Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 42
Pov Pietro




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Eu abro os olhos e levo alguns segundos pra me despertar, olho pra janela e está fechada, as cortinas bloqueando a luz do sol que tenta a todo custo invadir o quarto, olho no relógio ao lado e são quase 7 horas da manhã, então sorrio quando percebo onde estou deitado, minha cabeça está apoiada na barriga da Luiza e sinto sua mão ainda no meu cabelo, sem conseguir resistir eu passo meu nariz pela sua pele e inspirou seu perfume, ela se move e eu paro, com cuidado tiro minha cabeça de cima dela e paro apoiado no cotovelo enquanto eu a observo. Acordada ela sempre parece pronta pra alguma coisa, sempre está atenta, preparada pro que for, isso sempre foi o que mais me chamou atenção nela, desde a primeira vez na pista daquela balada, o jeito de mulher que não é conquistada facilmente sempre esteve estampado na sua cara, ela chega parecer esnobe algumas vezes, mas basta você conhecer um pouquinho que seja e então esse pensamento desaparece e quando ela está dormindo é ainda mais difícil manter essa opinião, por que ela fica incrivelmente doce e serena, sua respiração suave e cada pequeno traço do seu rosto destacado com uma beleza ainda mais forte. Certamente eu sou um grande suspeito mas não existe mulher mais linda do que ela e olha que eu conheci muitas mulheres, a época é tão distante que quase se parece com outra realidade, mas eu tive meus momentos e eu os adorava, realmente adorava, até que eu a conheci, posso não ter admitido logo de cara e posso ter demorado um longo tempo pra dizer, mas no fundo eu sempre soube que ela seria a diferença, o meu antes e depois e eu estaca certo, por que aqui estou eu, Pietro Everdeen Mellark, aquele que tinha alergia a palavra compromisso, o que varias vezes dispensou mulheres lindas por que elas queriam um algo mais, aquele mesmo que achava graça dos caras que se "amarravam", agora estou aqui, deitado na cama ao lado da única mulher que eu desejo, daquela que bagunçou meu coração e o tem agora na palma das mãos, aquela que ontem eu fiz o pedido que tanto tentei adiar. Olho para a sua mão e sorrio olhando anel, ficou perfeito nela, ainda melhor do que eu imaginei e nem acredito que ficou pronto tão rápido, eu me decidi há três dias atrás, falei com Chris e expliquei o que queria, como o pai dele é o melhor joalheiro da cidade, ele também aprendeu perfeitamente o ofício e passamos horas escolhendo o que eu queria, a pedra de esmeralda chamou minha atenção na hora, mas eu queria o formato de coração e os pequenos diamantes, quando ele me mostrou o anel finalizado em tão pouco tempo eu fiquei tão animado que podia carregar ele pelo Distrito inteiro nos meus ombros, mas me contive apenas numa promessa de que estou devendo uma pra ele e agora olhando para a mão dela e me lembrando do seu sorriso quando o viu, eu realmente estou devendo uma pra ele, me animo tanto que saio da cama quase que com um pulo, fecho a porta e desco as escadas, encontro papai e mamãe na cozinha.
— BOM DIA! BOM DIA! BOM DIA! - eu entro de braços abertos, abraço papai e beijo sua bochecha, faço o mesmo com a mamãe.
— Posso saber por que esse bom humor todo? - papai pergunta se divertindo com minha performance.
— Acho melhor vocês sentarem - puxo uma cadeira pra mamãe, ela me olha confusa.
— Fala logo - sua paciência nunca foi muito grande e eu acabo rindo.
— Ok! Preparados?
— Fala logo, Pietro!
— Eu pedi a Luiza em casamento! - revelo com o maior sorriso que consigo.
— VOCÊ O QUE? - os dois perguntam ao mesmo tempo, papai com um sorriso ainda maior que o meu e mamãe me olhando como se eu tivesse acabado de dizer que vou me mudar pra Nárnia.
— Eu pedi a mulher mais linda, maravilhosa, gostosa, incrível, inteligente, engraçada e perfeita do mundo em casamento...
— Impossível - papai fala com uma cara séria - Por que eu já fiz isso - ele abraça a mamãe e mesmo revirando os olhos, ela sorri quando ele a beija.
— E o que ela disse? - mamãe pergunta como se não fosse óbvio.
— Sim. Ela disse sim, mãe. EU... VOU...CASAR! - nunca imaginei que pudesse realmente estar animado em dizer essas palavras, mas estou e nem se quisesse conseguiria disfarçar, papai ri e me puxa pra um abraço.
— Eu tô muito feliz por vocês! Tenho certeza que serão ainda mais felizes...
— Eu também tenho - sorrio e quando ele me solta, eu me viro pra mamãe - Eu ainda vou ser o caçula e gostar de tanta atenção quanto agora... - ela abre os braços pra mim, eu a abraço e tiro seus pés do chão.
— Eu tô muito feliz por vocês - eu sorrio e beijo sua bochecha.
— Agora eu preciso fazer um café da manhã bem caprichado - falo já me virando pra pegar a bandeja, papai me ajuda e eu monto uma bandeja com tudo que consigo, mal sobra um único centímetro, mesmo assim corro no quintal, corto uma flor no canteiro e volto pra dentro de casa, prendo a flor na boca e subo segurando a bandeja, entro no quarto e ela ainda está dormindo, sento na cama e coloco a bandeja no colchão, deixo a pétala da flor escorregar pelas suas costas nuas, ela se remexe e eu aproximo meu rosto do seu pescoço, sentindo seu perfume maravilhoso.
— Bom dia - a voz é sussurrada e preguiçosa, eu sorrio ainda mais e a puxo pra mais perto de mim, afundando ainda mais meu rosto no seu pescoço.
— Excelente dia - ela ri levantando a cabeça e me dando mais espaço no seu pescoço, eu passo os lábios na sua pele e subo ate sua boca - Futura Senhora Everdeen Mellark - ela abre um sorriso e como se supresa ela levanta a mão olhando pro anel e sorrindo.
— Não foi um sonho? - eu nego rindo.
— Você já disse sim, não aceito uma troca de resposta, foi bem real - dessa vez ela que ri e me abraça.
— Eu nunca mudaria a resposta. NUNCA! - sua boca se aproxima da minha, ela sorri e me beija, um longo e demorado beijo.
— Eu preparei uma coisinha pra você - aponto pra bandeja, ela sorri animada e se senta, eu entrego a flor e ela morde o lábio meio emocionada.
— Tem como você ser mais perfeito que isso?
— Depende, tem como você ser mais linda que isso? - ela passa os braços por trás da minha cabeça, se inclina e me beija.
— Te amo - ela fala com nossos lábios ainda juntos, sorrio e a beijo de novo, quando nos separamos ela bate palminhas animadas - Eu tô cheia de fome - eu rio e então ela praticamente devora toda bandeja e eu provavelmente estou parecendo um idiota de tanto que fico sorrindo.
— Eu odeio isso mas tenho que trabalhar - falo apertando ela nos meus braços e afundando meu rosto no pescoço dela, sem querer sair da cama, ainda mais quando ela me faz uma carinha triste - Eu tenho mesmo que ir...
— Eu sei, é só que eu gosto muito de ficar deitada com você...
— Mas você pode ficar aqui se quiser, eu ia adora chegar em casa mais tarde e encontrar você exatamente aqui, na cama... - ela sorri e eu a aperto mais em mim.
— Vou ver o que posso fazer sobre isso - beijo sua bochecha e me levanto da cama.
— Vou tomar um banho - aviso e corro pro banheiro, me livro da minha calça, abro o chuveiro deixando a água quente cair, então volto até a porta do banheiro - Isso foi um convite! - ela ri e pula da cama vindo até a mim, entro no box e ela vem logo atrás de mim.
O banho acaba demorando mais do que de costume, mas em compensação saio muito mais animado e bem disposto, me visto e paro na frente do espelho penteando meu cabelo.
— Acho que você ta muito bonito pra ir trabalhar - ela fala atrás de mim, os braços passando em volta do meu corpo, sorrio e a olho através do espelho.
— Eu sempre tô bonito - ela revira os olhos e me viro de frente pra ela - Você tem muita sorte - ela ri.
— É, eu tenho mesmo - ela concorda segurando os dois lados do meu blazer, eu sorrio e beijo sua testa.
— Não tanto quanto eu - seguro seu queixo e coloco um beijo rápido na sua boca - Eu tenho que ir - dou um tapa na bunda dela e ela ri.
Saímos da casa juntos, deixo ela na metade do caminho para o apartamento dela, já que hoje ela tá de folga e sigo pro trabalho.
Entro na minha sala e me jogo na cadeira já ligando o computador, depois de todos esses anos trabalhando aqui agora tenho uma sala minha, não é muito grande, mas é minha, mal tenho tempo de ficar de bobeira e não para de chegar relatório na minha mesa, junto com as promoções vieram as responsabilidades e as vezes sinto saudade de ser só o novato do TI, mas quando me lembro do salário, rapidamente a saudade desaparece.
Almoço no refeitório junto com as mesmas pessoas de sempre e depois tenho uma reunião pra falar sobre a reforma de dois aerodeslizadores, acabamos decidindo que é melhor comprar novos do que tentar restaurar tudo, volto pra minha sala e estava terminando mais um relatório quando a porta abre rápido demais e a figura entra já fechando a porta atrás dela.
— Quê isso? - não disfarço o susto e minha confusão. Bruna está sorrindo de um jeito quase doentio.
— Acho que precisávamos conversar... Depois de ontem...
— Não temos nada pra conversar. Você pode sair, por favor - ela faz uma cara de ofendida e coloca a mão na direção do coração.
— São só dois minutinhos - ela vem até a mesa e se inclina deixando o decote do vestido mais fundo, empurro a cadeira pra trás e me levanto.
— Olha só, eu não sei que tipo de doença você tem, mas não me interessa e não temos nada pra falar... - vou até a porta e a abro, ela se vira rápido e empurra a porta, fechando-a e se mantendo na frente dela, perto demais de mim, recuo um passo.
— Eu vim pela paz... Ontem foi seu aniversário, eu bebi um pouquinho a mais e acabei te dando um tapa, aquilo foi errado...
— Não me importo. Eu não ligo.
— Mas eu sim, fiquei me corroendo de culpa...
— Bruna, seja lá qual for a sua ideia, DESISTA! Isso tá ridículo. Eu tô noivo. Eu vou me casar - novamente um sorriso idiota aparece quando falo a palavra, ela no entanto parece ter levado um soco.
— Casar? - a palavra sai com nojo da sua boca.
— Casar! - repito orgulhoso e sorridente.
— Você vai casar com aquela...
— EI! - alerto interrompendo-a - Melhor não continuar - seu olhar é furioso.
— Eu não acredito que você vai casar com aquela garotinha sem graça, sem sal, imbecil e deslumbrada, ela não tem nada a ver com você, ela é uma órfãzinha...
— Chega! Sai da minha sala agora - abro a porta e ela volta a empurrar com força fazendo um barulho alto.
— Você não enxerga que ela não é mulher pra você, Pietro...
— É a única mulher que eu quero!
— Por que você é um imbecil! Pelo amor de Deus, olha pra mim e olha pra aquelazinha, ela não tem nada demais... Isso chega ser ridículo, eu tenho certeza que ela não te satisfaz na cama como eu fazia e ainda posso fazer...
— Você tem noção do quanto você tá parecendo patética?
— Pietro, olha pra mim - ela segura meu rosto com as mãos, mas me esquivo rápido e saio do toque dela - Olha pra mim - ela está com um vestido preto com zíper na frente, então ela simplesmente abre o zíper - Isso é o que você realmente quer...
— Bruna, eu tô tentando manter a paciência, mas você ultrapassou todos os limites - ponho a mão no telefone pra chamar a segurança, mas ela avança e dá um tapa nele que voa pela mesa e bate na parede se quebrando em dois - QUAL SEU PROBLEMA? - eu grito e ela não se intimida.
— Eu quero você!
— E eu tenho nojo de você - assim que solto a frase ela para e me encara, seus olhos tem raiva, fúria e sei lá mais o quê - Sai daqui agora ou eu juro por Deus que vou te arrastar até o meio da rua...
— Você tá cometendo um erro, Pietro, um erro muito grande.
— Eu cometi um erro no dia que encostei em você - ela já ia me responder quando um zumbido vem da pequena bolsa que ela estava segurando, ela pega o celular, olha algo e o joga dentro da bolsa de novo.
— Eu quero você diga isso olhando o que você realmente perdeu - ela fala então solta a bolsa no chão e termina de tirar o vestido, ficando apenas de calcinha e sutiã, é nessa hora que minha paciência se vai, eu avanço até ela e já ia agarrar seu braço pra arrastar ela pra fora quando ela agarra as mãos na minha camisa, tentando tirar e fazendo alguns botões voarem e caírem no chã, ela junta a boca na minha, eu me desequilibro e acabo apoiando na mesa pra não cair no chão e então a porta se abre novamente. Luiza para e olha a cena com uma expressão surpresa, no segundo que se segue eu sinto como se o tempo estivesse em câmera lenta, Bruna abre un sorriso satisfeito e eu a empurro o mais rápido que consigo, ela no entanto ri e olha pra Luiza.
— OPS! - Bruna fala achando graça.
— Eu posso explicar - falo me ajeitando e me preparando pra salvar meu noivado que mal começou.
— Ah e eu espero que seja uma ótima explicação - ela fala mas tem algo errado, sua voz não está furiosa como deveria estar, pelo contrário, ela até sorri e vem até a mim - Eu amava essa camisa - ela passa a mão pelos botões que falta e então me dá um beijo rápido - Você realmente poderia ter poupado os botões, ein Bruna?! - a expressão surpresa no rosto da Bruna só não é maior que a minha, ela encara Luiza como se ela fosse algum E.T, então Luíza revira os olhos parecendo entediada, se abaixa, pega o vestido e a bolsa dela do chão - Melhor você se vestir, eu soube que tá uma onda de gripe horrorosa pelo Distrito - Bruna pega o vestido e a bolsa rapidamente - Aceita um conselho? - ela não espera resposta - Na próxima vez tenta uma lingerie mais ousada sabe? Tipo, aquelas calcinhas com lacinho do lado, sabe? Então ele adora! E eu apostaria no preto, quer dizer, ele gosta do vermelho, mas o preto, não sei por quê ele fica louco, quer dizer, você tá linda assim, não me entenda mal, é só que... Sei lá, gostos né? - eu ainda estou em choque com a reação dela e Bruna já conseguiu sair do estado de perplexa pra furiosa, ela coloca o vestido quase rasgando-o de raiva.
— Vocês vão se arrepender disso - ela avisa e sai da sala quase correndo, Luiza ri e se vira pra mim, passando a mão pela camisa.
— Droga! Eu realmente gostava dessa camisa - ela faz uma cara de triste e eu acabo rindo.
— O que foi isso? - pergunto e ela faz uma cara de confusa.
— O quê? A ameaça dela sobre a gente se arrepender ou a tentativa idiota dela e do Mark de fazer a gente brigar?
— Como é que é? Você precisa explicar isso melhor... - minha cara de confusão não é exagero, eu realmente não estou entendendo nada.
— Eu recebi uma mensagem de um numero que eu não conheço e dizia que era você, seu celular tinha estragado e você me pediu pra vir aqui te ver...
— O quê?
— Pois é! Mas como você nunca fez em todos esses anos, eu estranhei. Pra completar quando eu cheguei aqui, encontrei o Mark, ele não parecia nem um pouco surpreso em me ver e ainda jogou uma piadinha que você poderia estar ocupado...
— Ei, ei, calma aí... O que o seu ex noivo babaca tava fazendo aqui? - só fico ainda mais confuso.
— Em primeiro lugar, ele não chegou ser meu noivo - ela revira os olhos - E em segundo, eu acho que esqueci de mencionar ontem que ele tá trabalhando aqui no Hangar...
— Maravilha - eu falo com ironia e ela segura meu rosto.
— Me desculpa! Eu realmente esqueci disso, só quando vi ele aqui que me lembrei, desculpa - eu dou um beijo rápido nela pra que ela saiba que não tem por que se desculpar mas ainda estou ansioso pra saber o resto da história.
— Continua...
— Bom, ele disse isso e não tentou me convencer a ouvir ele e nem nada, então era óbvio que tinha algo errado, aí eu entro aqui e vejo a Bruna, foi só fazer as contas... Provavelmente ele viu ela com você ontem ou ela viu ele com a gente e resolveram unir forças, não sei... Em todo caso, eu aposto minha mão direita que eles estão juntos nisso - ela conclui orgulhosa da sua linha de raciocínio e mesmo assim ainda estou surpreso e impressionado.
— E você não pensou que eu poderia, sei lá, ter cedido a ela... - ela abre um sorriso orgulhoso.
— Ah não, sem chance, eu me certifiquei que a coleira tá bem colocada - ela fala puxando a gola da minha camisa, eu acabo rindo e a beijo rapidamente, mas quando paro e olho seus olhos tem uma mistura de coisas neles.
— Com o que aconteceu com vocês... Depois do pedido... Eu entenderia se você pensasse algo diferente - ela sorri e nega.
— Não tem como, por que o que nós dois temos nem por um único segundo se parece com o que eu tive com ele... - ela toca meu rosto e me olha como se eu fosse alguem muito importante - Eu passei a minha vida inteira com medo de ser abandonada de novo, de não ser boa o suficiente, merecedora o suficiente, medo que as pessoas perto de mim se enjoassem de mim e por isso eu aceitei muita coisa, inclusive ele, mas com você não... Você me deu todas as certezas que eu sempre procurei, você me tirou o medo de não ser suficiente, de não ser amada e eu sei que o que nós temos é real pra você também, é importante pra você também, então não, nem por único segundo eu cogitei a ideia que você teria cedido a ela, por que eu sei exatamente quem é o homem que eu amo e meu futuro marido - eu olho pra ela e ainda não consigo acreditar na sorte que eu tenho e no quanto eu demorei pra fazer o pedido, por que agora é nítido que eu não existo mais sem ela.
— Você sabe que agora eu não posso deixar você sair dessa sala sem transar com você em cima dessa mesa, né? - ela solta uma risada divertida, se afasta de mim, vão ate a porta e tranca me olhando de um jeito provocante e animado.
— Faça o seu pior - ela abre os braços e eu rio antes de avançar nela, puxo-a pelo quadril e a beijo com todo desejo e paixão que tenho, sem parar o beijo eu a levo até a mesa, empurro algumas pastas que tinham em cima e a coloca sentada, suas pernas envolvem meu quadril e o beijo continua ainda mais forte, minha boca desce pro seu pescoço enquanto ela empurra meu terno pra fora do corpo, ele cai no chão e eu agarro seu vestido, tirando e jogando pra trás, ela ri e agarra o cós da minha calça, os dedos rápidos abrem o botão e o zíper, então eu a puxo pelas pernas pra mais perto do meu corpo e sorrio quando volto a beijá-la.
Ela sorri de um jeito divertido enquanto dá a volta na mesa e pega o vestido do chão, ela o veste sem desviar os olhos de mim e eu só queria poder ir embora agora com ela, mas infelizmente não posso. Quando ela termina de se arrumar, vem até a mim e me dá um beijo rápido.
— Você deveria me convidar mais vezes pra te visitar – eu sorrio animado.
— Pode ter certeza que sim – ela ri e puxa a bolsa dela.
— Agora eu tenho que ir...
— Eu te levo –ela abre a porta e me olha.
— Você deveria achar uma camisa decente, não sei se eu gosto de você andando por aí com isso tudo a mostra – sua mão escorrega do meu peito até o limite da minha calça, sorrio e a beijo de novo.
— Eu tenho uma camisa extra – garanto, mas me limito a apenas fechar o terno, ela sorri agradecida.
Já estava no corredor com ela quando Leonan acena e se apressa até a mim.
— Eu preciso da liberação da R48 agora! – ele avisa parecendo realmente apressado – Ah desculpa, oi, tudo bom? – ele olha pra Luiza que sorri simpática.
— Tudo sim, mas já estou indo, não quero atrapalhar – ela mal encosta os lábios nos meus e se afasta, levanto um dedo pedindo um minuto pra ele e corro até ela, minha mão alcança sua cintura e eu a puxo pra mim.
— É assim que você se despede do seu futuro marido? – ela ri.
— Ah mas eu dei a ele uma ótima pausa no trabalho – dessa vez eu que acabo rindo, seguro seu rosto com uma mão e lhe dou um beijo de verdade.
— Eu passo no apartamento quando sair – ela sorri satisfeita e então eu volto até o Leonan, vamos até minha sala e eu levo alguns segundos pra achar o documento, pelo sorriso dele acho que ele entendeu o que aconteceu aqui, mas não diz nada e eu gosto disso.
Quando ele sai, decido tentar resolver outro problema, por isso saio da sala e vou até a parte de administração, a sala dele é bem maior que  a minha e diferente de mim ele tem uma secretária, Chris se levanta pronta pra me anunciar, mas eu levanto o dedo e dispenso a apresentação, dou uma batida na porta e entro.
— E como anda o diretor executivo mais competente e charmoso do Hangar? – Ian ri mas não desvia os olhos da tela do computador pra mim.
— Pede logo e cai fora, por que eu ainda tenho uma reunião hoje...
— É assim que você trata seus funcionários? – finjo espanto e ele continua me ignorando.
— Os que são meu cunhado e folgados, sim – reviro os olhos sabendo que ele não está vendo – Fala logo, o que você quer? – me jogo na cadeira e remexo no porta retrato que tem em cima da mesa, uma foto da Louise e da Pérola me faz sorrir, mas não me distraio muito.
— O cara novo. Mark... – dessa vez ele desvia os olhos da tela e me olha curioso.
— O que tem?
— Tô curioso – sua expressão agora é confusa – Ele veio transferido?
— Na verdade não, ele pediu pra vim pra cá, por que estava se mudando pro 12...
— Do nada?
— É, acho que sim, sei lá, não faço parte da vida pessoal dos funcionários – ele me olha com a mesma confusão de antes.
— E ele é bom? – dessa vez ele me dá toda a atenção.
— O que tá pegando? – dou de ombros.
— Decidi fazer novas amizades...
— Aham, todo mês chega gente nova aqui e você nunca se interessou...
— Que absurdo, Ian, eu estou aqui querendo unir as pessoas da empresa – ele me olha com uma sobrancelha erguida.
— Ele faz o quê aqui mesmo?
— Ele é mecânico e é, até que ele é bom...
— Hum, e ele tá lá no S4?
— Por que você quer saber o setor dele? – reviro os olhos.
— Estreitar os laços, fazer amizade, já disse... Meu Deus, o que a Pérola fez com sua memória? – ele mantem os olhos em mim.
— Seja lá o que você tá aprontando, desista. Eu não vou chorar se tiver que te colocar pra fazer hora extra sem receber por isso...
— Isso seria exploração, eu posso te processar, sabia?
— E eu posso mandar você sair da minha sala, sabia? – solto uma risada.
— Você só esquece que minha irmã é a Pérola...
— Ela mesma te expulsaria.
— E o Pyter – dessa vez ele perde a diversão nos olhos  e eu sorrio mais ainda, ele e Pyter se dão bem na maioria das vezes, mas Ian nunca testa muito o seu bom humor já que Pyter não costuma pegar leve com ele...
— Ele tá no S7! – sorrio e me levanto da cadeira – Mas não me importo com o acesso de raiva do seu irmão, se você fizer besteira, a gente vai conversar sério... – faço sinal de entendido e saio da sala dele, então mudo o caminho da minha sala e pego um daqueles carrinhos pequenos até o setor 7, encontro com Jackie, ele é o supervisor desse setor e assim que me vê vem até a mim.
— Pietro!
— Jackie – nos cumprimentamos com um aperto de mão forte e rápido.
— Achei que você não fazia mais ronda... – eu ri.
— É sempre bom ver o que vocês estão aprontando no meu setor né?
— Ex setor, agora você é da parte alta – ele faz uma cara de impressionado, eu acabo rindo.
— Como que tá o novo sistema? Pessoal tá se saindo bem? – pergunto e enquanto ele responde eu discretamente olho ao redor, tentando achar o que vim procurar, quando o vejo ele está com uma maleta de ferramentas, saindo detrás de um caminhão – Me dá um minuto – peço ao Jackie e ando na direção do Mark, não corro mas aperto o passo o suficiente pra aparecer na frente dele, quando me vê um sorriso presunçoso surge na boca dele e eu me controlo pra não fazê-lo engolir cada dente.
— Mark, não é isso? – finjo confusão quando estico a mão, seu aperto é forte e ele mantem o sorriso.
— Pietro, certo? – concordo também forçando um sorriso, meus olhos descem até o crachá preso no seu uniforme. Mark Treply. Guardo o nome na minha mente.
— E aí, o que tá achando daqui?
— Ah é muito bom, bem maior do que eu estou acostumado, mas fui recebido muito bem – forço um sorriso e ele me olha confuso – Não sabia que a administração vinha para os setores...
— Antes de chegar lá, esse era o meu setor, procuro não me esquecer disso – ele sorri balançando a cabeça.
— Sobre ontem, espero que não fique nem um clima ruim entre nós, eu acho que bebi um pouco a mais... – dessa vez eu faço uma cara confusa.
— Ontem? Ah sim, você ter agarrado o braço da minha noiva – a palavra sai sorrindo da minha boca e ele perde o sorriso arrogante, sorrio ainda mais.
— É, eu acho que passei um pouco do limite... Deixei me levar por tudo que eu e ela vivemos no passado, como foi tudo muito forte, você entende né? Nós ficamos juntos por 3 anos, quase nos casamos, então... É complicado...
— Tudo bem, eu entendo, como você disse, é o passado. Isso não tem mais importância e tenho certeza que você logo vai superar isso, afinal, já são 4 anos né? – ele não tenta mais sorrir e eu quase me sinto satisfeito.
— Aí está ele! – quando olho pra trás Ian vem vindo até nós, reviro os olhos quando ele para ao nosso lado – E aí como tá tudo por aqui? Tudo em ordem? – forço o melhor sorriso.
— Tudo perfeito! – ele desvia os olhos de mim para o Mark.
— E o primeiro dia?
— Tudo ótimo, agora eu tenho que ir, ainda tenho um reparo pra fazer – ele sorri e me olha – Manda um beijo e minhas sinceras desculpas pra Luíza – ele volta com aquele sorriso irônico e sai depois de acenar um até logo.
— Então é isso? Você tá com ciúmes da Luiza? – Ian me observa e eu não desvio os olhos da nuca do Mark, querendo simplesmente dar um soco exato nele – Pietro!
— Ele é um babaca!
— Ah claro, por que ele acha sua namorada bonita – eu o encaro e a vontade consertar ele dizer que ela é minha noiva quase me corroi, mas não posso fazer isso antes de falar com Pyter por isso me controlo – Ele não vai ser o primeiro nem o ultimo, achei que você lhe desse bem com isso?
— Ele é o ex noivo dela – confesso sentindo mais raiva do que o normal.
— Noivo?
— EX NOIVO! – ele levanta as mãos em sinal de paz – Tecnicamente o noivado durou um dia, no dia seguinte ele traiu ela e terminaram...
— AH! – ele parece realmente surpreso – Mas espero que você saiba que eu não posso fazer nada aqui dentro certo? – eu concordo e me viro pra sair de perto dele, mas paro e olho pra trás.
— Mas eu posso – vejo o olhar dele, mas ele é suficientemente esperto pra não dizer mais nada e eu volto pra minha sala.
Termino os trabalhos do dia e saio do Hangar um pouco mais tarde, perco o ônibus e xingo baixo quando o vejo dobrando a esquina.
— Ficou pra trás é? – o carro para ao meu lado e eu sorrio. É Ethan, eu trabalhava junto com ele na época de TI, hoje ele é chefe de lá e eu sou da parte de administração e logística – Entra aí – ele abre a porta e eu escorrego pra dentro do carro.
Nós conversamos e colocamos um pouco do papo em dia, por que embora a gente se veja quase todo dia, sempre parece tudo corrido, mas sempre gostei dele e mantemos uma boa relação.
— Pode me deixar aqui mesmo – eu aviso quando ele passa pela praça, ele para e eu desço, passo pelas lojas cortando para o outro lado, a casa do Gale é fácil de ser vista, ela não é muito discreta e ele tem lá sua fama, toco a campainha e demora alguns segundos até que ele mesmo atende a porta.
— Pietro?! – não me ofendo com a surpresa dele, é realmente compreensivel, já que eu não costumo vir aqui, embora papai nunca fale sobre isso e mamãe evite o assunto, todo mundo sabe que sempre existiu uma pequena linha que divide os Mellark dos Hawthorne e essa linha chama-se Katniss Everdeen, eu sei que já se passaram mais de 30 anos, que os dois tem as famílias lindas e que acabamos nos esbarrando em festas de família ou eventos pelo Distrito, mesmo assim a linha ainda existe e sempre irá existir, nós apenas aprendemos a conviver com ela.
— Gale! – eu sorrio e estico a mão, ele aperta e me puxa pra um abraço meio de lado.
— Aconteceu algo?
— Na verdade eu preciso de um favor... – ele me olha com atenção e então abre a porta pra que eu passe, me oferece para me sentar no sofá e eu aceito, ele se senta ao meu lado me olhando preocupado.
— Algo com a sua mãe? – e esse tipo de preocupação dele pela mamãe que sempre arranca pequenas taquicardias do papai, rapidamente nego.
— É um favor pessoal, pra mim mesmo...
— Diga.
— Eu queria saber algumas coisas de um cara, o nome dele é Mark Treply... Tá anotado aqui – entrego a ele um pequeno papel, ele olha a letra e depois olha pra mim – Ele se mudou pra cá pro 12 e está trabalhando no Hangar, mas eu queria saber o que aconteceu na vida dele, nos últimos... 4/5 anos... Isso é possível?
— Não garanto tudo isso hoje, mas amanhã eu te entrego tudo que descobrir...
— Amanhã é perfeito! – eu sorrio e aperto a mão dele de novo – Bom era isso, eu agradeço, mas a Luiza tá me esperando agora – ele abre um sorriso reconhecendo meu jeito bobo.
— Claro, não deixe ela esperando – ele me leva até a porta e eu saio em direção ao caminho para o apartamento da Luíza, quando passo na frente da feira de frutas, não resisto e paro, compro morangos, laranja e maça, por que ela e Paty nunca lembram de comprar frutas, depois de pagar continuo o caminho, faço sinal pro porteiro e então o portão abre e eu passo, ia entrar no elevador quando sinto a presença de outra pessoa, olho pro lado e o sorriso presunçoso está me encarando.
— Não vi você no ônibus... Não se mistura aos subalternos? – eu forço um sorriso.
— Tive que resolver umas coisas e perdi o ônibus...
— Oh não, veio andando até aqui? – a ironia é irritante, mas solto uma risada quando elevador chega e entro, aperto o botão e ele se apressa pra entrar antes que as portas fechem – Ela parece ótima! – ele comenta e eu juro a mim mesmo que se ele ousar fazer uma gracinha com o nome dela eu o acerto aqui mesmo – O Doze fez bem a ela...
— Não só o Doze – não o olho apenas encaro o numero piscando no visor a frente, ele ri.
— É, quem diria que aquela garota que eu tirei de trás das grades iria subir tanto na vida né? – tento não parecer surpreso, mas viro o rosto e o encaro – Namorando o melhor partido da cidade, aparecendo na tv... Realmente ela soube aproveitar e conseguir tudo que queria, tenho que admitir, ela realmente saiu por cima – assim que ele termina de falar, a porta do elevador abre, saio e não olho pra trás – Não esqueço do meu recado pra ela – a voz é alta e eu ignoro, sentindo as veias pulsando dentro do meu ouvido, paro na frente da porta e respiro fundo, embora eu tenha a chave, raramente eu uso, não acho certo tirar a privacidade da Paty, as chaves são só pra emergência, por isso toco a campainha. A raiva desparece e meu sorriso se alarga quando ela aparece.
— Meu Deus, que saudade – eu falo já a abraçando e beijando seu pescoço, ela ri e me aperta também, tiro seus pés do chão e giro com ela nos braços, sua risada leva qualquer resquício de irritação.
— Eu tava preparando um lanche – ela fala e eu levanto as sacolas, ela me olha confusa.
— Vocês nunca compram frutas – tento parecer bravo mas quando ela sorri é impossível.
— Morangos! Você é o melhor quase marido do mundo – eu acabo rindo e volto a puxar ela pra mim.
— Quase marido? Eu gosto disso – ela sorri e me dá um beijo, se solta e leva as sacolas pra bancada da cozinha, começa tirando-as e lavando na pia, eu a observo e sinto aquela paz misturada com uma alegria sem explicação que aparece sempre que ela está por perto.
— Eu fiz bolo de milho – ela me olha mordendo o lábio, sabendo que eu adoro o bolo de milho dela.
— Você é a melhor quase esposa do mundo – ela ri e então a ajudo arrumar o balcão pro nosso lanche.
— Nós temos que contar pra eles! – ela fala olhando pro anel que está de volta no seu dedo, eu sorrio.
— Eu só preciso contar pro Pyter antes, ele já vai me matar quando souber que o Chris soube antes dele...
— Vai mesmo – ela faz uma cara de quem não tem como me livrar dele.
— Mas depois eu penso em um jeito de enrolar ele, agora vem cá... – eu a puxo pela mão e ela se encosta em mim, passo meus dedos pelo rosto dela – Eu Estava morrendo de saudade de você...
— Nós nos vimos a algumas horas, aliás... – seu sorriso se torna mais divertido – Nós transamos na sua sala a algumas horas – também sorrio.
— E eu nunca mais vou conseguir ficar naquela sala sem pensar nisso
— Eu gosto disso! – ela sorri e me beija, um beijo longo e apaixonado, puxo-a pra mim e a seguro no colo colocando ela sentada no balcão, volto a beijá-la ainda mais forte e com mais desejo, minha mão sobe por dentro da sua camiseta, sinto sua pele e subo até seus seios, ela sorri, mas segura minha mão me parando, eu abro os olhos e ela está sorrindo, mas continua me barrando.
— Você sabe o que significa Maktub?
— O quê? – ela ri da minha expressão confusa.
— Maktub. É uma palavra. Você sabe o que significa?
— Isso é realmente importante agora? – pergunto e ela ri.
— É sim, muito! – reviro os olhos e tiro minha mão de dentro da sua camiseta.
— Ok, não, eu não sei o que significa Maktub – ela sorri satisfeita como se estivesse mesmo esperando que eu não soubesse.
— Eu vi em um livro que eu estava lendo...
— Nos livros de menininhas... – ela revira os olhos.
— Não são livros de menininhas!
— São sim, você sabe que são... – ela revira os olhos novamente.
— Ok, são – eu acabo rindo – Mas não importa, eu li lá e gostei...
— E o que significa?
— É uma palavra árabe e significa algo que “já estava escrito” ou “tinha que acontecer” – ela me olha parecendo meio nervosa com algo, mas sorri pra disfarçar – Eu... Sei lá, quando li essa palavra e vi o significado, eu achei que tem muito a ver com nós dois – ela encaixa a mão na minha e olha quando nossos dedos se encaixam – Eu não sei como seria minha vida se não tivesse encontrado você, não sei onde estaria, o que estaria fazendo... Não sei como acabei naquela balada naquele dia, por que eu realmente não queria estar lá, não sei como não te botei pra correr quando expulsou o cara que eu estava dançando, não sei nada disso, eu só sei que... Tinha que acontecer! – seus olhos são cheios de emoções e eu entendo perfeitamente o que ela quer dizer, por que eu me sinto da mesma forma, nunca me imaginei tão apaixonado e louco por uma mulher como sou por ela, mas de alguma forma eu sei que tinha que acontecer, eu precisava disso pra me sentir inteiro – Eu tinha que encontrar você! E eu encontrei.
— E eu agradeço todo santo dia por isso – ela sorri e eu também, então eu a beijo lentamente e ela não me afasta, mas quando o beijo para, sinto-a nervosa – Você tá nervosa – ela nega.
— Tá mais pra ansiosa... – olho pra ela tentando entender e ela me dá um sorriso meio divertido e meio ansioso – Eu meio que comprei um presente pra você e não quebrei as regras, por que seu aniversário foi ontem e não hoje – ela avisa e eu sorrio. Nós temos uma regra, de não darmos presentes de aniversário, tudo começou por que no começo do nosso namoro quando era aniversário dela eu ficava no pé da Paty pra me ajudar a escolher o melhor presente do mundo e ela fazia o mesmo com a Pérola no dia do meu aniversário, até que elas se irritaram tanto que disseram nunca mais nos ajudar, então eu e Luiza decidimos não comprar mais presente de aniversário, combinamos de nos dar presente fora de épocas ou “datas especiais” por que sempre é colocado muita pressão pro presente perfeito, ao invés disso, damos presente a qualquer hora e isso torna algo que seria uma bobeira num presente maravilhoso e é assim que temos feito e tem dado muito certo.
— Acho que deveria ter esperado mais do que 24 horas, mas ainda tá valendo – ela ri e então pula do balcão na minha frente, ela morde o lábio nervosa.
— Jura pra mim que não vai surtar? – eu fico confuso.
— Por que eu surtaria? – ela solta o lábio e dá de ombros.
— Só não surta! E não sai daqui – ela avisa e corre pra dentro do quarto dela, eu acabo rindo, me sento no banco e espero por ela enquanto tento imaginar o que ela pode ter comprado, não consigo pensar em nada, mas quando ela volta vestido com o roupão sorrio já imaginando o que seja, ela para na minha frente – Promete – ela pede e eu sorrio.
— Não posso, por que se for uma lingerie nova eu vou te arrastar pra aquele quarto e vou surtar bastante – ela ri e balança a cabeça.
— Promete ou eu não mostro – reviro os olhos.
— Prometo – digo levantando um dedo e beijando como pra selar a promessa, ela sorri e morde o lábio de novo, lentamente ela desfaz o laço do roupão, abre e então deixa a peça escorregar pelo seu corpo, ela realmente está linda como sempre, a lingerie é rosa pink com preta e fica perfeita nela, mas eu já a vi usando antes, mesmo assim finjo surpresa.
— UAU! Você realmente sabe escolher um presente – faço a melhor cara de impressionado e ela ri.
— Você é um idiota. Essa lingerie eu já usei...
— Mas ficou ainda mais linda dessa vez – ela revira os olhos rindo enquanto eu tento entender o que é que está acontecendo.
— Eu não queria te mostrar a lingerie...
— Então, era...? – ela sorri e morde o lábio de novo, então ela leva a mão até a barra da calcinha, ela escorrega o tecido pra baixo e então aponta algo no osso do seu quadril, eu me aproximo e vejo um rabisco é então que meus olhos se arregalam e eu não consigo evitar soltar um palavrão.
— Puta merda!
— Você prometeu não surtar – ela fala e olha esperando minha reação, me aproximo dela sem dizer mais nada, a pela em volta ainda está vermelha, mas a letra é fina e desenha de maneira delicada a palavra Maktub e como se não bastasse logo abaixo da palavra está gravado a data 25/05/17, eu olho pra ela sem saber o que dizer, ela dá de ombros – Tinha que acontecer! – ela sorri e eu volto a olhar a escrita na sua pele.
— Isso não sai – falo como se não fosse óbvio, ela ri.
— Droga, eu sabia que tinha esquecido de perguntar algo – ela se diverte e eu olho pra ela tentando fazer ela entender.
— Lu, isso é... Pra sempre! – seu sorriso é a coisa mais linda do mundo quando ela e explica.
— É como meu amor por você – eu volto a olhar a tatuagem, me ajoelho na frente dela e passo a ponto dos meus dedos suavemente, então como se não fosse suficiente eu aproximo minha boca e coloco um beijo de leve, olho pra cima e ela sorri me olhando, vejo quando uma lagrimas escorre, ela rapidamente seca e eu me levanto parando na frente dela, segurando seu rosto com as mãos – Eu acho que eu li muito livro de menininha – ela dá de ombros, eu passo meu polegar pela sua boca.
— Você é completamente louca! – eu sorrio – E eu sou desgraçado sortudo que só consegue te amar mais e mais e mais e mais... – ela sorri e outra lagrima escorre – Você não precisava ter feito isso só pra me deixar mais louco por você...
— Eu só queria gravar esse momento pro resto da minha vida – eu enxugo a lagrima que escorre dela.
— E eu só quero passar cada dia da minha vida do seu lado – então eu a beijo, longa e demoradamente, quando paramos, eu apenas a pego no colo e levo para o quarto, alcanço a cama e volto a beijá-la sem chance nenhuma de parar.
— Eu ainda não acredito que você teve coragem de fazer isso – eu falo escorregando a ponta do meu dedo pela sua tatuagem, minha cabeça apoiada na sua barriga e não consigo desviar os olhos, ela ri.
— Eu sempre quis fazer uma, mas nunca tive certeza do que fazer, tinha medo de enjoar... Isso é algo que eu nunca vou enjoar de olhar...
— Nem eu! – admito me sentindo um idiota orgulhoso do caramba, então outro pensamento me atinge – Doeu? – ela ri.
— Já senti dores maiores – eu levanto a cabeça da sua barriga e olho pra ela – Não foi nada demais, meu amor, eu juro... – ela garante e eu me arrasto até parar com a boca na frente da dela.
— Eu gosto quando você me chama de seu amor... – ela sorri e me dá um beijo suave.
— Você é o meu amor! Tem alguma duvida disso?
— Acho que perdi esse direito quando você aceitou o primeiro risco – olho pra tatuagem e ela ri.
— Eu vou usar isso pra fazer drama o resto da vida, você sabe né? – eu rio e ela também.
— Não se eu também fizer uma...
— Ah não, nem pensar! Você nunca quis fazer uma...
— Talvez eu queira – dou de ombros e ela me olha.
— Pietro, é sério, eu não fiz isso pra que você faça uma também, eu fiz por que eu quis, você não tem que fazer nada em troca, ouviu bem? – concordo e coloco um beijo rápido em cima da tatuagem – Quer dizer, só talvez alguns morangos com chocolate quente... – ela sorri daquele jeito provocador.
— Isso vai me sair caro – finjo preocupação e saio da cama.
— Não economiza no chocolate – ela avisa e eu vou pra cozinha rindo.
Ainda sem acreditar no que ela acabou de fazer. Uma tatuagem. Algo que é pra vida inteira, marcado no corpo dela, sem chance pra desistir, eu simplesmente não consigo pensar em nada mais real que isso e eu só consigo estar ainda mais apaixonado por ela, por isso decido que não vou deixar nada estragar a felicidade dela, nada mesmo, nem os comentários idiotas daquele ex namorado babaca, decido isso e então volto a preparar o pedido dela.
No dia seguinte eu estou de folga, por isso quando Gale aparece na porta de casa eu que atendo, ele me entrega um envelope, eu agradeço, tento pagar, mas ele se ofende, então apenas agradeço mais uma vez e ele vai embora antes que meus pais vejam, agradeço por isso por que não estava afim de ter que explicar nada, já basta o sermão que vou ouvir do Pyter, assim que penso nisso vejo ele saindo de casa, grito por ele e ele vem todo sorridente me zoando, nós entramos e eu conto a ele sobre o pedido, ele me dá os parabéns, fica todo feliz, mas quando conto do anel, ele faz as contas e então entende que Chris soube primeiro que ele e vira uma fera, eu me defendo dizendo que só não contei por que estava no meio do processo da Iris, mas mesmo assim não foi suficiente, ele ficou puto, me deu uns tapas, fez drama, disse que eu sou o pior irmão do mundo, que era pra eu esquecer dele e que ele nem iria ao casamento, mas quando faço o pedido pra ser meu primeiro padrinho, ele me abraça e me tira do chão, me zoando e dizendo que eu vou virar um cãozinho adestrado, eu mando ele se ferrar e quando ele sai já estamos numa boa.
Subo as escadas abro o envelope e então me permito um sorriso orgulhoso, coloco tudo dentro do envelope de novo e saio de casa correndo, vou direto pro prédio da Luiza, mas dessa vez subo até o quinto andar, toco a campainha e ele abre a porta, quando me vê parece confuso, eu sorrio orgulhoso.
— Acho que você vai querer me convidar pra entrar – ele estranha mas abre a porta, o lugar está bagunçado, cheio de garrafas de cerveja pelo balcão e caixas de pizza e de comida pelos poucos móveis.
— O que você quer?
— Nada demais, só avisar que você precisa cair fora do Doze – ele ri, uma gargalhada alta e irônica.
— Tá bom! Eu vou assim que terminar o café – ele dá de ombros, vai até a geladeira e pega uma cerveja – Se era só essa piada, pode ir... – ele aponta a porta, eu sorrio ainda mais.
— Eu sei por que você veio pra cá – ele não se abala.
— Eu vim a trabalho – eu nego.
— Você tá fugindo – ele tenta não parecer se abalar – Belchior Prades – dessa vez ele arregala os olhos – O maior e talvez o único agiota dos Distritos...
— Você não sabe do que tá falando – eu sorrio e entrego o envelope pra ele, ele o rasga, abre e fica parado em choque.
— Que porra de psicopata você é? Minha vida inteira tá aqui – ele joga os papéis em cima de mim.
— Do tipo que não vai deixar você fazer nada com a Luíza – ele ri de um jeito meio cansado.
— Você me olha com desprezo, como se fosse melhor do que eu, mas deixa eu te contar um segredinho... Sua namoradinha é igual a mim, nós viemos do mesmo saco, seu riquinho imbecil...
— Ela não é minha namorada. É minha noiva. E ela pode ter vindo do mesmo lugar que você, mas ela não é como você – ele ri.
— Então ela te contou de quando foi presa por que roubou umas coisas do mercado? Contou? Ou ela deixou essa parte suja da vida dela só pra mim? – eu avanço até ele e coloco a mão no seu pescoço, aperto o suficiente pra diminuir a passagem de ar pra ele e seus olhos se arregalam.
— Presta atenção, que eu só vou falar uma vez... Eu sei exatamente quem ela é. E eu a amo e vou proteger ela de qualquer verme que tentar atingir ela, então se você quer meu conselho, sai do Distrito ainda hoje ou eu juro por Deus, que você vai se arrepender de ter chegado perto dela de novo... – eu ainda mantenho mais alguns segundos e então o solto, ele cai quase ajoelhado, tossindo e esfregando o pescoço – Tá avisado! – viro as costas e saio do apartamento, entro no elevador e saio no terceiro andar, dessa vez eu não me importo muito com a privacidade da Paty, uso minhas chaves e abro a porta, Paty tá vendo tv e passo direto por ela.
— Oi! – nem sei se ela me ouviu, vou pro quarto da Luíza e ela está mexendo em algo nas gavetas.
— Não sabia que você vinha – ela se vira surpresa comigo, mas eu apenas a puxo pros meus braços e a beijo com todo amor, paixão e devoção que sinto por ela – UAU! – ela sorri satisfeita com minha atitude.
— Eu amo você e não me importo com nada antes disso, eu só... amo você.... Porra, eu amo muito você - ela sorri ainda mais e me puxa pra outro beijo, dessa vez acabamos caindo na cama e só uma coisa fica se repetindo na minha cabeça.
Porra, eu amo muito essa mulher!


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Notas finais do capítulo

Gente, quem puder dá uma olhadinha lá na outra história, por favor, obrigada, comentem ein



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