Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 31
Capítulo Extra


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sumi, mas não me matem, estava só organizando umas bagunças na minha vida e adiantando outras rs, mas estou de volta... Espero que gostem, tem recado no final do capitulo...



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Mesmo hoje sendo sábado, dia da minha folga no ateliê, tive que vir até aqui resolver um problema inesperado, alguns lotes de tecidos e cortes da próxima coleção, e isso acabou me custando a tarde inteira, dou uma carona pra Hazel por que ela está sem carro hoje e passo pelo mercado, depois vou direto pra casa, paro o carro na garagem, e pego as sacolas do banco do passageiro, me enrolo um pouco pra abrir a porta de casa mas consigo sem deixar nada cair, dou um chute e a porta bate, quando olho pra frente Louise está descendo as escadas, ela para faltando um degrau e coloca as mãos na cintura.
— Então? – ela sorri ansiosa, hoje, depois de muitas horas de conversas e alguns gritos com o Ian, finalmente ela vai ter um encontro e parece radiante, além de estar linda, sei que posso ser suspeita por ser a mãe dela, mas duvido muito que exista outra garota tão bonita quanto ela e especialmente hoje ela caprichou, está com uma saia longa com uma fenda lateral um pouco exagerada demais pra mim, mas que acaba sendo maior que as mini saias que ela adora e que causam pequenos ataques cardíacos no Ian, a saia é de um tecido fino e suave, azul clara e está com um cropped branco que deixa a mostra sua barriga, o cabelo está solto e cai pelos ombros, está com uma maquiagem suave e um sorriso ansioso.
— Está ainda mais linda que o normal – ela sorri satisfeita, desce o ultimo degrau, vem até a mim e beija minha bochecha.
— Ele tá pirando lá em cima – ela avisa e eu acabo rindo, ela abre a porta e sai, eu vou pra cozinha e coloco as sacolas em cima da mesa, já começando a organizar as coisas.
— Que tipo de homem não busca a garota em casa? – Ian pergunta já resmungando e entrando na cozinha.
— Primeiro que ele ainda é um garoto e não um homem, segundo que você iria ameaçar o garoto até ele sair correndo e desistir e terceiro e mais importante, você conhece a Loui, ela mesmo que deve ter falado pra eles se encontrarem lá...
— Tá e por que essa hora? Já são seis horas, eles não podiam se encontrar no começo da tarde? – eu paro o que estou fazendo e olho pra ele.
— Você prefere me fazer perder a paciência ou posso ignorar esse comentário e continuarmos a conversa com um assunto realmente importante? – ele revira os olhos.
— Eu só me preocupo!
— Demais né? – ele faz uma careta, mas se aproxima de mim, tira o pote de geleia que eu estava segurando da minha mão e me puxa pra mais perto dele.
— Talvez você devesse me distrair, sabe, pra eu não acabar pirando – ele fala usando a mesma gíria que Louise sempre usa pra descrever as crises de ciúmes dele, eu acabo rindo.
— Talvez eu também precise ser distraída... Erraram um lote inteiro de tecido e eu vou ter que esperar uma semana pra troca – eu falo e ele faz uma cara de impressionado.
— Isso é gravíssimo! Minha recomendação... Um looooongo banho de banheira, talvez uma massagem, com certeza uma taça de vinho e quem sabe pra finalizar a especialidade da casa... Fondue de queijo!
— Ai meu Deus! Eu já estou até me sentindo melhor – eu falo exagerando na minha reação, ele ri e me beija, um beijo longo e demorado.
— Eu vou preparar o banho – ele fala, me dá um selinho rápido e sai da cozinha, termino de guardar as coisas na dispensa e ele volta pra cozinha, para na porta e me estende a mão, eu sorrio, paro o que estou fazendo e aceito sua mão, nós subimos as escadas, me jogo na cama e solto o ar como se estivesse prendendo-o o dia inteiro, chuto os sapatos dos meus pés e me permito sorrir com o alivio, fecho os olhos e faço uma respiração longa, sinto as mãos nos meus pés e abro os olhos, Ian se ajoelhou e massageia levemente os meu pés - Você parece cansada...
— Eu me sinto cansada - ele me dá um sorriso, coloca um beijo rápido no meu pé, logo acima dos dedos e então se aproxima mais de mim, as mãos nas minhas coxas e a boca naquele sorriso que ainda me causa borbulhas no estômago.
— Mas ainda é a mulher mais bonita que eu já vi - reviro os olhos para o seu exagero e volto a fechar os olhos escondendo meu rosto com o braço, sinto o colchão afundar com o peso dele e o calor do seu corpo me deixa atenta, ele afasta o braço do meu rosto e eu abro os olhos encontrando-o logo acima de mim com os olhos fixos nos meus - Eu amo você - ele sussurra e o sorriso escorrega da minha boca, é inacreditável o quanto eu sempre adoro ouvir isso e sempre parece que é a primeira vez.
— E eu amo você - ele também sorri, então aproxima a boca da minha e me beija, seus lábios são firmes e ao mesmo tempo suave, nossas bocas já se conhecem tão bem que não existe hesitação nenhuma, é como se uma já antecipasse o movimento da outra e o encaixe é perfeito, ele para o beijo e passa os dedos pelo meu cabelo, me olhando daquele jeito concentrado que as vezes ele tem e por instinto meus dedos tocam seu rosto, escorrego até seu queixo e ele me olha sorrindo, não precisamos de palavras, ele sabe o que eu quero, tanto quanto eu sei o que ele quer, então tudo que ele faz é afastar um pouco seu corpo do meu e tirar a camisa, ele a joga pra trás e se junta a mim de novo, dessa vez num beijo forte e cheio de desejo, minhas mãos buscam apressada sua calça, eu abro e a empurro pra baixa quase na mesma velocidade que ele desabotoa meu vestido, sua mão alcança minha cintura e aperta contra ele, a outra mão ele enfia debaixo do meu sutiã e aperto meu seio, um sorriso escapa da minha boca e sinto-o sorrir quando empurro sua cueca para baixo e é como se o tempo parasse.
Ele segura minha mão enquanto eu entro na banheira, fazendo piadas sobre eu ter quase escorregado outro dia, reviro os olhos, mas a visão dele nu entrando logo a minha frente me faz perder qualquer irritação, a água está morna, na temperatura exata, a espuma cobre toda a superfície e sinto meus músculos relaxando quando encosto a cabeça na borda da banheira, as mãos alcançam minhas coxas e ele se aproxima de mim, passando as pernas ao meu redor, os braços em volta do meu corpo acariciando minhas costas e eu apoio a cabeça no seu ombro.
— Eu podia passar o resto do mês aqui - eu falo e ele ri.
— Eu duvido que você conseguisse passar 24 horas sem ir pro ateliê ou sei lá, fazer compras - eu reviro os olhos e me afasto dele pra poder olhá-lo.
— Claro que conseguiria...
— Pérola! - ele me olha sorrindo e duvidando.
— Ian!
— Você sabe que eu to certo...
— Eu consigo ficar 24 horas sem ir no ateliê - a risada dele é alta e debochada.
— Nem você acredita nisso, é mais fácil você esquecer que tem casa por 24 horas...
— Você é um idiota - dou um tapa no ombro dele e tento empurrá-lo, mas ele praticamente não sai do lugar - Quer saber? Cansei do banho - tento ficar em pé, mas as mãos logo me seguram e mantém no lugar, ele aproxima o rosto do meu e eu viro de lado.
— Ei, para de graça, eu estava brincando...
— Não teve graça...
— Ok, desculpa - ele levanta as mãos e me olha daquele jeito de quem realmente se arrependeu, eu solto o ar e o encaro de braços cruzados - É sério, desculpa... Foi uma brincadeira idiota...
— Você sabe que eu não gosto disso...
— Eu sei, eu sei, desculpa - ele beija minha bochecha, descendo para o meu pescoço.
— Não tem nada que eu ame mais do que estar em casa com vocês...
— Eu sei, eu sou só um idiota - ele fala no intervalo de beijos que continua espalhando pelo meu pescoço.
— Você tá me atrapalhando - eu coloco minhas mãos no peito dele o impedindo de continuar - Eu estou tentando ficar com raiva de você - ele ri e volta a se grudar em mim, sua boca vai direto na minha orelha, seus dentes mordem levemente meu lóbulo e sua voz soa baixa e rouca.
— E eu estou tentando fazer sexo de reconciliação na banheira - eu acabo rindo e qualquer irritação desaparece, sua boca desce para o meu pescoço, eu jogo a cabeça pra trás e enfio meus dedos no seu cabelos, os fios são macios e eu os puxo levemente, ele me encosta ainda mais na borda da banheira e desce a boca para a extensão da minha clavícula, depois meu ombro, sua mão alcança meus seios e brinca com eles, aperto minhas pernas em volta do seu corpo e quando puxo seu cabelo forte trazendo-o para mim, ele sorri antes de me beijar.
Eu continuo na banheira e ele sai para ir fazer o fondue que me prometeu, eu encosto a cabeça na borda e fecho os olhos, o toque no meu braço me desperta, ele sorri e está segurando uma taça grande de vinho, sorrio e pego da sua mão, ele está com uma calça preta e sem camisa, a visão ainda me faz sorrir ainda mais.
— 15 minutos! - ele avisa e sai do banheiro, olho-o se afastando e bebo um gole do vinho e me deixo relaxar pelos 15 minutos seguintes, termino o vinho em uma golada rápida, saio da banheira e coloco o roupão, ando até o guarda roupa e pego uma camisola, ela é preta e de seda , tem uns bordados e um leve decote em V, coloco o outro roupão seco e de mesmo tecido por cima, então desço as escadas, estava indo pra cozinha quando ele assovia, ele está na sala e eu vou até lá, a mesa do centro está arrumada com a panela com o queijo derretido, pedaços de pães e outra travessa com pedaços de carne, ele está enchendo uma taça e sorri quando vem até a mim e me entrega, eu sorrio fazendo uma cara de impressionada.
— Você realmente se esforçou...
— Você fez por merecer - ele dá uma piscadinha e eu acabo rindo.
— Você é um idiota - ele ri, me dá um selinho e então nos sentamos no chão, eu espeto um pedaço da carne e mergulho no fondue, fecho os olhos sentindo o sabor e ele sorri orgulhoso - Meu Deus, como eu te amo - exagero e o beijo segurando seu rosto com as duas mãos, ele ri e continuamos nosso jantar e conforme conversando e aproveitando a companhia um do outro eu me pego pensando na sorte que tenho, nós começamos a namorar ainda adolescentes e eu sempre soube que o amava, nós crescemos juntos, formamos nossa carreira, nossa casa, nossa família e não, nem tudo é um mar de rosas, nós as vezes brigamos feio, discordamos de muita coisa, desde a cor dos lençóis até o encontro que Louise está tendo hoje, é difícil estar casado por mais que ninguém te diga isso, por mais que você entre com a ideia de que o amor supera tudo e pode até ser verdade, mas só se tiver respeito também, admiração e mais muitas coisas que vem com o tempo, eu me achava muito madura e fácil de conviver, mas no decorrer de todos esses anos vi o quanto precisava mudar e crescer, e cresci, ele também, nossa, como ele mudou, nada drástico, a essência dele ainda é a mesma daquele garoto que eu me apaixonei, mas aprendemos a abrir mão, a escolher qual luta vale a pena de ser lutada, ele aprendeu que piadas de manhã não são a melhor maneira de me acordar, aprendeu que é sagrado evitar uma briga comigo durante a TPM, aprendeu que se deixar a toalha molhada em cima da cama é ele quem vai lavar a roupa da semana e eu aprendi que não devo forçar minha presença quando ele está irritado com algo, não devo insistir pra que prove algo que não gosta por que geralmente ele realmente não gosta mesmo, aprendi que não preciso andar 24 horas por dia arrumada e maquiada por que ele adora quando estou apenas descabelada e com uma camisa dele, é engraçado mas são coisas que você só percebe depois de anos convivendo com a pessoa, são manias que parecem estranhas para o outro, mas que aprendemos a respeitar e é isso que mantém nosso casamento mesmo com esses altos e baixos, mas nos respeitamos e nos orgulhamos do outro, então tudo acaba sendo só um detalhe no meio de todo amor e felicidade que sentimos quando estamos bem e juntos.

Estávamos rindo quando a porta abre, ele olha pra trás rápido demais e quando vê Louise ele se levanta num piscar de olhos.
— E aí? Como foi? - ele pergunta curioso e meio ansioso demais.
— Pai! - ela revira os olhos, no típico humor adolescente - Eu posso respirar pelo menos?
— Por que? Estava sem respirar até agora? O que você estava fazendo que não podia respirar?
— Mãe, por favor... - ela me pede fazendo sinal pra ele, eu acabo rindo e me levanto.
— Ela conta tudo amanhã - eu falo e ele me olha meio contrariado.
— Isso, amanhã! - ela abre um pequeno sorriso me agradecendo, então vem até nós, ela fica na ponta do pé pra beijar a bochecha dele e depois vem até a mim e sussurra um “Valeu”, que na linguagem dela quer dizer “muito obrigada por me salvar do meu pai louco”, eu beijo sua testa e ela sobe as escadas apressada.
— Eu não tenho moral nessa casa - ele fala fazendo drama enquanto se joga no sofá, eu acabo rindo, pego a taça de vinho e vou até ele esticando pra que ele pegue, ele revira os olhos ignorando, então se senta, se estica e pega a garrafa, ele dá um gole longo e eu faço uma cara de impressionada.
— Isso tudo é por que você ainda se lembra do que fez no nosso primeiro encontro oficial? - ele dá um sorriso orgulhoso e eu também.
— Você usou aquele vestido de propósito...
— Claro que usei, você era muito gato pra eu não tentar te seduzir - ele solta uma risada.
— Eu só era?
— Ainda tá um pouquinho - falo fazendo sinal de pouco com os dedos, ele me puxa pela cintura e me joga no sofá, já vindo pra cima de mim, eu acabo rindo.
— E você tá ainda mais linda que aquele dia...
— É, eu sei - faço uma cara de entediada e ele ri, eu o puxo pelo cós da calça e minha mão já estava entrando por dentro dela quando ele se afasta rápido demais.
— Então por isso ela saiu toda arrumada? - eu me jogo pra trás revirando os olhos.
— Aí Ian, fala sério...
— Por que eu achei mesmo que ela estava muito arrumada, aliás, até agora não entendi por que ela sua uma blusa que mostra a barriga...
— É um cropped, é moda... - dou de ombros e ele me encara como se isso não fizesse a menos diferença - Ok! Eu vou beber! - eu pulo pra fora do sofá, pego a garrafa e faço o mesmo que ele.
— Você acha que eles se beijaram? - reviro os olhos de novo e bebo outro gole - Se ele se aproveitou e colocou a mão em algum lugar que não fosse nas mãos dela...
— Você se aproveitou de mim, se eu bem me lembro e eu lembro... Sua mão foi bem além das minhas mãos - ele sorri.
— Ah eu lembro bem dessa parte e você gostou...
— Bastante - sorrio e então ele arregala os olhos.
— E se ele também fez e ela também gostou...
— Bom, então a noite dela foi bem divertida...
— Ela é nossa filha!
— Exatamente por isso espero que ela tenha aproveitado a noite...
— Eu não consigo pensar nisso...
— Então não pensa, é tão simples - dou de ombros.
— Pra você talvez, não pra mim... Não consigo pensar em outra coisa se não esse garoto abusado querendo se aproveitar dela.
— Você tá parecendo meu pai...
— Bom, agora entendo ele!
— Isso não muda todos os lugares que sua mão passou em mim naquele dia...
— Ótimo, agora estou me sentindo culpado também, você não tá ajudando.
— É só pensar em outra coisa...
— Não dá! - eu sorrio, bebo outro gole longo do vinho, então me levanto, ele está jogado no chão aos meus pés coçando a cabeça, eu o cutuco com o pé e ele me olha, então desamarro a corda do roupão e o abro lentamente, seus olhos mudam imediatamente e ele começa a abrir um leve e divertido sorriso, eu deixo o roupão escorregar pelo meu corpo e cair no chão.
— Pena que você não consegue pensar em outra coisa - faço a melhora cara de triste que consigo, me afasto dele, dou a volta pelo sofá e subo as escadas, entro no quarto e antes de alcançar a cama, ele me alcança, eu acabo rindo quando caímos na cama.
Ele acaba dormindo e eu me levanto devagar para não acordá-lo, saio do quarto na ponta dos pés e fecho a porta com cuidado, ando até o quarto ao lado, dou uma batida fraca e abro a porta, ela se mexe na cama e eu vou até lá, ela acende o abajur e se senta me olhando preocupada.
— Aconteceu alguma coisa? - eu nego e me sento na cama dela.
— Eu lembro do meu primeiro encontro e também não tinha conseguido dormir, então... Palpite de mãe - dou de ombros e ela sorri meio animada demais - E aí? Como foi?
— Foi muito legal...
— Como ele é? - um sorriso escapa da boca dela.
— Ele é engraçado, muito engraçado mesmo, eu fiquei rindo quase o tempo todo...
— Ah isso bom, gosto de pessoas bem humoradas
— Eu também.
— Ele também é muito inteligente... E ele canta, ele tem um pouco de vergonha, mas a voz dele é muito bonita...
— Hum, um cantor?! - eu faço cócegas na barriga dela, nós duas rimos - E o beijo? - ela tenta não sorrir, mas não consegue, eu me arrasto na cama dela e fico ao seu lado, encostada na cama - Uau, ele beija tão bem assim?
— Mãe! - ela esconde o rosto entre as mãos.
— NOSSA! Ele é o mestre do beijo hein...
— Eu não acredito nisso - ela fala rindo.
— No quê?
— Que você tá falando essas coisas comigo...
— Ué, eu sou sua mãe, quero ser sua amiga também... Além do mais, eu também já tive beijos bem animadinhos...
— Eu não sei se to preparada pra ouvir sobre suas pegações com o papai...
— Tá perdendo umas dicas e tanto - dou de ombros e ela ri, me olhando de um jeito divertido - Eu sou boa nesse lance de paquera e sedução...
— Deve ser, o papai faz tudo que você quer - dessa vez sou eu quem rio.
— Isso melhora quando você se casa e pode mandar ele dormir no sofá, mas você ainda vai demorar pra chegar nessa fase, pelo menos eu espero que sim - ela ri e concorda - Então, o beijo?
— Foi muito bom - ela fala, mas sinto algo errado.
— Só muito bom? - ela me olha decidindo se fala ou não.
— Foi meio estranho!
— Como assim?
— Sei lá, eu... Eu nunca tinha beijado ninguém antes e... Eu não sei se fiz certo...
— Ah nem me fala, essa dúvida é uma merda... - ela ri.
— Eu nunca vou me acostumar com você falando “merda” - eu faço uma careta.
— Mas é sério, eu também passei por isso... Será que fui muito desesperada ou muito parada ou minha língua tava travada ou se mexendo muito... Eu devia ter colocado a mão no cabelo dele ou foi um erro... Nossa, eu quase explodi naquela noite de tanto que pensei...
— E o que você descobriu?
— Eu descobri que a gente pensa demais sobre isso... Não existe beijo errado, só existe beijos que não foram feitos pra se encaixar... Então o melhor a se fazer é perguntar se foi bom pra você - olho pra ela e o sorriso reaparece - Acho que isso foi um sim...
— Acho que sim - ela dá de ombros.
— Então você beijou certo - falo sorrindo e ela também sorri - Já marcaram outra vez?
— Ele queria marcar, mas... Sei lá...
— Por que a dúvida?
— Eu... Eu sei lá... Como você sabia que o papai gostava de você mesmo e não só por que você era sei lá...
— Filha dos amantes desafortunados? - pergunto já sabendo exatamente o que se passa na mente dela, ela confirma e eu respiro fundo, coloco a mão sobre a sua e encaixo nossos dedos - Eu passei um bom tempo pensando nisso, sabe? Se eu era boa mesmo ou se só falavam isso por que eu era filha deles... Se as pessoas sorriam por que gostavam de mim mesmo ou se era só por que eu era filha deles... Era complicado e um pouco cansativo, mas eu entendi que isso não tinha que ser um problema... Eu amava meus pais e tudo que eles representavam, eles foram heróis, eles se sacrificaram, eles venceram contra todas as expectativas, eu só sentia orgulho deles e eu não queria que isso se desfizesse por conta do que os outros pensavam, então eu só... Comecei a excluir esses pensamentos, sempre que eu pensava nisso, lembrava que sim eu podia ser tão boa quanto todos falavam, por que, fala sério, eu era filha dos amantes desafortunados... - falo com a mesma animação que eu me forçava a pensar, ela ri - De todas as pessoas do mundo, justamente eles são meus pais, tipo, é muita sorte, eu era boa, eu era tão boa que era filha deles, então ou as pessoas veriam isso logo de cara ou eu iria mostrar pra elas... Aí o que era uma fraqueza ou uma dúvida, se tornou a minha maior força, toda vez que eu ficava na dúvida se alguém gostava de mim ou se era boa mesmo, eu me lembrava disso, me lembrava que eu era filha deles e tudo parecia mais fácil... - dou de ombros.
— Então acho que sou melhor que você - ela dá de ombros também - Por que eu sou neta dos amantes desafortunados e tenho os melhores pais do mundo... - eu sorrio emocionada - Mesmo que meu pai fique escondido atrás da porta e seja um homem das cavernas - ela fala e olho pra porta, Ian aparece e dá de ombros enquanto entra pelo quarto.
— Não acredito - acabo rindo quando ele alcança a cama e se junta a nós.
— Eu só precisava saber se tinha que ter umas aulas com o Pyter pra poder quebrar a cara de algum adolescente abusado... - ela ri.
— Eu disse... Homem das cavernas - ela fala como se fosse óbvio, ele abraça e beija sua cabeça.
— Eu sei que sou chato, mas é que eu te amo muito, então será que você pode ter um pouquinho de paciência comigo?
— Você É um home das cavernas, É um ogro, É chato pra caraca as vezes, mas eu te amo - ela fala e mesmo só com a luz do abajur vejo quando ele sorri emocionado, puxa ela pra outro abraço e afunda o rosto no seu cabelo.
— Eu só queria que você fosse feliz sem nenhum garoto por perto, de preferência dentro de casa e do meu lado... - a risada dela é ainda mais forte, ela se afasta do abraço dele e me olha.
— Tem certeza que esse cara aqui que te dava beijos bem animados? - ela pergunta com ironia e eu acabo rindo.
— Acredite ou não, ele sabia como animar um beijo...
— PÉROLA! - ele parece realmente chocado e nós duas rimos.
— Do tipo que escorrega a mão e tudo...
— Uau, quem diria hein pai, com essa carinha de príncipe aí...
— Ok, vamos dormir, isso não é assunto pra você - ele fala já se levantando da cama.
— Por que não? Eu já tive meu primeiro encontro...
— E se continuar tão interessada em beijos animados e mãos que escorregam, teve o ultimo também...
— Ele é tímido - eu sussurro pra ela.
— É melhor a gente dormir - ele fala me fazendo sinal pra levantar.
— Acabei de me lembrar que quando o cinema do Distrito inaugurou nós fomos em uma sessão a noite...
—  Ah não, você não vai ficar falando essas coisas pra ela... - ele dá a volta na cama e tenta me puxar.
— Ele escolheu as cadeiras do fundo e nossa - eu me abano rindo e ela também - Eu nem lembro o nome do filme.
— Pelo amor de Deus, Pérola, ela é nossa filha...
— Bom, isso só aconteceu graças a coisas como essa ou eu teria acabado virando freira... - ele tanta não rir.
— Eu não acredito que você fala essas cosias assim...
— Ian, ela sabe o que é um beijo e que não foi uma cegonha que colocou ela na nossa chaminé...
— OK! Você não toma mais vinho - ele fala e dessa vez consegue me fazer levantar, Louise está rindo tanto que está quase sem ar - Nós podemos só... Esquecer essa parte da conversa?
— AH não mesmo, foi mal pai, mas agora seu segredo foi revelado... Você era um garanhão...
— Garanhão? Que linguagem é essa? Ai meu Deus, eu espero realmente que isso seja um pesadelo - ele fala com tanto drama que só rimos ainda mais.
— Vai lá, vai, leva a mamãe pro quarto... Só não encontrem a cegonha pelo meio do caminho, não sei se me acostumaria com um irmãozinho agora - la dá uma piscada e enquanto eu acho graça ele apenas fica parado em choque.
— Eu preferia quando você não sabia falar...
— Tarde demais, garanhão... - ela implica com ele enquanto se ajeita debaixo das cobertas.
— Se eu tiver um infarto, a culpa é de vocês duas - ele avisa, ela ri e apaga a luz do abajur, nós saímos do quarto e ele fecha a porta.
— É garanhão, cuidado com esse coração hein - eu falo batendo a mão na direção do coração dele, solto uma risada e vou pro nosso quarto, me jogo na cama e depois de alguns segundos ele se deita ao meu lado, eu me ajeito grudando meu corpo ao dele e me sentindo relaxar quando ele quebra o silêncio.
— Você acha que ela sabe mesmo o que é sexo? - eu não me seguro e solto uma gargalhada alta, levo alguns segundos pra me recuperar e ele me olha como se não entendesse a graça.
— Eu amo você - falo quando recupero o fôlego, beijo sua boca rapidamente e volto minha cabeça pro seu peito com um sorriso divertido no rosto.


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Notas finais do capítulo

Oi, de novo, gente estou de volta, agora teremos um capítulo por semana, só não prometo qual dia da semana rs mas teremos, isso eu prometo.
Bom, nesse tempo que tive, organizei umas coisinhas e terminei meu livro, estou postando aos poucos... Vou deixar o link no final... Antes quero só avisar que tentei responder umas mensagens mas estou como bloqueada :( então se vc não teve resposta minha é por isso...
ENFIM... estou amando voltar, espero que ainda acompanhem a fic (e meu projeto também) (na verdade são dois, aiaiai kkk)

Até a proxima

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