conseguido entrar em Stevens, então disse isso para ela.

— Só me lembro de ter ligado avisando da carta de Stevens e depois fui dormir.

— Nossa, você não se lembra de nada do dia do baile, então?

— Não.

— Tá, vou tentar te contar tudo o que eu lembro.

Evilyn me conta que fui buscá-la em casa, já com a limousine, e como eu disse que ela estava bonita. Depois fomos direto para o baile, dançamos, tiramos fotos. Disse que Henry falou comigo de novo e que fui me encontrar com Stephen.

— O Henry falou comigo? E o que ele disse?

— Você disse que ele falou que não era gay.

— De novo? - eu não entendi.

— Sim, mas... - ela quase ri.

— O que, Evilyn?

— Você disse que ele quis te beijar.

— O quê? - pergunto nervoso. - Como assim?

— Você não disse com essas palavras, mas você disse que ele fitou sua boca, o que quer dizer que ele quis te beijar. - Isso é muito constrangedor e por que eu diria isso para ela?

— Ste sabe disso?

— Acho que não.

— E depois o que aconteceu? Como eu fui parar com o Mike na piscina?

A expressão de Evilyn muda.

— Eu não sei como, James. Você disse que ia pegar algo para beber e depois não te achei mais. Foi na hora que estavam anunciando o Rei e a Rainha do Baile.

Que estranho.

— E quem foi que ganhou?

— A amanda e o Stephen. - É claro que eles tinham ganhado. - Inclusive, ela te ajudou depois que você caiu na piscina. E também foi até o hospital comigo.

— Sério?

— Aham.

Nossa, eu realmente não esperava. Parece que teria que agradecer à ela depois. Fomos dormir cedo naquela noite, minha abuela fez questão de não nos deixar conversar a noite toda. Eu havia acabado de sair do hospital e é melhor descansar mesmo. Só que não consigo dormir de imediato. Diferente de Evilyn que parece que tinha entrado em coma, ela realmente capotou. Deve ter passado a noite preocupada comigo e não dormido direito.

Talvez eu não conseguisse dormir por conta de já ter feito isso a maior parte do tempo nessas 24 horas. Afinal eu não estava consciente na cirurgia. Porém talvez a razão seja outra. Talvez eu não consiga dormir por só pensar em uma pessoa. Stephen. Ele estava tão preocupado. Vi em seus olhos. Eu quase o matei de susto e não queria que ele tivesse passado pelo o que passou.

—-

Alguns dias se passam e minha abuela diz que me vai levar até o hospital, para fazer os exames que o médico pediu e tirar a faixa da minha cabeça. Estou esperando minha abuela na sala quando a campainha toca. Eu sei que é Stephen. Meu pai está trabalhando e minha abuela deixa ele entrar para falar comigo, já que eu não estou indo para a escola nesses últimos dias.

— Não conte ao seu pai que deixei ele entrar. - repete ela, sorrindo para mim e entrando pelo corredor. Disse que buscaria a bolsa.

Meu pai já está menos carrasco comigo, e eu sei que ele está tentando me aceitar. Mas ainda não tinha dito nada sobre Stephen e eu tinha medo de perguntar e ele se irritar de novo.

— Como você está? - pergunta Ste me dando um beijo leve.

— Estou bem. Só vou sair para o médico agora. Tirar isso.

Ste segura meu rosto e me dá mais um beijo. Minha abuela nos interrompe. Morro de vergonha, ela não nos tinha visto juntos ainda. Não desse jeito.

— Desculpa, senhora. - Ste fala também com vergonha.

— Está tudo bem. É melhor irmos logo, mi amor.

— Eu posso levar vocês no meu carro. - diz Ste.

— Seria muito bom não ter que pegar ônibus. - responde minha abuela sorrindo. - Então vamos, que James não pode se atrasar.

No hospital Ste fica esperando do lado de fora enquanto eu e minha abuela entramos na sala de tomografia. Eu espero que nenhuma sequela tenha aparecido nesses dias que estive em casa. Eu espero estar bem. Alguns minutos depois de fazer o exame completo. Entrando naquele aparelho que mais parece um tubo, saio da sala, já sem a faixa na cabeça.

— Eu já volto. - diz minha abuela, seguindo o médico Hubbens. Me deixando sozinho com Ste.

— Então? - pergunta ele se aproximando de mim.

— Parece que está tudo bem. - Ste sorri e segura na minha mão. Então olha para os lados e me leva até um corredor vazio.

— James, que bom que você está bem. - ele segura no meu rosto e acaricia com as mãos. Me olha com tanta ternura. Ele está tão diferente. Tão carinhoso comigo. Me dá vontade de beijá-lo e ele retribui. De maneira doce.

Ste me observa ainda muito próximo do meu rosto. Seguro seus pulsos, pois suas mãos ainda seguram docemente meu rosto. Então ele me abraça. Sentir seus braços em volta de mim me dão conforto. É uma sensação boa sentir seu corpo dessa maneira no meu.


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Notas finais do capítulo

Está acabando. E meu coração está ficando apertado. Há mais dois capítulos tirando o prólogo. Quero saber o que vocês estão achando e o que esperam que aconteça.

Próximo capitulo tem formatura. E me digam se vocês querem que eu poste na sexta-feira. É dia 1 e não sei se muita gente vai estar viajando e não terá tempo para ler. Eu mesmo nem sei se vou ter tempo para postar. Mas me comentem aí e me falem.

Beijos e Feliz Ano Novo para todos adiantado.