Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644677/chapter/1

Hoje nós completamos mais um ano de namoro e eu ainda fico sorrindo como uma boba sempre que penso nele, é engraçado como isso nunca muda mesmo quando estamos brigados, mas na verdade as brigas nunca duram muito tempo, é impossível passarmos um dia inteiro sem nos ver, sem nos falarmos, parece que tudo está parado até o momento que estamos juntos, depois que acabamos nossos estudos na escola, cada um tem uma ocupação, ele tem o projeto de aulas de lutas com as crianças, além dos treinos para os campeonatos e agora o primeiro campeonato de arco e flecha e é claro que ele está super animado com isso, eu gosto dessa animação dele mas já faz duas semanas que nós não temos algo só nosso, sempre nos vemos entre uma coisa e outra, ainda mais agora que eu também estou trabalhando na loja com a mamãe, e toda a parte de contar dinheiro, organizar papéis e ligar pra distribuidores ficou comigo, como administradora da loja de materiais tenho muito trabalho, mas gosto disso, dessa correria, de mexer no computador, fazer as contas, e minha mãe precisa mesmo de mim e o que eu puder fazer eu faço e o papai adora me encher de trabalho só pra eu ter menos tempo com o Pyter, principalmente depois que nós fomos flagrados por algumas câmeras enquanto nós nos beijávamos, tá, eu confesso que foi um pouco mais do que um simples beijo mas não é culpa minha que tenha ido parar em todos canais e capas de jornal, claro que papai não gostou nada dessa história e tem pegado mais no nosso pé, então além do trabalho temos uma nova vigilância pra enfrentar, mas hoje nada vai impedir, estamos completando cinco anos de namoro e eu tenho certeza que ele deve ter preparado alguma coisa, ele sempre aparece com uma de suas ideias loucas, estava pensando nisso quando ouço os gritos animados na sala, reconheço a voz e pulo da cama, saio do quarto e estava no corredor pra sala quando a pequena figura meio desengonçada corre até a mim.
- Tia Key! Tia Key! – Pietro corre me gritando, eu me abaixo e espero por ele de braços abertos, ele se joga em mim e me abraça, ele é simplesmente o garoto mais lindo e fofo do mundo, é impossível alguém não se encantar por ele e eu sou completamente apaixonada por ele, quando ele finalmente me solta ele estica a mão pra mim, só agora percebo a rosa vermelha na sua mão e um pedaço de papel meio amassado.
- Um presente pra mim? – pergunto já pegando da mão dele.
- Você faz chocolate pra mim? – ele pede enquanto eu desamasso o papel, eu acabo rindo e o abraço balançando ele no meu colo, ele gargalha.
- Você já tomou café? – pergunto e ele balança a cabeça negando.
- A mamãe não deixa! Só pode leite e suco – ele fala e eu acabo rindo de novo.
- Garoto esperto – falo e bagunço o cabelo dele, ele ri e passa por mim entrando no meu quarto, ele corre até a cama onde ele sabe que está a coleção de bichinhos de pelúcia e a maioria dadas pelo irmão dele, enquanto ele brinca com um deles, eu abro o papel, um sorriso me escapa quando vejo a letra meio torta inconfundível, meu sorriso aumenta quando leio o que está escrito.
Para a garota mais linda de todo o mundo! Que esse dia seja tão inesquecível quanto você é pra mim
- Tia, tia, tia...
- Pietro, pietro, pietro – eu o imito enquanto me aproximo fazendo cocegas e ele ri alto – Seu irmão tá aí? – pergunto e ele nega – Então quem te trouxe?
- Tio Ryan! – ele grita animado, como se tivesse esperando por isso Ryan aparece.
- Anda moleque, a gente tá atrasado já – ele fala e Pietro pula da cama indo até ele, até por que ele não é apenas melhor amigo do irmão dele mas o dele também, já que Pietro o adora, ele o pega no colo e morde sua barriga.
- Cadê ele? – pergunto e Ryan sorri.
- Você sabe como ele é... Gosta desses mistérios. Ninguém nunca sabe onde ele está – ele fala e sorri daquele jeito misterioso.
- Você sempre sabe! – revido e ele ri.
- Eu? Tem certeza? Eu não sou só o amigo idiota? – ele pergunta com ironia já que sempre implico com ele.
- Falou palavra feia – Pietro fala apontando pra ele e eu acabo rindo.
- Viu, que feio né? Conta pra sua mãe – falo e Ryan tenta tampar minha boca mas eu me afasto – Conta tudo pra sua mãe Pietro!
- Não escuta ela não, ela é doida – Ryan fala fazendo uma careta e Pietro ri.
- Doida, doida, doida – ele fala rindo e me olhando.
- E a gente vai tomar sorvete né? – Ryan fala e Pietro ri levantando as mãos e comemorando.
- Traidores – falo mas impossível ficar com raiva deles, Ryan puxa um envelope do bolso de trás da calça mas antes de me entregar ele o segura próximo a ele.
- Parabéns! – ele fala e eu acabo sorrindo agradecida – Claro que Pyter podia ter escolhido alguém mais doce e feminina né mas... – eu dou um tapa nele – Ele é louco por você e você por ele – eu sorrio e ele me entrega o envelope – Cuida bem do meu garoto ein – ele avisa já saindo do quarto carregando Pietro que está animado e falante, eu escuto minha mãe falando alguma coisa com eles mas fecho a porta e me jogo na cama, abro o envelope e puxo a folha de caderno dobrada de dentro, sorrio antes mesmo de começar a ler.
Não vou encher a folha mas você sabe o que eu quero te dizer... Não vamos poder nos ver durante o dia por que estou trabalhando em um presente especial, então, eu passo aí as sete
Assim que termino de ler minha mãe entra no quarto carregando algumas roupas dobradas e uma caixa por cima, ela vai até meu guarda roupa, ela coloca as roupas lá dentro mas segura a caixa que está com um laço em cima.
- Então você não vai jantar em casa... – ela fala e eu a olho confusa.
- Como você sabe? – ela ri.
- Se eu puder opinar, esse daqui parece perfeito – ela fala e me entrega a caixa, eu a olho confusa e ela me incentiva a abrir, eu puxo o laço que se desfaz rapidamente, tiro a tampa de cima e fico sem palavras, um vestido está dobrado cuidadosamente, ele é vermelho, de alças finas e de um tecido delicado, eu o pego com cuidado e o levanto olhando encantada, ele tem duas alças finas que se prendem ao pescoço, tem um decote ousado e é simplesmente perfeito.
- Ele fez isso? – pergunto e olho pra minha mãe, ela sorri animada.
- Não! Ele não tem tanto bom gosto, exceto quando se trata de você – ela fala e segura o vestido sorrindo.
- Então?
- Bom, ele disse que queria fazer algo especial hoje e pediu permissão pra chegarem mais tarde e como eu tenho certeza que você ia reclamar que não tem roupa... – ela fala e dessa vez ela acertou, o vestido é perfeito mesmo, eu a abraço.
- Obrigada! – ela faz uma careta dizendo que não é necessário e eu volto a admirar o vestido.
- Meu pai sabe... do vestido e do horário pra volta? – pergunto e ela novamente faz uma careta, além da implicância com o horário de volta, ele sempre reclama das minhas roupas curtas e esse vestido acaba de liderar a lista dos mais ousados.
- Com seu pai, eu me entendo! – eu a abraço de novo, ainda mais animada e com a certeza que ela sempre consegue convencer o papai a qualquer coisa.
- Mas ainda não é a noite e eu preciso de você na loja – ela fala e eu concordo ainda animada e ansiosa.
O tempo parece se estender e nunca acabar, quando mamãe me dispensou as cinco horas, eu praticamente corri até em casa, assim que olhei pro vestido em cima da cama sorri ainda mais ansiosa, tomei um banho demorado e sai do banheiro enrolado no meu roupão, com uma toalha na cabeça, parei na frente do espelho no quarto e depois de me mandar me acalmar comecei a me arrumar, sequei o cabelo no secador e agradeci mais uma vez que o tenha cortado de novo, é bem mais pratico e além do mais Pyter gosta deles assim, depois de secar os cabelos começo a fazer a maquiagem, geralmente eu não costumo usar mas hoje é um dia especial então resolvo colocar em pratica tudo que eu lembro que a Hazel e a Pérola sempre falam, destaco meus olhos, aposto no batom vermelho, deixo minhas bochechas levemente rosadas e aprovo o resultado final, coloco o vestido, calço as sandálias e me olho no espelho, fico sem palavras quando me vejo, parece quase outra pessoa, uma garota muito mais linda e sexy do que eu achei que fosse, o vestido vai até a metade das minhas coxas, ele é um pouco justo nos meus seios e o decote deixa um caminho sugestivo, as alças finas se predem ao meu pescoço, seu tecido é fino e desliza na minha pele, coloco os brincos e passo o perfume, doce e floral, estava me olhando mais uma vez quando batem na porta do quarto.
- Entra – grito ainda olhando meu reflexo, quando olho pra porta papai está parado me olhando, ele parece impressionado e seus olhos descem por mim, ele parece procurar o que dizer – Eu vou sair com o Pyter hoje – falo tentando avaliar seu humor, ele força uma tosse e dá um passo pra mais perto de mim.
- E você precisa ir assim? – ele pergunta me olhando novamente.
- Pai... – me preparo pra ter que começar um dos nossos longos discursos.
- Você está linda – ele fala me interrompendo e eu sorrio.
- Você acha? – ele me olha como se eu tivesse falado uma besteira, sorrio de novo, ele segura minha mão e me faz dar um giro.
- Eu tenho certeza! Você está ainda mais parecida com a sua mãe – ele sorri quando fala – Eu só não quero que você faça nada que se arrependa depois – ele fala daquele jeito protetor e ciumento que ele tem – Ele é um bom garoto mas você é minha filha, minha menina e se ele fizer alguma coisa que...
- Pai – eu o interrompo e ele me olha com atenção – Eu o amo! – ele parece se adaptar as minhas palavras e até eu mesma faço isso, por que mesmo que isso seja óbvio, mesmo que estejamos namorando a tanto tempo, ainda assim nunca dissemos isso um pro outro, pelo menos não essas palavras exatas, na verdade nós apostamos quem falaria primeiro e por mais que todas as nossas atitudes digam isso, as palavras nunca saíram das nossas bocas mas assim que elas saem da minha eu sei que é a coisa mais real que eu sinto, papai passa os dedos pelo meu rosto me olhando do mesmo jeito que ele fazia quando vinha me ver antes de dormir, eu sorrio e ele também, ele beija minha testa e respira fundo.
- E eu amo você – ele fala e eu sorrio.
- Eu também amo você – garanto e beijo sua bochecha e é nessa hora que mamãe entra no quarto.
- Oh meu Deus como você está linda – ela fala com as mãos em cada lado do rosto e um sorriso animado – Está arrasando – ela fala batendo palminhas, ela sempre foi assim animada e eufórica sempre, eu acabo rindo – Bom, ele acabou de chegar, está te esperando lá na varanda, não quis entrar – meu coração dispara assim que penso nele me esperando e se ele irá gostar desse meu novo visual, pego o pacote do presente dele, sorrio e caminho até a porta do quarto, papai vem junto comigo.
- Onde você pensa que vai? – mamãe pergunta segurando o braço dele.
- Levar ela até a porta – ele responde como se fosse óbvio.
- Mas nem pensar! Você não vai até lá fazer essa sua cara feia pro garoto, eu te proíbo – ela fala e coloca as mãos na cintura, eu paro olhando eles e papai a encara sem estar disposto a mudar de idéia.
- É a minha filha, ela não sai sem antes eu olhar bem pra ele – ele avisa e se vira me mandando seguir em frente.
- É uma pena então... Por que você vai dormir no sofá hoje e todos os planos que eu tinha pra essas horas que nós temos sozinhos vai por agua abaixo – ela fala e ele para no caminho e se vira pra ela, eu também paro no corredor e olho eles dois.
- E esses plano seriam? – ele pergunta já interessado.
- Ah não importa mais, você não está interessado mesmo – ela fala fazendo uma cara decepcionada – Eu ia te explicar enquanto adianto meu banho sabe mas... esquece – ela fala com aquele jogo que ela sempre faz com ele, então ele me olha parecendo pensar na alternativa, mamãe também está me olhando com aquele sorriso de quem sabe que conseguiu o que queria.
- Acho que ele já sabe o que eu tenho pra dizer mesmo – ele fala me olhando e eu sorrio.
- Com certeza ele sabe – garanto e mamãe faz sinal pra que eu vá logo e eu obedeço rapidamente – Então eu já vou tá? Juízo – eu falo e ele não me segue dessa vez, não olho pra trás e alcanço a sala antes que ele mude de ideia embora duvido muito que ele mudaria, mamãe consegue tudo dele, sempre foi assim, e isso torna eles ainda mais perfeitos juntos, paro na frente da porta, passo as mãos pelo cabelo, endireito o vestido e respiro fundo, giro a maçaneta e abro a porta e ali de costas pra mim apoiado no pequeno muro que cerca a varanda está o cara que faz eu perder meus batimentos toda vez que o vejo, ele se vira pra mim assim que fecho a porta novamente e apenas seu olhar consegue despertar cada pedaço meu, seus olhos ficam ainda mais escuros do que qualquer outra vez, os cabelos bagunçados estão ligeiramente arrepiados e aquele sorriso sedutor escorrega dos lábios mais perfeitos do mundo, seus olhos descem pelo meu corpo e eu faço o mesmo com ele, o sorriso também aparece no meu rosto, ele está com uma camisa de botões preta, seu tecido é mais grosso e tem dois bolsos na altura do seu peito, as mangas estão dobradas até acima do seu cotovelo, os músculos do braço estão destacados e firmes, ele deixou os dois botões de cima aberto, deixando a mostra o começo do seu peito, a calça jeans está perfeitamente ajustada a cada parte do corpo dele, as coxas grossas parecem ainda mais destacadas e o jeans desbotado e levemente rasgado combina perfeitamente com ele, com o cara que rouba meu coração a cada vez eu o vejo, ele se aproxima de mim e para a poucos centímetros, seus olhos fixos no meu.
- Cara, você tá... – ele faz uma pausa e me olha de um jeito meio safado - gostosa – ele fala com aquele jeito moleque dele e sorri, eu também acabo rindo e nenhum elogio seria melhor que esse, mesmo assim implico com ele.
- Sempre um romântico – ele ri e dá de ombros.
- É mais forte do que eu – dessa vez ele quebra o espaço entre nós e toca meu queixo escorregando os dedos pela lateral do meu rosto, seus olhos se fixam ainda mais em mim – Você está... fascinante – ele afirma e um arrepio me atinge quando ele sorri novamente, ele inclina o rosto pra perto do meu e me beija, primeiro docemente mas assim que nossas línguas se encontram como sempre acontece o beijo se torna mais forte, ele encaixa a mão na minha nuca e sorri ainda me beijando e sempre que ele faz isso eu sinto que nada jamais vai ser tão bom quanto isso, ele para o beijo e deixa nossos rostos ainda próximos demais – Preparada pra melhor noite da sua vida? – ele pergunta e eu sorrio.
- Preparado pra melhor noite da sua vida? – pergunto e ele me beija mais uma vez porém rápido, ele segura minha mão e olha pra outra onde eu seguro a pequena caixa embrulhada, ele sorri e me guia descendo os poucos degraus da escada, fico surpresa quando vejo o carro parado na frente de casa.
- Alguém saiu do castigo? – pergunto enquanto ele abre a porta do carro pra mim.
- O velho só tem cara feia, ele não resiste a um pedido meu – ele fala orgulhoso de si mesmo.
- E alguém consegue? – pergunto e ele sorri ainda mais.
- Espero que não – ele fala, pisca um dos olhos pra mim e fecha a porta, olho enquanto ele atravessa na frente do carro e abre a porta do motorista, ele desliza no banco e se inclina pra mim, puxa o cinto de segurança e me prende nele – Qual a dificuldade de fazer isso? – ele pergunta um pouco irritado, já que eu sempre esqueço de colocar, e tudo que tem a ver com a minha segurança e eu ignoro, o irrita.
- Eu gosto de viver perigosamente – falo e antes que ele reclame, eu o beijo, ele esquece qualquer tipo de bronca que iria me dar e corresponde ao beijo, mas o para cedo demais, ele volta para o banco dele e coloca seu cinto, liga o carro e me olha de um jeito misterioso, me deixando ainda mais ansiosa.
- E onde nós vamos? – o sorriso aumenta no rosto dele e ele começa a dirigir.
- Há uma viagem no tempo – ele fala e me olha sorrindo, seja lá o que for eu sei que será perfeito.
- Você sabe que foi golpe baixo mandar o Pietro hoje de manhã né? – falo mas estou sorrindo por que adorei aquilo, ele sorri também.
- É, eu posso ver como você odiou! – ele fala fazendo uma careta, eu dou um tapa de leve no braço dele e ele ri.
- Eu não posso fazer nada se você enfeitiçou meu irmão e ele não parava de falar que estava com saudade de você – ele fala e eu sorrio, também estava com saudade dele, mesmo que tenha apenas um dia sem o ver, mas me atento a outra parte da frase.
- Foi só esse irmão que eu enfeiticei? – pergunto olhando pra ele com um sorriso, ele também me olha e sorri.
- Ah qual é, não seja insaciável – ele implica comigo mas sorri de um jeito fofo.
- Talvez eu devesse esperar pelo Pietro então... – sugiro dando de ombros e volto a olhar pra frente.
- Você não vai querer começar um duelo entre irmãos né? – eu já estava me preparando pra responder quando ele diminui a velocidade e para na lateral da escola, eu o olho confusa e curiosa, ele apenas ri e desce do carro, corre até a minha porta e abre me esticando a mão, eu aceito e saio do carro.
- O que a gente tá fazendo aqui? – pergunto sem entender, ele ri, me beija meio apressado e segura minha mão me levando com ele, nós contornamos o muro da escola e paramos em frente ao pequeno portão nos fundos dela.
- Eu te prometi uma viagem ao tempo, lembra? – ele sorri ansioso, enfia a mão no bolso e levanta uma chave, antes que eu pudesse perguntar, ele a coloca na fechadura do velho portão e a gira, o portão se abre e ele sorri orgulhoso, segura o portão e me indica que entre.
- Não acredito que você vai me fazer invadir a escola – falo mas estou empolgada demais pra parecer não aprovar, assim que eu entro, ele fecha o portão, olho ao redor e sorrio me lembrando de todos os anos que passamos aqui e de como aprontamos pelos pátios dessa escola, sempre colocando em prática alguma plano dele, sua mão se encaixa a minha e ele me guia em volta do prédio da escola, alcançamos o ginásio e eu sorrio lembrando de todas as vezes que entrei aqui, ele me solta e caminha até o centro dele, eu o olho ali, tão lindo e ansioso que me faz sorrir.
- Você sempre fica bem aí no meio!
- Não posso negar! – ele sorri orgulhoso – Mas sabe o que era melhor de estar aqui na frente? – ele pergunta e eu me aproximo dele, ficando a uma distancia de dois passos, espero ele responder e a resposta vem com ele apontando pra arquibancada a frente.
- Todos te olhando? – pergunto por que sei o quanto ele ama atenção, sempre foi assim, mas ele nega.
- Todos não! Talvez alguém que sentava sempre no mesmo lugar, no mesmo banco... – ele fala como se estivesse lembrando de algo, eu sorrio.
- E quem seria? – pergunto me fingindo de confusa, ele dá de ombros.
- Talvez se você descobrir o lugar certo descubra quem é – ele fala e eu o olho curiosa, ele me indica com a cabeça que eu vá até a arquibancada, eu sorrio e ando até lá, sei exatamente o lugar certo, assim que me aproximo vejo um envelope e uma pequena caixa com um laço, escondidos logo abaixo do que seria o meu lugar de sempre, eu o olho e ele dá de ombros fingindo confusão, abaixo e pego o envelope e o embrulho, abro a caixinha e encontro uma medalha, volto a olhar pra ele e ele mantem o mesmo olhar confuso, abro o envelope e com a letra ligeiramente torta está escrito.
Para a torcedora mais fiel e a única pessoa que SEMPRE esteve aqui... Independente do resultado eu sabia que a qualquer momento que eu olhasse você estaria exatamente aqui!
Quando olho pro lado ele está se aproximando, olho novamente pra medalha e a tiro de dentro da caixinha, a data gravada confirma minha suspeita, é o mesmo dia em que ele ficou sozinho lá na frente esperando pelos pais.
- Isso é... eu nem sei o que dizer – falo realmente sem ter as palavras certas pra algo tão lindo quanto isso, ele se aproxima ainda mais, pega a medalha da minha mão e a coloca no meu pescoço, seus dedos sobem pela corrente dela até logo abaixo da minha orelha, ele acaricia levemente e me olha nos olhos.
- Você sempre me apoiou, sempre me incentivou e sempre esteve aqui! E eu não consigo pensar em nenhuma outra pessoa que pudesse ocupar esse lugar tão bem quanto você – sua voz é baixa mas carregada de tanta verdade que mexe comigo de um jeito totalmente diferente, ele leva os dedos até meu queixo e me puxa pra ele – Obrigado por sempre estar aqui – seus lábios tocam os meus e tudo perde o sentido quando ele me beija, só existe ele, nossas bocas e toda essa magia de quando ele me beija, quando o beijo para ele sorri – Também, era impossível não notar você, você era a mais escandalosa – ele fala fazendo uma careta e rindo, eu também acabo rindo mas finjo estar brava e lhe dou um tapa.
- Eu são era escandalosa – ele ri ainda mais.
- Claro que não! Na verdade você ainda é! – lhe dou outro tapa e ele ri e me beija rapidamente.
- Próxima parada – ele fala e sai andando na frente, eu sorrio e o sigo ainda tão ansiosa quanto antes, seguimos pelo corredor que liga as salas de aula e entramos na nossa antiga sala, no quadro negro está pregado um outro envelope, olho pra ele e antes que ele mande eu vou até lá e pego o envelope, abro e encontro mais do que apenas uma folha, outras três estão pregadas além de uma foto, começo a rir assim que vejo a foto, nela George está na frente da sala enquanto cantava a música Eu sou uma princesa, eu abro uma das folhas dobradas e está o bilhete que eu escrevi mandando que ele fizesse isso ou entregaríamos o caderno secreto dele pra diretora, acabo rindo com as lembranças, abro a outra folha e é uma das paginas do caderno com a pontuação das meninas que eles pegavam, sorrio de novo, abro a ultima folha e a letra já me faz sorrir ainda mais.
A primeira vez que eu tive certeza que você é louca! E eu ainda mais louco por gostar tanto disso
- O plano foi seu – eu falo quando olho pra ele.
- Mas você não duvidou nem um minuto – ele fala meio admirado, eu sorrio e me aproximo dele.
- Por que eu sabia que nada ia dar errado... Eu estava com você – seu sorriso aumenta e ele me beija.
- Parada numero três – ele fala e me leva com ele pelos corredores até o refeitório, eu sorrio lembrando de todas as manhãs agitadas aqui nesse lugar, ele caminha até o lugar onde ficam as refeições – E qual será o cardápio do dia? – ele pergunta e levanta a tampa de alumínio de um dos recipientes onde ficam a comida e antes de ver já posso imaginar qual é a lembrança dessa vez, dentro do recipiente está um novo envelope e um vidrinho, sorrio e pego eles, o vidro está com a letra destacada pimenta, solto uma risada me lembrando desse dia, Pyter e eu tínhamos brigado por que ele me disse que eu nunca conseguiria ser tão boa em pegadinhas quanto ele, nós ainda estávamos começando a ficar e aquilo me deixou furiosa, por que eu sempre o ajudava a melhorar os planos dele e ele sempre dizia a mesma coisa, então eu resolvi agir por mim mesma e provar pra ele que eu era sim tão boa quanto ele, então sem contar pra ele peguei um frasco de pimenta em casa, inventei uma desculpa no meio da aula, sai da sala e fui até a cozinha, como eu sempre fui meio falante com todo mundo as tias da cozinha não estranharam quando passei por lá e puxei assunto, elas estavam fazendo o mingau que iria ser servido, então na primeira distração delas eu despejei o vidro de pimenta na panela, sai e voltei pra aula normalmente, quando saímos pro recreio eu tive que inventar uma desculpa pra não comer por que o mingau daqui era o melhor e eu sempre era a primeira da fila, Pyter não estranhou e foi junto com os outros pra fila, todos pegaram o mingau e assim que provaram cuspiram um no outro, aos poucos todos os alunos faziam o mesmo e o refeitório virou uma bagunça em poucos minutos, quando Pyter me olhou, eu não disfarcei meu sorriso, me inclinei pra ele e cochichei que só alguém muito esperto pra conseguir fazer algo assim, ele riu e a partir daquele dia nunca mais repetiu as coisas de antes – Eu fui parar na diretoria nesse dia – ele reclama já que o primeiro suspeito foi ele.
- Isso não era nenhuma novidade pra você – me defendo e ele ri, abro o envelope e encontro a letra dele novamente.
A única pessoa que conseguiu me superar, me pegar em uma pegadinha e me deixar ainda mais encantado, tudo em apenas uma jogada
- Eu avisei que eu era incrível – falo dando de ombros, ele ri e me puxa pros braços dele.
- A mais incrível do mundo – ele fala fazendo uma cara exagerada.
- Vou ignorar a ironia – falo e nós rimos antes dele me beijar de novo, o beijo avança mas ele se afasta.
- E isso nos leva pra próxima parada – ele fala sorrindo e eu reviro os olhos contrariada mas o sigo, passamos pelos corredores e alcançamos o almoxarifado, um sorriso surge nos nossos rostos, assim que entramos me lembro de todas aulas que matamos pra ficar aqui dentro, de cada fugida durante os recreios, ele também deve lembrar por que está com aquele sorriso malicioso, ele aponta para trás do armário de ferro e eu vou até lá, colado com uma fita está um novo envelope, abro, olho pra ele e lá está aquele sorriso ainda no rosto, volto a atenção para o papel.
Aos melhores amassos do mundo! A todas as vezes que você me seduziu aqui dentro e me fez pegar recuperação nas matérias por que só conseguia pensar em chegar o recreio pra fugir com você
- Hey, eu sou a seduzida – falo mas estou rindo, ele também.
- Será? – sua voz é baixa e ele se aproxima ainda mais, e como eu sempre fazia antigamente, sou eu quem segura sua camisa e o puxa pra mim, dessa vez o beijo já começa forte e apressado, como era quando tínhamos apenas alguns minutos pra aproveitar, a mão dele aperta minha coxa e eu aperto sua bunda, isso sempre faz ele rir.
- Você tem que parar com essa mania – ele fala com os lábios ainda pressionados no meu.
- Não é culpa minha se sua bunda é perfeita – ele ri e me beija mais forte, meu vestido começa a subir quando sua mão também sobe pela minha coxa mas ficamos sem ar e o beijo para, ele está rindo e me olha de um jeito divertido.
- Você deveria ter usado vestidos pra vim pra escola – ele fala enquanto a mão dele continua subindo e acariciando minha coxa, eu sorrio mas seguro sua mão, o beijo mais uma vez e afasto sua mão, ele faz uma cara triste mas depois sorri e me beija rapidamente – Você ainda me deixa louco sabia? – eu sorrio satisfeita, arrumo meu vestido e saio de trás do armário.
- E agora? – ele me olha sorrindo.
- Acabamos por aqui – eu faço uma cara triste, ele ri e me dá um selinho rápido, então saímos do almoxarifado e voltamos para o portão pelo qual entramos.
- Acho que você é o único namorado do mundo que faz a namorada cometer um crime no aniversário de namoro – falo e ele ri.
- E você é a única namorada do mundo que fica animada com isso – ele devolve enquanto fecha o portão, tento parecer indiferente mas acabo sorrindo, estava indo pro carro quando ele segura minha mão e me leva até a praça que fica ao lado da escola, ele nos leva até a arvore que tem no meio da praça, já ia perguntar qual era a próxima surpresa quando vejo amarrado em um galho baixo uma cestinha pequena com um envelope dentro, ele para e me deixa ir até lá, a cesta está cheia de pétalas de rosas vermelha, eu pego algumas na minha mão e sinto seu perfume, abro o envelope e leio.
O primeiro buquê de flores e a primeira vez que eu percebi o quanto você se tornou importante pra mim
Eu lembro perfeitamente desse dia, o primeiro buquê, foi logo depois de uma briga horrível e que eu disse que queria terminar com ele, estávamos juntos a quase um ano e ainda assim todos os dias aparecia pelo menos uma garota dando em cima dele e na maioria das vezes eu conseguia não brigar por isso, mas um dia eu vi ele e uma garota que eu sabia que ele já tinha sido afim, eles estavam se beijando, bom, não exatamente se beijando, por que ela que agarrou ele, mas na hora eu não quis nem saber, sai antes que ele pudesse me ver, esperei ele me procurar e disse que queria terminar tudo com ele, que eu estava afim de outro cara e que não gostava mais dele, ele tentou me fazer mudar de ideia, disse que não entendia como eu podia ter mudado de ideia assim tão rápido mas eu não quis ouvir, deixei ele falando sozinho e sai, no final daquele mesmo dia Ryan apareceu lá em casa, ele não acreditou nem por um segundo em nenhuma versão da minha história e eu acabei contando o que vi, ele brigou comigo, disse e garantiu que Pyter não tinha olhos pra mais ninguém além de mim e que tudo aquilo foi armado, eu ainda tentei ignorar aquilo mas a verdade é que uma parte minha sabia que era verdade, então no outro dia ainda confusa eu não fui pra escola, pensei e repensei sobre nós dois mas no dia seguinte não tive mais tempo e fui obrigada a ir pra aula, quando eu voltei pra escola, Pyter não estava mas todo mundo estava comentando sobre como ele tinha dado uma lição de moral na garota e a feito passar a maior vergonha já vista, todas as garotas vieram até a mim falando que eu precisava ter visto como ele falou de mim e desprezou ela, uma parte minha estava rindo de felicidade mas outra ainda estava com a ideia firme, até que na hora da saída o pessoal começou a se agitar e Pérola apareceu correndo junto com Hazel, elas me arrastaram até a praça e aqui, debaixo dessa mesma arvore estava ele parado segurando o buque mais lindo que qualquer pessoa já viu, todos bateram palmas e gritaram, quando eu me aproximei dele, ele me entregou o buque e disse que se eu não aceitasse voltar pra ele, então ele ficaria ali até eu aceitar, é óbvio que a próxima coisa que eu fiz foi beijar ele, e não me arrependo disso até hoje.
- Eu estaria aqui até hoje se fosse preciso – ele fala e segura minha mão – Foram as piores 48 horas da minha vida – ele fala sinceramente e eu forço um sorriso.
- Achei que tinha sido quando seu vídeo game quebrou – falo dando de ombros e ele ri.
- Tem razão, tinha me esquecido disso! Então foi a segunda pior – ele fala implicando comigo e eu o finjo empurrar, mas acabamos rindo, ele passa os braços pela minha cintura e me prende nele – Eu nem sei como seria sem você – ele confessa com a voz baixa.
- Seria um tédio sem fim – falo e ele ri concordando.
- Um grande e terrível tédio – ele afirma e aproxima a boca da minha, passa os lábios pelo meu me provocando e então me beija, lento e demorado e é o barulho do vento nas folhas que nos despertam – Agora o grand finale ... – ele fala meio exagerado.
- Eu espero que tenha comida, por que você me convidou pra um jantar e até agora nada – reclamo mas estou rindo, ele me aperta nele e beija meu pescoço.
- Veremos – ele me leva de volta pro carro enquanto eu trago todos os envelopes e presentes, ele abre a porta pra mim e depois da a volta, dessa vez eu coloco o cinto antes dele reclamar e ele me beija rapidamente como satisfação, ele liga o carro e seguimos pelas ruas do Distrito.
- Então você passou o dia invadindo a escola? – pergunto enquanto seguimos para algum outro lugar.
- Dentre outras coisas – ele sorri e dá de ombros, também sorrio, meus dedos tocam a medalha no meu pescoço, eu a tiro e seguro olhando bem pra ela, não gosto de lembrar em como ele ficou nesse dia, seu olhar era tão machucado, magoado, eu odiei o ver daquele jeito, estava tão distraída que não percebi quando chegamos, só quando ele desliga o motor que eu olho em volta, sorrio quando reconheço o lugar, é o nosso lugar secreto, uma pequena cabana que achamos a uns anos atrás, na verdade são dois cômodos que estavam abandonados e que ficam na parte do Distrito onde quase ninguém vem, nós transformamos em um lugar nosso, meu, dele e do Ryan e agora da Nathy, a namorado do Ryan, uma garota muito legal e que já parece ter conquistado todo mundo, principalmente Ryan que parou de querer conquistar todas as garotas do Distrito. Pyter me ajuda a descer do carro enquanto eu carrego minhas lembranças e cartões, além da caixa com o presente dele, nós caminhamos até a entrada da casa e ele me olha ansioso.
- Espera aqui – ele fala me deixando parada na frente da porta, ele entra quase espremido e fecha a porta de novo, eu espero quase explodindo de ansiedade e o que parecem muitos minutos depois ele aparece ainda segurando a porta, me olha sorrindo e então abre a porta pra que eu entre, assim que entro vejo que ele realmente andou trabalhando, o lugar está enfeitado com centenas de pequenas luzinhas, elas contornam todo o comodo, presas umas a outra por fios, quando a fileira de baixo acende a de cima apaga e assim se repete pelas quatro fileiras, no meio do cômodo, sobre a pequena mesinha que trouxemos pra cá estão duas velas baixas dentro de um recipiente que faz a luz sair avermelhada, dois pratos, duas taças, talheres e as pétalas de rosa estão espalhadas não apenas pela mesa mas por todo lugar, no canto próximo a única janela que tem aqui, está um espaço feito com cobertores, lençóis coloridos e várias almofadas, em cima do balcão que fizemos na lateral da parede estão bandejas tampadas que provavelmente guardam nosso jantar, no canto o pequeno radio que Pyter consertou está tocando uma música baixa e calma e depois de olhar cada detalhe e em como ele pensou em tudo ainda assim me faltam palavras.
- E então? – ele pergunta ansioso e um pouco nervoso, eu olho pra ele e sorrio encantada.
- Eu não acredito que você fez tudo isso por mim – falo realmente impressionada, ele se aproxima de mim e toca meu rosto.
- Você não tem noção do que eu sou capaz de fazer por você – ele garante sério e concentrado em mim, ele brinca com meu cabelo e o coloca atrás da minha orelha, então ele me dá um sorriso divertido, se afasta de mim indo até o balcão onde estão as bandejas – E adivinha só o que eu fiz pra você? – ele pergunta segurando a tampa mas sem levantar, fazendo suspense.
- Ai meu Deus... Não acredito... você fez aquele frango no creme de queijo e molho de laranja – eu pergunto já empolgada com agua na boca, já sentindo o sabor, ele ri.
- Éééé... não! Mas... – ele faz um suspense enquanto eu tento não aparecer decepcionada – Eu fiz deliciosos sanduíches de pasta de amendoim e geleia de cereja – ele fala destampando a bandeja com sanduíches – E pra mostrar que eu gosto de ousar, ainda fiz um com a pasta de amendoim e a geleia misturados – ele fala orgulhoso e mesmo sendo a coisa mais idiota e o pior cardápio do mundo eu acabo rindo, realmente ainda impressionada com tudo, ele também ri – Você sabe que eu não sei cozinhar e eu queria que você comesse algo que eu preparei – ele se explica quando paro de rir.
- Eu tenho certeza que são os melhores sanduiches do mundo – eu falo me forçando a parecer o mais convincente possível, ele parece duvidar, eu me aproximo dele e coloco minhas mãos em seus ombros – É sério, está tudo perfeito! E eu amo sanduiches! – ele me encara duvidando – É sério, eu poderia comer sanduiches a noite toda – acrescento e ele sorri e me beija rapidamente.
- Que bom, então isso significa que... – ele se afasta de mim e destampa a outra bandeja – Isso é tudo meu – ele fala revelando o frango com queijo e molho de laranja, eu solto outra risada.
- Você é um idiota sabia? – ele ri e me aperta nele.
- O seu idiota! – ele fala e eu sorrio e aproveitando que estamos tão perto, eu o beijo.
- Tem certeza que é seguro da gente comer? – pergunto quando paramos o beijo, ele ri, mas faz uma careta – Nós sabemos que na cozinha você é mais parecido com a sua mãe do que com seu pai e eu ainda tenho algumas lembranças do ultimo almoço que ela fez – eu falo e ele ri, se lembrando do macarrão grudento que tivemos que comer por que o pai dele estava gripado e não pode cozinhar.
- Relaxa, é cem por cento seguro, foi o velho que fez – ele garante e eu esfrego as mãos ansiosa, ele ri e me dá um beijo rápido – Mas antes tem que experimentar meu sanduiche – ele avisa, pega um dos pedaços na bandeja e me entrega, eu pego e experimento um pedaço.
- Oh céus, que perfeição... HUUUM, nossa! Esse... é o ... melhor... sanduiche do mundo – falo exagerando e fazendo caras e bocas enquanto mastigo, ele me observa rindo e se divertindo.
- Ok, ok, já entendi – ele fala ainda se divertindo mas tira o sanduiche da minha mão – Vamos a comida de verdade por que eu tô morrendo de fome... – eu já ia completar a frase mas ele se apressa – E sim, eu sei que eu sempre tô com fome – ele fala e me faz uma careta, nós rimos e então ele pega os pratos e nos serve, como não temos cadeira aqui, ele colocou uma almofada pra cada, um de frente pro outro, mas antes de começarmos a comer ele pede um minuto e corre saindo da casa, ouço o barulho do carro sendo aberto mas ele logo volta, trazendo uma garrafa de vinho, ele me olha sorrindo enquanto abre ela, enche nossas taças e a segura me olhando com aquele sorriso que me faz sorrir de volta – Que venham mais 5, 10, 20, 50 anos – ele fala e nós brindamos, o vinho é muito bom e libera um calor quando desce pela minha garganta, nós jantamos enquanto rimos e conversamos, lembramos de varias histórias, falamos sobre como foi nosso dia, a música continua tocando ao fundo e nem vejo o tempo passar, parece que tudo que existe no mundo somos nós dois e esse lugar, ele ri e o som da sua risada consegue ser mais perfeito que qualquer música, sua voz é a melhor melodia que existe, o modo como ele faz piada de tudo, como ele conta suas histórias ou em como ele simplesmente me ouve, tudo nele é perfeito, nós terminamos de jantar e nos sentamos sobre os cobertores que ele preparou.
- Bom, acho que agora é a minha vez né? – falo puxando a caixinha com o laço, ele sorri ansioso e se senta apoiado nas almofadas, eu fico meio que ajoelhada na frente dele, mas sentada nas minhas pernas, eu olho pra caixinha um pouco constrangida, principalmente depois de tudo que ele fez, mas além disso, mesmo que ele nunca tenha pensado em algo assim, a nossa diferença financeira é evidente, por mais que as coisa lá em casa estejam indo bem, mamãe tem a loja, nós faturamos bem e papai trabalha na padaria com o tio Peeta e o salario também é muito bom, mas mesmo assim se for comparar, nós ainda estamos bem abaixo deles, Pyter nunca precisou economizar em nada que me deu, seus presentes sempre são lindos e perfeitos, e eu sei que não é pra ele aparecer, sei que ele faz de coração mas ao mesmo tempo eu queria poder fazer mais por ele também, por isso levo alguns segundos pra começar a falar – Se eu pudesse eu te daria tudo que você merece, os melhores presentes do mundo mas... você sabe, eu ainda tô pagando o curso de computador e tem ainda o carro que o papai comprou então... – ele segura minha mão e me interrompe negando.
- Não existe presente no mundo que supere tudo que você me dá! Nada, nunca! – ele garante, mas ainda assim queria poder dar algo melhor.
- Mesmo assim eu ... eu queria poder ter um presente melhor, principalmente depois de tudo isso que você fez hoje...
- Hey, você vai começar a realmente me chatear se continuar falando essas besteiras – ele avisa e segura meu rosto – Tudo que eu fiz hoje foi por que eu quis fazer, foi por que eu quis te dar a melhor noite da sua vida, do mesmo jeito que você tem me dado os melhores dias da minha vida, então eu não aceito ouvir mais nenhum palavra sobre isso! A única coisa que me importa é você estar aqui e eu tenho certeza que vou adorar o que quer que esteja nessa caixa e alias... Você pode parar com o suspense e me entregar logo? – ele pede sorrindo e quebrando o clima de antes, eu também sorrio e entrego a caixinha pra ele, seus olhos me encaram ansiosos realmente ansiosos pra saber o que tem lá dentro e eu sinto uma alegria em ver que ele realmente vai gostar, ele desata o laço, abre a caixinha e solta o sorriso mais lindo do mundo, dentro estão dois pingentes pro cordão, em prata envelhecida, estão duas ancoras uma ao lado da outra, ele pega uma delas e a observa com atenção.
- Eu sei o quanto você ama o mar e qualquer coisa que tenha a ver com ele então pensei em algo que fosse relacionado a isso, mas que ao mesmo tempo tivesse a ver com a gente, e foi aí que eu tive essa ideia, a ancora é o símbolo de estabilidade, de segurança, é ela quem deixa o barco parado, tranquilo, evita que ele se perca num oceano gigante no meio de uma tempestade e transforma o que poderia ser um caos em seu porto seguro... – ele me olha atentamente – Então eu acho que nada mais conseguiria nos descrever tão bem assim! Você é a minha âncora, meu porto seguro, minha tranquilidade no meio da tempestade, é quem deixa meu corpo calmo, minha mente sã e minha alma leve! Você é minha estabilidade no meio do caos – assim que eu termino de falar ele me beija, não apenas um beijo romântico e calmo, mas ele praticamente me devora, sua mão na minha nuca me puxa pra ele com uma urgência que eu ainda não tinha sentido, ele passa o braço pela minha cintura e me puxa ainda mais pra ele, minhas pernas se encaixam entre seu corpo e ele me mantem apertada junto ao corpo dele, o vestido sobe pelas minhas coxas e sua mão acompanha e afasta ainda mais o tecido, sua boca não se desgruda da minha, sua língua reivindica cada parte da minha boca, nossas respirações começam a ficar alteradas e ainda assim eu não quero que ele pare, prendo e aperto meus dedos no cabelo dele, seguro sua camisa o mantendo perto de mim, gemidos escapam da nossa boca e a sensação que eu vou explodir não tem nada a ver com a falta de ar e sim com o quanto eu o quero, com o quanto meu coração está cheio e transbordando, se eu tinha alguma duvida ela não existe mais, é ele o único quem pode me fazer sentir todas essas coisas, já estávamos ofegantes e sem ar, por isso o beijo para, nossas respirações fortes tentando recuperar o fôlego, eu encosto minha testa na dele, ainda de olhos fechados, tentando controlar todas emoções e todo o efeito que meu corpo teve, levo alguns segundos e quando abro os olhos encontro ele me olhando, aqueles olhos ainda mais escuros, fortes, quentes e hipnotizantes, ele ainda respira fortemente, sua boca está marcada com meu batom e ele me olha de um jeito que me faz perder os sentidos, apenas uma coisa é evidente, aquilo que eu evitei falar não pode mais ser escondido, é tão claro que eu não me importo com mais nada, eu só quero que ele saiba disso, meus dedos passam pelo cabelo dele, descem pelo seu rosto, eu desencosto nossas testas e o olho mais uma vez, está aqui na minha frente a maior verdade da minha vida.
- Pyter, eu... – assim que começo a falar ele nega e coloca o dedo na minha boca me impedindo de continuar a frase, ainda estava digerindo essa atitude dele quando ele escorrega os dedos para o meu queixo.
- Eu te amo! – ele fala firme com a voz rouca e baixa, eu levo alguns segundos pra entender, então ele abre um pequeno sorriso – Eu...amo...você! – ele repete lentamente pra ter a certeza que eu entendi, o sorriso no meu rosto parece que irá me dividir, mas eu não me importo, não quando ele repete pela terceira vez – Eu te amo, te amo, te amo! E eu posso repetir isso mais uma centena de vezes e ainda assim não vai ser suficiente – eu queria que esse momento ficasse se repetindo pra sempre, ele ri, eu também rio, nos beijamos mais uma vez em meio a risadas, mas eu também preciso que ele saiba, por isso seguro seu rosto entre minhas mãos.
- E eu amo você, Pyter Everdeen Mellark – ele solta uma risada tão gostosa que faz meu coração transbordar mais uma vez, ele me beija e em um movimento rápido ele me vira e me faz cair deitada nas almofadas, nossas risadas enchem o lugar, ele volta a me beijar.
- Mas foi você quem disse primeiro – eu falo enquanto ele me olha rindo, ele faz uma careta.
- Tecnicamente você ia falar antes e o que vale é a intenção – ele fala e mesmo rindo eu discordo.
- Nem vem! O que vale é falar e ... você falou – eu aponto pra ele implicando e ele segura minhas mãos acima da minha cabeça, eu tento me soltar mas é em vão ele é muito mais forte do que eu, estava rindo quase sem folego quando percebo que ele ficou quieto, paro minhas risadas e paro de me debater, então encontro ele com o corpo sustentado apenas pelos joelhos acima de mim, segurando meus braços e me olhando do jeito mais quente que ele jamais me olhou, seus olhos me incendeiam e minha respiração se altera imediatamente, nós ficamos nos olhando sem dizer nada por alguns segundos.
- Você é tão... linda! – ele fala e libera um sorriso – Nossa, é sério... você é muito, muito, gata! – eu sorrio com esse jeito dele de falar.
- Você também é bonitão – falo sorrindo.
- É claro que eu sou, eu tenho espelho em casa – ele fala e eu faço uma careta, nós rimos – Mas é sério, eu tenho muita sorte, muita sorte mesmo – dessa vez ele solta meus braços e passa as mãos pelo rosto – Toda vez que eu olho pra você, parece que você está mais linda que antes e eu tenho que me convencer que realmente você me escolheu! – ele fala e eu sinto minha bochecha esquentar, não sou a pessoa mais tímida do mundo mas com ele tudo é diferente – Eu amo seu sorriso, o jeito como você sorri quando eu falo alguma besteira e eu acho que só falo elas pra poder ver seu sorriso. Eu amo sua voz, mesmo quando ela está brava por alguma coisa errada que eu fiz ou que você acha que eu fiz. Eu amo seu cheiro, é o melhor perfume que existe... – a cada palavra que ele fala é como se roubasse uma respiração, uma batida do meu coração, eu não me mexo, não falo nada, apenas quero registrar cada segundo – Mas isso que nós temos não é mais suficiente pra mim! Não da mais pra ficar assim – eu sinto o peso das palavras dele e dessa vez eu me mexo, me endireito entre as almofadas e me sento, ele está sério e respira fundo – Nós temos nossa história, temos uma centena de momentos bons mas chega uma hora que isso não preenche mais... E essa hora chegou pra mim – ele se levanta e se afasta, eu fico aqui sentada olhando ele se afastando sem saber o que dizer ou o que pensar, ele vai até o balcão e pega algo de lá, então volta, ele se abaixa, com o corpo apoiado em um joelho, abre um sorriso e pega o objeto para que eu possa ver, uma caixinha vermelha é aberta na minha frente, dentro dela tem um anel com uma pedra brilhante em cima – Pra mim não dá mais pra te ter só como minha namorada, não dá mais só pra te ter aos fins de semana ou no intervalo dos trabalhos... Eu quero que você seja o ultimo rosto que eu vejo antes de pegar no sono, que seja o primeiro sorriso que eu vejo pela manhã, quero que sua voz me acorde, quero acordar você com meus beijos... – uma lagrima escorre do meu rosto e eu não tento esconder – Eu não sei por que esperei tanto tempo, mas agora eu já não quero esperar mais... Keyse Parkinson, você aceita se casar comigo? – o pedido parece se repetir várias vezes na minha cabeça, ele sorri e espera minha resposta.
- Sim! Eu... é claro que sim! É claro que eu quero me casar com você – respondo numa mistura de choro e risada, ele também ri, segura minha mão e coloca o anel, eu olho para o anel, aproximo minha mão e sorrio ainda mais – Ai meu Deus, eu... eu não acredito nisso – falo rindo, me ajoelho também e me jogo nos braços dele, eu o abraço e o beijo – Eu te amo, eu te amo, muito, muito, muito – repito varias vezes e ele ri enquanto repete que também me ama, então ele segura meu rosto e nossos sorrisos são reflexos um do outro, eu agarro sua camisa e o puxo pra mim, beijando-o com todo desejo do mundo, o beijo aumenta e acabamos caindo entre as almofadas, nós rimos mas voltamos ao beijo, sua mão sobe pela minha coxa, por baixo do vestido e a outra ele segura e aperta minha cintura, nossos corpos se esfregam um no outro e cada vez estamos mais perdidos, ele beija meu pescoço e um som abafado sai da minha garganta, agarro o cabelo dele mais forte e ele sobe a boca a encontro da minha de novo, sinto a reação do corpo dele ao meu, mas sua mão desce da minha coxa, o aperto dele diminui assim como o beijo, ele encosta a testa na minha e eu abro os olhos, ele ainda me olha com o mesmo desejo de antes mas tenta se controlar, mas não eu, eu o quero como nunca quis tanto alguma coisa na minha vida, por isso eu volto a beijar ele, prendo seu lábio com meus dentes e o puxo pra mim, minha língua invade sua boca e eu aperto o puxão em seu cabelo, ele ainda tenta manter alguma razão e eu passo minha perna pelo quadril dele, o puxando mais pra mim, novamente sinto a reação do seu corpo, então ele afasta a boca da minha.
- Seu pai vai me matar – ele fala com a respiração ofegante, mas eu não o solto, pelo contrario, escorrego minha boca pelo pescoço dele, beijando-o cada pedaço, meus dentes arranham sua pele, onde a barba recém feita estava, beijo seu pescoço e volto a subir pelo seu queixo, ele tenta dizer algo mas acaba me beijando mais uma vez – Keyse... eu... – ele começa a tentar dizer alguma coisa, então eu o olho nos olhos.
- Eu quero você, Pyter! Eu quero ser sua, Pyter! Só sua! – eu falo, mas o solto, deixando a decisão pra ele, eu sei o que eu quero mas deixo que ele decida, continuo deitada e ele me olha como se estivesse decidindo algo, a resposta vem em um beijo ainda mais forte que o anterior, ele não parece ter dúvida nenhuma disso e nem eu, por isso dessa vez não paramos, seus lábios descem pelo meu pescoço, beijam minha pele, sua mão sobe meu vestido e todo meu corpo está entregue a ele, minha mão alcança sua calça e eu abro o botão, ele me ajuda e tira a calça meio apressado demais, o que faz nós dois rirmos, logo em seguida é a vez da sua camisa, eu tento desabotoar e ele me ajuda.
- A partir de agora nada de camisa com botões – ele fala quando nos enrolamos com os botões, acabamos rindo de novo, finalmente a camisa é deixada de lado, minhas mãos descem pelo peito dele, seu corpo é lindo, seus músculos destacados, forte e agora estão aqui apenas pra mim, meus olhos descem um pouco mais e um sorriso orgulhoso escorrega dos lábios dele quando ele me vê olhando pra ele desse jeito, então ele se inclina e me beija de novo, mais forte mais demorado, ele sobe meu vestido e eu preciso ajudar ele a tirar, ele joga o vestido longe.
- Achei que você tivesse gostado do vestido – falo com um sorriso irônico e provocador, ele ri e então seus olhos descem pelo meu corpo, mesmo nunca tendo estado com ninguém assim, mesmo que nós dois nunca tenhamos feito isso, eu não sinto vergonha quando ele me olha, não me sinto tímida quando suas mãos sobem pelo meu corpo, pelo contrario me sinto desejada como nunca me senti antes, sinto que nós somos tudo que o outro precisa.
- Você fica ainda mais linda assim – ele fala sorrindo, o corpo suspenso acima do meu enquanto ele me olha com calma, então volta a me beijar, dessa vez sua boca escorrega pelo meu pescoço e por todo meu corpo, sinto cada parte do meu corpo gritar desesperada por ele, sinto partes do meu corpo que eu nem sabia que existiam acordar com o toque dele, com os beijos dele ou apenas com sua respiração quente, sinto que na verdade ele já me possuía a muito tempo, agora é apenas o meu corpo e quando nós nos tornamos um só tenho a certeza que eu sou completamente dele, cada movimento nosso é sintonizado e eu encontro no corpo dele apenas uma extensão do meu próprio corpo, como se realmente formássemos uma só pessoa, nos completamos de uma forma ainda mais forte e impressionante do que eu pudesse imaginar, o ritmo de nossos corpos, nossas respirações, o momento exato em que nossos olhares se encontram, nossas bocas se reivindicam, tudo faz sentido, é como se toda a minha vida eu estivesse esperando por esse momento, quando eu deixo de ser apenas minha e me torno dele.
- Eu te amo! – ele murmura no meu ouvido quando se perde em mim, sua voz é rouca, sua respiração está alterada e seu corpo desliza junto ao meu, e eu repito a maior verdade que tenho.
- Eu te amo! – nossos corpos ficam juntos, colados, ofegantes e quentes, eu me deito com metade do corpo sobre o dele, ele puxa um dos lençóis e nos cobre parcialmente e a paz que eu sinto só me dá mais vontade de jamais sair daqui, ele acaricia minhas costas e beija minha testa, eu levanto o rosto pra olhar pra ele e o encontro sorrindo.
- Se eu soubesse tinha falado eu te amo antes – ele fala e ri, eu dou um tapa de leve na cabeça dele, mas acabo rindo.
- Idiota – ele ri e me beija, ficando por cima de mim, ele coloca vários beijos na minha boca e me faz rir, então se afasta de mim, procurando por alguma coisa no meio das cobertas e quando encontra, segura a caixa com meu presente ente nós dois, ele pega um dos pingentes e sorri, depois de observar ele com atenção, ele se inclina sobre mim, tira a corrente do meu pescoço, deixando o corpo tão perto do meu que sinto seu calor e preciso me segurar pra não puxar ele ainda mais pra mim, ele desliza o pingente pela minha corrente e volta a prender ela no meu pescoço, em seguida pega o outro e me entrega, eu me sento e faço o mesmo com ele, fecho sua corrente mas diferente de mim, assim que eu fecho a corrente dele, seus braços passam pela minha cintura e me puxam pra cima dele, me beijando com todo desejo que ainda tem, ele passa minhas pernas em volta do corpo dele e eu não tento nem por um segundo me afastar dele.
- Isso me deu fome – ele fala com aquele sorriso bobo, enquanto estamos novamente deitados, eu sobre ele e suas mãos nas minhas costas e na minha coxa.
- Tudo te dá fome – acrescento, ele faz uma careta e me beija rapidamente antes de se levantar e ir até o balcão – PYTER!! – eu grito quando ele simplesmente anda até lá sem roupa, ele ri e se vira pra mim.
- Que foi? – ele me provoca como se não tivesse nada demais, eu jogo uma almofada pra ele.
- Se cobre, por favor – peço mas estou rindo, ele também ri e coloca a almofada na frente, mas quando se vira eu acabo rindo de novo, ele pega a bandeja com os sanduiches – Agora vai ser meio que impossível eu parar de apertar sua bunda, ela é ainda mais bonita sem tanto pano – eu falo e ele ri negando mas se divertindo.
- Mantenha suas mãos longe de mim, sua tarada – ele fala quando se aproxima, coloca a bandeja perto de mim e procura por sua cueca, ele acha e a veste mas quando eu pego meu vestido ele o puxa da minha mão.
- Ei! – reclamo, mas ele o afasta de mim.
- Nem pensar que eu perco essa visão – ele fala com um sorriso safado, eu puxo o lençol me cobrindo e ele ri, se inclina e me beija então puxa o lençol me deixando descoberta.
- PYTER – reclamo mas mal tenho tempo pra continuar por que ele me cobre com seu corpo.
Enquanto ele termina de comer os sanduiches, finalmente ele me deixa vestir o vestido, mesmo que me olhando e falando coisas sugestivas enquanto eu me arrumo.
- Você também tem que se vestir! – falo e ele nega e se deita entre as almofadas, com os braços atrás da cabeça – Tudo bem, você pode explicar pro meu pai o motivo de eu chegar em casa tão tarde – assim que falo ele arregala os olhos e se senta.
- Ele vai me matar – ele fala e se levanta puxando a calça do chão e vestindo.
- Ele não ia querer uma filha viúva! Talvez te dar uma surra mas matar não – falo implicando com ele mas ele parece nervoso, fecha a calça e puxa a camisa.
- Ele vai ficar uma fera e meu pai vai dar razão a ele ... – ele fala já fechando os botões, eu me aproximo dele e o olho nos olhos.
- Você está arrependido? – pergunto e ele nega imediatamente.
- Nem por um segundo!
- Nem eu! – afirmo e deixo um sorriso escapar, ele sorri ainda mais do que eu, me pega pela cintura e me beija.
- Quer saber? Eu vou chegar lá na sua casa, vou entrar e quando seu pai vier pedir explicações eu vou falar... Eu amo sua filha, nós vamos nos casar e acabamos de fazer amor entre os cobertores e almofadas da cabana – ele fala com a voz mais firme que consegue, eu acabo rindo e ele também.
- Vamos deixar a parte de fazer amor, cabana e cobertores de fora, ok? – ele ri e concorda depois de me beijar de novo.
Quando ele para o carro em frente a minha casa, ele desce abre a porta pra mim.
- Luzes apagadas? Isso é bom ou ruim? – ele me pergunta já que geralmente meu pai está esperando a gente.
- Bom, eu acho! – falo dando de ombros – Minha mãe deve ter dado um jeito nele – falo e ele ri.
- Do mesmo jeito que você me deu um jeito hoje? – eu lhe dou um tapa de leve mas acabamos rindo.
- Eu tenho que entrar – falo mas continuo parada com as mãos no peito dele e ele com as mãos na minha cintura.
- Eu venho falar com ele amanha – ele garante e eu o olho confusa – O pedido – ele fala e segura minha mão que está com o anel, eu sorrio e ele leva os dedos até minha corrente onde está a ancora igual a dele depois toca na dele – Eu amei! – ele fala e sorri.
- E eu amo você – ele sorri.
- E tem como não me amar? – ele pergunta fingindo confusão.
- Nem por um segundo – nós nos beijamos demoradamente pela ultima vez e então eu entro em casa carregando meus presentes, vou na ponta dos pés até meu quarto e assim que alcanço a cama a porta se abre, me viro rápido e minha mãe está me olhando com um olhar ansioso, eu sorrio e levanto a mão do anel pra ela que ri e bate palmas mas sem fazer som alto, ela me abraça e me beija.
- Meus parabéns – ela fala e eu só sei sorrir – Mas não foi por isso que você demorou tanto, foi? – mesmo que eu quisesse jamais conseguiria mentir pra ela, por isso eu nego, ela não precisa de mais explicações apenas sorri e beija minha testa – Me deixa falar com seu pai antes – ela avisa, mas sorri – Ele deve ser uma loucura né? – ela pisca um dos olhos.
- MÃE – eu falo tentando brigar, mas acabo rindo junto com ela.
- Ah não esconde o jogo... Aquele corpão todo...
- MÃE! Eu não tô ouvindo.. sério! – falo tampando os ouvidos e ela ri ainda mais.
- Azar seu, eu podia te dar umas dicas – ela fala dando de ombros, eu tampo o rosto e ela ri ainda mais – Amanhã a gente conversa mais, agora você precisa recuperar toda essa energia – ela fala e sai do meu quarto rindo.
Eu me jogo na cama sorrindo como uma boba, olho para o anel na minha mão, sinto o cheiro dele ainda marcado em mim e sei que nada vai me fazer parar de sorrir assim, só um pensamento ocupa minha mente. Eu pertenço a ele e ele a mim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nova fase'" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.