Mais Um Dia Em Segredo escrita por LaisaMiranda


Capítulo 22
Tão obvio


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeee. É sério isso que eu vou falar. Sem zuera.
Eu quase não posto hoje e quase a fanfic entra em hiatus. Eu já até tinha escrito um texto me desculpando com vocês para postar pelo celular. A tela no meu computador já era. E se não fosse essa antiga (do tamanho do universo) que eu tinha dos anos 2000, eu não ia conseguir estar postando esse capitulo para vocês agora.

Bom, antes desse sufoco acontecer, eu ia agradecer mais uma vez a vocês por ter me dado esse tempo para escrever. Estou deixando a história muito melhor. E espero que vocês gostem do resultado.

Boa Leitura!



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Já faz dois dias desde que meu pai me proibiu de sair de casa, a não ser para vir até a escola. Não tive a oportunidade de conversar com Stephen. Ele ainda não tinha me avisado quando poderíamos nos ver de novo na sua casa, mas eu sabia que não demoraria muito. Já que faz um tempo que não nos encontamos. Eu preciso contar o que está acontecendo e que não poderíamos nos ver mais na sua casa, já que agora eu havia me tornado um prisioneiro na minha.

Conversei com a minha abuela, mas nada adiantou. Ela me disse que a casa é do meu pai e que ela não podia fazer nada. Eu não tenho que culpá-la, nem nada do tipo, eu só não queria ter que passar por isso até ir para a faculdade.

Ao ficar preso em casa, acabo terminando a redação e envio para três faculdades - pelo menos eu podia ir até o correio (que fica a pouquíssimos metros de casa, no caso, do lado da garagem). Envio as cartas para:

A Universidade Estadual de Morgan. Uma instituição pública localizada na região nordeste da cidade de Baltimore, em Maryland.

O Instituto de Tecnologia Wentworth localizado em Massachusetts, Boston.

E para a Stevens Instituto de Tecnologia de Nova Jersey. Onde eu quero - mais do que tudo - entrar.

Evilyn também me contou que havia entregado para outras faculdades. Mas o nosso sonho é Stevens. E estamos ansiosos para irmos fazer a entrevista e passar.

Peço para Evilyn deixar o bilhete com Ste, dizendo que eu preciso falar com ele. E teria que ser aqui na escola, o motivo eu explicaria depois. Evilyn deixa o recado, ela já está meio que se acostumando com isso.

Hoje na escola chove. Começa com uma chuva normal. Porém, depois do intervalo, a chuva fica mais grossa, a ponto de, depois de algum tempo, começar a cair um temporal do lado de fora. Com trovões e tudo mais. Os professores ficam assustados e nos mandam para o ginásio da escola. Todos os alunos vão para lá e as aulas estavam canceladas até a chuva passar. Então se passou uma hora e nada. As luzes foram apagadas por segurança e ficamos trancados naquele ginásio sem poder sair para o lado de fora.

Fico sentado perto de Evilyn e Sam. Ele não costuma ficar perto de mim, mas nesse dia é diferente. Estou sentindo ele mais à vontade. Tinha me dito "oi" quando se aproximou com Evilyn. Estou achando estranha sua atitude, mas acabo achando que Evilyn têm algo a ver com isso.

Vejo Stephen do outro lado, perto de Amanda. Eles estão conversando. Pelo visto ele está seguindo meu conselho, e voltou a falar com um de seus amigos. A pergunta mais importante do momento é: Como vamos nos encontrar com essa chuva? Quer dizer, o ginásio fica no caminho para o banheiro feminino, então não conseguiríamos ir até lá sem chamar atenção. Mesmo se eu fosse primeiro e depois ele, poderiam suspeitar. Tínhamos que nos ver em outro lugar, mas onde? Fico pensando num lugar onde ninguém estaria numa hora dessas. Sam se levanta e diz que vai se juntar aos seus amigos, deixando Evilyn e eu a sós.

— Evilyn, eu preciso me encontrar com o Ste em outro lugar, mas não sei onde.

Ela pensa um pouco.

— E o vestiário?

É claro. O vestiário. Está uma chuva tenebrosa. Então não teve aulas de educação física e nem gente praticando na piscina. E fica do outro lado, onde podemos sair sem ser percebidos.

— Eu preciso que avise o Ste para mim. Você pode?

— Claro. Mas é melhor você ir logo. - Ela têm razão. Eu preciso sair imediatamente. Evilyn teria que disfarçar bem quando fosse avisar Ste.

Levanto primeiro e saio pelo outro lado do ginásio, onde não há gente. Caminho em direção ao vestiário masculino. Não fica tão longe dali. Só preciso ir reto e virar duas vezes para a direita. Os trovões me assustam no caminho. E a luz apagada me dá mais medo. Abro a porta do vestiário e entro. Estou com o pressentimento de que alguém está me seguindo, mas deve ser coisa da minha cabeça, por conta da situação.

Espero sentado no banco em volta dos armários azuis, mais ou menos uns trinta minutos. Já estou ficando cansado quando escuto um barulho. Depois de alguns segundos vejo Evilyn entrar. Não entendo, ela não conseguiu avisá-lo? Antes que eu possa perguntar vejo Stephen entrando. Abro um sorriso que logo desaparece ao ver Amanda com eles.

Não consigo falar nada. O que ela está fazendo aqui? E por que Stephen a trouxe? Olho para Evilyn tentando mentalmente perguntar o que está acontecendo.

— Prepare-se para levar um choque. - ela cochicha para mim.

— O que está acontecendo? - pergunto para Ste.

— A Amanda já sabe de tudo. - ele diz calmamente.

— Você contou para ela? - pergunto incredulo.

— Na verdade eu descobri tudo. - Amanda responde levantando as mãos como uma sabe tudo. - Eu não sou tão burra quanto pareço.

— Ela não vai contar para ninguém, James - Ste se aproxima de mim.

— Como pode ter certeza? - pergunto só para ele, apesar de saber que elas estão escutando.

Eu sei que tinha dito para ele se aproximar de Amanda, mas meu plano não era que isso acontecesse. Ela já tinha contado sobre mim para a escola toda, por que não faria a mesma coisa com ele?

— Eu só tenho. Você pode confiar. - Percebo que Ste está escondendo alguma coisa, ou não quer me dizer na presença delas.

— Tudo bem, mas eu precisava falar com você - tento fazê-lo entender que isso significa 'sozinho'. Por que ele trouxe ela?

— Eu sei. Eu só achei melhor vir com a Amanda. Se eu saísse sozinho os caras iam querer saber para onde eu estava indo. E eu também queria que você soubesse que Amanda está do nosso lado.

Amanda começa a rir.

— Espera, Ste - ela o interrompe. - Eu estou do seu lado. Não confunda as coisas, tá? Eu prometi não contar para ninguém, mas não quero que vocês me incluam no... clubinho de vocês. Tem alguma sigla para isso?

Amanda já está se mostrando irritada. Eu não sei se ela está forçando por não querer ficar perto de nós ou por não querer que soubéssemos que ela está fazendo isso de boa vontade.

— Bom, você já sabe. Eu não vou contar para ninguém sobre... isso — Amanda respira fundo. - Eu já vou indo.

— Espera! - Ste grita de repente, desconfiado.

— O quê? - Amanda para de andar.

— Ouviram isso? - pergunta ele.

— Ouvimos o que? - Evilyn pergunta.

— Tem alguém aqui - afirma Ste.

— O quê? - indaga Amanda. - Não tem não.

Então ouvimos alguém bater em algo. Meu Deus! Têm alguém dentro do vestiário. Como eu não vi? Eu devia ter dado a volta para ver se não havia ninguém escondido atrás dos outros armários.

Ste sai correndo indo para o outro lado onde não podíamos enxergar, já que a fileira de armários tampa o que há atrás.

— O que você está fazendo aqui? - pergunta Ste berrando do outro lado. E corremos em direção de onde a voz dele vinha - Fala, Henry!

Ao chegar no outro corredor vejo Ste segurando um garoto pelo braço. Ele está próximo ao banco. E mesmo no escuro consigo identificá-lo com clareza. É ele. O garoto que fica me observando desses dias para cá.

— Eu só estava... Eu...

— Fala! - berra Ste.

— Espera, Stephen! -  Amanda se aproxima deles. - Solta ele. - pede ela e Ste o faz. Então ela encara o garoto depois que ele se senta no banco massageando o braço avermelhado.

Henry está vermelho de vergonha. Ele arruma os óculos e encara Amanda.

— Por que você estava bisbilhotando? - pergunta ela em desafio.

— Eu não... estava bisbi... Eu só vim buscar uma coisa no meu armário e...

— Mentira! - grita Stephen. - Você escutou o que estávamos conversando?

Henry olha assustado para Ste então depois de um momento me vê. Ele me encara amedrontado.

— Deixa ele. - peço me aproximando. Agora tudo faz sentido. - Está tudo bem, você pode ir.

— O quê? - pergunta Ste. - James, ele escutou tudo o que dissemos. Ele vai contar para alguém. Ele é do time.

— Ele não vai - afirmo encarando Henry, que abaixa a cabeça.

— Uau, e como você sabe disso, espertinho? - pergunta Amanda. - É algum tipo de poderes gays?

— Amanda - pede Ste.

— É só que se vocês deixarem ele ir sem uma boa lição, ele vai contar para todo mundo. E quem me garante que você não vai pensar que foi eu que contei e não ele? - Amanda está mesmo preocupada com isso? É de se espantar.

— Ele não vai contar. - afirmo mais uma vez.

— E como você sabe, James? - pergunta Evilyn. - Você mesmo disse que ele estava te observando.

— O quê? - pergunta Ste irritado.

— Me deixem ir, por favor. - pede Henry, quase num sussurro. - Eu não vou dizer a ninguém.

— Eu sei que não. - digo, olhando nos olhos dele.

está tão óbvio. Como eu não percebi antes?

— Eu ainda não entendi. Dá para você me explicar? - pergunta Ste.

Olho para Henry e ele está suplicando com os olhos para que eu não diga. Ele sabe que eu sei. Mas eu tenho que dizer. Mesmo acreditando que ele não irá contar nada a ninguém, ele havia escutado tudo o que tínhamos falado. E, querendo ou não, estamos nas mãos dele. Eu não posso deixar de contar para os outros sobre o que eu sei. Então decido deixar as coisas equilibradas para os dois lados.

— Ele não vai dizer nada, porque ele também é gay.

— O quê? - Amanda ri. - Henry abaixa a cabeça envergonhado. Ste me observa calado. Evilyn está supresa. E Amanda para de rir depois que percebe que é verdade. — Isso é sério? - Amanda está abismada. - O que é isso agora? Uma epidemia?

— Não seja ridícula. - diz Evilyn, se aproximando de Henry. Eu quase consigo ler seus pensamentos. Ela está pensando como não percebeu isso antes. Mas eu também demorei para notar. - Você quer conversar? - pergunta Evilyn carinhosa.

— Eu quero ir embora - pede ele ainda com a cabeça baixa.

— Pode ir - digo me afastando. Ste vêm ao meu encontro.

— Como você sabia disso? - pergunta num sussurro. - E por que não me disse que ele estava te seguindo?

— Ele não estava me seguindo. Pelo menos eu acho que não. Eu percebi agora como ele estava nervoso. E ajuntei tudo. Henry me encarava diferente. Não era como o julgamento das outras pessoas. Eu acho que ele só queria conversar.

— É tão estranho isso. - diz Ste, enquanto observamos Henry se levantar e ir embora. - Saber que tem outra pessoa como a gente.

— Ele deve estar apavorado. Coitado.

— Ele foi embora. Se amanhã todo mundo estiver sabendo. A culpa é dele. Não minha. - diz Amanda e depois sai também.

— Eu também vou indo. Sam deve estar me procurando. - Evilyn me lança um meio sorriso antes de sair.

— Você devia falar com ele. - diz Ste de cabeça baixa. Eu sinto seu timbre diferente - Mas se quiser... Eu posso ajudar.

Será que ele está com ciúmes?

— Podemos nós dois falar com ele - digo sorrindo. - Engraçado isso acontecer, porque a última coisa que o Nick me disse foi justamente que tínhamos que nos ajudar.

— O Nick. - Ste fecha a cara.

— Você não tem com o que se preocupar, Ste. Ele vai embora esse final de semana.

— E como você sabe disso? - ele não me deixa responder. - Eu não acredito. Eu pensei que tivéssemos concordado que você não o veria mais.

— Ele vai embora. Só queria se despedir.

Ste tenta se conformar.

— Pelo menos ele vai embora. - Não conseguido conter o sorriso no rosto ao vê-lo emburrado.

— Temos que conversar com o Henry. Mas ele tem que querer. Não podemos forçá-lo. Talvez ele nem saiba o que está acontecendo. Talvez ele esteja confuso com tudo isso. Talvez... - Não pude mais falar, pois a boca de Ste está na minha.

— Estamos sozinhos aqui, James. Vamos aproveitar? - ele sorri e depois me beija de novo.

***

Eu tinha tomado uma decisão. Eu precisava descobrir se Ste gostava mesmo de mim, e não só do sexo comigo. E para isso eu tinha decidido não ter mais relações sexuais com ele. Daria um tempo. Quem sabe assim ele não diria que sentia alguma coisa por mim, talvez dizer não fosse necessário, porque eu não achava que ele pudesse dizer, mesmo se gostasse de mim. Não sei porque eu tinha essa impressão. Mas talvez ele demonstrasse de alguma maneira. Eu não sabia dizer se daria certo. Mas eu tinha que tentar.

Naquela tarde esperei por ele no banheiro depois da última aula. Cheguei mais adiantado, por isso tive que esperar.

— Oi. Você já está aqui. - Ste entrou no banheiro e veio em minha direção. Ele me deu um beijo na boca. - Viu o jogo de ontem?

— Vi.

— Viu o que eu fiz? Você gostou? - perguntou ele sorrindo.

— Sim.

— Pensei que fosse ficar mais animado que isso - apesar do sorriso estampado na boca, ele ficou desapontado com a minha seriedade. Mas eu estava sério por outro motivo.

— É outra coisa, Ste.

— O quê? - Ele ficou me fitando. Eu resolvi andar, não encará-lo. Era melhor. Meu plano tinha que funcionar.

— Eu estava pensando, e preciso de um tempo para poder estudar para essas provas finais do primeiro semestre. - Escolhi usar os estudos, porque sempre funcionava.

— Tempo. - repetiu ele.

— É, a gente podia deixar para se encontrar só aqui por enquanto.

Me encontrando com ele aqui a gente não precisaria ficar separados. Poderíamos nos beijar e ficar só nisso. Como era o meu plano.

— Por quê? - ele se aproximou. - Você pode estudar lá em casa.

— Sabemos que eu nunca consigo estudar quando eu estou na sua casa, Ste.

— James, você sempre volta a estudar depois do sexo. O que eu acho engraçado até.

Isso era verdade, mas o que ele não sabia era que eu não prestava 100% de atenção. Eu ficava pensando no que tínhamos acabado de fazer e isso me desconcentrava muito.

Ste ficou me observando, e tinha parado de sorrir.

— Sabe James, já faz um tempo que estamos juntos e estou começando a te conhecer. E tem uma coisa que me irrita, que é quando você fica enrolando para não dizer o que realmente quer.

Ste não disse isso com raiva, mas estava tentando descobrir o que estava acontecendo. Ele se aproximou mais.

— Me diz do que isso se trata, James. Por que você não quer ir lá para casa? - eu não consegui responder. Estava começando a ficar nervoso. Como eu era ruim nisso. - Até parece que você está tentando evitar algo - ele encarava meu rosto, como se pudesse descobrir o que era que eu estava escondendo. - Até parece que é o sexo.

Evitei olhar em seus olhos quando ele disse isso. Droga!

— É isso. - Ste estava chocado. - Você não quer transar comigo.

— Não é isso. - tentei dizer. Era isso, mas não do jeito que ele estava pensando.

— Como não, James? Você ficou nervoso. Se não é isso, então me diz o que é? - ele ficou ansioso por uma resposta. Eu precisa de uma logo.

— Eu só preciso de um tempo para estudar.

— Mentira! James, você é a pessoa mais inteligente que eu conheço. Não precisa disso. Ou suas notas estão baixas?

— Não. - Fui sincero.

— Então o que é? - ele estava atordoado. - Você não está gostando mais?

— Não é isso, Ste. - Meu Deus, ele estava entendendo tudo errado.

— Eu estou te machucando?

— Não. - coloquei as mãos no rosto.

— Então o que é, James? - Ste tirou as mãos que cobriam o meu rosto com vergonha. - Me fala. Me fala que eu tento melhorar. Só não me afasta, por favor. - Ste estava achando que o problema era ele. Ai droga, o que eu fiz? — Estou fazendo algo que você não gosta? Ou não estou fazendo algo que você gosta?

— Não, não, Ste. Não. Não tem nada ver. - Eu precisava dizer a verdade. Meu plano não tinha dado certo. Eu não sabia fazer nada direito quando se tratava dele. — É que às vezes eu sinto... que você só quer isso de mim.

Abaixei a cabeça. Eu estava tremendo. Tinha vergonha de falar essas coisas, não sabia por quê.

— E isso não é bom? - ele não entendia meu ponto de vista. - Sentir atração por você? - Não consegui responder. Apenas tentei olhar nos olhos deles. Ste estava confuso. — O que você quer que eu diga, James? Eu digo. Você quer que eu diga que estou louco por você? - Ele segurou meu rosto. - Estou louco por você. Meu corpo deseja o seu. Minha boca... - ele não terminou de falar. Sua respiração ficou alta enquanto olhava para minha boca. Ele fechou os olhos com força e depois os abriu. - Eu falo o que você quiser. Eu faço o que você quiser. Só não me afasta, tá?

Às vezes quando ele fazia esse tipo de coisa, eu pensava que ele gostava de mim, mas eu nunca tinha certeza. A única certeza que eu tinha era que Ste me desejava. E isso era bom. Talvez eu não devesse me preocupar tanto.

***

Ste me beija sem parar. Faz um tempo que não nos beijamos, então é de se esperar sua ansiedade. Já havíamos ido para o fundo do vestiário. Não têm como nos encontrarmos em outro lugar, mas também tínhamos que ser cuidadosos. Afinal Henry já havia descoberto que Ste também é gay e que estamos juntos, aqui mesmo, nesse vestiário. Não podemos dar o luxo de ser burros a esse ponto.

— Que saudades que eu estava do seu beijo - diz ele sorrindo, olhando em meus olhos. - Podemos nos encontrar lá em casa hoje. Minha mãe foi viajar.

— Ste...

— Mas talvez não precisaremos de tanta demora assim. Nós conversamos, James. Acho que minha mãe está entendendo as coisas agora.

Eu estou tentando dizer o que aconteceu lá em casa, mas depois de escutar sobre a sua mãe eu fico ainda mais triste. As coisas estão dando certo para ele, finalmente, mas estão dando errado para mim. E assim ficaria difícil de ficarmos juntos como queríamos.

— O que foi? Que cara é essa? - pergunta ele preocupado.

— Cara de quem está preso em casa e não pode mais sair, a não se para vir para a escola.

— O quê?

— Meu pai, Ste. Ele me proibiu de sair. Eu pensei que as coisas iam se arranjar com o tempo, mas elas estão piorando.

— E como vamos nos ver?

— Foi por isso que eu pedi para você vir aqui. Não tem mais como eu ir até a sua casa.

Ste se afasta. Ao não sentir seus braços em volta do meu corpo eu sinto frio.

— Quando as coisas finalmente estão dando certo. Alguém tem que estragar - Ste está com raiva. - Eu não aguento mais, James. Às vezes eu tenho vontade de jogar tudo para o alto e fugir.

Me aproximo dele e seguro sua mão.

— Só precisamos ser pacientes. Sem contar que têm as visitas nas faculdades semana que vem. Meu pai não vai me levar para Nova Jersey.

— Eu posso te levar.

— Eu já vou com a Evilyn e com a mãe dela. Se eu não for, meu pai vai descobrir. Mas você pode ir com seu carro e nos encontrar lá. Depois da entrevista eu vou ter tempo. - Ele aproxima seu rosto do meu e me beija.

— Ainda bem que esse último ano está acabando e daí poderemos ficar juntos.

Fico nervoso quando ele menciona isso. Tínhamos prometido ficarmos juntos depois da formatura, mas eu não havia pensado direito. A faculdade. Como vamos ficar juntos se ainda existe esse obstáculo?

— Ste, você já pensou para que faculdade você irá?

— Não. Quer dizer. Meu pai meio que decidiu isso por mim. - Ste puxa minha mão para que nos sentemos no banco. - Mas eu não sei.

— Você nunca sonhou em ser alguma coisa quando criança? Nunca desejou estudar em uma Universidade boa?

— Não - Ele olha para mim. - Por quê?

— Nada. - tento disfarçar. - É só que é estranho. Eu sempre sonhei com a faculdade de Stevens e sempre quis estudar ciências.

— Eu queria ser assim. Eu sou tão perdido, James. Meu pai vive me dizendo isso, mas acho que ele têm razão. E talvez eu deva ir para Yale mesmo, lá é uma boa faculdade, né?

Yale? Uau.

Yale é muito mais do que eu sonhava, mas eu não tenho condições. Meu pai não teria como pagar e conseguir uma bolsa? Eu teria que ser excelente. É por isso que sempre pensei menor. Quer dizer. Stevens é ótima também. É ótima para pessoas como eu.

Eu sei que Yale fica em Connecticut, mas não sei ao certo quanto tempo leva de carro para chegar de Nova Jersey até lá. Eu teria que pesquisar isso depois.

— É. Ele já estudou lá. E acha que eu devo também. Mesmo eu tendo repetido um ano ele deu um jeito. Meu pai sempre arruma um jeito.

— Você já pensou em futebol?

— Futebol?

— É, você gosta, não gosta?

— Gosto. Mas não é algo que eu queira de verdade.

— E você quer ir para Yale?

— Não sei, James. Eu não tenho certeza de nada. A única coisa que eu tenho certeza na minha vida é você.

Ste se aproxima de novo e me dá um beijo. Retribuo, passando os braços em volta do seu pescoço. Eu não sei como iriamos fazer daqui para frente, mas eu não quero abrir mão dele. Não quero. Ste começa a distribuir pequenos beijos pelo o meu rosto.

— Precisamos ir. - digo com os olhos fechados. Sentindo seus lábios na minha pele.

— Só mais um pouco. - pede ele voltando a colocar a boca na minha. Aproveito o beijo ao máximo.

— Ste... Por enquanto vamos ter que nos ver no esconderijo.

— Mas você disse...

— Eu sei - Coloco a mão no seu peito por cima da camiseta do time. - Mas não vai dar para ficarmos separados por muito tempo.

— Eu concordo - Ele encara minha boca. - Eu te amo.

— Eu também te amo.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei se tem erros, se tiver, relevem, faz favor; Melhor ter erro do que não ter história. Essa tela é dos tempos da minha avó e está toda embaçada. Um milagre que esteja funcionando.

Espero que vocês tenham gostado e próximo capitulo tem viagem para a faculdade. Estou muito animada como as coisas estão caminhando na fic e espero que vocês recebam com entusiasmos as novidades que estão por vir.

Beijos e até semana que vem. Comentem.. Pensem que não podia ter capitulo novo e vocês tiveram, então me deem essa alegria. s2