Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 9
Capítulo novo


Notas iniciais do capítulo

Oi, genteee...
Sei que eu prometi um capítulo na visão do Haymitch mas me desculpa, não consegui, não dá! Não saía nada, perdão, mas pra me desculpar fiz esse aqui e amei escrever esse, espero que vocês gostem... até a próxima!



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Assim que eu abro os olhos encontro o rosto da Keyse a poucos centímetros do meu e imediatamente um sorriso aparece na minha boca, parece idiota e na maioria das vezes em que eu a olho realmente me sinto um, mas a verdade é que não me importo com isso, a única coisa importante é que ela é a mulher da minha vida e é o rosto dela a primeira imagem que eu vejo quando acordo todos os dias e nada me faria melhor do que isso.
Ainda estou observando-a quando ela se mexe, sua perna sobe por cima das minhas e ela mexe o nariz de um jeito que ela faz todas as manhãs, sei disso por que esse é o meu passatempo preferido, observar ela dormir, seu rosto fica tão tranquilo e doce, mas ao mesmo tempo enigmático, daquele jeito que sempre parece estar pensando em alguma coisa e como sempre acontece eu não resisto em apenas olhar, meus dedos passam pelos fios escuros do seu cabelo e eu os afasto do seu rosto, sua pele tão macia e quente me faz sorrir mais uma vez, poderia passar o resto da minha vida assim, apenas olhando pra ela, meus dedos escorregam para o seu braço, até encontrar a curva do seu corpo e é então que eu percebo que meu antigo pensamento era uma mentira, por que não, eu não conseguiria passar todos os meus dias apenas olhando pra ela, não quando meu corpo corresponde tão imediatamente a ela, seu cheiro, sua pele, seu corpo, me despertam mais rápido do que qualquer outra coisa, ela está com uma camisola branca de seda que parece deslizar no seu corpo e combina perfeitamente com o tom da sua pele, eu desço um pouco mais meus dedos até a sua coxa que está descoberta, deixo a ponta dos meus dedos subirem e descerem pelo caminho, mas logo não são apenas as pontas dos meus dedos e sim toda minha mão, subo um pouco mais além, por baixo do tecido e alcanço sua bunda, a risada doce, rouca e divertida surge no meu ouvido e a mão é colocada por cima da minha, porém não me afasta, apenas a segura, eu estou sorrindo quando desvio meus olhos para o seu rosto.
— Será que eu não posso nem ter umas horas de sono?
— Sono? E por que você iria querer dormir quando tem um homem como eu na sua cama? – ela solta uma risada alta que consegue alegrar cada célula do meu corpo.
— Meu Deus, Pyter, como você é convencido!
— Eu só sou realista...
— Não, você é um grande convencido, metido, tarado, gostoso e irresistível pedaço de mau caminho – ela garante e em um movimento rápido ela está sobre mim, as pernas de cada lado do meu corpo, as mãos segurando as minhas e o corpo inclinado sobre o meu, seu cabelo está jogado pra frente e mesmo curto dão aquele ar ainda mais sensual – Preciso ir no banheiro... – ela avisa sorrindo maliciosamente e ameaça sair de cima de mim, mas eu me apresso e seguro ela pela cintura.
— Você não pode fazer esse tipo de coisa e esperar que eu te deixe sair... – o sorriso dela aumenta ainda mais e ela desiste de sair, inclina ainda mais o corpo e aproxima o rosto do meu, nossas bocas quase encostando uma a outra.
— Eu esperava que não! – dessa vez o sorriso safado é meu, minha mão libera um lado da sua cintura e eu agarro sua nuca puxando ela ainda mais pra mim, o beijo não é romântico e doce, ele é forte, selvagem e necessitado, por que isso é o que sempre acontece quando estamos tão pertos um do outro, seu corpo gruda ainda mais no meu e o movimento de sobe e desce que ela faz me enlouquece ainda mais e ela sabe disso, por que já não existe mais nada que não saibamos um do outro, quando o beijo para, ela se afasta, se mantendo sentada em mim, então o sorriso aparece novamente.
— Meus parabéns, Senhor Mellark... – essa é a minha vez de soltar uma risada e antes que ela pudesse ter qualquer outro pensamento, eu inverto nossos papéis e dessa vez eu é quem estou por cima dela, seguro suas mãos acima da cabeça dela e sorrio.
— Meus parabéns, Senhora Mellark – eu digo com o máximo de sensualidade que consigo, ela sorri – E obrigado! – seu olhar se torna interrogativo e eu complemento – Obrigado por me dar os quatro melhores anos da minha vida! – ela sorri de um jeito doce e apaixonado e eu solto suas mãos, ela toca meu rosto e permanece apenas me olhando fixamente por alguns segundos e eu a ela.
— Então, você vai me beijar agora ou eu vou ter que implorar? – ela pergunta fazendo uma careta.
— Olha, eu gosto dessa coisa de você me implorar...
— Ah, cala essa boca e me beija logo!
— Seu pedido é uma ordem – falo rindo e então a beijo com todo desejo que sempre tenho por ela, minhas mãos vão pra sua camisola e eu a tiro o mais rápido que consigo, jogo pra trás sem me preocupar em onde e volto minha atenção pra ela que agora está completamente nua logo abaixo de mim e não importa quantos anos se passem, quatro, cinco, dez, vinte, eu sei que sempre irei amar e desejar ela com a mesma força, por que eu já conheço seu corpo perfeitamente e já a vi assim centenas de vezes e mesmo assim sempre me sinto como na primeira vez.
— Você acredita nisso? – ela pergunta enquanto mantem o queixo apoiado na minha barriga e me olha com um sorriso ansioso.
— No quê?
— Quatro anos! Já se passaram quatro anos...
— É, quem diria que eu iria conseguir, já me sinto um sobrevivente – falo fingindo surpresa, ela faz uma careta e morde minha barriga, o que me faz rir e me contrair um pouco.
— Você tem é sorte! – ela fala dando de ombros.
— Eu tenho! Muita, muita sorte mesmo, eu sou um desgraçado de um filho da mãe sortudo! – ela sorri completamente satisfeita e arrasta o corpo pra mais junto de mim e me beija rapidamente.
— Eu amo você! – ela fala encostando a cabeça ao lado da minha.
— E eu amo você! – ela sorri e dessa vez eu que a beijo, me demorando um pouco mais.
— Eu odeio dizer isso, mas você vai se atrasar pro treino! – ela faz uma careta, olho pro relógio pendurado na parede de frente pra cama e também faço uma careta.
— E você tem que ir pra loja! – ela faz uma cara triste, com beicinho e isso me faz rir, eu a beijo na boca e depois beijo sua testa.
— Banho! Eu ou você primeiro?
— Então você agora é do tipo que gosta de privacidade? – ela pergunta enquanto desce a mão pelo meu corpo, eu sorrio olhando e acompanhando sua mão.
— Se eu entrar lá, junto com você, nós não vamos sair pelo menos até a hora do almoço...
— Tarado! – ela ri e me empurra, já jogando as pernas pra fora da cama e se levantando.
— Não! Você não pode ficar nua andando pelo quarto e esperar que eu respeite algum horário! – ela ri se divertindo.
— Mas você vai ou nós vamos nos atrasar
— Eu não me importo de me atrasar! – aviso e saio da cama, mas ela corre até o banheiro e fecha a porta antes que eu a alcance, mesmo assim eu acabo rindo, na verdade ela acaba de me ajudar sem nem saber, por isso pego minha cueca e calça de moletom que estavam jogadas no chão e as visto, desço as escadas e vou direto pro escritório, escondido entre a poltrona e um baú eu pego a pequena mala que já estava separada desde ontem, pego o envelope na segunda gaveta e sorrio ansioso, saio do escritório, pego as chaves na mesa do centro na sala e saio de casa, corro até o carro, abro o porta mala e coloco a mala lá dentro, coloco o envelope sobre o meu banco do motorista.
— TIO PYYYYYYYT – a voz fina e alegre é inconfundível, fecho a porta do carro e me viro a tempo de ver Louise se soltando da mão do Ian e correndo de braços abertos pra mim, o sorriso é instantâneo e eu me abaixo e abro os braços esperando, ela se joga em mim tão entregue e segura de que eu a vou segurar que isso só me faz sorrir ainda mais, os bracinhos passam pelo meu pescoço e ela beija minha bochecha várias e várias vezes.
— Isso tudo é por que você me ama muito? – pergunto arregalando os olhos e ela balança a cabeça animadamente.
— Muito! Muito! Muito! Muito! Muito...
— Mas são muitos muito!
— Faltou mais... Muito, muito, muito, muito... – ela iria continuar mas eu acabo agarrando e levantando ela o mais alto que consigo, sua gargalhada parece ecoar por toda a Aldeia.
— Eu também te amo muito, muuuuuuuuuuuuuuuuito! – falo encaixando meu rosto no pescoço dela e beijando várias vezes, ela ri ainda mais, quando ela já está quase sem ar que eu paro, Ian está parado nos olhando com um sorriso, mas volto minha atenção pra ela – E onde você vai tão linda assim? – pergunto enquanto olho pra ela com o máximo de encantamento que consigo e não é de todo mentira, por que sem duvida ela é uma das crianças mais lindas que eu já vi na minha vida e está cada dia mais parecida fisicamente com a Pérola, porém com uma personalidade única, ela consegue ser tão doce quanto uma gota de mel, mas também consegue ser tão barulhenta quanto uma tempestade, se ela quiser alguma coisa, ela apenas a tem e não há nada que você faça que consiga mudar a ideia dela, Pérola e Ian estão realmente tendo bastante trabalho.
— Eu vou trabalhar com a mamãe!
— Hum, por isso você tá tão linda – ela sorri e estica o vestido amarelo que está usando, eu sorrio – Cadê sua mãe? – pergunto e ela dá de ombros, como se fosse combinado Pérola sai de casa e Ian vai ajudar ela com umas caixas.
— Achei que vocês já tivessem ido – ela fala me olhando curiosa.
— Daqui a pouco, ela tá tomando banho!
— Ela já sabe? – eu sorrio orgulhoso e nego – E vocês já conversaram? – dessa vez eu fico confuso.
— Conversamos sobre o quê? – ela sorri um pouco sem jeito.
— Anda Loui, vamos se não vamos nos atrasar – ela fala já esticando a mão, coloco Louise no chão mas ela corre pro pai e Pérola finge estar ofendida – Então boa viagem pra vocês – ela fala e já ia se virar.
— Não me enrola, Pérola...
— Não tô enrolando, é só que ela tinha dito que vocês tinham que conversar sobre alguma coisa importante, só isso, também fiquei curiosa, por isso perguntei... – ela fala o mais natural possível, mesmo assim ainda sinto que me esconde algo – Agora eu tenho que ir por que se aquela ali cismar que não vai teremos uma bela briga... – ela fala quando Louise já começa a bater o pé por querer ir ver o Pietro, eu me despeço e entro em casa de novo, subo as escadas e ainda estou pensando no que Keyse poderia querer conversar comigo quando alcanço o quarto e ela sai do banheiro enrolada na toalha.
— OK, agora você está me provocando – aviso e ela ri mas não se vira pra mim.
— Eu esqueci de pegar minha roupa! – ela fala já abrindo o guarda roupa e analisando suas opções.
— Você tem alguma coisa pra conversar comigo? – pergunto diretamente por que não temos segredos e nem nenhum tipo de joguinho entre nós, ela desvia o olhar das roupas e me olha confusa.
— Tipo?
— Tipo... Não sei! A Pérola perguntou se a gente tinha conversado! – isso parece revelar algo pra ela e ela volta a olhar as roupas.
— Nós vamos conversar... Depois!
— Por que depois?
— Por que preciso colocar uma roupa, ir pra loja e você pra escola! – eu me aproximo dela e a encaro – A gente vai conversar, só que não agora e nem adianta tentar me intimidar!
— Eu tenho outros truques – falo já passando o braço pela cintura dela e a puxando pra mim, ela ri e segura meu ombro pra buscar equilíbrio, eu desço minha boca pelo seu pescoço e vejo o arrepio na sua pele – E então?
— Você não é tão irresistível quanto pensa que é – ela fala e eu a olho em desafio, ela ri mas nega.
— Não, isso não foi um desafio!
— Ah, eu acho que foi! - Pyter, não! Minha mãe vai me matar se eu me atrasar! – ela pede e eu concordo e a solto, mas não pela mãe dela, até por que ela é minha cumplice e sim por que tenho um horário a cumprir, então eu a solto e levanto as mãos em inocência.
— Vamos avaliar isso mais tarde! – ela sorri e volta a pegar sua roupa, eu entro no banheiro e tomo um banho rápido, quando saio de lá, o quarto está vazio, coloco uma calça jeans e uma camisa verde escura de botões, mas ainda estou fechando eles quando alcanço a cozinha, Keyse está servindo o leite na sua caneca e eu levanto a minha ao lado da dela.
— Até que horas você vai ficar na escola hoje? – ela pergunta curiosa e rindo quando eu me enrolo com um botão, ela se levanta e vem me ajudar, hoje é um dos dias em que eu daria aula na escola do Distrito, mas tudo já está combinado e estou de folga.
— Acho que horário normal! – dou de ombros enquanto ela termina de abotoar minha camisa.
— Minha mãe vai me matar – ela reclama olhando o relógio.
— Eu te levo!
— Claro que leva, você que me atrasou – eu sorrio e ela já está se levantando e pegando a pasta de cima da mesa, entendo como um recado e pego um pedaço de queijo antes de sair quase correndo atrás dela, ela entra no carro e eu logo em seguida, pego o envelope e coloco no espaço entre nós dois, ligo e saio com o carro enquanto ela fala alguma coisa sobre termos que pintar o lado de fora da casa e ela só para de falar disso quando eu passo direto pelo caminho da praça – Pyter! Fala sério, eu tô atrasada! – ela reclama realmente se irritando.
— Eu sei, por isso estou indo o mais rápido que posso!
— E estaria perfeito se você tivesse indo pro lugar certo! – ela me encara e eu dou de ombros – É sério Pyter, não tem graça!
— Relaxa, ok? – pelo modo como ela continua me olhando sei que isso não é uma opção, mas mantenho meu caminho e alcanço a Estação de trem.
— Quê isso? – sua voz mostra o quanto ela está irritada, mas eu não respondo, apenas desço do carro, pego o envelope, vou até o porta mala e pego a mala, dou a volta e abro a porta dela, seus olhos vão imediatamente pra mala na minha mão e toda irritação dá lugar a curiosidade – O que significa isso?
— Significa que temos... – olho pro relógio no meu pulso – Menos de cinco minutos pra entrarmos naquele trem ali – aponto o trem ainda parado na estação, ela tenta esconder o sorriso satisfeito.
— Eu tenho que trabalhar e você também!
— Não, nós temos mesmo que entrar no trem!
— Pyter!!
— Keyse!! – ela continua me encarando, então eu coloco a mala no chão e passo meu braço por baixo de suas pernas e outro por trás do seu corpo então a tiro do carro.
— Pyter – ela tenta parecer reprovar mas acaba rindo, eu empurro a porta com minha perna e chamo pelo segurança que está a alguns passos de nós, ele rapidamente se aproxima.
— Você pode me ajudar com essa mala?
— Claro! – ele logo pega a mala sorrindo e me segue na direção do trem.
— Pyter, tá todo mundo olhando, me coloca no chão...
— Isso não teria acontecido se você não fosse tão teimosa
— Isso não aconteceria se você não fosse tão... Tão... Tão...
— Romântico?
— Idiota! – ela fala mas sorri, alcançamos a entrada do trem, eu a coloco no chão quando o homem me pede os bilhetes, entrego o envelope e agradeço ao segurança que me ajudou com a mala, os bilhetes são marcados e devolvidos a mim, estico minha mão indicando que Keyse entre primeiro, ela revira os olhos mas entra sem mais reclamações – Será que agora você pode me explicar o que está acontecendo?
— Só mais um minuto – aviso levantando um dedo pra ela, estamos em uma espécie de sala do trem, um casal com um filho estão sentados num sofá rindo de forma meio exagerada, chamo por um dos atendentes do vagão e mostro o outro bilhete que tenho, ele sorri simpático e me pede para segui-lo, me viro pra chamar pela Keyse e ela está olhando quase que hipnoticamente para o casal com a criança, tenho que quase estalar os dedos na frente do seu rosto pra ela me olhar.
— Vamos? – ela sorri e concorda, seguimos o homem até o final do corredor, uma porta abre assim que nos aproximamos, ele pega um pequeno cartão preto do bolso com alguns números e me entrega.
— Assim que a porta fechar, ela só vai abrir com essa senha – ele avisa e eu sorrio agradecido, ele se vai e eu deixo Keyse entrar primeiro, a porta se fecha e um pequeno bipe soa quando isso acontece, Keyse está parada em pé no meio do vagão, olhando ao redor com um sorriso meio impressionado, as paredes são de vidro, do chão ao teto, um sofá grande circula uma das paredes, uma mesa de centro está enfeitada com rosas vermelhas, um pequeno bar está no canto perto da porta e uma mesa já está servida com tudo que se pode querer ou imaginar pra um belo café da manhã, a voz do alto falante anuncia o inicio da viajem e só então ela volta a me olhar.
— Você está me sequestrando! – ela fala com aquele olhar misterioso.
— Não! Estou apenas cumprindo um juramento!
— Um juramento?
— Sim, um juramento, o mais importante que eu já fiz – ela me olha curiosa, eu me aproximo dela, passo meu braço pela sua cintura, subindo meus dedos pelas suas costas, a outra mão encaixo na lateral do seu rosto, acariciando com a ponta dos dedos – Há quatro anos atrás eu jurei pra mulher da minha vida que eu faria tudo, absolutamente tudo que eu pudesse pra fazer dela a mulher mais feliz do mundo, então... Aqui estou tentando cumprir esse juramento! – ela sorri e seus olhos lacrimejam.
— Eu acho que ela já é a mulher mais feliz do mundo!
— Acha? – pergunto tentando parecer ofendido, ela também toca meu rosto, mas de um jeito diferente, impressionada e ao mesmo tempo ansiosa com algo – Então o que falta pra ela ser a mulher mais feliz do mundo? – ela sorri.
— Ser beijada pelo marido mais lindo, impressionante e gostoso do mundo – dessa vez eu também sorrio e a beijo com toda paixão e amor que eu sinto por ela.
— Então minha mãe sabe né? – ela pergunta enquanto ainda estamos abraços um no outro, sorrio.
— Minha cumplice mais fiel!
— E olha que eu sou a filha dela ein
— E ela quer te ver feliz...
— Convencido!
— Apaixonado – eu a beijo de novo e ela sorri satisfeita.
— E eu já posso saber pra onde estamos indo?
— Claro que não, se não não se chamaria Surpresa! – falo e ela faz uma careta, eu a libero dos meus braços e ela vai até uma das imensas janelas, enquanto observa o Distrito ficando pra trás, eu me aproximo da mesa e pego uma das taças cheias de morango e me aproximo dela de novo, fico atrás dela e coloco os morangos a sua frente, mesmo sem olhar seu rosto sinto seu sorriso, eu beijo logo acima da sua orelha e ela relaxa o corpo quando encosta em mim.
— É por isso que eu nunca consigo te superar nos presentes... – ela fala e vira o rosto pra trás, eu a olho com certa irritação por que odeio quando ela fala esse tipo de coisa e ela sabe disso, por isso me beija antes que eu fale alguma coisa.
— Você é o meu maior presente!
— Eu sei! Eu sou incrível – ela fala dando de ombros e se vira de frente pra mim, ela passa os braços em volta do meu corpo e me olha com um sorriso orgulhoso.
— A mais incrível do mundo!
— Você também não é nada mal – ela dá de ombros.
— Espero que não! – ela continua me olhando sem desviar nem por um único segundo os olhos do meu.
— Eu te amo tanto! Tanto! Eu só... Só não consigo imaginar minha vida sem você!
— Isso é bom, muito bom! Por que eu também não consigo imaginar nem um segundo da minha vida sem você! E eu amo nossa vida, ela é... Perfeita! – ela sorri e toca meu lábio com seu dedo polegar.
— Eu não quero que nada mude entre a gente. Nunca! – ela afirma e eu concordo, seguro sua mão e coloco um beijo.
— E não vai mudar!
— Pyter, eu...
— Ei, para com isso, nada vai mudar! Eu te garanto, seremos eu e você eternamente apaixonados como nós temos sido durante esses quatro anos!
— Promete?
— Eu prometo! Eu juro que nunca nada vai mudar! Eu te amo, eu te amo como eu não amo mais ninguém no mundo... Então, você pode por favor acreditar nisso? – ela sorri mais tranquila.
— Eu acredito!
— Que bom, por que toda essa conversa já ta me dando fome... – eu falo e ela solta uma risada relaxada.
— Você é um idiota!
— É, eu sou! – garanto, beijo sua boca rapidamente e como um dos morangos, então nós nos aproximamos da mesa e começamos a tomar nosso verdadeiro café da manhã, já tínhamos experimentado quase de tudo quando eu pego uma das taças que está com iogurte, uma das coisas que ela mais gosta no café da manha.
— Olha o que eu achei aqui – falo já colocando na frente dela que estava sorrindo, mas assim que vê a taça ela fecha o sorriso.
— Eu não quero, pode ficar – ela me empurra a taça e eu sorrio.
— Aham, pra você jogar na minha cara que eu comi e não te dei, nem pensar, já passei por isso antes – eu falo rindo e empurrando de volta pra ela.
— Droga Pyter! Eu não quero! Você pode entender isso? – ela fala alto demais e irritada, levantando da cadeira tão rápido que quase que a cadeira tomba, eu levo um segundo tentando entender a reação dela, ela se afasta da mesa e vai pra uma das janelas, eu observo alguns segundos então me levanto e vou até ela.
— Eu só achei que você fosse querer, é o seu preferido! – falo com o máximo de cuidado que consigo.
— Eu sei, eu sei! Me desculpa, eu sou uma idiota! – ela fala e se vira se jogando nos meus braços, ela me abraça apertado encaixando o rosto no meu peito e então sinto o molhar, afasto o rosto dela de mim e as lagrimas rolam no rosto dela.
— Ei, que foi? Você tá chorando...
— Não é nada, eu só... Não é nada, eu juro! - Keyse, a única vez que você chorou foi quando queimei aquele seu vestido preto... – eu falo e isso faz ela rir.
— Eu amava aquele vestido, nunca mais achei um igual ele!
— Pelo que eu me lembro eu te recompensei muito bem por aquele pequeno desastre – falo com certa malicia, ainda me lembro daquela noite, foi logo nos nossos primeiros meses de casados, eu fui tentar ajudar ela nas tarefas de casa, mas esqueci o ferro em cima do vestido dela, o quarto ficou com fumaça e quase tivemos que dormir do lado de fora, ela ficou tão irritada, mas tão irritada que eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser beijá-la por cada segundo possível e eu realmente fiz isso, por quase uma noite inteira, ela me olha rindo, provavelmente lembrando do mesmo que eu.
— Você é um tarado!
— Não é culpa minha se você é deliciosamente gostosa! – ela ri mas me acerta um tapa de leve no braço.
— Eu já posso saber onde nós estamos indo? – ela pergunta olhando as arvores que ficam pelo caminho, eu nego e ela faz uma carinha triste – Com certeza vai ser alguma coisa incrível né? – eu dou de ombros.
— Espero que sim!
— É, eu tenho certeza! Mas já aviso logo que você vai ter que se esforçar muito pra superar nosso primeiro ano! – ela avisa e eu sorrio satisfeito me lembrando.
No nosso primeiro aniversario de casamento, eu propus a ela uma viagem pra Capital novamente, ela já estava louca pra voltar lá e fazer compras, então unimos o útil ao agradável, porém na noite do nosso aniversario, eu a levei a um teatro, era a mais nova sensação da Capital, ela viu os comentários pelo tv e tinha falado daquilo por meses, imaginando como deveria ser lindo e em como as pessoas eram chiques e bem vestidas ao posarem para revistas e jornal, então a ideia me ocorreu, mas eu não queria um monte de estranhos nos cercando e nos parabenizando, então eu consegui fechar o espaço apenas pra nós dois, era um espetáculo musical e até hoje eu não vi um sorriso tão grande no rosto dela novamente, ela mal conseguia se controlar e se bem me lembro ela me agradeceu perfeitamente aquela noite também, alias, a manhã também.
— E você vai ter que superar bastante pra me agradecer novamente – ela sorri e fica na ponta dos pés deixando a boca quase encostar na minha.
— Talvez eu já devesse começar os agradecimentos
— Será? – faço uma cara confusa e então ela me beija, de um jeito forte e sensual, nós acabamos no sofá, ela sentada no meu colo e beijando meu pescoço.
— Já estamos no 10, será que temos tempo? – ela sussurra na minha orelha.
— Ainda falta bastante pra chegar no 4 – falo subindo minha mão pelas pernas dela, então ela afasta o rosto de mim.
— 4? Praia? Hum, como eu não pensei nisso antes... – ela fala satisfeita com aquele sorriso de quem conseguiu o que queria, então escorrega do meu colo, caindo sentada ao meu lado, mas deixando os pés no meu colo – Massagem?
— Você me seduziu pra arrancar informações de mim?
— E é por isso que você me ama! – ela sorri orgulhosa.
— Meu Deus, eu casei com a melhor mulher do mundo! – falo já indo pra cima dela que solta uma risada relaxada.
— Eu tava falando sério sobre a massagem! – ela avisa virando o rosto quando eu tento beijá-la.
— Uhum...
— É sério, você não recebe nada antes de eu ver o que você tá aprontando... – ela me mantem afastado com as mãos no meu peito, eu sorrio e concordo voltando a me sentar, ela volta a balançar os pés e eu começo a massagem – A Hannah sabia? – ela pergunta já relaxando com a massagem.
— E quem você acha que pegou suas roupas?
— Pelo menos eu sei que não vai ter só as lingeries dessa vez... – ela fala implicando comigo por que mês passado quando fizemos uma rápida viagem ao 7, no dia do aniversario dela, eu que tive que fazer as malas e com exceção de um vestido, eu só coloquei as lingeries dela.
— São as peças mais importantes pra mim! – eu dou de ombros e ela ri.
— Por que você tem que se tratar!
— Tenho? – pergunto erguendo uma sobrancelha, ela me encara e sorri.
— Não mesmo! – eu também sorrio satisfeito com a resposta.
— A Pérola se ofereceu pra fazer a mala, mas seria a mesma coisa que trazer todo seu guarda roupa então...
— Melhor sobrar do que faltar!
— Melhor não sobrar e nem faltar! – ela faz uma careta – Mas pra minha sorte ela está completamente louca com as coisas do chá de bebê da Hazel e não insistiu muito.
— Ah sim, a Hannah também!
— É mas a Hazel está realmente quase enlouquecendo a Pérola com isso!
— Claro né, é o primeiro filho dela! Era de se esperar por isso...
— Pela loucura sim, ela nunca foi muito normal mesmo – dou de ombros e ela finge me acertar um chute.
— Ela vai ser mãe, é normal! – eu dou de ombros – Você não acha?
— Sei lá, o que eu sei sobre esse assunto né?
— Eu também não sei muita coisa, mas eu imagino que seja uma grande mudança e meio louco sim...
— Principalmente com tão pouco tempo de casados! – completo.
— Eles só tem um ano a menos que nós!
— Eu sei! E isso sim é uma loucura! Eles podiam ter aproveitado ainda tanta coisa e agora sempre estarão limitados.
— Limitados?
— É, você não vê a Pérola? Eu nem lembro quando foi a ultima vez que ela viajou só com o Ian! – e é realmente verdade, Loui é muito agarrada a ela e embora as vezes durma na casa dos nossos pais, ainda assim não passa muito tempo longe dela.
— Mas eu tenho certeza que eles darão um jeito!
— Ah claro, quinze minutos na hora da soneca ou enquanto passa a Floresta encantada na tv – eu falo rindo e Keyse também sorri, mas um pouco incomodada com algo – Ah qual é? É verdade, você sabe! Eu amo a Loui, mas deve ser quase uma luta de gladiador conseguir conciliar isso.
— Ou não!
— Fala sério Keyse, naquele dia que ela ficou com a gente, eu mal consegui te dar um beijo sem ser interrompido! – relembro e ela dá de ombros.
— Ela é só uma criança, é normal querer atenção... – ela fala um pouco irritada.
— Ok! Como nós viemos parar nesse assunto? – pergunto fingindo confusão – Pra minha sorte, minha bela e amada esposa ainda é exclusivamente minha e eu amo isso – falo voltando a me inclinar sobre ela, seu sorriso é meio fraco, mas ela me beija lenta e demoradamente, enquanto eu subo a camisa que ela está, mas ela segura minha mão.
— Você vai precisar de mais do que isso pra me convencer – eu faço uma cara triste e ela ri me empurrando de volta pro meu lado do sofá.
— Bom, eu tenho uma ideia! – falo e ela me olha curiosa – Já que você não quer aproveitar nossa privacidade... A gente podia ir pro vagão de jogos! – proponho e ela sorri aprovando.
— Se eu ganhar você me conta o que está aprontando!
— Você não vai ganhar – ela me encara aceitando o desafio, então pulamos do sofá e saímos da cabine, entramos no vagão de jogos, uma mesa de sinuca está vazia, duas mesas estão com jogos de tabuleiros e alguns outros jogos estão pelo lugar, mas Keyse vai até a mesa de sinuca e pega um dos tacos e levanta a sobrancelha em desafio, eu sorrio e pego o outro taco.
Nós jogamos e eu ganho duas vezes seguidas, ela estava quase implorando por uma nova revanche, quando um grupo de adolescentes entram rindo animados, então decidimos sair.
— Isso não valeu, você roubou, ainda não sei como, mas roubou! – ela reclama enquanto anda na minha frente pelo corredor.
— Eu ganhei honestamente! E mereço minha recompensa!
— Nós não combinamos uma recompensa
— Eu posso pensar em alguma coisa – falo e puxo ela pela cintura, juntando nossos corpos, ela solta uma gargalhada e eu a encosto na parede, sua gargalhada para assim que ela percebe meu olhar, então seus dedos agarram meu cabelo enquanto eu a beijo com todo desejo que ela sempre me desperta, ouço um barulho no corredor se aproximando e a trago ainda agarrada a mim pra dentro de um outro vagão, ela ri e eu volto a beijar ela, vejo a poltrona vazia e a trago junto comigo, me sento e ela se senta no meu colo, nosso beijo mais forte a cada segundo, subo minha mão por dentro da sua camisa, subindo por sua pele e alcanço seu seio, mesmo por cima do sutiã consegue me deixar ainda mais faminto, ela geme com a boca ainda na minha quando eu enfio minha mão por baixo do seu sutiã.
— Oi!? – a voz melodiosa e curiosa me faz parar rapidamente, Keyse se vira pra trás e então como se tivesse visto um fantasma ela sai de cima de mim endireitando sua roupa, quando olho para a porta uma menininha que parece ter uns 5 anos está parada nos olhando meio confusa, eu jogo a cabeça pra trás e me recupero do susto.
— Oi, tudo bem? – Keyse é quem pergunta e se preocupa primeiro.
— Você viu minha mamãe? – ela pergunta colocando uma das mãozinhas na cintura, ela pode ter estragado meu momento mas ainda é uma das coisas mais fofas que eu já vi, ela tem o cabelo vermelho como fogo, varias pintinhas na bochecha e olhos verdes.
— Eu não vi, mas posso te ajudar, você aceita? – Keyse oferece a menina que abre um sorriso tão sincero que me faz sorrir também, mas então ela me olha e depois volta olhar pra Keyse.
— Vocês são namorados? – Keyse me olha com um sorriso tentando ser disfarçado.
— Somos e ela é muito bonita pra mim, não é? – pergunto fingindo segredo e Keyse ri, enquanto a menina também solta uma risadinha e concorda com um balançar de cabeça exagerado – E eu? Sou bonitão?
— Você parece um príncipe! – ela fala e suas bochechas ficam vermelhas.
— Ouviu isso, Keyse, eu pareço um príncipe!
— Tenho certeza que ela ta exagerando – ela fala revirando os olhos.
— E ela uma rainha!
— É, com certeza é exagero – eu implico com ela que faz uma careta pra mim.
— E você é uma princesa – Keyse fala e se aproxima da menina – Qual seu nome?
— Suzy!
— Suzy? Mas que nome lindo! – eu falo e ela sorri pra mim, mas antes que falemos mais alguma coisa uma mulher com o mesmo cabelo vermelho que ela aparece desesperada na porta.
— Ai meu Deus, Suzy, que susto, onde você se meteu? – a mulher pega a menina no colo, beijando sua bochecha.
— Ela tava te procurando – Keyse fala com um sorriso engraçado.
— Obrigada, eu pisco um minuto e ela desaparece, desculpa qualquer coisa e obrigada mesmo – a mulher fala sinceramente e sai explicando pra menina nunca mais fazer algo assim de novo.
— Ela é linda! Parece uma boneca – Keyse suspira com um sorriso bobo.
— Linda, mas estraga prazeres né? – falo me levantando e indo até ela, passando meu braço pela sua cintura.
— Mas você não pode negar que gostou dela, seus olhos brilharam!
— Por que ela é linda, fofa, engraçadinha e graças a Deus não é nossa! – eu brinco e tento beijar sua boca, mas ela esquiva.
— Eu não gosto quando você fala assim! – ela fala séria e empurra meu braço.
— Ah qual é Keyse? É uma brincadeira, você sabe que eu adoro crianças, mas... Eu adoro mais ainda você sendo só minha!
— Por enquanto certo? Por que um dia...
— Eu sei, um dia, um dia... Não hoje! – tento beijar ela novamente e dessa vez ela permite, mas não avançamos muito.
— Eu tô com fome – ela avisa e então nós voltamos pro nosso vagão e pedimos nosso almoço, ficamos por lá até chegarmos a nossa parada. Eu pego um carro alugado logo na frente da Estação e coloco nossa mala dentro dele, pelo caminho Keyse tenta me fazer revelar onde estamos indo mas eu consigo enrolar ela até parar o carro na lateral da cabana, a única cabana num raio de 3 km, a nossa frente o mar está levemente agitado, batendo contra as pedras grandes na lateral da praia, o sol está no seu ponto mais alto, sem nenhuma nuvem, a areia branca e o som das ondas deixam tudo perfeito e tenho certeza que acertei quando olho pra Keyse e vejo seus olhos brilhando.
— Eu odeio que você acerte tão bem! – ela fala, mas sorri quando me olha.
— Apenas cumprindo meu juramento – dou de ombros e ela me beija com paixão. Descemos do carro e eu levo a mala e as chaves da cabana, mas Keyse praticamente as tira a força da minha mão e corre até a porta com uma animação contagiante, eu a alcanço quando ela acaba de destrancar, ela me olha ansiosa e então empurra ainda mais a porta dando pequenos pulinhos, eu sorrio e entramos na cabana, por fora o lugar parece simples, mas dentro está perfeitamente mobiliado, a sala tem uma lareira logo a nossa frente, pedras rusticas formam uma chaminé, grandes almofadas que parecem realmente muito confortáveis estão logo a frente da fogueira, duas poltronas estão lado a lado, um tapete preto está cobrindo todo o chão.
— Tira os sapatos – Keyse exige e eu levanto as mãos em concordância, tiramos os sapatos e assim que piso no tapete meus pés afundam, ela sorri mordendo o lábio inferior e caminha meio que rodopiando por todo espaço, então ela vai pro corredor onde deve ser o quarto, eu a sigo carregando a mala, ela abre a primeira porta e realmente é o quarto, uma cama com quase o mesmo tamanho gigante da nossa está perfeitamente arrumada, toda em branco, com vários travesseiros, uma cortina evita que a luz do sol entre pela janela, mas Keyse vai até lá e a abre, revelando a visão perfeita das ondas batendo na pedra, ela olha pra trás pra mim e sorri, então vai até a porta que tem dentro do quarto, eu vou até ela e um banheiro bem espaçoso faz ela sorrir ainda mais, uma grande banheira está na lateral, ela é ainda maior que a de lá de casa e dessa vez eu também sorrio grandemente, ela fecha a porta e para na minha frente.
— VOCÊ É O MELHOR MARIDO DO MUNDO! – ela fala dando pulinhos e batendo palmas, eu sorrio e a puxo pra junto de mim.
— Eu sei! – pela primeira vez ela não me chama de convencido e apenas me beija varias e varias vezes.
— A gente pode ir lá pra fora? – ela pede ansiosa, eu sorrio e em resposta já começo tirar minha roupa e ela me imita também tirando a própria roupa, eu puxo a mala e ela remexe atrás do seu biquíni, mas pra minha decepção ela vai se trocar dentro do banheiro, eu tento entrar junto, mas ela nega, então eu coloco minha sunga e quando ela sai do banheiro em um biquíni rosa forte que deixa seus seios ainda mais destacados e incríveis eu não me controlo e vou até ela subindo minha mão pela lateral do seu corpo.
— Tem certeza que você quer ir agora?
— Absoluta – ela fala e me dá um beijo rápido, então segura minha mão – Vamos? – seu sorriso é tão animado que eu concordo imediatamente e nós saímos, a areia está muito quente então colocamos os chinelos, como eu já tinha recebido instruções vou até um quartinho nos fundos da cabana e pego uma espécie de guarda chuva só que bem maior, Keyse traz os panos pra esticar na areia e enquanto eu faço nossa sombra ela prepara nosso espaço, assim que termino ela está me puxando animada pra entrarmos na agua e eu é claro que vou tão animado quanto ela, nós mergulhamos, jogamos agua um no outro, eu a assusto quando submerjo bem na frente dela e recebo vários tapas estalados nos braços, porém recebo uma quantidade ainda maior de beijos logo em seguida, a agua é tão cristalina que conseguimos ver o fundo e vários peixinhos coloridos, mas como o sol também está bem forte nós saímos um pouco pra sombra.
— Quanto tempo nós vamos ficar aqui? – ela pergunta enquanto deita na toalha que está estendida no chão e eu quase me perco com a visão dela. - Voltamos amanhã a noite! – eu faço uma careta, mas ela está sorrindo satisfeita.
— É perfeito! – ela fala e me estica a mão me chamando pra junto dela, sem precisar pensar muito eu vou pra cima dela e ela me beija, mas quando ia parar o beijo eu a puxo ainda mais pra mim e rolamos na areia, ela ri e ficamos vários minutos assim, quando nos levantamos estamos cheios de areia e vamos dar mais um mergulho pra nos livrarmos da sujeira. Passamos o dia inteiro na praia, eu busco algumas garrafas de agua, suco e umas frutas, nós caminhamos, nadamos mais um pouco, ficamos sentados abraçados olhando o mar, rimos e principalmente nos beijamos uma centena de vezes, quando a tarde começa a cair eu volto pra cabana pego uma rede e trago pra praia, então eu e Keyse conseguimos pescar alguns camarões o que faz ela saltar de alegria e orgulho, quando finalmente deixamos a praia ela parece mais feliz do que eu jamais me lembro de ter visto.
— Você vai me ajudar na cozinha! – ela avisa já levando a bacia com os camarões pra cozinha.
— O risco é seu! – eu falo já seguindo-a.
Ela cisma de fazer uma receita que viu uma vez num programa na tv e passamos uma hora seguida tentando não estragar tudo.
— O cheiro está bom – eu falo depois de abrir a panela uma ultima vez e inspirar o aroma, ela sorri satisfeita.
— Primeiro, banho! – ela avisa pegando a tampa da minha mão e fechando a panela, faço uma careta e ela me dá um beijo rápido.
— Ok, vamos pro banho – concordo passando meu braço em volta dela, ela ri se deixando ser conduzida, entramos no quarto e quando desamarro o laço da parte de cima do biquíni dela, ela se esquiva de mim.
— Um de cada vez! – ela avisa segurando o biquíni no lugar, levanto a sobrancelha duvidando e ela me encara nada disposta a mudar de ideia.
— OK!
— Você primeiro – ela avisa me mostrando a porta do banheiro, eu avanço e a beijo rapidamente então entro no banheiro. Saio apenas de cueca e Keyse está entrando no quarto, para e me olha de cima a baixo com um sorriso malicioso.
— O banheiro é todo seu! – eu falo abrindo a porta pra ela, seus olhos escorregam de novo pelo meu corpo e ela entra no banheiro, eu me visto usando um espelho grande que tem em uma das paredes do quarto, coloco uma calça preta com alguns rasgados no bolso, uma camiseta branca e uma camisa xadrez preta e branca por cima, o cordão de âncora que ela me deu no dia em que eu a pedi em casamento fica destacado sobre a camiseta branca, passo o perfume que ela mais gosta e deixo meu cabelo secar normalmente, aproveito que ela está no banho vou pra sala e vejo que ela já tinha começado a preparar o ambiente, os pratos, talheres e a panela já está em cima da mesinha no meio da sala, as almofadas espalhadas, pequenos copos coloridos estão com umas velas aromatizantes dentro, porém apagadas, eu vou pra cozinha pegar o fosforo e então me lembro de outro detalhe, pego um balde e coloco gelo, abro a geladeira e pego a garrafa de champagne que já estava separada, coloco-a no gelo, pego as taças e volto pra sala, trago também os morangos, acendo a lareira por que uma brisa gelada começa a entrar pela janela e embora seja bastante agradável sei o quanto Keyse é frienta, já estava acendendo a ultima vela quando ela aparece e rouba toda minha atenção, ela está com um vestido branco, com um decote fundo e uma leve transparência, ele vai até a metade das suas coxas e tem alças finas, deixando o bronzeado que ganhou hoje ainda mais destacado, a marca do seu biquíni a deixa ainda mais sensual, a maquiagem destaca seus olhos e os deixam ainda mais misteriosos, eu caminho até ela e com a ponta dos meus dedos eu subo pelo seu braço até o seu ombro, afasto a alça do vestido e coloco um beijo na sua pele, sinto-a soltando o ar quando sua pele com meus lábios, arrasto minha boca até seu pescoço, subindo lentamente até sua orelha, minha mão aperta sua cintura.
— Você tá linda! – falo baixo na sua orelha e vejo sua pele se arrepiar, afasto meu rosto uns poucos centímetros e olho nos seus olhos, meus dedos seguram seu queixo e eu sei que nada do que eu disser será suficiente por isso eu apenas a beijo com todo amor, admiração e encantamento que ela me desperta.
— Eu te amo! – ela fala quando nós paramos o beijo, um sorriso surge na minha boca.
— E eu amo você! – nós nos beijamos de novo, dessa vez ainda mais demorado que antes.
— A comida vai esfriar – ela fala rindo enquanto eu tento beijar ela mais uma vez, faço uma careta mas trago ela junto comigo para o meio da sala, nós nos sentamos nas almofadas no chão, eu coloco uma musica de fundo e começamos nosso jantar.
— Olha, eu tenho que confessar que você tem se superado ainda mais na cozinha – eu falo saboreando mais uma garfada, ela sorri orgulhosa e exagera na cara de satisfação enquanto fecha os olhos sentindo o sabor do camarão.
— É que eu tenho uma certa inspiração
— Uma inspiração? Que seria? – pergunto com curiosidade, ela ri e dá de ombros.
— Agradar um certo marido lindo, maravilhoso, incrível, fofo, gostoso e perfeito que eu tenho!
— Acho que esse sou eu! – eu falo levantando um dedo animado, ela ri – Mas só estou correspondendo a mulher maravilhosa, gostosa, linda e absolutamente incomparável que eu tenho!
— Acho que essa sou eu! – ela me imita com um sorriso orgulhoso e apaixonado, eu me arrasto pra mais próximo dela e a beijo rapidamente, passo meu dedo pelo seu queixo e olho nos seus olhos – Eu sou completamente, totalmente e loucamente apaixonado por você! – afirmo com toda verdade que eu tenho.
— E eu sou completamente, totalmente e loucamente apaixonada por você – ela repete com o mesmo sentimento nítido que eu, nós nos beijamos e terminamos sorrindo.
— Acho que isso merece um brinde! – falo já pegando a garrafa de champanhe, tiro o lacre e a rolha causa um barulho alto que quase me assusta, então eu pego a taça e encho uma, logo em seguida a outra, devolvo a garrafa pro balde e me viro pra Keyse lhe entregando uma das taças, mas ela recusa
. - Eu prefiro o suco!
— Desde quando? – pergunto rindo e ela também sorri.
— Desde hoje?
— Keyse, é champanhe! Você nunca recusou uma taça de champanhe! – falo e estico a taça pra ela novamente, ela aceita, então me levanto e seguro sua mão pra que ela também se levante – Um brinde a nós dois! Que venham mais quatro e mais quatro e mais quatro e mais e mais centenas de milhares de dias do seu lado, por que sempre que eu olho pra você eu vejo aquela mesma menina atrevida e irritante dos corredores da escola, a mesma que roubou meu coração no meu menor descuido, aquela que é minha melhor amiga, amante, esposa e qualquer outra qualidade que exista... Eu só quero poder passar cada segundo da minha vida do seu lado! Por que eu te amo mais do que eu amo a mim mesmo! – uma lagrima escorre do seu rosto e eu enxugo com a ponta dos meus dedos.
— E eu brindo ao homem mais maravilhoso e incrível que eu conheço! A cada dia de felicidade completa que você me deu nesses quatro anos e a cada dia que eu tenho certeza que ainda virá! Por que eu não consigo imaginar nem um único segundo da minha vida longe de você... E eu... Eu só não quero perder isso nunca, por que eu não aguentaria!
— Você não vai perder! Eu sou seu, Keyse, totalmente – afirmo olhando diretamente nos seus olhos.
— E eu sou sua, Pyter! Completamente – eu sorrio e lhe beijo, então levanto um pouco minha taça e ela me imita, nós brindamos e eu ainda estou sorrindo quando bebo o primeiro gole, mas Keyse não bebe.
— Só vale se os dois beberem – falo apontando pra taça dela.
— Eu bebo suco no lugar!
— Suco? Você fez alguma promessa e eu não tô sabendo? – pergunto começando a achar graça, já que ela nunca nega uma taça de um bom champanhe, ela nega e parece meio nervosa.
— Eu só... Não quero beber hoje!
— Pela primeira vez desde que nos conhecemos né? – ela me força um sorriso – Só uma taça, prometo, não deixo você se embebedar, até por que quero você bem, bem acordada hoje – falo com malicia e me aproximando ainda mais dela, com nossos lábios quase colados, ela ri mas me entrega a taça de volta, eu pego mas me afasto uns centímetros pra olhar ela melhor – Você não pode tomar uma taça comigo? – pergunto começando a me ofender.
— Na verdade não!
— E por que não? – ela morde o lábio inferior e muda o peso dos pés, desvia os olhos do meu e respira fundo.
— Eu não tô podendo beber!
— Por que não? E desde quando? – ela leva alguns segundos e parece ansiosa e nervosa quando finalmente consegue me olhar.
— Pyter, eu... Eu...
— Você...?
— Eu tô grávida! – as palavras saem da boca dela, mas eu não consigo acreditar no que ouço e isso deve estar gravado na minha testa, por que ela respira fundo mais uma vez e volta a falar – Eu estou grávida, Pyter! Eu sei que não era esse o combinado, eu sei que essa não é a noticia que você esperava receber tão cedo, mas é a verdade, eu estou grávida! – a noticia ainda parece sobrevoar pelo ar da sala, eu recuo um passo ainda com esse peso, Keyse me olha esperando alguma reação, mas a única coisa que eu consigo pensar é que ela está grávida. GRÁVIDA. Eu bebo o restante do champanhe da minha taça em um gole e logo em seguida bebo a taça dela também e mesmo assim ainda pareço estar no meio de algum universo paralelo, de algo que não pode ser real – Pyter? – ela me chama e então como eu ainda não consigo dizer nada eu simplesmente coloco as taças na mesa e respiro fundo.
— Um minuto – eu peço levantando os dedos pra ela, me viro de costas e saio da cabana, já está escuro, mesmo assim eu saio da varanda e vou na direção do mar, a areia não está quente como estava durante o dia e o vento gelado também agita as ondas que batem com um pouco mais de força nas pedras, eu paro a alguns passos da agua e encaro aquela imensidão escura, tentando entender como isso aconteceu, quer dizer, eu sei exatamente “como aconteceu”, só não sei como eu deixei acontecer, um filho é tão... Eu não posso ter um filho agora, não era esse o plano.
Eu fecho os olhos jogando a cabeça pra trás e quando os abro as estrelas estão brilhando fortemente, eu me deixo cair sentado no chão e continuo olhando o mar tentando entender como nossa vida vai ser daqui pra frente, só sinto a presença dela quando ela se senta ao meu lado, ficamos apenas olhando pra frente por alguns minutos.
— Já passou um minuto! – ela fala com a voz baixa e preocupada, eu continuo olhando pro mar – Eu sei que não é o que você queria, sei que não era esse nosso plano, mas... Me desculpa!
— Você não tem que se desculpar – falo me virando pra olhar pra ela, mesmo escuro vejo que seus olhos brilham com lagrimas presas – Eu só... Não esperava!
— Eu sei! Eu sinto muito, eu não planejei nada disso, só aconteceu! Me desculpa, Pyter, me desculpa, eu prometo que eu vou fazer de tudo para as coisas não mudarem entre a gente...
— O problema não é esse, Keyse – eu falo me virando pra ela, seguro suas mãos e respiro fundo – Quer dizer, é claro que eu gostaria de ter você exclusivamente pra mim, ser o centro da sua atenção, isso é... Demais – eu falo forçando um sorriso – Mas a verdade é que eu não posso fazer isso! – eu confesso com toda sinceridade e medo – Olha pra mim, Keyse, eu não posso ser pai! Não posso ter alguém dependendo de mim, sou eu quem dependo de você, pra tudo! Sem você eu ia tá parado e perdido no mesmo lugar... Eu não consigo ter nenhuma responsabilidade nem comigo mesmo, você sabe disso, eu mal consigo acertar meus horários, nunca encontro meus pares de meia, se colocarem um ferro na minha mão eu queimo todas as roupas de casa, eu mal consigo lavar louça sem quebrar pelo menos um copo, ah, e eu nem consigo esquentar um leite sem deixar ele ferver e sujar tudo em volta, como eu posso ser pai? Eu... Eu não consigo! Eu não tenho a menor duvida que esse bebê vai ter a melhor mãe do mundo, isso não é uma preocupação, você vai ser a melhor mãe que alguém já viu mas eu? Eu...
— Vai ser um ótimo pai, Pyter! O melhor pai do mundo, o melhor que nosso filho poderia querer! – ela fala e segura meu rosto com as mãos.
— Eu não sei...
— Mas eu sei! E pode confiar 100% no que eu estou te falando... Você vai ser um ótimo pai! – ela afirma com um sorriso.
— Você sabe que eu não sei dar limites certo? Provavelmente tudo que eu tenho pra ensinar pra ele é como fazer pegadinhas na escola... – ela solta uma risada divertida.
— Contanto que ele não seja pego!
— Não vai, pelo menos nisso eu sou bom!
— Em outras coisas também...
— Ah então eu tenho mais uma coisa pra ensinar pra ele – eu falo e ela me dá um tapa no ombro, mas ri.
— Pode ser ela! – ela fala e então meu sorriso se fecha.
— Ela? Tipo, uma menina? – ela ri.
— É, Pyter, tipo uma menina!
— Ah não, não! Menina? Daquelas que vão querer namorar? E os caras andarem atrás dela? Oh não, não, ela não sai sozinha até os dezoito anos, aliás, ela não vai sair sozinha! E se o cara for mais velho? Ela não sai mesmo de casa... Pronto, agora eu estou soando como um machista do século passado... – Keyse solta uma risada tão alta que acaba me fazendo rir também.
— Meu Deus, como eu amo você! – ela fala voltando a segurar meu rosto, então ela passa as pernas de cada lado do meu corpo e senta no meu colo – Eu estava com tanto medo de contar, das coisas mudarem, de você ficar com raiva de mim...
— Hey, eu nunca ficaria com raiva de você por causa dessa notícia! Nunca! – afirmo segurando o rosto dela próximo do meu – Eu amo você! – falo com a voz baixa, mas firme – Amo vocês dois! – afirmo colocando uma das mãos na barriga dela, ela sorri enquanto uma lagrima rola pelo seu rosto, ela coloca a mão por cima da minha e me olha emocionada – Quanto tempo?
— Eu fiz o exame ontem de manhã! Estou com 3 semanas e meia! – ela fala com um sorriso ansioso, meu sorriso também se abre.
— O papai vai pirar - eu falo já imaginando a festa que ele irá fazer com a noticia, mais um neto. Meu filho! - Nosso bebê! Aqui dentro... Meu e seu, um pedaço nosso... Eu... Eu acho que não consigo te amar mais do que isso! – afirmo com um sorriso que insiste em aparecer, ela também sorri e me beija, com tanto amor e paixão que eu só consigo corresponder com cada pedaço do meu coração.
— Eu amo você! – ela fala com a testa encostada na minha, eu sorrio, seguro suas pernas em volta do meu corpo e me levanto da areia, eu a levo agarrada a mim até estarmos na cabana de novo, então a coloco sobre a grande almofada que está no meio da sala, olho pra ela aqui na minha frente, essa mulher que me tem de todas as formas que ela quiser, antes que eu possa pensar em alguma outra coisa ela me puxa pela camisa e me beija com desejo, então tudo o que eu faço é amá-la, não apenas com meu coração mas com meu corpo.


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