The Son Of Cruella De Vil escrita por Apple White


Capítulo 8
Capítulo oito – Chances




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Havia um lago no norte de Storybrooke. Quando não estava no píer eu estava sentado num banco em frente aquele lago. Esses eram os dois lugares no qual eu estava pensando em minha mãe ou conversava com Doce Imaginação. Aquele era o MEU lugar.

E era uma terça-feira quando levei Cruella De Vil para conhecer aquele lugar no qual eu chamava de “o melhor lugar de sempre”. Não sei se isso era uma coisa boa ou ruim, mas mamãe estava estranha. Parecia que escondia algo.

Deve ser coisa da minha cabeça, claro! Cruella De Vil não tem absolutamente nada a esconder de seu filho! Ela olhava para o lago e parecia perdida em pensamentos, mas eu também estava.

Acho que você não precisa mais de mim. Essa frase se repetia em minha mente durante várias e várias vezes. Já se passaram uma semana desde o dia em que ela havia ido embora, uma semana desde o dia em que minha mãe havia voltado.

Não gosto de pensar que Doce Imaginação foi embora por causa de minha mãe, acredito que ela simplesmente queira me dar espaço para passar o tempo perdido com Cruella. Eu estava de mudança para o apartamento da minha mãe, e devo admitir que essa semana com Lucy fora um dos momentos mais tristes da minha vida. Sentiria falta de suas sopas quando eu estava doente, dos abraços, dos sermões e principalmente de todo o carinho.

Lucy não me via como o filho da malvada Cruella De Vil, ela me via como Carlos De Vil. E como eu sempre repito todas as noites antes de ir dormir, eu devo a minha vida a doce Lucy.

— Carlos — Mamãe me olhou.

— Sim? — Cruella segurou em minhas mãos e as apertou com força. — Aconteceu alguma coisa, mamãe? A senhora está estranha.

— É que... Talvez coisas possam acontecer nesta cidade. Eu não sou muito bem-vinda aqui, e sabe perfeitamente disso.

Ela engoliu em seco e prosseguiu:

— Talvez eu não seja a pessoa perfeita que você quer que eu seja. Talvez eu não seja a mãe que você sempre quis que eu fosse.

Do que ela estava falando?

— Mas saiba que eu te amo! E espero que você me ame também...

Okay, estava acontecendo alguma coisa e minha mãe não queria me contar. Eu lhe abracei e fingi que estava tudo bem, mas na realidade, não estava. Eu ainda vou descobrir o que está acontecendo.

(...)

Quando cheguei no meu mais novo lar estava completamente vazio. Úrsula havia saído, mas havia deixado um bilhete.

SAÍ PARA RESOLVER ALGUMAS COISAS DE NOSSO INTERESSE! E POR FAVOR, LEIA ESSE BILHETE ANTES QUE O SEU FILHOTE DE VIRA-LATA O LEIA!

Filhote de vira-lata? Certo, não sei se isso era uma ofensa a mim ou a minha mãe, mas que isso foi feio, foi. O que tanto interessava a Cruella? Havia um isqueiro em cima de uma mesa, o peguei e queimei aquele bilhete. A minha sorte era que mamãe havia ido comprar alguma coisa para comermos durante todo o mês. Ninguém saberia que eu li aquele bilhete, ou que ele existia.

Cruella De Vil estava planejando alguma coisa, algo perverso, podia sentir. Assim como não permitiria que essa cidade fosse destruída, não deixaria minha mãe com problemas. Se alguém iria destruir aquela cidade ali um dia esse alguém seria EU. Outra pessoa além de mim não tem permissão de fazer isso. Saí de casa e fui em direção a casa de Evie, todos estariam lá.

Não, eu ainda não pretendia me tornar um verdadeiro vilão e acabar com o felizes para sempre, eu ainda pretendo ser bom.

Evie havia falado com Regina, e assim como eu, todos estávamos ansiosos para saber o que a Evil Queen queria tanto falar para a sua filha bastarda.

Não toquei a campainha quando cheguei, simplesmente entrei e segui para o seu quarto onde ali já estava todos os meus três melhores amigos. Ela parecia um tanto nervosa e Mal não tinha uma expressão maravilhosa no rosto. Ela ainda era contra sobre Evie se aproximar de sua mãe, enquanto o resto apoiava.

— Eu falei com a mamãe...

Nós a olhamos com uma grande curiosidade estampada no olhar e Evie deu um suspiro antes de falar.

— Ela realmente mudou e que ela espera do fundo do coração que eu a perdoe. Ela quer que eu seja a sua filha de novo!

— Quê? Não!

Os olhares foram parar em Mal, que ignorou e puxou Evie para um canto no qual ainda dava para mim e Jay escutá-las.

— Acredita mesmo que ela mudou? — Jay perguntou.

Não respondi Jay, pois afinal, eu ainda tinha algumas dúvidas. Regina Mills sempre fora boa em enganar alguém, e tenho certeza de que isso não iria mudar assim do nada. Ela podia amar Henry e Robin Hood, mas ela também devia amar mais Evie. Ela era a sua VERDADEIRA filha, sangue do seu sangue. Como ela pode amar mais Henry do que Evie? E quando ela se sentiu sozinha, por que ela não procurou a sua filha? Porque ela teve de adotar? Ah, sim! Isso era o destino tentando trazer Emma Swan para a cidade.

— Eu ainda não acredito que a Mills tenha realmente mudado.

Evie revirou os olhos e olhou para todos nós.

— Nós mudamos! Tão rápido quanto o Flash quando correu tão rápido que conseguiu voltar no tempo. Porque ela não pode fazer isso?

Nós a olhamos sem a entender, Evie havia mudado um pouco.

— Ela é a Rainha Má!

Evie havia começado a gostar de super-heróis e essas coisas quando começou a se aproximar mais de Doug, e de vez em quando ela fala coisas no qual simplesmente não entendemos. Ela pareceu revoltar-se quando Mal lhe disse o motivo de Regina não poder mudar. Simplesmente fechou a cara e saiu do quarto quase quebrando a porta.

É, a Evie era meio esquentadinha ás vezes!

— O que foi?

Mal resmungou quando a olhamos em reprovação.

— Nós aprendemos muita coisa em Auradon, mas infelizmente não aprendemos a acreditar que alguém possa mudar.

Jay saiu do quarto e seguiu Evie. Mal bufou e eu a encarei sem saber o que dizer. Eu concordava com Jay, nós tínhamos que dar uma segunda chance a alguém assim como deram para nós.

— Eu só não quero ver a Evie triste por causa da Regina! — Defendeu-se Mal. — Também não estou satisfeita com Úrsula e Cruella na cidade, me desculpe por isso, Carlos. No fundo eu ainda tenho medo de que eu ainda possa machucar alguém por ser má.

Eu abracei Mal e logo fui retribuído.

— Você não teria coragem de machucar alguém! Sabe do que você precisa? — Ela negou. — Você precisa conversar com Ben, faz um tempo que vocês não conversam mais, não é? Afinal, o que aconteceu? Antes da maldição vocês estavam bem...

— A maldição mudou todos nós... Não somos mais os mesmos!

Segurando em minha mão, Mal me arrastou para o andar de baixo da casa onde Evie chorava e Jay a abraçava.

Ela olhou para Evie e vi uma certa decepção. Não chore, Evie!

— Eu sinto falta da minha mãe, sabe? E agora eu posso ter a chance de finalmente ser reconhecida por ela como a sua verdadeira filha. Sabe quantas vezes eu fiquei olhando para as estrelas esperando ela se arrepender? Todas as noites, Mal! Todas!

Mal aproximou-se de Evie e a abraçou no qual logo foi retribuída. Jay e eu ficávamos apenas observando e rezando para que essa história logo acabasse e se resolvesse de forma pacífica. Evie merecia o amor de Regina, ela fora uma das únicas pessoas que acreditou que ela poderia ser boa.

Para esquecermos esse assunto e falarmos sobre como tudo estava estranhamente bem, resolvemos ir para o Granny’s. Um hambúrguer com batatas fritas e milk-shake nunca fora tão gostoso.

— Vocês vão para a festa da Diana, não vão? — Henry sentou-se ao lado de Evie sem nem ao menos percebermos que o garoto se aproximava. Ele era legal, mas algumas vezes nos assustava.

— Não sei — Respondi. — Não estou muito afim...

— Carlos...

Mal repreendeu-me.

— Claro que vamos, Henry! Nunca iríamos perder a festa de alguém tão corajosa como a Diana. Afinal, você já sabe o que aconteceu naquela aula quando Ash a zombou? Aqui realmente foi muito estranho! O que acha que aconteceu?

— Alguns dizem que ela tem poderes, mas acho isso impossível. Ela não tem descendentes com poderes, então...

Mal pareceu pensar um pouco.

— Alguém nesta cidade a protege... — Henry assentiu.

Mal nos encarou durante um tempo e finalmente deu um sorriso, o que significava que ela iria aprontar alguma coisa.

Alguns velhos costumes nunca irão sumir!

Apesar de termos concordado de que não seguiríamos os mesmos rumos de nossos pais, ainda aprontávamos e nos rebelávamos quando não gostávamos de algo. Era mais para coisas de adolescentes do que “vilanismo”, palavra essa que foi criada por mim. Henry disse que por alguns motivos Diana era super protegida pelos seus pais e que a sua educação sempre foi em casa, até agora.

Certamente eles haviam contratado alguém para protege-la, alguém com magia, mas quem? Diana tinha seus mistérios, e pelo pouco que a conheci sabia que só descobriria mais se ela permitisse.

Parece que a cada dia que se passa essa cidade demonstra ter habitantes mais estranhos e misteriosos.

Sendo acompanhado por Emma, Henry foi para casa. Mas antes de ir, disse que Regina convidou Evie e nós –seus amigos– para um jantar em família.

— Estamos honrados pelo convite Henry, e juro que convencerei esses bobões de irem para esse jantar.

Não precisava me convencer de nada. Se existe comida no meio, eu estou dentro! O garoto assentiu e foi embora. Olhei para Mal e ela parecia pensar enquanto brincava com uma batata. Ela estava assim desde quando Henry falou que alguém protegia Diana.

Jay pegou a sua batata frita, fazendo-a ‘acordar’.

— Hey!

— Qual o seu plano? — Jay perguntou. — Você quer saber quem a protege, não é? Por quê?

— Algo nela me incomoda... — Respondeu.

Isso era um motivo muito idiota para querer descobrir os segredos de uma pessoa, mas quando algo incomodava Mal significa que essa coisa vai incomodar outras pessoas também.

Dei uma mordida em meu hambúrguer e esperei alguém falar.

— Quem mais nesta cidade tem magia? — Perguntou.

— Muitas pessoas — Evie a respondeu. — Encontrar a pessoa que a protege não será tão fácil assim.

Quando cheguei em casa, Úrsula assistia TV enquanto mamãe arrumava a mesa para o jantar. Elas estavam caladas e entreolharam-se quando cheguei.

Espero que Úrsula não tenha comentado sobre o bilhete, o que eu creio fortemente que ela não o fez. Dei um beijo na bochecha de minha mãe e olhei a forma como ela arrumava a mesa, era diferente de Lucy.

Os talheres ficavam mais próximos do prato, Lucy os deixava um tanto mais afastados. Ao invés de copos de vidro mamãe colocava uma taça de vinho. Apesar de estar morando num apartamento nada comparado a sua mansão, Cruella De Vil nunca perdia a classe.

Úrsula havia pedido pizza, infelizmente nenhuma das duas tiveram tempo para fazer um jantar já que Úrsula resolvia uns problemas pessoais e a minha mãe fazia as compras do mês.

Elas estavam me enganando, e eu sabia perfeitamente disso. Seja lá o que esteja acontecendo, eu não estava gostando nenhum pouco disso. Iria descobrir o que elas tanto escondiam.

Talvez a minha esperança seja em vão...

Cruella chamou-nos para comer quando a pizza chegou. Sentei-me e imediatamente peguei o meu pedaço, sem dizer uma palavra sequer. Vi Cruella e Úrsula me olharem e em seguida se entreolharem.

— Você está quieto! — Úrsula quebrou o silêncio. — Aconteceu alguma coisa? Brigou com os seus amigos? Problema com garotas? Professores irritantes? Notas abaixo da média?

Neguei todas as suas perguntas. Eu estava perfeitamente bem! Agora eu não sabia elas. Adoraria perguntar: “Mas e você? O que você e mamãe andam escondendo? A propósito, eu li e queimei aquele seu bilhete! O que as interessa tanto?

Mas eu apenas fiquei calado e tentei encontrar alguma desculpa melhor sobre o meu comportamento. Eu geralmente falo demais e isso não é novidade para ninguém.

— Fui convidado para uma festa — Comecei. — Mas eu simplesmente não sei se devo ir, não sou muito próximo da garota que me convidou e creio eu que ela irá zoar comigo nessa festa.

Peguei outro pedaço de pizza e dessa vez coloquei um pouco de ketchup e maionese. Não gostava muito mas algumas vezes inovar pode ser bem legal.

Cruella disse que eu deveria ir, mas se caso algo acontecesse era para dizê-la que ela iria pacificamente conversar com os pais de Diana. Novamente aquele lugar ficou em silêncio, e eu ficava pensando em como as minhas horas do jantar seriam completamente estranhas. Mesmo estando somente Lucy e eu, ficávamos conversando sobre o nosso dia e problemas que nos aconteciam.

— Vou dormir. Beijos mamãe, boa noite Úrsula!

Entrei em meu quarto e fui diretamente para o banheiro, no qual eu tomei um longo banho e escovei os meus dentes. Eu tinha preguiça de tomar banho, mas quando estava debaixo do chuveiro não queria sair.

Ao me deitar na cama fiquei olhando para o teto na espera de que alguma coisa acontecesse. Esse dia fora um tanto entediante para mim, e eu realmente queria que algo surpreendedor acontecesse, algo no qual mudasse tudo nessa cidade. Queria que Doce Imaginação voltasse, e mudasse essa cidade comigo. Dentro de um livro no qual lia estava o bilhete que ela havia escrito. Como ela o escreveu? É tipo mágica? Dei um meio sorriso ao pensar em Doce Imaginação e logo meus olhos focaram no quadro que eu havia feito dela... Ou melhor, no quadro que eu havia feito de Diana.

Ele estava pendurado perto dos meus posters de super heróis, principalmente próximo ao Capitão América.

Algumas vezes eu queria que Diana Illea fosse como ela.

Nesses pensamentos eu percebi uma coisa. Eu não estou me apaixonando por alguém que não existe, estou? Na realidade, existe! Eu imaginei Doce Imaginação sendo Diana Illea, mas apenas a fazendo ser a garota perfeita, a garota no qual eu queria para mim. Mas eu nunca vi Diana em toda a minha vida, como Doce Imaginação pode ser igual a ela? Então eu não estava apaixonado pela minha imaginação, mas sim pela garota que é real.

Não. Não estou apaixonado por Diana! Eu estava era ficando louco! Diana Illea era uma pessoa no qual me deixava nervoso quando estava por perto, mas que ainda assim conseguia ser um tanto quanto insuportável. Não a odiava, ódio é uma palavra um tanto quanto forte. Eu só a achava mimada, mimada até demais.

Sem conseguir dormir, levantei-me e decidi tomar um copo grande de leite com algum biscoito industrializado. Mamãe nunca fez biscoitos para mim e até ir para Auradon eu não me importava com isso.

Cheguei na escada sem fazer barulho quando vi as duas conversando.

Úrsula e Cruella falavam algo sobre como as coisas estavam indo como o planejado e como algumas pessoas iriam decepcionar-se. Não entendia o que elas falavam, estavam cochichando e isso era meio ruim, para a minha sorte eu tinha ouvidos bons.

Algo na conversa chamou-me atenção. Elas falavam sobre Rumpelstiltskin, o famoso senhor das trevas. Ele havia sido banido de Storybrooke por Bella já faz algum tempo, e isso não me importava. Meus olhos arregalaram-se quando eu ouvi mamãe dizer:

— Malévola foi ressuscitada com sucesso, assim como Rumpelstiltskin está finalmente de volta a cidade como combinado.

Então esse era o assunto que tanto as interessavam? Durante esse tempo mamãe estava apenas arrumando um jeito de vir a cidade e conseguir alguma coisa ao invés de me procurar? Eu estava decepcionado com ela, assim como estava decepcionado comigo.

Toda a esperança que eu joguei em minha mãe foi realmente em vão. E por um momento, pensei em que Mal estivesse certa sobre nem sempre todos merecerem uma segunda chance. Mas eu já havia dado chances demais a Cruella, e por eu ser trouxa, tenho certeza de que a darei mais e mais chances.

Subi para meu quarto e fiquei pensando no verdadeiro propósito de Cruella De Vil estar em Storybrooke. Fingiria que estava tudo bem e descobriria seus planos, dessa vez eu não seria tão bobo. Dessa vez quem salvará esta cidade será eu!

Uma luta com a sua própria mãe? Perguntei-me.

Sim, uma luta para tirá-la da escuridão e trazê-la para a luz.


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Notas finais do capítulo

Sei que demorei um pouquinho para postar mas eu ando um tanto quanto ocupada esses dias. Queria agradecer aos 27 acompanhamentos e 5 favoritos que a fanfic recebeu. Próximo capítulo prometo fazer algo mais emocionante no qual envolverá a festa de Diana no qual creio que vocês estarão ansiosos.
Bjs!



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