Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 23
O evento...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e ... Comentem, por favorzinho rs



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Já são quase sete horas da noite quando bato pela quarta vez na porta do quarto, Keyse está lá dentro desde que terminou o banho, o que foi a quase duas horas atrás e mesmo que ela demore muito pra se arrumar, dessa vez ela está conseguindo bater todos os recordes.
— Pai, a gente já tá pronto a maior tempão, que saco! – Lucca fala já parecendo realmente entediado.
— Eu sei, cara, eu também, mas falta sua mãe! Cadê o Theo?
— Tá na cozinha! – ele dá de ombros e joga a cabeça meio pra trás, eu acabo rindo do drama dele, mas me lembro de outra coisa.
— Ele não tá comendo o bolo, tá? – ele faz uma cara de confuso.
— Que bolo?
— AHHHH NÃO... THEO! THEO... – eu grito por ele já descendo as escadas, Lucca desce junto comigo, quando chego na cozinha, Theo abaixa as mãos rapidamente e me espera com a cara mais sonsa que consegue – Você tava comendo, não tava?
— Não – ele nega com as mãos pra trás.
— Deixa eu ver suas mãos, então...
— Pai, fala sério...
— As mãos! – ele revira os olhos e me mostra as mãos ainda sujas de chocolate.
— A mamãe tá demorando, eu fiquei com fome – ele me dá aquele olhar meio arrependido e tenho que confessar que essa espera toda também tá começando a me irritar, sem falar que Pérola vai matar a gente, o evento começa as oito, mas ela insistiu que tínhamos que chegar pelo menos uma hora mais cedo.
— Será que tem algum homem disponível nessa casa pra me ajudar a descer? – a voz da Keyse nos alcança e os meninos correm comemorando que ela já está pronta, vou logo atrás e quase tropeço neles quando param de repente de frente pra escada.
— CARACA MÃE, VOCÊ TÁ MUITO GATA! – Theo fala quase gritando de admiração.
— Muito gata mesmo, quando eu tiver uma namorada tem que ser assim – Lucca fala e Theo ri já concordando de um jeito meio malicioso.
— E você? Nem um elogio? – ela pergunta ainda parada no topo da escada com um sorriso provocante, eu desço meus olhos por ela mais uma vez, tentando encontrar a palavra certa, mas sem nenhum sucesso, ela está com um vestido branco, longo, justo ao corpo, um tecido suave que parece deslizar pela sua pele, ele tem algumas pedras brilhantes, com um decote que desce entre os seios dela, na lateral um rasgo sobe até o meio de suas coxas, está com uma sandália de salto alto, os olhos castanhos destacados, parecendo hipnotizantes e a boca num tom vinho mais do que convidativo. Sem ter o que dizer passo pelos meninos, subo as escadas e paro na frente dela com a mão oferecida a ela, um sorriso deslumbrante surge nos seus lábios e mesmo já tendo visto ela de centenas de maneiras diferentes, sinto meu coração perder uma batida quando ela sorri pra mim e sem nenhuma surpresa, mas ainda assim impressionante, eu me pego me apaixonando por ela mais uma vez.
— Você está perfeita e eu não consigo olhar pra nenhum outro lugar que não seja você! – seus olhos já destacados brilham intensamente e o sorriso aumenta.
— Eu te beijaria agora se isso não fosse borrar meu batom – ela dá uma leve risada e eu poderia pegar ela no colo agora, leva-la para o quarto e não sair de lá nem tão cedo, mas me contenho.
— Nós teremos muito tempo mais tarde e acredite iremos precisar de cada segundo – eu sorrio e beijo sua mão, ela também sorri.
— Será que agora a gente pode ir? – Lucca reclama já impaciente.
— Sim, senhor apressadinho – ela fala fazendo uma careta, então encaixa o braço no meu e descemos as escadas, entramos no carro e os meninos começam uma discussão sobre quem conseguiu colocar o cinto mais rápido, mas assim que chegamos no local, eles esquecem, pulam do carro e correm até o Ryan que está ao lado da Nathy e da Bella.
— A Pérola vai comer vocês dois vivos! – ele avisa assim que nos aproximamos – E UAAAU, você tá muito gata – ele fala olhando pra Keyse parecendo impressionado.
— Bom, hoje a noite é minha também – ela dá de ombros e sorri orgulhosa de si mesma, então me dá um beijo de longe e avisa que vai encontrar a Pérola. Hoje é o desfile da nova coleção da Pérola e a inauguração do novo atêlie/loja que será aberto a clientes e já é considerado um dos mais destacados e provavelmente será um dos mais elogiados e a Keyse que foi responsável não apenas pelo andamento da obra, mas também por todo layout do local, as ideias de como o lugar ficou foram basicamente todas dela, ela passou dias, semanas, meses, pensando e planejando sobre cada detalhe do lugar e está muito orgulhosa do seu trabalho e eu muito orgulhoso dela.
— Cara, você não devia deixar ela sozinha vestida daquele jeito – Ryan fala implicando comigo.
— E você deveria tomar conta da sua mulher, aliás... Você também tá muito gata – eu falo piscando um dos olhos pra Nathy que sorri e trocamos dois beijos na bochecha.
— Pyter! Será que podemos fazer algumas perguntas? – uma mulher vestida com um terno cinza, chapéu engraçado e uma saia longa se aproxima com um microfone, seguida por mais duas câmeras.
— Claro, mas eu costumo cobrar depois da terceira – eu falo e ela solta uma gargalhada alta e estranha demais.
— Por que você ri assim? – Theo pergunta achando graça.
— Theo! – eu o repreendo mas ele dá de ombros me olhando como se não soubesse o por que da repreensão.
— Oh meu Deus, como você é lindo e está tão grande! Esses olhos azuis... Parece um boneco de tão lindo... Quantos anos eles já tem? – ela pergunta encantada olhando tocando o rosto do Theo e já olhando pro Lucca, a camêra também já está filmando eles e como Keyse costuma dizer, eles gostam tanto de atenção quanto eu, por isso estão sorrindo e acenando, Bella entra na onda com eles.
— A gente tem nove! Mas eu sou mais velho.
— 2 minutos! – Lucca rebate.
— Não interessa, fica quieto que ela tava falando comigo – a mulher ri novamente, dessa vez menos escandalosa.
— E vocês já sabem o que querem fazer quando crescerem?
— Eu quero ser modelo! – Bella fala fazendo uma pose engraçada.
— Bella, ela perguntou pra eles – Nathy repreende.
— Não, tudo bem, eles são um ótimo trio! E você leva muito jeito pra modelo – Bella sorri orgulhosa.
— Eu vou ser lutador, igual meu pai, só que vou ganhar mais medalha e ser muito mais forte – Lucca fala fazendo uma pose pra mostrar o musculo, eu acabo rindo.
— Ainda estamos trabalhando essa questão da humildade – eu falo passando a mão pelo cabelo dele, que ri dando de ombros.
— Eu acho que eu vou ser igual meu avô, trabalhar na padaria ou igual meu tio e ficar perto dos aerodeslizadores – Theo dá de ombros ainda muito indeciso.
— E eu tenho certeza que vocês três vão ter muito sucesso – ela fala e eles sorriem orgulhosos.
— Como se diz?
— Obrigado – eles três falam juntos e depois quando veem alguns colegas chegando correm até eles.
— Eles estão lindos, meus parabéns!
— Obrigado! – sorrio orgulhoso vendo eles dois correndo animados.
— E o que devemos esperar dessa noite? – ela pergunta e eu sorrio daquele jeito que já estou acostumado a fazer para as câmeras e por quase cinco minutos respondo algumas perguntas, até que peço licença e vou dar uma circulada pelo lugar, encontro meus pais, mamãe com uma taça de champanhe fazendo careta e dizendo que não gosta dessas frescuras e papai rindo e dizendo que ele pode tentar achar algo que ela goste, mas ela se recusa a ficar sozinha, fico um pouco com eles até que Miguel que é um professor da escola vem puxar papo comigo, me junto com outras pessoas e conversamos por algum tempo, até que o inicio do desfile é anunciado, todos tomam seus lugares, as luzes mudam, a musica também e todas as câmeras ficam apontadas para a passarela, Hazel aparece primeiro e é aplaudida, ela fala alguma coisas sobre a nova coleção, sobre ser uma nova aposta de estilo e a nova parceria, então anuncia a passarela aberta, as luzes piscam quando ela sai, um pouco de fumaça deixa a ansiedade da maioria acesa e alguns gritos animados podem ser ouvidos, até que a primeira modelo entra recepcionada por aplausos, flashs disparam, sorriso são dados e cores e mais cores invadem o lugar, cada uma delas carrega uma flor simbolizando o inicio da primavera e ao que parece todos estão adorando tudo, mas os aplausos e gritos realmente ficam fortes quando um modelo em especial entra na passarela, por mais que tenha feito cara feia, Pietro sobe sorrindo e parecendo adorar o momento estrela, ele está com uma camisa de botões aberta que mostra o corpo dele e arranca um grito tão alto de uma garota atrás de mim que eu tenho quase certeza que posso ter ficado surdo de um ouvido, Theo e Lucca estão rindo orgulhosos dos gritos de todas as garotas.
— Ela chamou ele de gostoso – Lucca fala quase gritando no meu outro ouvido bom e ri como se isso fosse a coisa mais engraçada que ele já ouviu.
— É por que ela nunca me viu sem camisa – eu falo rindo e dando uma piscada de olho.
— Já sim, saiu num jornal uma vez – ele fala me desmentindo, eu rio, mas faço uma careta pra ele ficar quieto, Pietro sai da passarela e os gritos diminuem bastante, porém na segunda aparição dele, retornam ainda mais fortes, mesmo que dessa vez ele esteja com todas as peças de roupa fechadas, ele dá um aceno e aponta para os meninos que riem animados e ficam em pé na poltrona balançando os braços, depois de mais algumas passagens, o desfile acaba, Hazel retorna a passarela mais aplaudida que antes, faz um breve discurso e então anuncia Pérola, ela entra sendo aplaudida de pé, tenta disfarçar a vergonha mas como a conheço desde sempre, sei que está quase desmaiando de nervoso, mesmo assim, ela pega o microfone e faz um breve porém confiante discurso, então anuncia as duas novas parcerias, Luiza, a nova “amiga colorida” do Pietro e também a nova designer de bolsas e Keyse, que com a confirmação das palavras de Pérola, “foi a melhor arquiteta e mestre da reforma”, os aplausos voltam tão fortes como antes e eu quase explodo de orgulho vendo Keyse lá em cima.
Quando o desfile oficialmente se encerra, fica aberto o coquetel, as entrevistas, fotos e o passeio pelo lugar, os meninos correm para a mesa de chocolates e como estão perto dos meus pais, eu deixo eles e vou atrás da Keyse, esbarro em algumas pessoas, sou cumprimentados por outros e quando finalmente a vejo, um homem alto, de terno e que parece sorrir demais, se aproxima dela, pega sua mão e coloca uma beijo demorado, Keyse sorri, ele se aproxima mais dela e fala algo que a faz rir, então me apresso e chego junto deles, o sorriso dela se alarga instantaneamente quando me vê e por um segundo só enxergo ela.
— Pyter Mellark, um prazer conhecê-lo – o homem fala me esticando a mão, forço um sorriso e aperto com firmeza – Stuart Blanco – ele se apresenta sem parecer abalado – Eu estava aqui dizendo a Keyse o quanto estou impressionado com o trabalho que ela teve, já tive arquitetos renomados que mal sabiam onde colocar uma coluna sem o risco de desabamento – ele dá uma risada meio ensaiada e eu forço um sorriso.
— Se o senhor me der licença, estão pedindo uma foto minha com a minha esposa – eu falo e ele sorri com um aceno de cabeça, murmura um “mas é claro” enquanto eu passo meu braço pela cintura da Keyse e a trago comigo.
— Uau, você não deveria ser tão simpático assim – ela fala com ironia, eu continuo levando-a até o outro lado do salão – Você já conhecia ele?
— Nunca vi antes!
— E por que toda aquela antipatia?
— Não fui antipático! – dou de ombros e pego duas taças de champanhe que o garçom oferece, quando olho pra ela, um das suas sobrancelhas está erguida daquele jeito que ela sempre faz quando acha que estou mentindo, eu lhe dou um beijo rápido nos lábios e lhe entrego a taça, ela aceita mas ainda parece desconfiada – A Pérola não deveria ter te chamado na passarela.
— Por que não?
— Por que você está tão linda que ninguém nem conseguiu enxergar elas do seu lado... – um sorriso começa a se abrir nos seus lábios e ela se aproxima ainda mais em mim, segurando na lapela do meu terno azul escuro, ela deixa nossas bocas o mais próximo que consegue sem deixar que elas se toquem.
— Continue assim e talvez você se dê bem essa noite... – nós dois rimos.
— Ah eu serei um bom garoto!
— Não tão bom – ela sorri de um jeito malicioso então bebe um gole do champanhe, eu já estava a ponto de lhe dar uma resposta quando meus olhos focam na cena que acontece atrás dela, no canto do salão, um garçom está servindo as taças de champanhe quando vejo Louise pegando uma.
— Droga! – xingo e antes de explicar pra Keyse eu me afasto dela e vou até lá, assim que me vê indo na sua direção ela coloca a taça em cima da mesa que estava próxima.
— Você acha que eu não vi? – suas bochechas ficam coradas e mal vejo sua respiração, continuo parado na frente dela, encarando-a e esperando uma resposta.
— Eu achei que fosse soda – eu a encaro visivelmente duvidando, ela solta o ar – Por favor não conta pro meu pai. Nem pra minha mãe!
— Você sabe que não tem idade pra isso, não sabe? – ela revira os olhos.
— Eu só ia experimentar, tá todo mundo bebendo...
— Todo mundo é maior de idade e adulto, você não!
— Eu não sou mais criança! – ela me encara com as mãos na cintura e tenho que admitir que ela realmente cresceu, não é mais aquela menininha pirracenta, quer dizer, ainda tem seus momentos, mas cada dia que se passa ela deixa de ser uma menina e é uma das garotas mais lindas que já vi, embora lembre bastante a Pérola, ela tem uma beleza única, os cabelos não são tão loiros quanto os da mãe e os olhos são cor de mel como os do pai, mas seus traços são delicados, quase que como feito por um lápis, mas apenas os traços são delicados, por que seu gênio está cada vez mais forte – Ela tá vindo, por favor, não fala pra ela, depois a gente conversa, por favor? – ela pede rápido e segura minha mão.
— Loui, preciso de você em umas fotos, será que você pode fazer isso por mim? – Pérola pergunta e Louise olha pra mim, eu faço sinal pra ela ir.
— Mas eu não vou fazer nenhuma daquelas poses ridículas – ela avisa pra Pérola já fazendo uma careta, Pérola revira os olhos.
— Basta sorrir e não morder ninguém – ela fala já puxando Louise junto com ela – AH, a Keyse tá demais, deveria ficar de olho nela ein – ela fala rindo e vai na direção dos fotógrafos, então olho em volta atrás da Keyse e depois de uma volta, encontro-a no outro salão perto de uma parede de vidro conversando algo que deve ser muito interessante com aquele mesmo homem de antes, ele mostra algo a ela em um aparelho dele e ela parece impressionada, a conversa parece muito empolgante.
— Acho que vamos ser expulsos – Ryan fala ao meu lado me distraindo – Aqueles três acabaram com toda chocolate e morango da mesa e agora estão numa missão exterminadora com os canapés...
— Eles estão em fase de crescimento – eu falo e forço um sorriso mas ainda olhando para Keyse a alguns metros de nós, ela ainda não me viu.
— Quem é o figurão?
— Um tal de Stuart alguma coisa...
— Stuart Blanco?! – Nathy aparece quase no nosso meio e parece realmente impressionada.
— É, acho que é isso!
— Oh meu DEUS! É ele mesmo. O que ele quer com a Keyse?
— Não sei se você percebeu, mas eu tô aqui com vocês e não tenho super audição...
— Alguém tá com ciúmes? – Ryan pergunta já se divertindo.
— Ah não enche!
— Deveria ficar mesmo! – eu encaro Nathy e ela dá de ombros – Você sabe quem ele é, não sabe?
— Deveria saber? – ela ri.
— Com certeza! Ele é tipo... O maior e mais cobiçado solteirão da Capital, a estrela deles, sem falar que ele é meio que podre de rico, tem sei lá quantos prédios espalhados por Panem inteira e ainda tá lançando uma carreira de cantor, e olha com aquela voz rouca, ele poderia cantar pra mim o dia inteiro...
— Bom saber – Ryan fala e ela ri e o beija.
— Mas claro que eu prefiro sua total desafinação – eles riem e se beijam de novo e eu já estava saindo do lugar pra ir até lá quando Pérola passa por nós na direção deles, ela interrompe o papo dos dois, cumprimenta o tal Stuart e sai puxando Keyse junto com ela.
— Você também – ela agarra meu braço quando passa por mim e praticamente nos arrasta para o meio do espaço montado para as fotos e entrevistas e então por quase vinte minutos somos encurralados, fotografados, perguntados e admirados, não só nós três, mas todos os outros que fizeram parte do desfile, quando finalmente somos liberados, Keyse se apoia em mim fazendo uma careta.
— Eu não comi nada, tô morrendo de fome!
— É o que acontece quando fica conversando ao invés de aproveitar a festa – ela me olha meio confusa.
— Pai, a gente pode dormir no tio Ryan hoje?
— Claro que pode, eu e seu pai, precisamos mesmo conversar hoje – ela responde e me dá um daqueles sorrisos que me faz rir não importa quanto incomodado eu esteja.
— Vocês não vão conversar nada, vão ficar se beijando – Lucca fala fazendo uma careta, nós acabamos rindo e ele corre pra contar a resposta pro Theo e pra Bella.
— Quanto tempo temos que continuar aqui? – eu pergunto passando minhas mãos pelas costas e pelo ombro dela, um sorriso aparece e ela parece pensar sobre isso.
— Mais umas meia hora?
— Tudo isso? – ela ri.
— Por favor?
— O que tem de tão bom aqui?
— É meu primeiro evento como uma futura arquiteta, eu gostaria de aproveitar um pouco mais da atenção...
— E você tem recebido bastante né?
— Agora eu entendo por que você adora tanto isso – ela fala rindo – Eu adoro ser paparicada!
— Eu posso fazer isso, o que você quiser – ela sorri.
— Mas é sua obrigação, pelo menos se quiser dormir na cama – eu acabo rindo.
— Você falou com ele, conta... Ele é tudo isso mesmo? – Hazel e Nathy entram no nosso meio, praticamente me empurrando.
— Quem? – Keyse ri mas parece confusa mesmo.
— Como assim, quem? O Stuart Blanco... – Nathy fala como se fosse óbvio e esse cara tá realmente começando a me irritar, piora quando Keyse reponde quase tão animada quanto elas.
— Ah ele é incrível, sério, ele sabe falar sobre qualquer coisa, sem falar que ele é um gato e muito, muito cheiroso... – as três riem e Hazel pergunta mais coisa, elas mal me enxergam perto delas, então simplesmente saio e deixo elas conversando, ando pelo lugar e vou até o bar que está montado, peço um copo de uísque e dou um gole longo, a bebida desce queimando minha garganta mas não me importa e dou mais um gole terminando a dose, coloco o copo no balcão e aponto pedindo mais uma dose, logo o copo está cheio de novo, saio do bar com o copo na mão, caminho pelos corredores olhando a parede com todos os prêmios e fotos da Pérola, até que um barulho vindo da parte de trás de algumas colunas me chama atenção, vou até lá e levo um segundo pra reconhecer Pietro e Luiza, assim que me vê ela o empurra, abaixando o vestido e passando a mão pelo cabelo e rosto.
— Não queria atrapalhar – eu falo me divertindo um pouco com o susto que ela levou.
— Já atrapalhou né? – Pietro fala e ela lhe dá um tapa, ele ri, vem até mim e pega o copo da minha mão, cheira e então dá um gole – Tá me devendo essa!
— Não tô te devendo nada – ele faz uma careta e me devolve o copo – Parabéns por hoje, ouvi muitos elogios pela coleção – eu falo e Luiza sorri orgulhosa e menos envergonhada.
— Obrigada, é tipo um sonho realizado.
— Desde quando você bebe uísque? – Pietro pergunta mudando de assunto enquanto voltamos pelo corredor que eu estava antes.
— Desde quando eu sou crescidinho demais pra ter que dar satisfação do que bebo ou não – ele levanta as mãos fazendo uma cara de surpreso.
— Parece que alguém precisa de outra dose – Luiza fala e solta um sorriso divertido.
— Por que vocês não voltam lá pra trás e terminam o que estavam fazendo?
— Por que você cortou nosso clima! – Pietro responde como se fosse óbvio.
— Agora ele tem que merecer novamente – ela fala e eles se olham rindo, eu reviro os olhos.
— Você não respondeu minha pergunta.
— Sim, eu respondi, só não do jeito que você queria...
— Aconteceu alguma coisa – ele conclui e eu dou um gole longo que termina a dose.
— Vou pegar mais um! – aviso levantando o copo pra eles, então olho pra frente e vejo a Keyse e Hazel de novo de papo com o tal Stuart – Talvez dois! – saio andando na frente e passo por eles três, chego no bar e peço outra dose, logo sou atendido.
— Valeu por não ter falado nada – Louise fala parando na minha frente parecendo um pouco arrependida.
— Você promete que foi a ultima vez que você tentou bancar a adulta?
— Eu juro! – ela fala e me estica o dedo mindinho, num juramento que sempre fazemos e que nunca pode ser quebrado, eu sorrio e encaixo meu dedo ao dela.
— Eu já vou com o vovô e a vovó – ela fala dando de ombros, eu sorrio e beijo sua testa, depois sua bochecha.
— Boa noite – ela sorri e também me deseja boa noite, então sai com meus pais que me dão um aceno de despedida, Ryan, Nathy e as crianças também já vão, os meninos correm até a Keyse pra se despedirem e quase a derrubam, mas claro que o Stuart rapidamente a ajuda, depois os meninos correm até mim, me dão os beijos de boa noite, eu aviso para terem juízo e dormirem logo, mesmo sabendo que as duas coisas são impossíveis, mesmo assim eles dizem que farão e saem animados, eu continuo parado no bar até que Pietro volta e para do meu lado, pede uma dose de bebida pra ele e me olha curioso.
— Não sabia que você era do tipo ciumento! – ele fala e eu o encaro sério.
— Por que você não vai atrás da sua namoradinha? Garanto que deve ter um monte de canto vazio por aí... – ele ri.
— Ela não é minha namorada e... Vamos resolver nossa questão mais tarde, ela tá tirando umas fotos
— Aliás, mandou bem como modelo ein, deveria investir – falo rindo e bebo um gole do uísque, ele também ri.
— As garotas gostam, recebi uns quatro números de telefone hoje...
— E a namoradinha?
— Ela não é minha namorada! E só ela me deu dois dos quatro números.
— Eu juro que nunca vou entender o rolo que vocês tem! – ele ri.
— Nós somos amigos. Quando ela precisa de algo mais que um amigo e não tem ninguém, ou eu não tenho ninguém, então nossa amizade tem benefícios – ele explica como se fosse óbvio.
— Vocês são malucos!
— É, acho que somos – ele sorri de um jeito que não parece apenas ser diversão, mas como sei que ele vai negar, deixo quieto por hoje.
— Você foi tão incrível hoje – Pérola fala vindo até nós de braços abertos pro Pietro que a abraça apertado e beija sua bochecha – Sério, muito obrigada, você arrasou!
— Tudo pela minha irmãzinha!
— E pelos quatro números que conseguiu hoje – eu falo e Pérola olha pra ele como se estivesse surpresa.
— E a Luiza? Achei que estivessem juntos...
— A gente é só amigo!
— Por isso seu olho brilha quando fala dela? – ela pergunta e ele revira os olhos.
— Meu olho não brilha!
— Brilha sim – concordo com Pérola e ela bate na minha mão comemorando nossa parceria.
— Vocês deviam se assumir!
— Eu estava falando isso agora!
— E você devia assumir que tá aqui se rasgando de ciúmes da Keyse – ele fala e o olhar da Pérola muda pra mim, ela me olha como se analisasse cada pedaço meu, então pega o copo da minha mão e cheira.
— Uísque? Você odeia uísque!
— Não odeio, não! – eles dois me encaram e em resposta bebo tudo de uma vez e coloco o copo no balcão – Por que você não vai tirar mais foto ou sei lá o que as estilistas famosas fazem?
— Tá sentindo? Toda essa hostilidade, ele mal consegue se conter – ela fala com Pietro me ignorando, eu reviro os olhos de novo.
— Pérola, ainda bem que te encontramos, você não vai acreditar – Hazel fala animada, vindo acompanhada de Keyse e Stuart, eu me viro pro garçom e aponto pro copo de novo, ele enche e quando olho pro Pietro ele esta com aquele sorriso vitorioso, desvio os olhos dele e volto a atenção pra Hazel que conta animada sobre o novo projeto do Grande Stuart, ele vai gravar algumas filmagens para um novo projeto dele e quer Pérola responsável por todo figurino, como se não bastasse, quer Keyse responsável por toda organização do lugar, decoração, estrutura, tudo que tenha a ver com o cenário.
— Na Capital? – pergunto enquanto elas apenas comemoram.
— Na verdade eu adorei o Doze e acho que aqui é o lugar certo pro que eu tô pensando em fazer – ele fala e elas sorriem animadas.
— É claro que aceitamos, vai ser muito bom, por mim, nós temos um acordo – Pérola fala e aperta a mão dele que sorri satisfeito.
— E você Keyse, o que me diz? Meu cenário pode contar com seu talento recém descoberto? – ele estica a mão pra ela que nem precisa pensar duas vezes e aperta sorrindo.
— Vai quebrar o copo – Pietro sussurra no meu ouvido e eu o ignoro.
— Sua esposa tem um grande futuro, vai ser uma honra ter o nome dela em um dos meus projetos – ele fala pra mim como uma simpatia irritante.
— Claro que será! – forço um sorriso e Pérola sorri vitoriosa.
— Agora eu preciso ir, mas eu adorei cada segundo – ele fala e olha pra Keyse de um jeito mais demorado, acena pra todos e sai, solto o ar.
— Babaca – o xingamento que deveria ficar apenas no meu pensamento, escapa da minha boca e todos os olhares vem pra mim.
— Qual seu problema com ele? – Keyse pergunta curiosa – Você não foi com a cara dele desde cedo – eu dou de ombros.
— Quer saber qual o problema dele? – Pietro pergunta já se divertindo.
— Fala logo – ela exige mas eu o encaro sério, ele dá de ombros e bebe um gole do copo dele.
— O problema do Pyter é que ele não é tão todo poderoso e diferente quanto ele pensava – Pérola que não se intimida com nenhum dos meus olhares e responde.
— Quê? Como assim? Do que vocês tão falando?
— Que o Pyter sempre se achou muito melhor e mais liberal que todo mundo aqui, mas no fundo é um pobre mortal tanto quanto nós...
— Pérola, eu só entendo linguagem normal e não esse dialeto de vocês – Keyse fala confusa, Pérola ri e me olha.
— Ela não tem nenhuma entrevista pra dar agora não? – pergunto pra Hazel.
— E perder a revelação da noite, não mesmo! – reviro os olhos e bebo.
— Alguém pode falar o que é?
— Ele tá com ciúmes, tá morrendo de ciúmes, na verdade ele tá tendo pequenas convulsões a cada cinco minutos e se o Stuart ficasse aqui mais dois minutos ele teria caído morto no chão – ela fala se divertindo e sorrindo orgulhosa, Keyse parece surpresa, então olha pra mim.
— Você tá... Por isso que... Eu não acredito que você tava com ciúmes – ela fala sem conseguir disfarçar o sorriso que aparece.
— Será que a gente pode ir agora? – pergunto e ela sorri mais ainda.
— Você não vai dirigir – ela avisa e tira o copo da minha mão, enfia a mão no meu bolso e pega a chave – Até amanhã – ela fala acenando pra todos.
— Não vai chorar em Pyter – Pérola fala e eu aponto o dedo do meio pra ela, posso ouvir sua risada, Keyse entra no carro e logo saímos do estacionamento, fazemos o caminho rápido e sem problemas, ela para em frente de casa e saímos do carro, entramos em casa e ela para no primeiro degrau da escada, cruza os braços e me encara, eu paro e apenas a encaro de volta.
— Então?
— Então o quê? – pergunto dando de ombros.
— O que a Pérola disse...
— O que tem?
— Pyter! – ela para e coloca as mãos na cintura – Você estava ou não com ciúmes?
— Claro que estava! – eu respondo francamente e ela parece ter levado um choque e me encara surpresa.
— Mas... Você nunca teve isso, Pyter, eu achei que isso era coisa de amadores... – ela fala repetindo a mesma frase que eu já disse mil vezes – Eu não acredito que você realmente estava com ciúmes – eu solto uma risada meio abafada e ela me encara.
— O cara estava te comendo com os olhos, ele mal desviava os olhos de você e toda vez que eu saia de perto lá estava ele tentando te impressionar...
— Ele não estava tentando me impressionar!
— Jura?
— Tá, talvez um pouco.
— Viu! Ele estava babando por você e nem conseguia disfarçar – falo irritado só de lembrar e ela abre um sorriso satisfeito – Por outro lado eu ate entendo ele...
— Entende?
— Claro, você está completamente, totalmente e impressionantemente incrível! – eu me aproximo dela e toco seu rosto, ela abre um sorriso – Todos os dias que eu vejo você te acho a mulher mais linda do mundo, mas hoje, hoje você conseguiu superar todos os outros dias, você tá perfeita... – eu subo no degrau onde ela está e passo meu braço pela sua cintura deixando nossos corpos colados – Então sim, eu estava e ainda estou morrendo de ciúmes de você, por que eu sei que qualquer outro cara estaria louco por você – ela ri e passa os braços por trás da minha cabeça, seus dedos penteam meus cabelos e ela aproxima a boca da minha.
— Mas eu sou sua! – ela fala quase que sussurrado e dessa vez o sorriso que se abre é o meu.
— E eu sou um desgraçado sortudo! – ela ri e então eu a pego no colo, ela solta um pequeno grito de surpresa mas logo se segura em mim rindo, eu subo as escadas, ela abre a porta do quarto e entro, chuto a porta pra que se feche mesmo que a casa seja só nossa hoje e caminho até a cama, coloco- a deitada no meio e ela abre um sorriso e me puxa pelas lapelas do terno, me fazendo quase cair em cima dela, mas logo estamos nos beijando, forte e com paixão, minha mão sobe pela abertura lateral do vestido dela enquanto ela se move e fica por cima de mim, então ela para de me beijar, afasta minha mão dela e quando olha minha cara decepcionada, ela ri, escorrega pro canto da cama e tira as sandálias enquanto eu continuo jogado na cama observando-a, ela joga as sandálias pro canto do quarto e então sobe na cama, ela realmente fica em pé na cama me olhando com aquele jeito sedutor e malicioso que só ela consegue fazer.
— Tudo isso... – ela fala e abre levemente os braços – O cabelo, a maquiagem, o vestido... Nada disso era pra ele ou pra qualquer outro cara... Tudo isso – ela desce as mãos pelas laterais do corpo de um jeito sexy, porém engraçado, nós rimos e então ela volta pro seu discurso – Isso tudo é pra você! Pro meu marido, pro homem que eu amo mais do que eu posso dizer e que fica muito, muito, muito sexy quando tá com ciúmes – ela fala e eu acabo rindo de novo, então também fico em pé na cama – Tira os sapatos – ela exige rapidamente e eu os tiro ainda mais rápido e jogo em qualquer lugar do quarto, então a puxo pra junto de mim e ela sorri satisfeita.
— E você fica muito, muito sexy, o tempo todo – ela ri e coloca as mãos na minha nuca – E eu acabei de me apaixonar por você de novo! Na verdade isso meio que acontece toda vez que eu olho pra você... – antes que consiga dizer mais alguma coisa ela me beija novamente com paixão e dessa vez não paramos, nossas roupas são arrancadas e jogadas pra algum canto do quarto e a única coisa que importa somos nós dois.
— É sério, eu tô com muita fome – ela fala colocando a mão sobre a barriga e fazendo uma careta.
— O que você quer comer? Sanduiches de queijo ou com geléia? – ela ri.
— Você com certeza precisa aumentar suas habilidades na cozinha.
— Estou satisfeito com meus sanduíches – dou de ombros  e ela ri.
— Vocês já tem dois domingos na padaria, tecnicamente você deveria ter aprendido algo...
— Eu aprendi! Que a Dona Belinda, não gosta de pão branco e ela nunca tem dinheiro trocado – eu falo e Keyse ri.
— Anda, levanta, eu tô com fome e não acredito que você não esteja...
— Ah eu tô, com muita fome – dou um sorriso então vou pra cima dela, prendendo-a embaixo de mim enquanto beijo seu pescoço, sua gargalhada é alta mas ela tenta me empurrar e se esquiva saindo da cama.
— Pra ter mais disso aqui – ela abre os braços completamente nua na minha frente – Eu preciso comer alguma coisa antes – ela fala e puxa o roupão que fica pendurado ao lado da cama, ela veste e eu perco minha visão preferida, por isso faço uma cara triste – Te espero lá embaixo – ela avisa, manda um beijo no ar e sai do quarto, eu reviro na cama, pego minha cueca, visto e então desço, ela já está juntando tudo que pode ser feito e me entrega uma faca e um tomate, eu faço uma careta mas vou pra pia pra poder cortar.
— Você não me disse o que achou da proposta do Stuart...
— Será que a gente pode não falar desse cara agora, hoje, na verdade, nunca mais? – pergunto fazendo uma cara de alegria, ela para encostada na mesa e me encara.
— Pyter... – eu solto o ar, largo a faca na pia e me viro pra ela também.
— O que você quer falar?
— Ele me fez uma proposta, aliás, pra mim e pra sua irmã, eu quero saber o que você pensa disso...
— Você já aceitou, não tem o que falar...
— Pyter, por favor...
— Ok – eu levanto as mãos – Eu posso lidar com isso!
— Tem certeza? Por que se você não puder, se achar que é pedir demais, eu entendo...
— E rejeitaria a oferta? Isso não combina com você – ela sorri e se aproxima de mim, colocando as mãos de cada lado do meu quadril.
— Presta atenção... Nada mudou, você não manda em mim, eu não mando em você...
— Agora sim – eu falo e nós dois rimos, ela me dá um beijo rápido.
— Mas eu não sei se também me sentiria confortável com você trabalhando com alguém que eu odeie ou morresse de ciúmes... Embora isso sempre aconteça – ela murmura fazendo uma careta, eu sorrio e lhe dou outro beijo rápido – Se você acha que isso pode te fazer mal, pode acabar ficando estranho, então sim, eu estaria disposta a rejeitar essa oferta por que eu rejeito qualquer coisa que possa afetar o que nós temos e eu realmente amo o que nós temos – ela fala sinceramente e mais uma vez eu vejo o quanto ela é incrível.
— Eu te proíbo de rejeitar essa oferta – ela abre um sorriso grande.
— Eu te amo – ela fala ficando na ponta dos pés de ansiedade, eu sorrio, agarro ela e a coloco sentada na mesa que estava atrás dela, então a beijo de verdade e sou correspondido – Eu ainda estou com fome – ela fala quando eu tento tirar seu roupão, faço uma careta e a solto, ela pula da mesa e voltamos a preparação do lanche enquanto ela me conta sobre o que eles conversaram e mesmo ainda não gostando da ideia dele perto dela escuto com atenção. Quando terminamos colocamos tudo numa bandeja e levamos pra sala, nos sentamos no chão entre as almofadas e ela liga o som enquanto comemos, conversamos e rimos, sem ter que nos preocuparmos em acordar um dos meninos e a madrugada é nossa.


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