Mais Um Dia Em Segredo escrita por LaisaMiranda


Capítulo 27
Acidente


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Esse capítulo todo é no ponto de vista do Stephen. Até mesmo o flashback.

Quero agradecer aos comentários e vamos ao que interessa. Boa Leitura.



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Isso é tão idiota. Eu não sei para quê toda essa organização só por causa de uma nomeação. Mas mesmo assim subo até o centro do palco e me junto a Amanda, para receber as coroas por ter vencido o Rei e Rainha do Baile de Formatura de 1995.

Amanda agradece. Ela está muito feliz, queria muito isso e fico contente que conseguiu. As pessoas abrem espaço para que dancemos juntos. Aquilo é constrangedor, mas o faço por Amanda. Ela está me ajudando muito, ela merece. Depois de alguns minutos, mais pessoas se juntam à nós, dançando com seus pares. É então que Evilyn se aproxima de nós.

— Desculpa interromper é só que eu não sei onde James está. - diz ela muito ansiosa.

— Como assim? - pergunto, também ficando nervoso. - Ele não foi ao banheiro?

— Não. Ele disse que ia pegar algo para beber e não voltou mais. Se tivesse ido ao banheiro já tinha voltado. Estou preocupada. Ele não some assim, sempre me avisa se vai para algum lugar.

— Vamos atrás dele. - Olho me desculpando com Amanda.

— Eu vou ajudar vocês. - responde ela.

— Tem certeza? - pergunto. Eu acabei de interromper nossa dança.

— Tenho. - ela afirma. Então saímos os três do ginásio, mas sem saber direito para onde ir.

— Vamos ter que nos separar.  - aviso. - Herman é muito grande.

— Eu posso ir até as salas de aula. - Evilyn acrescenta.

— Tudo bem, eu vou até as quadras. Está mais perto, talvez ele esteja lá. Mas primeiro vou dar uma olhada nos banheiros masculinos. E você, Amanda?

Amanda parece perdida.

— Eu vou indo então. - Evilyn apressa o passo para o outro lado.

— Preciso te contar uma coisa. - Amanda está estranha.

— O quê? - pergunto. Eu estava imaginando muita coisa nesse momento. Será que meu pai tinha alguma coisa a ver com isso? Como poderia?

— Eu escutei o Mike falando algo sobre o James ontem.

— O Mike? E por que não me disse? - grito descontrolado.

— Eu não escutei tudo. - diz ela na defensiva. - Ele parou de conversar quando me aproximei dele e do John. Não pensei que fosse importante, por isso não te disse nada.

— Só pode ter sido eles. Mike foi proibido de entrar no ginásio, mas o John ainda estava lá. Para onde você acha que eles foram?

— Eu não sei.

— Droga! - grito com raiva - Vamos olhar em tudo.

***

— Sabe, eu odeio o Natal. - disse Mike enquanto estávamos encostados no seu carro no posto de gasolina. Demos sorte porque a loja de conveniência estava aberta e pudemos comprar algo para comer. - Para mim é um dia onde todo mundo é falso. Todos são só amores, quando passam o ano todo fazendo merda e acha que em um dia vai se redimir.

— Está com problemas em casa? - perguntei, porque todo esse discurso era estranho.

— O de sempre. - ele não me falou mais do que isso.

Mike bebeu mais da garrafa. Estávamos quase bêbados, mas pelo menos eu estava fazendo alguma coisa. Ficar em casa não era uma boa opção para mim. Ao menos se meu pai estivesse lá. Talvez se minha avó estivesse lá esse ano. Mas não.

— Estou feliz que seu Natal também não está sendo bom. Quer dizer que eu não sou o único nessa terra com a vida fodida. - ele riu, me fazendo rir também. É, ele realmente tinha um ponto.

Mike ajuntou sua garrafa na minha e brindamos de novo.

— À nossa amizade. A unica coisa verdadeira nesse natal.

— À nossa amizade. - respondi.

***

Eu estou morrendo de medo. Da última vez que esses dois se aproximaram de James ele foi espancado. Eu nem consigo pensar nisso sem sentir um pavor dentro de mim. E preciso encontrá-lo antes que algo horrível possa acontecer.

Entramos na biblioteca e demos a volta correndo. Nada. Seguimos pelo corredor até entrar nos vestiários e depois entramos no corredor que dá para piscina. Entro correndo e finalmente os vejo. John está embaixo, olhando para cima, onde Mike e James se encontram, parados no trampolim. Mike segura James de frente. Como se a qualquer momento fosse empurrá-lo de costas na piscina.

— Mike, o que você está fazendo? - grito, entrando correndo.

— Só uma brincadeira. - responde Mike com aquela voz estranha. Ele está fora de si. Está bêbado. Não sabe o que está fazendo.

— Ele não sabe nadar. - grito.

— Então ele estava falando a verdade? - Mike ri. - Que engraçado. Assim fica ainda mais divertido.

— Isso não tem graça. Ele pode se machucar. - Tento mostrar que isso é ruim - Você está bêbado, Mike. Não sabe o que está fazendo. Isso é muito perigoso.

— Ele está certo, Mike. - intervem Amanda ao meu lado. - Para com isso.

James está chorando. Percebo que seu terno branco está manchado com sangue. Ele está machucado. Eu preciso fazer alguma coisa. Não posso deixar Mike fazer uma loucura dessas. Esse trampolim tem uns 5 metros. Se James cair ele vai se machucar e muito.

— Faz alguma coisa, John! - Amanda grita irritada.

— Eu disse que não queria confusão. Eu disse. - John começa a caminhar em direção a porta.

— O que está fazendo? - Mike grita. - Volta aqui, John! - John não lhe dá atenção.- John! Seu covarde!

— Para com isso, Mike. Por favor. Eu juro que não vou dizer a ninguém. - eu digo apavorado. Minha vida está nas mãos dele.

— O que vocês dois tem contra mim, hein? - pergunta Mike de repente olhando para nós. - Não falam mais comigo. Se juntaram. Ficam para lá e para cá. Pensei que fôssemos amigos.

Ele está chateado. Eu sinto isso. Por termos nos afastado dele. Mas Mike procurou por isso. Eu não queria mais ficar perto dele depois do que aconteceu com James. E isso pioraria se ele empurrasse James na piscina.

— Vou dar uma lição nessa bichinha. - ele vira James e finge empurrá-lo. James grita, chorando.

— Não! - grito apavorado. - Por favor, não faça isso! Eu estou te pedindo.

— Por que está se importando com ele? Ele não é nada.

— Não faz isso, Mike. Eu estou implorando. - Eu não sei mais o que dizer para impedi-lo. Mike não está bem, qualquer coisa que eu disser não dará sentido para ele. Sinto a mão de Amanda no meu braço. Percebo que já não me importo mais com nada, apenas com James. - Eu gosto dele.

— O quê? Que porra é essa, Stephen? - Mike fica chocado. Mas não quer acreditar.

— É a verdade. - continuo. Eu não tinha mais medo por ele saber, ou qualquer pessoa saber, eu estou com medo de perder James.

— Não. Você não é gay. Você é meu amigo. Não um viado.

— Eu sou, Mike. Eu sou um viado. E sou seu amigo. Então por conta dessa amizade, por favor, não faz isso.

Ele precisa parar com isso.

— Você está louco. - Mike diz num tom estranho e depois disso, num piscar de olhos, empurra James na água.

— Nãoooo - Fiqco em choque o vendo cair na água. Quando dou por mim estou correndo até a piscina, de sapato e tudo, e mergulhando.

O vejo imediatamente no fundo da piscina. Caído, sem se mexer. Nado o mais depressa até lá. O seguro firme e nado para cima. Assim que emerjo, tento recuperar a respiração ao mesmo tempo em que checo se ele está respirando.

— James. Fala comigo. - o chacoalho. Nada. Ele está com os olhos fechados e a cabeça caída de lado. Seu corpo está pesado. Ele está inconsciente. - Ele não está respondendo. - digo apavorado.

— Trás ele para cá, Stephen. - grita Amanda do outro lado. Faço o que ela manda. Nado com ele até lá. Amanda me ajuda a tirá-lo da água e o deita no chão de costas. Saio da água e vou até o corpo dele.

James está inconsciente, então o primeiro passo é ver se ele está respirando. Aproximo da boca e do nariz dele. Eu já havia feito aulas de primeiro socorros, mas numa hora dessas a gente nunca sabe o que fazer. Começo a chorar. Eu estou desesperado não posso perde-lo. Inicio a ventilação boca-a-boca, tampando o nariz e assoprando ar pela boca. Faço isso duas vezes e depois começo a série de massagens cardíacas. Eu não consigo me lembrar quantas vezes é necessário. Mas continuo.

Ele não acorda. Por que ele não está acordando?

— James. Fala comigo. Por favor. Acorda! Acorda! Eu não posso te perder.

Jogo todo o peso sobre minhas duas mãos, que permanecem apoiadas, uma sobre a outra, no centro do esterno dele. Comprimo seu tórax e solto em seguida. Repito esse ciclo de duas respirações e depois as massagens, porém  parece que nada do que eu faço adianta, ele não está acordando.

Começo a chorar mais. Não consigo respirar direito. Por que ele não acorda? Por quê?

— Deixa eu tentar. - Amanda inicia a respiração boca-a-boca e pede que eu faça a massagem. Não sei da onde tiro forças, mas continuo. Eu não posso desistir. Ela volta a ventilar ar na sua boca e é aí que ele cuspe a água.

— James? - E u não acredito que ele está respirando de novo. Me aproximo do seu rosto e ele começa a tossir. - James. Oh meu Deus. Eu pensei que tinha te perdido.

Ele continua a tossir. Não está bem. Ele está enxercado, assim como eu, mas a pele é mais clara do que o habitual.

— Minha cabeça. - são as primeiras palavras que ele diz. - Doí.

No mesmo momento percebo que Amanda está encarando algo. Me inclino e vejo o sangue no chão, embaixo da nuca de James. Tento não entrar em pânico para não assustá-lo.

— Eu vou avisar os professores. - Amanda se levanta depressa e sai correndo.

— O que foi? - pergunta James.

— Está tudo bem. - respondo para acalmá-lo segurando seu rosto com as mãos trêmulas. - Vai ficar tudo bem, meu amor. Fica aqui comigo, tá? Não feche os olhos. - Abaixo para lhe dar um beijo. - Fica aqui comigo. Eu te amo. Eu te amo, meu amor.

James fecha os olhos de vez em quando, mas sempre abre novamente. Eu percebo que ele está fazendo um esforço danado para não fechá-los de vez, e está fazendo por mim.

Se eu não tivesse chegado a tempo. Se eu não.... Eu não quero nem pensar nisso.

Não demora muito até a professora Parsons e o professor Allen chegarem até a piscina. Disseram que a ambulância já está à caminho. Explico tudo o que aconteceu, não me afastando de James nem por um segundo. Suas mãos estão entrelaçadas na minha. Ele ainda tosse muito e o sangue não para de escorrer.

Mike havia fugido, eu nem percebi isso, só depois que vou contar o que havia acontecido. A ambulância chega, colocam James numa maca. A escola toda já está reunida em volta da ambulância do lado de fora de Herman. Todos querem saber o que havia acontecido. Evilyn chega correndo até mim, chorando.

— Como ele está?

— Eu não sei.

Depois que o colocam dentro da ambulância perguntam quem vai com ele. Só pode ir uma pessoa.

— Eu vou. - digo sem pensar duas vezes.

— Você é o que dele? - pergunta o moço.

— Eu sou o namorado. - Ele apenas assente para mim e dou um abraço em Evilyn.

— Vou avisar o Sr. Farley e encontro vocês lá. - ela diz para mim, antes que eu suba na van. Na viagem até o hospital me sento perto de onde James está deitado e seguro firme sua mão o caminho todo.

— Minha cabeça. - James toda hora se queixa. Eu estou tentando me controlar na frente dele, mas a minha vontade é desabar. E eu sinto que isso pode acontecer a qualquer momento.

— Você não pode fazer nada? - pergunto para o enfermeiro que está dentro da ambulância com a gente.

— Ele já tem tudo o que precisa aqui. Só quando chegarmos no hospital.

James está cheio de tubos. Me aproximo mais e passo a mão carinhosamente por seu cabelo. Eu vejo que ele está sentindo dor. E eu daria tudo para que estivesse sentindo essa dor no lugar dele.

Quando chegamos finalmente no hospital, James é levado imediatamente lá para dentro.

— Você não pode entrar. - a enfermeira me barra enquanto levam James por um corredor.

— Ele vai ficar bem? - pergunto já sentindo meu choro vindo à tona. O desespero toma conta ao não sentir James mais perto de mim.

— O médico fará o melhor possível. - ela tenta me tranquilizar, mas já é tarde demais. Aquele pavor que eu estava segurando por James está vindo com tudo.

Só o que eu posso fazer é esperar. Vou até a sala de espera e me sento na primeira oportunidade que consigo. Minhas pernas estão bambas. Eu sinto meus olhos inchados de tanto chorar.

— Onde está meu filho? - ouço alguém gritar e quando me viro vejo o Sr. Farley. Ele está com a avó de James. - Meu filho? - pergunta para uma enfermeira que está passando. Ela fala algo para ele que não consigo ouvir. A avó de James me encara quando me percebe olhando para eles. Ela caminha até mim e levanto-me enxugando as lágrimas.

— Como ele está? - pergunta ela nervosa.

— Eu não sei. - Não consigo segurar as lágrimas. Parece que falar é pior.

Percebo o Sr. Farley se aproximando. Ele nem ousa me olhar. Se dirige apenas para a avó de James.

— Mãe, eu preciso preencher umas coisas que a enfermeira pediu. Você vai ficar bem aqui?

— Sim. O que ela disse?

Olho nervoso para ele. Ele devolve o olhar.

— Ela me disse que o médico está analisando seu estado. Que ele teve sorte por chegar logo. - O Sr. Farley engoli em seco. - Foi você que o trouxe, não foi?

— Sim. - respondo.

— Obrigado. - Eu não acredito que ele está me dizendo isso. — Eu preciso ir lá. Já volto.

— Me conte o que aconteceu, por favor. - pede a avó e eu me sento de novo. Tento contar o que tinha acontecido nessa noite horrível.

Depois de algum tempo Amanda e Evilyn entram na sala. As duas vem correndo até nós. Evilyn abraça a avó de James enquanto Amanda me agarra com seus braços finos.

— Como você está? - Amanda pergunta para mim em sussurro.

— Essa não é a pergunta certa. - digo voltando a me sentar.

— Desculpa, eu só fiquei preocupada com você. Eu tenho certeza de que ele está bem. - diz ela segurando na minha mão.

Evilyn e a avó de James se levantam e saem da sala.

— O baile, Amanda. Não precisava ter vindo.

— Stephen, sério que você está se preocupando com isso?

— Era importante para você.

— Você é mais. - ela me olha nos olhos.

— Eu quero matar o Mike. - digo serrando os punhos. Como ele pôde ter feito isso? Como?

— Você não está falando sério.

— Estou. - Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida.

— Não. Você está machucado. É por isso. Ele é um idiota e vai pagar pelo o que fez.

— Como? Ele fugiu, aquele desgraçado.

— A policia veio falar comigo depois que você veio para cá. Eu era a única que viu tudo e contei o que aconteceu. Estão atrás dele.

— Tomara que o peguem. - Abaixo a cabeça respirando fundo.

— Você já comeu alguma coisa?

— Não quero.

— Stephen, você precisa estar bem para quando for ver o James. Olha para a sua roupa. Ainda está úmida. Você pode ficar doente...

— Se alguma coisa acontecer com ele eu... - Eu não consigo pensar em mais nada, a não ser em James.

— Não vai acontecer nada. - diz ela. - Quer dizer. Vai acontecer. Ele vai se recuperar. E vai ficar bem. Você vai ver. Ele estava acordado ainda quando chegou aqui, não estava? - aceno em afirmação. - Então. Isso é bom. - ela me dá mais um abraço e é tudo o que eu preciso para chorar mais.

— Eu nem te agradeci - digo me afastando para encará-la. - Você salvou ele.

— Nós salvamos ele. Nós.

Depois de mais algum tempo o pai de James volta, junto com a avó e Evilyn. Ela vem falar comigo. Me dá um abraço, e está quase tão abatida quanto eu.

— O pai do James quer falar com você. - Evilyn me diz depois que se afasta dos meus braços.

Vou até ele surpreso. Eu não sei o que ele quer falar comigo. O Sr. Farley pede para irmos para outro canto. Ainda estamos dentro da sala de espera, porém mais afastados dos ouvidos dos nossos conhecidos.

— Minha mãe me contou o que aconteceu. O que você disse para ela. - sua voz é baixa. Eu imagino a dor dele. Se eu estou nesse estado, sentindo isso, imagina ele? O Sr. Farley não está chorando, mas eu sinto sua dor. Seus olhos são tão parecidos com os de James e pela primeira vez noto isso. — Quem é esse garoto?

— O Mike? - pergunto, sentindo um ódio só por ter que pronunciar seu nome de novo. - Ele é da escola. Era o meu amigo.

Ele me olha com surpresa.

— Ele sabia sobre você também?

— Não até hoje.

— Foi por isso, não foi? Foi por causa disso que ele jogou o James na piscina? - pergunta ele, não sendo especifico, mais ainda sim sendo. Apenas aceno com a cabeça. Eu sei que ele está se referindo à sermos gays. — Você vê o que acontece? O que acontece quando vocês fazem isso? - ele não está aumentando a voz ou sendo grosseiro, só justificando o que tinha acontecido com o filho.

— Isso não tem nada a ver. - respondo usando o mesmo tom. - Não há nada de errado com o James, ou comigo. Não temos culpa do que aconteceu. Não temos culpa do absurdo que aconteceu. O que o Mike fez foi covardia, assim como da primeira vez.

— Como assim primeira vez? - pergunta ele. E imediatamente percebo que disse algo que não devia. Ele ainda não sabe sobre o espancamento.

— Nada.

— Agora me fala. - Agora sim ele aumenta a voz. - Não é a primeira vez que isso acontece? E como eu não fiquei sabendo disso?

Apenas abaixo a cabeça. Eu não quero conversar sobre isso. Não agora. Eu quero ver James. Eu preciso vê-lo bem.

— Sr. Farley? - O médico entra na sala e chama por ele. O pai de James  me esquece, esquece nossa conversa e vai rapidamente até ele. Assim como todos nós.

— Sim? Meu filho está bem?

— Seu filho teve muita sorte. Poderia ter sido muito pior. - ele encara todos em sua volta. - Veja bem, no caso dele, James bateu a cabeça quando caiu da piscina, mas foi tirado de lá imediatamente e trazido para cá. Houve um rompimento de algum vaso e o sangue poderia ter vazado para o cérebro, levando a vários sintomas. Quando isso acontece é possível ainda que o paciente tenha perda de consciência e memória, sinal de gravidade do trauma. Podem acontecer também outros sintomas, como fraqueza, amnésia, alteração da visão e desorientação, por exemplo.

— Doutor, você está me assustando. - responde o pai de James.

Eu não sei o que pensar. Por que ele está dizendo tudo isso?

— Acontece que como James foi trazido com rapidez, talvez nem um desses sintomas tenha ocorrido com ele. Mas não posso dar 100% de certeza. Ficou claro que a perda da visão não ocorreu, mas quanto a perda de memória eu não tenho como saber, só saberemos quando ele acordar. Essa perda acontece porque, ao bater a cabeça, algumas regiões do cérebro responsáveis pela criação de novas memórias podem parar de funcionar, impedindo que ele se lembre do que aconteceu momentos antes e depois do trauma.

— Então o que está me dizendo é que ele pode não se lembrar do que aconteceu? - pergunta o Sr. Farley.

— Exatamente. Ele pode estar confuso. Mas só teremos certeza se isso realmente aconteceu quando ele acordar.

— E posso vê-lo? - pergunta o pai de James?

— Sim, claro. Mas ele está descansando. É bom não acordá-lo.

— Eu só preciso ver meu filho.

Eu também quero vê-lo, mas sei que vou ter que esperar.


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Notas finais do capítulo

E então galera??? Comentemmmm e me digam o que acharam. Faltam mais três capítulos (ainda não terminei de escrever tudo, mas acho que vai dar só mais 3, tirando o epilogo) É isso. Esperando para ver a opinião de vocês.

Como eu disse, sexta é natal então o próximo capítulo só na próxima terça.
Beijos e até lá.