Mais Um Dia Em Segredo escrita por LaisaMiranda


Capítulo 25
Decisão


Notas iniciais do capítulo

VOLTEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Queria agradecer a todos que compreenderam o ocorrido, mas agora está tudo bom. Acho não haverá mais problemas quanto a tela. (amém)

Também queria avisar que a fanfic está na sua reta final. Ainda terá alguns capitulos. Não sei quantos, a medida que eu vou escrevendo eu saberei. Mas haverá alguns e já quero agradecer à você que está firme e forte acreditando nessa história de amor. Obrigada.

AVISO: Ponto de Vista de Stephen DEPOIS do flashback.



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Depois de voltarmos para a casa meu pai continua na mesma. Só que mesmo com ele me evitando parece que as coisas haviam ficado piores. Ele agora tem certeza sobre meu envolvimento com Ste e lá no fundo sabe que não pode fazer nada a respeito, pois na escola podemos nos ver.

Me deixa triste saber que meu pai não me apoia assim como a minha abuela. Eu só quero que as coisas melhorem entre a gente, mas sozinho eu não posso fazer nada. Meu pai terá que esquecer nossas diferenças e me aceitar. Porém eu acho que isso será difícil de acontecer.

Uma semana depois de termos feito a entrevista Evilyn me liga animada dizendo que sua carta de Stevens havia chegado. Eu fico feliz por ela, mas receoso. A minha ainda não tinha chegado.

— Então, você entrou? - pergunto aflito, esperando sua resposta.

— Ainda não abri. Estou com medo.

— Abra. Vou ficar aqui esperando a resposta. - Ela demora um pouco e então eu escuto um grito. E sei na mesma hora que ela tinha conseguido. — Parabéns.

Evilyn sente que eu estou chateado.

— James, não se preocupe. A sua carta ainda vai chegar. - Eu sei que ela chegaria, mas meu medo é saber se eu ficaria feliz como Evilyn ao saber que passei, ou ficaria triste ao ler um recusado.

No dia seguinte ao chegarmos na escola vemos uma multidão em um canto. Na hora já temos uma ideia do motivo daquele alvoroço; A lista dos candidatos à Rei e Rainha do Baile.

Evilyn avança curiosa para saber quem são as pessoas felizardas. Espero ela retornar.

— Não fui escolhida - diz ela, e não parece triste por isso. Entretanto, pelo fato de eu ter dito que ela seria uma boa rainha deve ter despertado alguma esperança. - Seu namorado por outro lado. - ela sussurra.

Não é surpresa para mim que Stephen foi escolhido. Evilyn me conta que Michele, Amanda e Sara estão disputando juntas, sendo que as duas últimas já haviam ficado com Ste. Elas são bonitas e populares, eu não sei quem venceria. Já quem está disputando com Stephen são Jason e Paul. Todos dos time dos Manske. Mas eu não tenho duvidas de que Stephen levaria essa.

O dia na escola foi produtivo. A prova final será no final da semana e os professores estão nos ajudando muito. No intervalo Evilyn me conta algo que não acredito.

— Eu terminei com o Sam.

— Por quê?

— Não ia dar certo, James. Além do que, eu estava me sentindo muito mal depois do que aconteceu.

Eu entendo exatamente o que ela está passando. Mas será que Evilyn está cogitando ficar com John? Eu não quero julgar, mas...

— E quanto ao John? - pergunto hesitante.

— O que tem ele?

— Você...

— Não - ela me interrompe imediatamente. - Foi só um beijo que não vai mais acontecer. - Okay. Menos mal. Eu não quero Evilyn envolvida com ele de todo jeito. John é idiota e ruim para ela. Definitivamente Evilyn merece alguém melhor. — Percebi que não preciso de um homem para me sentir bem. Quando acontecer, será na hora certa. Não somos todos sortudos por encontrarmos o amor cedo igual a você.

Ela têm razão. Eu tive muita sorte por ter encontrado Ste.

— E quanto ao baile? - pergunto me lembrando. E agora como ela teria o par perfeito? - Você estava super animada.

— Eu estava pensando e poderíamos ir juntos. Já que você não vai com quem você gosta.

— Essa é uma boa ideia. - Eu não teria com quem ir mesmo. E nada melhor do que ir com a minha melhor amiga.

Aproveito que minha última aula é de matemática para agradecer a professora Parsons. Ela realmente foi um anjo na minha vida. Me ajudou muito. Mesmo não recebendo a minha carta de aprovação ainda, eu estou muito feliz por ela ter me ajudado. Afinal seria muito pior se eu não tivesse uma carta de recomendação. E pelo visto ela escreveu coisas maravilhosas sobre mim, já que os fundadores foram só elogios na minha presença.

— Professora Parsons, eu só queria agradecer por ter escrito a carta de recomendação. Eu realmente não esperava.

— Imagina, James. - Ela sorri para mim. - Eu vi que você estava preocupado e você é uns dos meus melhores alunos. Você fez por merecer.

Eu sei que ela não quer comentar sobre o fato que me levou a duvidar de sua iniciativa.

— Mesmo com tudo o que aconteceu a senhora não duvidou de mim. Isso me deixou muito grato. Muito obrigada.

— Espero que vá bem na prova final.

Saio da sala indo direto para meu armário. Eu preciso deixar meus livros lá e ir direto para o esconderijo ver Stephen. Fecho a porta do armário e levo um susto quando vejo Henry parado me olhando nos olhos.

— Você me assustou. - reclamo, sentindo meu coração acelerado.

— Desculpa. Eu queria falar com você. - Henry parece atordoado.

— Claro - respondo. Eu realmente queria conversar com ele, mas não queria assustá-lo. Foi bom ele vir até mim.

— Escuta, você estava enganado aquele dia. - Não entendo o que ele diz no inicio. - Eu não sou como vocês. - Henry olha para trás com receio de alguém nos ouvir. - Eu não sou gay.

— Henry, é normal você estar confuso...

— Eu não estou confuso. - ele diz aumentando a voz e depois ajeitando o óculos de grau. Sua mão está tremendo. - Você entendeu errado. E espero que você diga isso para os seus amigos. E pode ficar tranquilo que eu não vou contar nada se você não contar.. o que você acha que eu sou, mas eu não sou.

Coitado. Ele está morrendo de medo. Medo de ser descoberto por outras pessoas. Talvez por ele mesmo.

— Tudo bem - digo para confortá-lo.

Henry me dá  uma olhada ansiosa e depois sai. Fico parado, por alguns segundos pensando nisso. Ele precisa de ajuda. Mas como eu posso ajudá-lo se ele se nega a ser ajudado?

Sigo direto para o banheiro interditado. Quando chego Ste já está lá. Ele me beija por alguns segundos.

— Meus parabéns. - digo para ele.

— Parabéns? - ele pergunta sem entender nada.

— Pela indicação ao Rei do Baile.

— Ah - Ste levanta as sobrancelhas. - Não me importo com isso. Mas já que você tocou nesse assunto. A amanda quer que eu seja o par dela no baile. Eu não quis confirmar nada antes de falar com você.

— Por mim tudo bem. Não é como se fossemos juntos, né? - Eu realmente daria tudo para irmos juntos. Não por ser o baile e tal, mas só por querer sair com ele normalmente, sem que ninguém ficasse nos olhando como se fossemos de outra terra. - E eu vou com a Evilyn.

— Com a Evilyn? E o namorado dela?

— Eles não estão mais juntos.

— Não se importa mesmo? - pergunta Ste.

— Não. Acho até melhor você ir com uma pessoa que saiba que você gosta de homens. - Ste ri com meu pensamento.

— Foi o que eu pensei. - ele me dá um selinho.

— Estudou para a prova?

— Estou tentando. Tomara que eu vá bem. Eu não posso repetir de novo.

— Tenho certeza que você vai se dar bem. Já eu...

— Qual é, James? Com certeza você se sairá ótimo.

— Não é com isso que eu estou preocupado. Minha carta ainda não chegou. E a Evilyn já foi aceita em Stevens.

— Mas já acabou o prazo das cartas chegarem?

— Não.

— Então James, deve chegar logo. Fica tranquilo. Eu sei que você vai passar.

— É só que é estranho. Eu fiz a entrevista no mesmo dia que a Evilyn.

— Ei. - Ste puxa meu rosto. - Vai dar tudo certo. - sorrio e ele me beija. Abro a boca para que sua língua encoste na minha. Ste começa a se empolgar, me deixando sem fôlego. O afasto devagar. — O que me deixa aliviado é saber que está acabando. Eu não vejo a hora, James. Não vejo a hora de podermos ficar juntos. - Ste segura meu rosto me encarando.

— Ste? Você acha que será mais fácil? Você acha mesmo que vamos conseguir passar pelas dificuldade? Quer dizer, não estaremos mais na escola. Seremos só nós dois.

— Eu não sei. Eu só sei que quero muito que acabe logo. Que passe essa prova e depois o baile, a formatura. Eu só quero você, James. Logo.

Eu estou com medo desse logo. Sabemos que temos as férias para ficarmos juntos, mas e depois? Como seria? Comigo indo para Stevens — isso se eu fosse aceito. Ai, eu preciso receber essa carta logo. Ou ficaria louco.

E ainda tem o fato do meu pai ter ameaçado fazer algo. Nada havia acontecido. E eu espero que ele tenha dito aquilo da boca para fora. Eu nem comentei nada com Stephen para não deixá-lo preocupado, pois espero que não seja nada. Decido mudar de assunto antes que Ste me encha de perguntas sobre o que eu estou pensando.

— O Henry veio falar comigo.

— Sério?

— Sim, veio dizer que não é gay. Que eu entendi errado.

— E se ele não for?

— Ele é.

— Como pode ter certeza, James?

— Por que eu tenho. Eu vi a maneira como ele ficou depois que eu disse que ele era gay. Você também viu. Ele só negou porque está com medo de ser revelado para todo mundo.

— Eu sei bem o que é isso.

— Eu também. - suspiro.

— Mas você já passou por isso, quer dizer. Ninguém sabe ainda que eu sou gay - Ste abaixa a cabeça. - Isso me assusta, James. Acho que eu só consigo passar por isso por causa de você.

— Talvez você devesse conversar com ele. Vocês estão na mesma situação.

— É talvez. Mas não sei se levo jeito para isso. Não sou igual a você. Talvez ele consiga arranjar outra maneira de lidar com isso.

***

O telefone de casa tocou e minha abuela levantou da mesa da cozinha e foi até lá atender. Meu pai estava se esbaldando no peru de Natal. Ele amava a comida da minha abuela.

— James, é para você - disse minha abuela, depois que voltou.

— Quem é? - perguntou meu pai desconfiado.

— Deve ser a Evilyn - eu disse imediatamente me levantando e saindo da cozinha. Minha abuela me encarou e abaixei a cabeça. Pelo visto não era a Evilyn.

— Alô? - Fiquei esperando para ver se eu estava certo.

James — Era Stephen. - Feliz Natal.

— Feliz Natal - respondi de volta ainda não sabendo por que ele tinha me ligado. - Aconteceu alguma coisa?

Não. Eu só queria te desejar feliz Natal.— sua voz entregava que ele estava escondendo alguma coisa.

— Você me desejou feliz natal na escola à dois dias atrás.

Eu sei. Mas hoje é natal. - o telefone ficou mudo por alguns segundos. - Como está aí?

— Bem. Estamos jantando.

Estou te atrapalhando, né? Desculpa.

— Não, tudo bem. E aí? Seus pais estão bem? - perguntei tentando sondar para ver se descobria alguma coisa.

— Sim. Meu pai está aqui, tomando champanhe com a minha a mãe.

— Que bom.

— O que ganhou de presente?

— Um par de tênis novos. Eu estava precisando. E minha abuela me fez um moletom. - Ste riu do outro lado da linha. - E você?

— Ganhei uma passagem para a praia. Mas não sei se vou usar.

— Uau. Isso é muito legal. Deve ser bom ganhar presentes assim.

É. - Não levei firmeza nesse "é" dele.

— Ste, eu preciso ir. - disse num cochicho.

Claro.

— Bom natal.

Para você também.

Ele desligou primeiro. Por alguma razão achei estranho o jeito que ele estava no telefone. E ele havia me ligado no natal. Alguma coisa tinha acontecido.

***

Chego em casa cansado do dia de prova. Creio que fui bem. Não chegaria a ganhar um A+, mas não sinto que me sai tão mal. Escuto vozes vinda da cozinha, de primeira penso que é a nova empregada que minha mãe tinha contratado, mas não é . Meu pai e ela vêm conversando pelo corredor.

— Filho. - diz ele, vindo até mim. Encaro minha mãe, ela está estranha.

— O que faz aqui? - pergunto desconfiado. Essa hora ele estaria trabalhando.

— Tive um tempo livre e resolvi vir aqui te ver. Será que podemos conversar no meu antigo escritório?

Eu não gosto quando ele me chame para o escritório. Me lembro quando era criança meu pai sempre me chamava até lá (cada casa tinha o seu escritório) para me dar bronca, assim minha mãe não veria nada e não o impediria de me dar uma sermão daqueles. O sigo até o escritório, mas antes de entrar pergunto para a minha mãe o que ele quer me falar. Ela diz que não sabe.

Me sento na cadeira enquanto ele senta na outra e a mesa fica entre nós. O escritório é meio oval, por conta de estar perto da janela do lado esquerdo da casa. As coisas estão do mesmo jeito. Meu pai não havia tirado nada dali. Nem mesmo as fotos do seu casamento com a minha mãe e fotos da nossa família reunida. Minha avó está em algumas fotos.

— Tenho boas noticias. - diz ele me observando. - Você foi aceito na Yale. - Então é isso o que ele quer me dizer. — Pensei que fosse ficar mais animado.

— Você sabe o que eu penso sobre isso - respondo sem ânimo.

— Eu não te entendo, Stephen. Estou lhe fazendo um favor. Você tem alguma coisa em mente? Você vê seu futuro de algum outro jeito? - Não respondo. Ele sabe que eu sou perdido quando o assunto é isso. — Está vendo? Eu te conheço. Você repetiu um ano. Já era para você estar indo para o segundo ano de faculdade. E você ainda está preso no high school.

— Tanto faz. - digo logo. Eu não ligo mais para isso. Ele quer que eu vá então eu vou. É melhor do que ficar escutando esse papo o dia todo.

— Ótimo. Eu conversei com eles e já que você está um ano atrasado eles não ligaram de você entrar na faculdade mais cedo. É um programa que eles abrem para quem está interessado. É claro que tem que ter os requisitos, mas eu conversei com eles.

— O quê? Mas eu estou estudando ainda.

— Você já fez a prova final que é o mais importante. Foi hoje, não foi? - aceno em concordancia. - Então. Não precisa mais ir.

— Mas ainda tem o baile e a formatura.

— Você poderá voltar para a formatura, mas o baile não há necessidade. Você já foi à um no ano passado.

— Mas e os meus amigos? Eu queria passar mais tempo com eles. - O que ele está querendo com tudo isso? Para que apressar as coisas? Eu já vou fazer o que ele quer.

— Seus amigos vão ficar no passado. Você tem que pensar no seu futuro de agora em diante. - Ele só pode estar brincando comigo. — O que foi? - pergunta ele, vendo a minha cara de não estar entendendo nada.

— Você quer que eu vá para Yale. Tudo bem, pai. Eu vou. Eu faço a droga do curso que você quiser eu faça, mas vou entrar como todo mundo. Me deixa aproveitar meus últimos dias do jeito que eu quiser.

Meu pai só me encara por alguns segundos em silêncio.

— Você é tão burro, Stephen. Meu Deus, eu, sinceramente, não sei à quem você puxou.

Estou começando a ficar com raiva, mas não quero me alterar.

— Eu tenho 18 anos, acho que eu posso...

— Você não pode nada. - extravasa com a voz alta. - Você acha que eu não sei para que você quer continuar frequentando Herman, mesmo faltando pouquíssimos dias para o ano acabar? - Ele me pega de surpresa. Do que ele está falando?

— Quando você me disse sobre um "namorado" naquele dia no restaurante, eu realmente pensei que você estivesse me provocando. Mas adivinha só? Eu descobri que não.

— Minha mãe te contou? - pergunto já sentindo um pavor dentro do coração. E não é um medo por mim, mas por James.

— Não. Infelizmente eu soube de outro jeito. Não sei como sua mãe está de okay com tudo isso. O pai do seu amigo me disse. Agora imagina a minha surpresa ao receber a noticia de que meu filho, meu único filho está fodendo outro cara. - ele diz a palavra fodendo com desgosto.

— Eu já disse que eu sou gay, não sei por que a surpresa. - Não consigo olhar para ele ao dizer isso.

— Meu único filho - sua voz é suave, para o meu espanto. - Você é tão bonito, Stephen. Pode ter a garota que quiser a seus pés. Então por que, por que raios vocês escolheu um homem?

— Eu não escolhi, pai, é o que eu sou...

— Besteira! - grita ele com raiva. A raiva que está tentando controlar evapora. – Você irá fazer o que estou mandando você fazer. E conversa encerrada. Pode ir. - Ele fica parado, esperando eu me levantar.

— Eu não vou. - digo com firmeza.

— O quê? - pergunta ele não entendendo minha resposta.

— Eu não vou para a porcaria da Yale. - Espero sua resposta. Ele demora para voltar a falar.

— Okay. Você quer do jeito mais difícil então. - Meu pai se levanta e se senta na mesa, me encara. Tenho que levantar a cabeça para olhar para aqueles olhos ameaçadores. - Vou deixar você escolher. Yale ou uma viagem só de ida para a Irlanda. Você escolhe.

Eu quase rio.

— Pai, você ainda não percebeu? Eu não sou mais criança. Você não têm que mandar mais em mim. Eu não vou. - repito, o desafiando. Seu rosto se aproxima do meu.

— Eu mandei você escolher, Stephen. Eu acho melhor você escolher. Ou haverá consequências. - Viro o rosto não dando a minima, quero mostrar que suas ameaças não me assustam mais. - E quando digo isso, não quero dizer só para você. - O encaro quando ele fala isso. Começo a ficar nervoso. — Você sabe o que eu posso fazer. - diz me encarando. Ele sabe que não precisa dizer muito. Eu sei do que se trata. Meu pai é poderoso. O dinheiro o fez poderoso. Ele pode acabar com a vida de uma pessoa, fazer coisas desagradáveis.

— Eu pensei que o Sr. Farley fosse seu amigo. - digo. Será que ele teria coragem de fazer algo com o pai de James só para que eu não fique mais com o filho dele?

— Ele é um idiota. Tive que pagá-lo para fazer algo para mim.

Ou calar a boca dele, eu penso. Eu tenho nojo do meu pai. Eu sempre imaginei que ele tivesse uma amante, mas não que traísse minha mãe com uma garota que poderia ser minha irmã, assim como o Sr. Farley me contou.

— Sabe de uma coisa? - pergunto me levantando. - Estou cansado. Cansado de ter medo de você. Se não está satisfeito com o que me tornei, tenha outro filho com a sua nova namorada. Assunto resolvido.

— Que namorada? - pergunta ele rindo enquanto eu me viro para sair da sala.

— Para de fingir, pai! Eu sei da sua amante. Como pôde fazer isso com a minha mãe? Eu pensei que tivesse ido embora por causa de mim, porém está mais do que claro que você usou isso para se mandar.

— Você acredita em tudo o que escuta. - Apesar de parecer neutro, ele está nervoso por eu ter descoberto. Mesmo disfarçando muito bem, eu cosigo enxergar em seus olhos.

— Para de mentir! Pelo menos seja homem e assuma!

— Olha como você fala comigo, garoto! - grita meu pai. A qualquer momento, sinto que ele vai se aproximar e me dar um soco na cara.

— Parem com isso! - Nesse momento a porta se abre e minha mãe entra. - O que está acontecendo aqui? - Ela encara meu pai e depois à mim.

— Pergunte à ele. Vamos ver se ele tem coragem de te falar. - Saio do escritório deixando eles à sós.

Eu estou com raiva. Eu havia estourado com meu pai do jeito que nunca fiz antes. Eu tinha tomado uma decisão. E não voltaria atrás. Eu não vou para Yale. Não vou.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que estão achando. Sexta feira posto o próximo. E já é o Baile tão esperado. Espero que vocês se surpreendam com o que está para acontecer.

Beijos e até sexta então