Selection escrita por Pudim de Menta


Capítulo 38
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, recuperadas ?



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O mundo naqueles dias se tornou um borrão, não me apeguei a detalhes, umas das poucas memórias claras que tenho é  minha mãe, Dominique, Roxanne e eu em um avião de volta para casa.

Parecia a tão pouco tempo que eu estava em um avião indo para a Seleção e achando que seria chutada logo na primeira semana e eu estava com o anel de noivado no dedo.

O anel que representava tanta coisa, eu ainda não tivera coragem de tirá-lo do meu dedo.

O avião estava silencioso demais, lembrei no dia em fomos ao palácio e eu achava Lily a pior coisa do mundo, quando tempo eu perdera? Poderíamos ter resolvido nossas diferenças e sido amigas, ela poderia ter me ajudado a suportar nosso penoso segredo.

Tanto tempo que eu perdi negando que gostava de Scorpius, poderíamos ter ficados juntos mais tempos.

Como eu desejei voltar a uns meses atrás, comecei a chorar baixinho, ninguém veio tentar me consolar, preferi assim.

Depois quando parei de fungar o avião ficou silencioso, a tensão era sepulcral e poderia ser cortada com faca de manteiga.

O avião pousou e Dominique desceu, ela estava muito abatida, mas garantiu a todos que sobreviveria.

Eu e minha mãe fomos às próximas, levei mais um dos choques de realidade quando desembarquei, não era o clima frio de Yukon, era o calor seco de Sonage.

Estava tudo acabado ali, enquanto minhas malas eram pegas por um oficial da guarda que mandaram para me proteger, minha mãe virou-se e para mim.

―Rose, você consegue encarar o saguão? Ele está cheio de repórteres e fotógrafos, vão querer capturar cada detalhe.

―Consigo mãe. ― Foi uma das primeiras palavras que falei naqueles dias.

O oficial se ofereceu para pegar nossas malas e disse que teria mais guardas da província no saguão de desembarque.

Coloquei um óculos escuro para esconder meus olhos inchados e fui em frente.

Quando entramos no salão de desembarque ele estava vazio, as esteiras desligadas, ele estava assim pela minha causa, esvaziaram para mim, porém as portas transparentes que levavam até o resto do aeroporto mostravam outra coisa.

Do lado de fora estava o maior redemoinho de fotógrafos e repórteres, havia um corredor feito de guardas que seria suficiente para minha mãe e eu passarmos.

Segurei mais firme nas mãos da minha mãe e saímos, assim que pus o pé para fora, começou as ondas de flashs, as perguntas invasivas.

“O que fará em seguida senhorita Weasley?”

“Como se sente?”

“Senhora Weasley algum conselho de ex-elite para outra ex-elite?”

Eram perguntas como essas em uma cacofonia de vozes sobrepostas, era sufocante, eu e minha mãe conseguimos com um pouco de dificuldade passar por aquilo e finalmente chegarmos ao carro que fora reservado para mim e um guarda o dirigia.

Acomodamos-nos no carro com uma multidão de jornalistas nos seguimos e o telefone da minha mãe tocou, vi pelo identificador de chamadas que era meu pai, eles conversaram brevemente.

― Rose, seu pai ligou, ele disse que pode ir para um hotel, por que a casa está cercada de jornalistas, a escolha é sua. ― Minha mãe comunicou.

―No hotel também terá vários, eu quero apenas o conforto da minha cama. ― Respondi cabisbaixa.

Logo chegamos a nossa casa e os jornalistas estavam lá feito abutres, ignorei por um tempo e fui para o meu quarto, apenas fiquei deitada na minha cama e chorando.

Mas o burburinho da multidão não me deixava ter paz, eu os ouvia e minha janela dava direto para a rua, não aguentei, apenas levantei da minha cama e abri a janela e gritei para aquele amontoado de pessoas.

―Me deixem, me deixem com o meu luto, eu não irei dar declarações, eu não estou disposta a dar declarações e não quero dividir esses pedaços da minha vida que tanto clamam com ninguém, me deixem. ― Eu não esperava o efeito que deu, todos aquelas pessoas ficaram silenciosas e aos poucos irem embora.

Quando o silencio imperou pude parar melhor para obversar meu quarto, estava como eu havia deixado e tudo me proporcionava uma sensação de estranheza.

Dormi novamente as lagrimas.

***

Eu não comi direito por uns dias, eu levantava da cama apenas para tomar banho, minha mãe vinha e conversava comigo, às vezes me trazia um doce.

Num dia veio meu pai, ele disse que não estava bravo, que se arrependeu das coisas que falou e me abraçou e logo depois disse que ia me dar o tempo que eu precisasse.

Com o passar das semanas eu comecei a descer para almoçar e jantar, às vezes eu sentava no jardim, passava um curioso ou outro na rua e apontava para mim.

Com o tempo eu voltei a correr pelo bairro e para os moradores da área eu não era mais tão sensação, apesar de que as pessoas me notavam, me olhavam de diferentes formas.

O dia do ataque abalou o país, pelo que eu soube o rei se escondeu em um dos abrigos da família real e mandou demolir o palácio de Yukon e construiu outro em Baffin, que era mais isolado ainda, pelo que soube com muitas muralhas e sem passagens secretas e só deixou o abrigo com o novo castelo pronto.

Luke começou a ser treinado para o trono e o país ficou desolado, muitos clamavam ao rei Draco que ele convocasse uma nova Seleção com mulheres na faixa de idade dele e que se casasse novamente.

O monarca negou veementemente, sempre disse que ninguém se igualaria a Astória, depois do acontecido ele pareceu envelhecer vinte anos, ficou mais magro, abatido e Luke assumiu o trono precocemente aos 18 anos e convocou uma Seleção, pois Draco adoeceu severamente e faleceu no dia 13 março, no ano seguinte, um dia depois de Luke fazer dezenove anos.

Sobre Dominique Delacour ela faleceu alguns anos depois, aos vinte dois anos, estava treinando para administrar o hotel da família, não estava em nenhum relacionamento e sua morte foi causada por um acidente de carro.

O que sei sobre Lysander é que ela se tornou uma atriz muito premiada.

Já Roxanne se consolidou como modelo e estilista e ditou a moda por muitas décadas, até quando estava aposentada, ela inspirou muitos e acabou se casando anos depois com um influente cantor, não teve filhos e viveu até os seus 64 anos e teve uma parada cardíaca no qual ocasionou sua morte.

Eu não consegui ter outro relacionamento, sai com alguns rapazes, tentei, mas eu sempre os comparava a Scorpius e passava  semanas me sentindo culpada por tentar.

O assédio da imprensa permaneceu a vida toda, quando eu recém havia retornado da Seleção, minha mãe disse que com ela durou apenas um mês, porém minha história era diferente, era para eu ser a próxima rainha, eu havia vencido a Seleção.

Os jornais sempre queriam fazer entrevistas, as pessoas sempre queriam um autografo e sempre apontavam, para a garota que quase usou a coroa e coisas do gênero e as pessoas clamavam que eu escrevesse a minha história e de Scorpius.

Será que as pessoas não percebiam como tais títulos eram muito dolorosos?

Eu me tornei uma escritora, acredito que meus livros venderam mais pela minha fama do que pelo meu pequeno talento, me tornei reclusa, mudava muito de província por causa da atenção que existia sobre mim, sempre descobriam onde eu morava e etc..

Aos 67 anos eu morava em Paloma, continuava a escrever, eu sabia que em breve seria tragada pela morte.

Num ultimo suspiro decidi contar alguns detalhes do meu relacionamento com Scorpius e escrever a minha história.

Quando terminei e dei o ponto final, me ergui  da cadeira.

Devido a minha idade eu já andava devagar e com muita dificuldade, eu estava cansada, apenas deitei em minha cama.

Acordei horas depois em uma campina com um vestido branco, eu não era mais a idosa Rose Weasley, eu estava jovem, com meus 18 anos.

Constatei isso ao olhar minhas mãos sem rugas e a apalpar meu rosto e havia outra coisa em minha mão.

Algo que eu havia guardado em um cofre e era o meu maior tesouro, o meu anel de noivado.

Por mais que eu não soubesse onde eu estava, eu me sentia em paz, me levantei com uma leveza impressionante.

―Rose. ― Eu reconheceria a voz, era minha mãe, ela estava com seus trinta e poucos anos, não com a aparência que eu havia visto dias antes de sua dolorosa morte, aos setenta e dois anos.

E eu soube o que estava acontecendo e não me assustei.

―Florzinha. ― Era a voz do papai, ele parecia também ter trinta anos.

Ambos usavam roupas em tons pasteis e se aproximaram de mim, cada um me abraçou e andamos com os braços enlaçados  pela campina.

Prefiro não dividir a conversa que tivemos, apesar de amar meus pais, eu tinha apenas uma pergunta: Onde estava Scorpius.

―Estamos te levando até ele. ― Minha mãe pareceu ler minha mente, a campina começou se transformar em um cenário praiano e mais adiante eu vi algo que parecia a organização de um casamento.

Assim que me aproximei consegui ver melhor, cadeiras dispostas pela areia e um corredor e o noivo parado na frente, mas ele era apenas uma silhueta, foquei os convidados.

Dominique, Hugo, Alice, Roxanne, Sirius, Lily, Amelia, O rei e a rainha.

Minha mãe sentou nas cadeiras e meu pai me levou até o noivo.

―Cuide bem dela. ― Ele falou para a figura e assim que me aproximei vi quem era o noivo era Scorpius Malfoy e eu era a noiva.

― Está atrasada Senhorita Weasley, porém não importa, teremos a eternidade. ― Sussurrou Scorpius no meu ouvido.


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Notas finais do capítulo

Bom, apesar de uma visão após a morte não combinar muito com o clima da história eu acabei fazendo, por que é um tipo de visão que eu tenho, de uma vida depois daqui.
Acredito que nossa mera existência terrena é apenas uma fatia fina da eternidade.
Eu volta e meia acabo passando um visão dessas para minhas fanfics.
O que vocês acharam?
Daqui em diante teremos um bônus, eu quero saber o que vocês querem primeiro.
As cenas nos pontos de vista de Scorpius? Os pontos de vista de Sirius? De Dominique? De Lily? De Astória? Ou de outro personagem?
Beijos ♥