Mais Um Dia Em Segredo escrita por LaisaMiranda


Capítulo 16
Grande surpresa


Notas iniciais do capítulo

MUITO OBRIGADAAAAA PELOS COMENTÁRIOS SEUS LINDOS!

Eu AMEI escrever esse capítulo. O meu preferido até agora. Espero que vocês também gostem.

Boa Leitura!



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— Olha para mim - murmura Ste depois de alguns minutos dentro do carro. Já estamos quase chegando no bairro dele.

— Estou dirigindo.

— Olha para mim. - ele aumenta mais a voz. Encaro-o. - E me diz que não estava com ele.

Ste tem água nos olhos.

— Eu não estava. - minto, olhando para frente. Eu não posso dizer a verdade.

— Como se atreve? Como consegue olhar para mim e mentir? - ele não diz em voz alta. Percebo que ele está tentando segurar o choro na garganta.

— Você está bêbado. - estou me sentindo um lixo por fazer isso, mentindo para ele. Mas temos que conversar direito. Depois que ele estivesse completamente sóbrio, não assim.

— Eu te vi saindo da casa dele mais cedo.

— Estava me seguindo? - pergunto incrédulo.

— Então confessa?

— Eu não estou confessando nada. - digo com um pouco de raiva. Ele não tem o direito de ficar me seguindo.

— Eu pensei que você fosse diferente, James - Ste está encarando a janela, escondendo seu rosto de mim.

Eu sei que eu estou errado. Pelo beijo e tudo o mais. Mas ele também não tem esse direito. Ele não é o meu dono. Isso é errado. É invasivo.

Finalmente chegamos na casa dele, entramos e está uma escuridão só. Não há nenhum carro do lado de fora.

— Onde estão seus pais? - pergunto, carregando ele comigo, Ste não me responde. - Estão viajando?

Tento acender a luz, mas não encontro o interruptor. Pergunto para Stephen onde fica, mas ele não fala nada. Apenas continua apoiado em mim, não consegue nem andar sem minha ajuda.

Eu me lembro onde fica a escada. Só mais alguns passos para a direita. Por aqui já está mais claro, por conta da luz que vem da janela. Subo o primeiro degrau, mas sou o único, ele não faz o mesmo. De repente sinto Ste me abraçar com força. Ele está tão quieto. Será que está passando mal? Será que vai vomitar? Porcaria de luz...

Então escuto algo. vindo dele, Ste está chorando.

— Ste?

— Eu perdi tudo. - ele está mesmo chorando. Agarrando freneticamente minha blusa de frio e a cabeça encostada no meu peito. Como eu estou um degrau a cima dele, ficamos do mesmo tamanho. - Eu não tenho mais nada.

— Isso não é verdade. - tento acalmá-lo, mas ele continua chorando. Eu não sei o que fazer, o que dizer.

Tento sentá-lo na escada, ele não vai conseguir ficar em pé, não desse jeito, mas Ste não me larga. Tenho dificuldades para fazê-lo se sentar, mas consigo. Porém tenho que me abaixar também.

— O que está acontecendo? Me diz, por favor, você está me assustando.

— Meu pai foi embora de casa. - ele diz, ainda com o rosto no meu peito, agarrando meus braços. - Ele largou minha mãe, me largou. E a culpa é minha.

— Por que está dizendo isso?

— Eu contei para eles que eu sou gay.

Então é isso. Por isso ele está tão estranho, tão diferente. Ai meu Deus, e eu não estava aqui. Não estava aqui para falar sobre isso, para conversarmos a respeito. Para apoiá-lo.

— Ste, isso não é culpa sua. Você mesmo disse que seu pai tinha uma amante... - Tento fazê-lo enxergar as coisas como são, mas isso não parece melhorar a situação. - desculpa.

No entanto, ele não deve ficar se culpando dessa maneira.

— Eu perdi você também.

Sinto uma dor terrível no coração. Isso não é verdade. Não é.

— Não, estou aqui Stephen.

— Eu sinto sua falta. - ele ainda está chorando. Eu não sei o que fazer.

— Estou aqui. - tentei confortá-lo, fazendo sentir com meu toque que eu estou aqui. Ele está sofrendo todo esse tempo sozinho? Que peso horrível.

— Eu te amo - ouço ele dizer, num sussurro entre o choro. Eu devo estar ouvindo coisas... - Eu te amo tanto, James. - dessa vez ouço com mais clareza. Ele está dizendo que me ama. Como isso...? Ele está bêbado, não sabe o que está dizendo, não tem consciência do peso dessas palavras.

— Você precisa descansar. - digo, tentando levantá-lo mais uma vez, conseguindo agora. Subimos até o quarto dele, bem devagar. Ste já não chora tanto, já se acalmou um pouco. O deito na cama e tiro seu tênis.

Me aproximo, sentando perto do seu rosto. Ele busca minha mão e a segura na sua. Acho melhor não acender a luz, mas eu nem preciso, a luz que vem da rua é o bastante para iluminar o quarto.

— Não vai. Fica aqui, por favor. Não me deixa sozinho. - pede com a voz trêmula. Ele já não chora daquele jeito, mas as lágrimas ainda escorrem, como se não quisessem parar de sair de seus olhos.

— Eu não vou a lugar nenhum. - Aperto sua mão. - Só preciso avisar minha abuela que vou passar a noite aqui. Ela vai ficar preocupada se eu não voltar hoje.

— Promete que vai voltar.

— Eu prometo.

Levanto devagar e saio do quarto, deixando a porta aberta. Eu nunca tinha visto Ste desse jeito. Acho que nunca tinha visto ninguém nesse estado. Me dá tanta pena. Eu não posso deixá-lo sozinho. E os pais dele? A mãe dele? Como podem não estar em casa?

Encontro o telefone na sala e ligo para a minha casa. Minha abuela atende no segundo toque.

— Alô?

— Abuela, sou eu.

— James! Donde estas? — ela está assustada.

Estoy bien, me desculpa por deixá-la preocupada. Estou na casa do Stephen. Ele... - eu preciso dizer a verdade. Pelo menos para ela. Eu não posso preocupá-la desse jeito.

— O quê?

— Ele está muito mal, abuela. Não posso deixá-lo sozinho. E os pais dele não estão em casa.

— Você precisa da minha ajuda?

— Não. Pode ficar tranquila, eu só vou ter que passar a noite aqui.

— Esta bien. Mas me ligue amanhã se for demorar mais, por favor.

— E meu pai? Ele chegou? Eu não vi o carro dele quando estava aí.

Sim. - ela demora para responder. Porém fico mais aliviado.

— E o que vai dizer para ele?

— Eu dou um jeito.

— Se quiser pode dizer que dormi na Evilyn.

— Todo bien. Cuidate.

— Siempre. Besos.

Desligo o telefone. Pelo menos meu pai está em casa. Me sinto tão bem por não esconder isso dela. É melhor mesmo dizer a verdade. Respiro fundo e subo as escadas. Quando entro no quarto Ste está do mesmo jeito, mas já tirou a camiseta e suas pernas estão embrulhadas com o cobertor da cama de casal.

Tiro meu sapato e a blusa de frio. Vou para o lado onde ele não está deitado e me ajeito. Ste olha para mim. As lágrimas tinham parado de cair, mas o olhar ainda é o mesmo. Cheios de dor. Estico o braço para que ele possa se alinhar em meu peito. Ele me abraça e pousa a cabeça ali.

Não dissemos nada. Apenas dormimos.

—-

Acordo lentamente. Com muito sono ainda. Ao abrir os olhos me lembro que estou no quarto de Ste. Olho para o lado e lá está ele, me observando, com a cabeça deitada no seu próprio travesseiro e não no meu peito.

— Você já acordou? - pergunto passando a mãos nos olhos.

— Eu vi você aqui e não consegui mais dormir. - Isso quer dizer que ele não se lembra do que tinha acontecido? Inclusive que tinha dito que me ama?

— Eu preciso ir. - digo me levantando devagar. - Avisei minha abuela ontem, mas ela pediu que eu não demorasse.

Ela não tinha me dito nada disso, mas por alguma razão eu não quero encarar Ste. Ainda estou me sentindo muito culpado por ter beijado Nick. Mesmo que aquilo não tivesse significado nada. Porque agora eu tenho certeza que não significou nada. Depois de ver Ste nesse estado, eu sei que ninguém pode fazer o que sinto por ele se apagar dessa maneira.

Ste abaixa a cabeça. Parece envergonhado também.

— Ste, você está bem? - pergunto.

— Não. - ele não olha para mim.

Me aproximo, só que dessa vez do outro lado da cama.

— Sabe, você foi muito corajoso por ter contado para os seus pais a verdade.

Ste não responde de imediato. E também, ainda não me olha nos olhos.

— Eu não contei para ser corajoso, James. - ele me olha, e ainda tem aquele olhar doloroso. Por que ele está assim? - Eu queria que ele sofressem.

— Ste, está tudo bem? - pergunto de novo.

Ele tinha dito a verdade para os pais dele. Eu entendo que tinha sido uma barra difícil. E que agora os pais dele estão separados e que ele pensa que a culpa é dele. Mas eu o conheço. E Ste está muito mal. Não é só por causa disso.

— Eu nunca senti isso por ninguém. - começa ele, encarando a cama. - Está machucando, James. Tá doendo demais ficar longe de você. - ele olha para mim. - Eu preciso de você. Eu te amo.

Eu nunca senti meu coração acelerar tanto na vida. Tanto que minha respiração fica alta. Ele disse. De novo. E dessa vez não está sobre o efeito da bebida. Me aproximo mais e seguro nas duas mãos dele. Não desgrudo meu olhar do seu nem por um segundo. Então o beijo.

Seguro seu rosto com delicadeza enquanto sinto sua boca na minha e suas mãos puxarem minhas pernas para me sentar no seu colo. Ele não está ansioso, não é como das outras vezes. Apesar de fazer dias que não nos beijamos ele está calmo.

Afasto para poder olhar em seus olhos e sinto uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.

— Você está chorando - diz Ste.

— Ninguém nunca me disse isso.

Até agora eu nunca tinha tido esse tipo de emoção. Tão bonita. Sobre a queda no amor por uma pessoa. Seguro em seu cabelo. E volto a beijá-lo, eu quero ele. Muito. Muito. Como nunca o quis na vida. Mas eu não posso. Não depois do que aconteceu. A gente precisa conversar. Eu preciso dizer a verdade para ele.

— Você precisa de um banho. - digo depois que paro de beijá-lo. Ele apenas me observa quieto. Não está tentando nada, nem parece querer tentar. É como se esperasse meu próximo passo, para então, continuar comigo, seja ele qual for.

— Não quer vir comigo? - Ste pergunta, com um leve sorriso. Fico feliz em ver esses dentes de novo, apesar da sua expressão ainda estar diferente.

Saio de cima das pernas dele e volto a sentar na cama.

— Eu realmente preciso ir. - Ste assente olhando para baixo. Seguro seu rosto e me aproximo. — Precisamos conversar. Só que depois. - Ele assente, passando a mão pelo meu rosto. Fecho os olhos ao sentir de leve seus dedos ali.

— Eu espero. - responde ele. Ste se aproxima para me dar um beijo, mas ouvimos uma coisa antes.

— Acho que alguém chegou.

— Deve ser minha mãe.

— Então é melhor eu ir logo. - levanto e coloco a blusa de frio e o tênis.

— Eu te levo até lá embaixo. - Não discuto. Apenas o sigo escada abaixo. Encontramos com sua mãe na sala, com cartas do correio na mão.

— James? - ela parece surpresa em me ver. E depois encara Ste. Que está sem camiseta ainda.

— Ele já está de saída. - diz Ste, e noto que ele é grosseiro, mas não comigo e sim com a mãe dele. Percebo que ela sabe sobre nós. E talvez Ste esteja fazendo algo para evitar uma conversa entre nós três. Eu acho melhor mesmo.

Saio para fora e ele cobre a porta com seu corpo, usando o braço para se apoiar.

— Eu quero pedir desculpas por ontem... - Ste abaixa a cabeça. - Por ter te seguido. Eu não devia, James. Eu sei que foi errado. Mas só de te pensar com ele... eu...

— Tudo bem. - digo, de verdade. Eu não posso culpá-lo mais. E nem tenho que perdoá-lo. Ele que tem que me perdoar.

— Você vai para a escola ainda? - pergunta ele, e depois me lembro de que tínhamos aula hoje e eu estou bem atrasado, já que são oito horas da manhã.

— Acho que não. Vou direto para casa.

Ficamos nos encarando, até que eu me viro e vou embora. Ainda não acredito que Ste disse isso. Ele disse que me ama. Com todas as palavras e mais de uma vez. E eu não disse de volta. Eu queria ter dito, mas eu não posso. Não antes da gente conversar.

***

Entrei no banheiro reservado para me encontrar com Ste. Já fazia dois dias que tínhamos voltado do acampamento e ainda não tínhamos nos visto.

Ele já estava lá, escancarou a porta do reservado quando me ouviu entrar e depois me puxou para dentro, quando me aproximei. Esperei que ele me beijasse, mas ele só me encostou na parede e deixou as mãos pousadas na minha cintura.

— James, me beija - mandou Ste. - Levantei a ponta dos dedos dos pés para ficar da altura dele e lhe dei um beijo. Ele afastou a boca. — Não. Me beija como se eu não quisesse te beijar, e você me obrigasse. Me domine.

Eu não entendia por que ele queria que eu fizesse aquilo, mas mesmo assim levantei as mãos para segurar no seu rosto. Elas estavam tremendo.

— Por que está tão nervoso? - perguntou ele, sorrindo.

— Não sei - respondi, olhando para a sua boca.

Encostei meus lábios nos dele, e tentei fazer como ele fazia comigo. Puxei sua cabeça na minha direção para que sua boca ficasse grudada ao máximo na minha. Ste não estava me ajudando. Ele realmente queria que eu fizesse tudo, então eu fiz. Forcei sua boca a abrir e enfiei minha língua. No momento em que movi minha cabeça para o outro lado, senti ele me apertando, fazendo com que nossos corpos se encostassem um no outro, e no segundo seguinte já não era mais eu no comando e sim ele. Ste me beijou com rapidez e ansiedade. Senti sua mão na minha bunda e o volume na parte da frente.

— Droga! - disse ele se afastando, com a respiração alta. E olhou para baixo. - Só com você acontece isso. Com apenas um beijo. - Continuei parado, recuperando meu fôlego, ele sorriu para mim, se afastando um pouco. — Lembrei de uma coisa. Semana que vem, depois do Halloween, temos o primeiro jogo do campeonato contra os Khols. Você vai?

— Acho que sim.

— Ótimo. Toda vez que eu fizer uma defesa, eu vou fazer esse movimento. - Ste se afastou um pouco e levantou a camiseta até a cabeça, cobrindo o rosto com ela. Seu peitoral ficou exposto, então ele passou a mão fazendo uma linha no centro do abdômen, descendo, então quando chegou no seu umbigo ele levantou o braço, apontando para mim.

Eu não tinha entendido nada e comecei a rir.

— Será para você. Entendeu? - perguntou, tirando a camiseta da cara.

— O que significa?

— Não importa o que significa. - Ele se aproximou, pegando no meu quadril. — O que importa é que é para você.

Ste observou minha boca e me beijou de novo. Um beijo leve, mais gostoso.

— Agora eu preciso ir para o treino. Como eu vou sair assim? - Ele olhou para baixo, ainda rindo da sua ereção. - Você bem que podia me dar uma mãozinha, né?

Fiquei vermelho, Ste riu mais.

— Eu só estava brincando, queria ver a cara que você ia fazer.

— Eu faço - disse em voz alta, e em bom som.

— James, eu só estava brincando - ele ainda estava sorrindo olhando para o meu rosto. Eu já começava a respirar com força. - Mas se você quiser, eu não vou achar ruim.

Dava para ver que ele não queria que eu fizesse nada se não quisesse realmente. Que não fizesse só porque ele tinha dito aquilo. Mas ele queria. E eu queria dar um pouco de prazer para ele, já que ele me dava tanto.

Desci a mão até o cinto dele e puxei, abrindo-o, sem desgrudar os olhos do dele. Ste estava surpreso por essa atitude e por esse motivo não tinha mais o sorriso no rosto.

Abri o zíper da calça e ele começou a respirar alto. Eu não queria perder nem um tipo de reação vinda dele. Segurei no seu membro ereto e ele imediatamente fechou os olhos e abriu a boca. Enquanto eu movia os dedos ele envolveu o braço nas minhas costas e apertou minha cintura com força, e a outra ele encostou na minha nuca, descendo a sua cabeça até a minha testa. Suas sobrancelhas quase se juntavam uma na outra de vez em quando, e os olhos se mantinham fechados e era como se não tivesse vergonha do som que saía da sua boca.

Ste me beijou e então parei o que fazia com a mão. O plano era dar prazer a ele, eu não queria ficar excitado e ele ter que fazer o mesmo comigo. Já estava sendo difícil me controlar, se eu permitisse que ele me beijasse eu não ia aguentar. Afastei um pouco a boca da sua. Ste ainda estava com a respiração forte.

— Obrigada. Isso foi bom - ele sorriu ainda com os olhos fechados. Então os abriu - Mas eu preciso ir.  - Ste fechou o zíper e colocou o cinto no lugar. — A gente se vê - Ste me deu mais um beijo e depois saiu sorrindo. Eu ainda não acreditava que tinha feito isso.

***

Chego em casa e vejo o carro do meu pai estacionado. Isso é estranho. Ele não devia estar trabalhando? Entro em casa e ele parece surpreso em me ver.

— James? O que está fazendo aqui? Pensei que estivesse na escola. - meu pai está nervoso. De preocupação, não de raiva.

— A abuela não te disse?

— Me disse o que? - pergunta ele, olhando para os fundos da casa. O que está acontecendo?

— É, cadê ela?

— Está dormindo ainda.

— Eu dormi na casa da Evilyn - minto. - E me atrasei para escola.

— Então não vai mais? - pergunta ele, se aproximando e segurando meu ombro para que eu andasse junto com ele. - Desce para o seu quarto. - manda ele.

— Por quê? Pai, desculpa, eu só... - Penso que ele está bravo por eu não ter avisado que dormiria fora.

— Só desce James, e não saía de lá até eu mandar. - Meu pai quase me empurra escada abaixo.

— James? - ouço uma voz de mulher me chamar e tento ver quem é que está atrás dele. Mas meu pai continua me fazer descer, até que finalmente  consigo ver.

Eu não acredito no que meus olhos estão vendo. É a minha mãe. Olho para o meu pai sem entender nada. Ele está assustado.

— Como você cresceu. - ela diz se aproximando com a mão na boca. - Como está lindo.

— Saí de perto dele. - grita meu pai. - Desce, James!

— Mas pai...

— Desce! Agora!

Ele está bravo, eu não tenho como não obedecer. Mesmo com minha mãe, parada ali. É ela mesmo. Eu não posso acreditar. Não tinha mudado quase nada. Com exceção do cabelo preto que cresceu. A pele ainda é mais bronzeada que a minha. Mas é ela. Do mesmo jeito que eu me lembrava.

Lá de baixo eu escuto o barulho, mas não consigo entender o que eles dizem. O que ela está fazendo aqui? E por que meu pai não quer que ela chegue perto de mim? Eu não posso ficar aqui trancado sem saber o que está acontecendo. Subo as escadas com cuidado. Eles já não estão mais no corredor. Devem estar na sala. Paro no topo da escada e tento escutar. Se eles estivessem sussurrando eu não ouviria nada, mas não é o caso. Eles estão gritando um com o outro.

— Você não pode fazer isso. - grita minha mãe.

— Não foi o que a gente combinou. - responde meu pai, não menos agressivo que ela.

— Você não tem o direito. Eu sou a mãe dele.

— Você perdeu esse direito no momento em que saiu por aquela porta. Você! Então não me venha dizer sobre direito. EU cuidei dele. EU troquei e o alimentei. Eu o amei. Eu fui o pai e a mãe dele. Sou eu que sempre paguei sua escola e que guardo o dinheiro para a faculdade. Então não me venha com essa, Mellie. Você não tem direito nenhum sobre o MEU filho!

— Eu sei que eu errei...

— James? - escuto a voz da minha abuela e percebo que ela está me observando. Ela se aproxima e me abraça e só aí percebo que estou chorando. Minha abuela desce as escadas comigo.

— Por que ela está aqui, abuela? - pergunto, secando minhas lágrimas e encarando-a. Então tudo começou a fazer sentido. - Era por isso que meu pai estava estranho, não é? E você sabia.

— James, seu pai vai conversar com você e vai te explicar tudo.

— Ele não me deixou falar com ela. Por quê?

Ela não responde. Mas seu silêncio diz tudo, só meu pai pode me dizer o que realmente está acontecendo.

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Notas finais do capítulo

Gente queria usar esse espaço aqui para agradecer vocês:

Sai
fran_silva
Lynne
Murillo França
Lunally.
H S Gonçalves
Rainy day Sunny fall
Melissa Luz
Ramona Okamoto
Othelo
Eddy KilleRay
corpse
Frances
DaihDaih
ElenaraCastro
MissRebelde
Carolxx
Broken Girl
Ruth Echelon
goldemzombie

Alguns estão acompanhando comigo desde o primeiro capítulo. No caso do Sai e do Gonçalves. E outros sempre estão comentando em todos os capítulos. Tanto que eu já fico ansiosa esperando as reviews (vocês sabem quem vocês são). E alguns que chegaram a pouco tempo, vieram comentando e estão até agora. Eu sei que as vezes não dá para comentar, porque não estão logados e tudo mais. Ou até mesmo nem tem a conta no Nyah. Eu entendo. Mas tente gente. Sério. As vezes tem pessoas que já comentaram, mas não comentam mais e eu não tenho como saber se ainda estão lendo.

Vocês não sabem como me deixa feliz toda vez que eu entro na minha conta e vejo um comentário novo. Assim como vocês ficam ansiosos pelos capítulos eu fico para saber a opinião de vocês. E conhece-los um pouquinho também. É verdade que não os conheço pessoalmente, mas só pelo modo como vocês escrevem já conheço a personalidade e isso é muito legal. Esse contato direto com VOCÊS leitores.

Para você que ainda não comentou ou que já comentou, mas não sabe o que dizer. Não gostou do episódio? Comenta que não gostou. É muito bom saber a opinião de vocês. Vocês não tem ideia. É isso gente. Não estou bajulando ninguém para conseguir mais comentários. Pois eu sei que os que acompanham a história e gostam já estão fazendo isso sem que eu precise implorar. É só um espaço para agradecer mesmo. Eu sei que já agradeci em todos os comentários, mas é algo que não me canso de fazer. Pois vocês merecem. Obrigada.