Na madrugada escrita por


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Musica tema da fic https://www.youtube.com/watch?v=gDXNJzrFvOM

I won't give up - Jason Marz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644258/chapter/1

Já se passava e muito do horário de Mac, mais uma vez ele preferiu a companhia de seus intermináveis relatórios a ir para casa e tentar ter uma noite tranquila de sono, talvez pelos inúmeros cafés que toma seu sono não se faz tão presente quanto merecia, principalmente depois que Stella foi embora. É ... ela havia deixado Nova York e estava em Nova Orleans por exatos 365 dias...aliás 454 dias, ou seja, um ano e três meses. Nesse período eles sempre se comunicavam, por e-mail, telefonemas mas nada era igual a presença constante um na vida do outro principalmente pelo passado...

Ele estava lá em seu escritório pensando que mais alguém estava preso e iria pagar pelo crime cometido, ele fechava a pasta parda quando um sinal em seu computador faz seus olhos brilharem.

“Stella chamando”

Ele atende à ligação de videoconferência e logo a imagem dela aparece em sua tela, e lá estava ela com seu sorriso encantador, seus olhos verdes brilhantes e também em seu escritório no laboratório de Nova Orleans.

Mac – Adquirindo meus hábitos Bonasera de ficar até mais tarde no trabalho.

Stella – Ser chefe tem seus bônus e seu ônus.

Mac – É verdade. E então como está?

Stella – Cansada. – ela respira fundo. – Mas a cidade não para, não é como Nova York mas também tem sua agitação no mundo do crime.

Mac – Tem feito um bom trabalho Stell. Estou orgulhoso de você, sempre soube que saberia conduzir bem o seu trabalho.

Stella – Obrigada Mac. Fico bastante lisonjeada com as suas palavras. Sabia que ia te encontrar no laboratório por isso liguei.

Mac – Tem alguma coisa pra me contar?

Stella – Na verdade tenho sim. – ela hesita um pouco mordendo de leve o lábio inferior mas continua. – Eu...eu...estou saindo com alguém. Estou tentando refazer a minha vida aqui de verdade Mac e queria que você fosse o primeiro a saber. – ele tentou digerir aquelas palavras mas ficaram presas em sua garganta, ele engoliu em seco e parecia que a saliva descia rasgando. Pelo silencio e o olhar penetrante dele Stella paralisou por alguns segundos tentando decifra-los.

Stella – Mac eu só queria que você soubesse...

Mac – Tudo bem Stella, eu sei que é para o seu bem. Eu só quero que você seja feliz. Sempre soube que você não ficaria sozinha por muito tempo. – ele tentou dizer suas últimas palavras com um sorriso para tentar disfarçar sua tristeza. Mas era verdade...tudo o que mais queria era que Stella fosse feliz. – Eu posso saber quem é ele?

Stella – Vincent Donavan.

Mac – Detetive da homicídios? – ele fala franzindo o cenho.

Stella – Isso, você lembrou dele?

Mac – Sim, ele acompanhou você da última vez que trabalhamos no mesmo caso. Seja feliz Stella.

Stella – Obrigada, Mac. Você também. – ele espreme os lábios e assente e logo desligam a chamada de vídeo. Mac se recosta em sua cadeira ainda atordoado com o que acabara de ouvir de Stella, não a imaginava com outro alguém mas era verdade, Stell era uma mulher muito bonita se alguém tivesse um pouco de juízo jamais a deixaria sozinha e quem a conhecesse mais de perto a amaria por todas as suas qualidade e defeitos. Ele que a conhecia por longos dez anos e agora tinha certeza que logo seria esquecido das memorias dela.

Mac volta ao seu computador, vasculha seu e-mail até encontrar o endereço eletrônico que precisava. Seus dedos corriam apressados pelo teclado, escrevia o que lhe vinha a mente, se era loucura ou não já não importava mas tinha que fazer aquilo. Seria para o bem dela, para o bem de Stella. Ele ainda leu e releu as várias linhas que escreveu se certificando que tinha tudo ali, para alguns segundos ainda pensando se deveria ou não mandar mas quando viu já tinha apertado o “enviar”, não tinha mais volta. Desligou seu computador, apanhou seu blazer que estava pendurado, apagou a luz e deixou a sala rumo a sua casa. Agora sim não tinha mais jeito, não tinha mais jeito de trabalhar e nem muito menos de dormir, se antes seria o café que o deixaria acordado agora era a notícia de Stella. Com o café ao menos conseguiria se concentrar no trabalho, nos relatórios e agora nem isso era possível. Colocar a cabeça no travesseiro aquela noite seria uma tortura.

E como pensara dormir não era uma coisa fácil, Mac levanta-se derrotado mais uma vez, não conseguia pregar os olhos e parecia que aquele cheiro floral tão conhecido estava impregnado em seus lençóis. Ele sabia que não tinha cheiro nenhum ali mas sua memória olfativa vinha lhe atormentar todas as noites. Mac precisava de algo que fizesse sua cabeça parar por um tempo e já que seu telefone não tocava para uma cena complicada no meio da madrugada o jeito era tentar preencher aquela falta com música. Ele vai até a sala e liga o som e pela hora só tocava músicas românticas nas estações de rádio ele deixou na primeira que tocou algo agradável, foi até o bar que possuía na sua sala por mais que mal tocasse naquelas garrafas mas com tal noticia precisava de uma dose de whisky urgentemente.

Mac tomou a primeira dose sem gelo, sem mistura e simplesmente virou na boca pra tentar fazer com que aquelas palavras que Stella havia dito fossem finalmente engolidas embora a contragosto mas tinham que ser. Ele coloca mais uma dose em seu copo sem gelo e caminha até a varanda. Um vento gelado passou pelas cortinas as fazendo balançar e lhe arrepiar a pele.

Mac continuava imerso na escuridão da noite quando os primeiros acordes do violão de uma música na rádio chama a sua atenção, ele olha para o aparelho de som como se quisesse ter certeza e tem ... então sua mente é invadida por lembranças. Por lembranças dela...

1 ano e três meses antes...

“Mac estava em sua sala de olho em seus papeis quando um raio passa na sua porta de vidro e sem olhar para trás. Ele apenas viu alguns cachos balançando e antes que pudesse abrir a boca e chama-la Stella já havia passado por ele. Mac saiu da sala para tentar alcança-la mas foi em vão, Stella entrou no elevador e sem erguer a cabeça para encara-lo.

Danny – Mac encontramos...- ele o detém em frente ao elevador mas Mac não prestava atenção ao que ele dizia apenas via as portas automáticas se fecharem e Stella não o olhar, tinha seus olhos presos no chão. Algo de errado estava acontecendo com Stella mas nesse momento não poderia correr atrás dela. Era nítido que ela precisava de um tempo e quando fosse o momento certo ela o procuraria.

Mas as horas passavam e Stella não dava notícias, não atendia ao celular e não estava em casa. Mac fora lá e como tinha a chave entrou sem problemas mas nenhum rastro dela. Ele volta para casa preocupado precisava encontrar Stella, precisava saber o que tanto a atormentava a ponto de faze-la se esconder dele.

Ele entrava em seu apartamento frustrado sem saber notícias daquela mulher que lhe roubava o sono. Mac estava tão perdido em suas preocupações que não prestou atenção na música baixinha que tocava, ele liga a luz e então percebe aquele corpo deitado em seu sofá, toda encolhida abraçada a uma almofada. Os olhos de Mac se iluminam ao ver aquela cena e imediatamente seu coração que estava tão apertado se acalma e então respira fundo fazendo com que a tensão daquela noite fosse embora. Ele acaricia o rosto de Stella que dormia mas pode perceber a face dela molhada, sinal que estava chorando até conseguir cair no sono.

Stella – Mac? – com uma voz sonolenta.

Mac – Não queria te acordar. – ela senta-se no sofá e Mac pode perceber os olhos dela inchados. – Você me deixou preocupado. Fui até o seu apartamento mas não estava, te liguei inúmeras vezes. – sentando-se ao lado dela.

Stella – Desculpa. Eu...eu...não queria isso. – olhando para suas próprias mãos.

Mac – O que está acontecendo meu amor? – tocando as mãos dela. Ao ouvir Mac lhe chamar de amor Stella cai no choro mais uma vez. – O que está acontecendo Stella? – ele fala um pouco mais firme puxando delicadamente o queixo dela para que ela lhe encarasse. Stella enxuga suas lagrimas.

Stella – Eu recebi uma nova proposta de trabalho. De chefiar o laboratório de Nova Orleans. – mais do que ela lhe dizia o que doeu em Mac foi a certeza nos olhos dela.

Mac – Eu já sabia. – agora foi a vez de Mac de desviar dos olhos dela. Não queria que ela percebesse o quanto estava decepcionado.

Stella – Você sabia?? E eu aqui pensando, atormentada em como te contar. – um pouco chateada. Ela levanta-se e fica de costas para ele.

Mac – Você sabe que uma proposta dessa passaria por mim antes, Sinclair antes de falar com você falou comigo primeiro eu disse que não estava disposto a perder você pela grande profissional que é, seria uma grande perda para o laboratório mas não poderia impedir que essa proposta chegasse até você mesmo porque isso é um grande reconhecimento pelo seu trabalho. Mas a decisão de ir ou não é sua e somente sua. – Stella ouvia aquelas palavras cuidadosamente, sabia que ele estava certo e a cada palavra dita uma lagrima cai pelo rosto. Mac levanta-se e se põe atrás dela a abraçando.

Mac – E você já decidiu, não é? – aquelas palavras saíram sussurradas. Ele encosta a testa na cabeça dela sentindo o cheiro de seus cabelos. Stella não responde e suas lagrimas ficam mais intensas. Ela vira-se para ele.

Stella – Eu amo você, nunca esqueça disso. – encostando a testa na dele.

Mac – Não esquecerei. – eles se beijam em meio as lagrimas.

No som aquela música romântica baixinha embalou a despedida deles

When I look into your eyes

It's like watching the night sky

Or a beautiful sunrise

There's so much they hold

And just like them old stars

I see that you've come so far

To be right where you are

How old is your soul?

(Quando olho em seus olhos

É como observar o céu de noite

Ou um belo amanhecer

Eles carregam tanta coisa

E como as estrelas antigas

Vejo que você evoluiu muito

Para estar bem aonde está

Qual a idade da sua alma?)

Mac – Eu não desistirei Stella, sempre estarei aqui. Eu amo você.

Stella – Mas logo agora que finalmente começamos Mac. Nem contamos ainda para os nossos amigos.

Mac – Mas nós dois sabemos e é só o que basta. Vá e refaça sua vida e quando achar que precisa voltar, volte porque estarei aqui.

I won't give up on us

Even if the skies get rough

I'm giving you all my love

I'm still looking up

(Não desistirei de nós

Mesmo que os céus fiquem violentos

Estou lhe dando todo meu amor

Ainda olho para cima)

And when you're needing your space

To do some navigating

I'll be here patiently waiting

To see what you find

Cause even the stars, they burn

Some even fall to the earth

We got a lot to learn

God knows we're worth it

No I won't give up

I don't wanna be someone who walks away so easily

I'm here to stay and make the difference that I can make

Our differences they do a lot to teach us how to use

The tools and gifts we've got yeah we got a lot at stake

And in the end, you're still my friend

At least we didn't intend

For us to work we didn't break, we didn't burn

We had to learn how to bend without the world caving in

I had to learn what I've got, and what I'm not

And who I am...

(E quando precisar de seu espaço

Para navegar um pouco

Esperarei pacientemente

Para ver o que você descobrirá


Porque até as estrelas queimam

Algumas também caem sobre a terra

Temos muito a aprender

Deus sabe que somos dignos

Não, eu não desistirei

Não quero ser alguém que vai embora facilmente

Estou aqui para ficar e fazer a diferença que posso fazer

Nossas diferenças, elas fazem muito nos ensinando a usar

As ferramentas e os dons que temos, sim, há muito em jogo

E no fim, você ainda é minha amiga

Pelo menos não tivemos a intenção

Para funcionarmos, não quebramos, não queimamos

Tivemos de aprender a ceder sem ceder à pressão do mundo

Tive que aprender o que tenho e o que não sou

E quem sou)”

Música: I Won’t Give Up – Jason Marz (Não desistirei)

...

Vincent – Stellaaa. – entrando na sala da perita.

Stella – O que foi Vincent? – dando um pulo de sua cadeira.

Vincent – Você pode me explicar isso? – mostrando uns papeis pra ela. Stella da a volta na mesa.

Stella – Do que você está falando? – fechando a porta da sala.

Vincent – Leia isso e você vai saber.

Stella pega os papeis e começa a ler, não acreditava no que estava escrito ali.

Stella – Eu...eu não acredito nisso.

Vincent – Ah você não acredita, não é? Me diz uma coisa, seja sincera comigo, você teve alguma coisa com o detetive Mac Taylor? – ela respira fundo. – Não sei porque te pergunto está tudo ai nesse papel. – o celular dele toca. – Eu preciso ir trabalhar Stella depois conversamos se é que ainda tem alguma coisa pra conversamos. – saindo da sala.

Stella volta para trás da sua mesa e se joga em sua cadeira, seus olhos não saiam daquele papel.

“Para Vincent, o cara mais improvável que fosse escrever mas não por você mas pelo assunto que se trata esse e-mail.

Mas pode apostar que estou passando por cima do meu ciúmes em nome da pessoa mais importante da minha vida, desisti inúmeras vezes de voar até Nova Orleans nesse exato momento, quando soube dessa notícia desastrosa pra mim só pra enfiar uma bala na sua cabeça, mas calma eu sou apenas um cara que se preocupa com essa mulher que estar ao seu lado, não vou fazer nada disso apesar de que minha mente esta inquieta.

Mas vou propor somente que a faça feliz e quando o brilho da estrela ameaçar se perder segue o que vou dizer nessas linhas, que só um cara que a conhece de perto por mais de dez anos, que a observou atentamente por esse longo período pode dizer com toda certeza.

E como já entendeu e não custa nada repetir, não faço isso por você, faço por ela que não merece derramar uma lagrima sequer por quem seja, então peço que siga isso atentamente.

Apesar de não ver Stell por quase um ano continuou desejando que seja feliz e que ria até lhe doer a barriga e seus olhos se apertarem mas caso ela ameaçar murchar não se faça de tímido e faça cocegas nela e se ainda assim estiver com os dentes escondidos a opção infalível é a tomar nos braços e rodopiar com ela pela sala gritando o seu nome e de quanto a ama e verá que valerá muito a pena. Terá de volta sua gargalhada mais gostosa e o semblante em paz.

Sabe cozinhar? Não? Mas tem coragem de pôr a mão na massa? Sabe o que é uma criança chegando num parque de diversões e os olhos dela brilharem? É isso mesmo que vai testemunhar quando um dia desses depois do trabalho você a esperar com um prato de macarrão a quatro queijos ou melhor use todas as opções de queijos disponíveis porque ela adora queijo mas modere a mão no gorgonzola, ela nunca disse que não gostava mas sei que sente nojo dos pedacinhos verdes. Ah já sei não sabe fazer esse prato pode ser um mistão mesmo mas não esqueça de escolher o pão francês mais claro e o dobro de queijo. Mas nunca a leve nesses restaurantes caríssimos e fique falando de vinhos, ela vai perder o interesse quando começar a falar das safras e vai se concentrar apenas naquele caso mal resolvido do laboratório e pode apostar que ela é capaz de te deixar falando sozinho no meio jantar e ir embora.

Depois daquele caso puxado, difícil de resolver uma cerveja naquele barzinho de sempre é o ideal mas um café apesar de ser depois da meia noite vai fazer o mesmo efeito e ainda pode deixa-la mais disposta se é que me entende, um cappuccino também faz o mesmo efeito depende do cansaço dela. Quando puder faça uma viajem, apenas vocês dois e mais ninguém Stella adora conhecer outros mundos como ela mesma chama, tenha certeza que será uma ótima chance pois devo confessar que não tivemos muito tempo para viajar, a leve para qualquer lugar do mundo sei que será difícil convence-la a deixar o laboratório por um tempo mas use o truque da cocegas e poderá convence-la. Mas nunca em hipótese nenhuma a leve para a Grécia, apesar dos momentos tristes que vivemos lá sei que será a mim que verá em cada canto.

Quando comecei a escrever esse e-mail jurei pra mim mesmo que não entregaria todo o ouro que tenho nas mãos mas como disse e continuou repetindo é apenas para ver Stella feliz e é por ela que faço isso, então vou dizer o que a faz ser uma mulher completa na cama. Mas caso ela nunca tenha estremecido nos braços com um beijo roubado no meio da noite então meu caro não vai adiantar eu te entregar os seus segredos de alcova que mesmo assim ela não se sentirá inteira, não se sentira intima, com alguma ligação extrema e direta a você.

Antes de tirar suas roupas, primeiro tire sua vergonha, seu pudor e a vista de paixão, de prazer, de luxuria, não vá ao seu ouvido falar palavras melosas, fale aquilo que uma mulher quer ouvir de um homem mas diga de verdade, que ela é a gostosa e do quanto ela te deixa louco quando usa aquele vestido preto que marca todo o corpo dela. E do quanto quer cravar as mãos no quadril dela e puxa-la ao seu encontro quando fica de costas. Fale o quanto quer vê-la gemer o seu nome e do quanto vai puxar o cabelo dela quando estiver de quatro até fazê-la perder as forças no ápice do prazer. E quando tudo acabar e tiver recuperado o folego e mesmo com o suor impregnado não levante logo da cama, fique la respirando fundo e a traga para seu peito, ela vai adorar ouvir as batidas descompassadas de seu coração.

Outra coisa que ia esquecendo, Stella é muito independente e detesta preocupar os outros seja la quem for e pode ser que em algum momento ela passe mal porque na correria do laboratório é capaz de passar o dia inteiro sem comer então vai fraquejar, fique sempre atento e veja se ela se alimentou. Chegue de surpresa, leve um café, leve um doce assim como sem querer só pra que ela possa colocar algo em seu estomago.

Pra terminar peço que não esqueça do motivo desse e-mail, a felicidade de Stella, e se for para desistir dela que seja como um homem e honrando o que tem entre as pernas. A faça feliz e não de boba e caso eu descubra que a fez sofrer lembre-se que sou um CSI supervisor nível 3 e que sei muito bem como fazer um assassinato parecer um acidente e ninguém descobrir, além do mais até descobrir que o corpo seria o seu iria demorar muito porque seria uma morte lenta e posso garantir que muito, muito dolorosa pois não seria nada agradável ter suas pernas amputadas por laminas de barbear. E como disse...tudo não passaria de um mero acidente.

Mac Taylor.”

...

Alguns dias haviam se passado desde a notícia que Stella lhe dera e ela não mais havia entrado em contato, os pensamentos do detetive Mac Taylor foram tomado por medo, medo de finalmente ter perdido a amiga, a parceira, a mulher.

Aquele laboratório não era mais o mesmo, a sua parceira não era mais a mesma e nem mesmo sua vida não era mais a mesma. Mais uma vez era madrugada e estava enterrado no laboratório com seus relatórios sua própria casa lhe trazia lembranças e ele não mais as queria e por isso era tão difícil voltar. Mas apesar da sua insônia recorrente as vezes seu corpo pedia, pedia ao menos que deitasse e tentasse relaxar, já fazia uns dias que não conseguia dormir... bom...isso não era novidade mas estava demasiadamente triste ao saber da grande novidade de Stella.

A madrugada parecia deixar a cidade um pouco mais calma mas a escuridão da noite sempre escondia surpresas.

Já passava das três da manhã e Mac estava mais uma vez com o som de seu computador ligado em uma estação de rádio qualquer de música mas nem prestava atenção apenas tomava aquele liquido que descia rasgando pela sua garganta. Seu café já estava pela metade significando logo que precisaria de mais.

Mais uma vez estava de frente a janela da sua sala recostado no batente observando a cidade que nunca dorme, seus pensamentos são inundados de lembranças até aquele cheiro floral invadir a sala, mais uma vez sua mente lhe pregando peças era o que dizia pra si mesmo.

Ele vira-se e a imagem que via era mais uma ilusão de sua mente atormentada pela perda, Mac senta-se em sua cadeira e toma os relatórios para si querendo afastar aqueles olhos suplicantes a sua frente mas sabendo ele que era uma mera projeção de suas ilusões perdidas.

Stella – Mac?

Até mesmo seus ouvidos lhe pregavam peças, não suportava mais aquela dor que se fazia tão presente, não suportava mais chegar em casa deitar em sua cama e sentir o cheiro dela. Não aguentava mais ver o sorriso dela em outros rostos. Não aguentava mais ouvir a voz dela no meio da música. Era um engano, mais um mero engano. Ele respira fundo tentando se concentrar nos relatórios e mais uma vez a voz dela o chama.

Stella – Mac.

Ele ergue devagarinho os olhos na direção daquela voz e o que estava vendo não era sua imaginação, era Stella a sua frente mas não conseguia verbalizar seus pensamentos porque eles estavam em branco apenas a admirando ali.

Stella – Mac eu preciso falar com você. – ele continuava em total silencio, apenas se recosta no espaldar de sua cadeira mas para não cair. Mac baixa a caneta que usava para assinar os relatórios e tenta se concentrar no que ela tinha a dizer.

Stella se mantia de pé, nervosa, as palavras lhe fugiam, as mãos suavam frias e o coração...ora o coração estava aos pulos em seu peito ao vê-lo ali a sua frente, por estar novamente naquele ambiente e de reconhecer todos os motivos que a fizeram voltar. E estava certa em voltar, seria sua decisão mais sábia mas não sabia se tinha seu grande amor de volta. O medo de ter perdido a chance de viver seu amor só aumenta, a forma como ele a olhava era indecifrável. Ela que tanto o conhecia nesse momento não conseguia distinguir nada em seu semblante.

Stella – Mac eu resolvi voltar, eu larguei tudo em Nova Orleans e estou de volta a Nova York. – ela fala tudo de uma vez mas o silencio depois disso continuou, apenas as notas baixinhas da música que saia do computador era ouvido. Mac apenas a olhava sua cabeça entrou em parafuso agora ela viria morar em Nova York com seu novo namorado, marido seja lá o que ele seja dela, precisava tanto lhe machucar o coração?

Mac – Seja bem-vinda. – as palavras saíram frias e isso foi como um golpe baixo em sua alma devastada, arrependida. Mas ele tinha razão em tudo, Mac a apoiou o quanto pode mas ela resolveu acabar com aquela ponte aérea, resolveu desistir daquilo que tanto amava: Mac.

Stella sentia o quanto ele sofria toda vez que se despediam as escondidas então pôs um fim terminando seu ainda frágil relacionamento com Mac.

Mas ao contrário do que pensava seu relacionamento com Mac era mais forte do que imaginava.

Stella respira fundo tentando se acalmar e caminha até a enorme janela da sala, ela olha as luzes da cidade que por tanto tempo foi sua casa. Ele gira sua cadeira a acompanhando.

Stella – Eu quero dizer que eu vim para refazer minha vida aqui, a vida que um dia eu pensei que poderia deixar para trás mas não posso. – ela vira-se para olha-lo. – Eu não posso deixar a mina vida com você para trás porque você é tudo o que tenho.

Mac – Mas você estava refazendo sua vida com outra pessoa...

Stella – Eu tentei! – ela se agacha diante dele. Seus olhos eram suplicantes e brilhantes pelas lagrimas que ameaçavam a rolar pelo seu rosto. – Eu tentei suprir a sua falta Mac com outra pessoa mas não dava, eu não consegui. É só você quem me conhece por inteira, é você quem eu amo. E só espero que um dia você me perdoe. – os olhos de ambos estavam presos um no outro mas o silencio da parte de Mac ainda era assustador. Stella levanta-se e volta-se para a janela. E os acordes daquela música conhecida por ambos se fez ser ouvida mais nitidamente.

When I look into your eyes

It's like watching the night sky

Or a beautiful sunrise

There's so much they hold

And just like them old stars

I see that you've come so far

To be right where you are

How old is your soul?

I won't give up on us

Even if the skies get rough

I'm giving you all my love

I'm still looking up...

Mac – Porque exatamente esta aqui Stella? – ele levanta-se e se aproxima dela. Ela continuava parada sem olha-lo.

Stella – Porque se você me perdoar eu quero voltar a ter minha vida junto com você de volta. Eu me deixei levar pela grande oportunidade profissional que estava batendo a minha porta sem perceber que para isso eu fechei outra que sempre esteve aberta para você. Mas você enxergou isso muito antes, não foi? – passando a olha-lo. Mac põe as mãos nos bolsos e desvia do olhar dela. – Você sabia que isso iria acontecer e só você poderia mudar as coisas mas você é bom o bastante pra me deixar seguir a minha vida mesmo que fosse sem você porque você saberia que eu voltaria.

Mac – Temia que isso não acontecesse quando noite passada você disse que estava com outra pessoa.

Stella – Eu não sabia se você queria que eu voltasse. Você nunca me disse que não fosse.

Mac – Eu não poderia Stella. Não poderia impedi-la de crescer profissionalmente mesmo que fosse longe de mim, sempre achei que daríamos um jeito de continuarmos juntos mas você quis tentar tudo sozinha. – as lagrimas não são mais suportadas e desabam pelo rosto de Stella.

Stella – Eu fiz tudo errado. Mas você sabia que se pedisse pra ficar eu ficaria.

Mac – Mas eu não queria pedir e um dia você se arrependesse eu me sentiria culpado e...

Stella – Você é o culpado sim Mac, mas o culpado de me fazer feliz. – ele sorrir timidamente.

Mac – Mas é claro que eu queria que você ficasse sim, comigo.

Stella – E será que um dia que você me perdoa? Seria pedir demais recomeçar da onde paramos?

Mac – Eu disse a você que estaria aqui Stella, que não desistiria de você e eu não desisti. – ela pula nos braços de Mac o abraçando forte e enterrando seu rosto no pescoço dele. – Eu esperei por você paciente, meu amor. – sentindo aquele cheiro que todas as noites o atormentava. Mac a abraçava tão forte como se naquele gesto eles pudessem ser um só.

Stella – Que e-mail foi aquele que você mandou para o Vincent? Sabia que você me entregou de bandeja para ele?

Mac – Eu sei e burro foi ele que tinha aquele dossiê todo nas mãos e desperdiçou. – eles se beijam apaixonados como sempre foram. Aquele beijo era cheio de saudades com pinceladas de desejo pela falta que faziam nos braços um do outro.

E aquela música que embalou a despedida agora era a trilha sonora daquela reconciliação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Na madrugada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.