Selection escrita por Pudim de Menta


Capítulo 19
XIX - Chamas


Notas iniciais do capítulo

oieeee suas lindas ♥ ♥



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As meninas continuaram de papo no salão das mulheres e sinceramente eu não estava aguentando a adulação sobre a Lysander.

Sai de lá e fui caminhando sem rumo pelo castelo, devo ter caminhando sozinha por uns dez minutos ou mais, sinceramente sou péssima contando o tempo, não estava a fim de retornar ao meu quarto, quando alguém me alcançou.

Era Roxanne Weasley, ela usava sapatilhas e estava com um casaquinho verde e o cabelo arrumado em um rabo de cavalo, ela tinha uma câmera na mão.

― Oi Rose. ― ela cumprimentou. ― Você se inscreveu na aula de fotografia?

― Acho que não. ― Respondi.

― Tá, eu sei que estou enchendo o saco, mas eu preciso mostrar para alguém. ― Ela sorriu. ― Eu fui à estufa e tirei umas fotos, imagina que lugar maravilhoso, já foi lá?

Roxanne não devia ter tocado no assunto “estufa”, por que isso me lembrou de outro assunto e que a lasanha não seria a solução do problema.

― Já. ― respondi e ela pegou me mostrou as fotos pela câmera, o lugar era lindo, congelei por dentro quando ela mostrou o parreiral, por que foi ali que eu beijei Scorpius.

― Rose Weasley. ― ela me chamou a atenção. ― Você está bem? Saiu do salão das mulheres de cara fechada.

Acabei de descobrir que não sei disfarçar quando algo me incomoda.

― Não me vai dizer que ficou incomodada só por que a Lysander beijou o Scorpius. ― ela colocou a mão na cintura e assumiu uma pose autoritária.

― Um pouco. ― fiquei tentada a mentir, mas o olhar forte de Roxanne não ia deixar. ― Não sabe a raiva que estou sentindo da Lysander!

― Por favor, não diga isso, Scorpius a beijou e ela o beijou, a seleção é pra isso, e se você sente raiva de alguém, não sinta das garotas, ninguém controla quem gosta, e por algum motivo bem besta nos mulheres nos colocamos em uma competição uma contra as outras, competimos por motivos idiotas e às vezes nem sentimos que competimos, sabe pelo que “competimos”, por homens, para ver quem se encaixa melhor no padrão social e estético e desde pequenas somos ensinadas a ser inimigas, desfaça isso.

― Mas Lysander mentiu. ― me defendi. ― Ela não foi à primeira.

― Ela nem sabia se alguém beijou o príncipe antes, espera ai, como você sabe que alguém andou beijando o garoto antes? ― ela questionou e eu vi que tinha me entregado.

― Eu o beijei antes. ― olhei para os lados tentando disfarçar. ― Duas vezes e uma foi na estufa.

― Como assim? ― ela pareceu surpresa.

― Por favor, eu não vou explicar como as pessoas se beijam. ― revirei os olhos. ― Mas recapitulando, você fez um discurso lindo a respeito da competição feminina, mas veio parar em uma competição por um homem?

― Você acha que eu vim competir pelo príncipe? ― ela me olhou como se a resposta fosse obvia. ― Eu vim pela aventura, vim pelo novo, vim para representar meu povo, vim pela minha carreira e vim por mim.

Eu gostaria de ter ouvido o resto das ideias de Roxanne, mas uma sirene tocou repetidas vezes, era um ataque rebelde.

Segurei o braço de Roxanne e me pus a correr, esperando encontrar um guarda que nos levasse a algum esconderijo, não encontrei um guarda, encontrei um homem pálido vestido de preto e com um coldre pendendo na cintura.

― Ora,ora, duas selecionadas de peso aqui. ― ele sorriu, parecendo um maníaco.

― Não somos nada. ― me segurei para não gaguejar, então o homem tocou meu relicário.

― Ordem da Fênix. ― ele desdenhou. ― o tipo de aparelho barato que eles possuem, veja aqui, alem de selecionada, é parte da organização rebelde inimiga, que maravilhosa aquisição será você Rose Weasley, os outros comensais adorariam brincar com você.

Eu sabia exatamente o que “brincar” significava, tremi com isso, meu estomago se contraiu e o homem mexeu um pouco no meu relicário e arrancou com um puxão, simplesmente jogou no chão e pisou.

Eu sentia tanta coisa, nojo, raiva, medo e impotência.

― Roxanne Johnson, a filha de um dois ricaço e uma oito imunda, o que eu mais odeio. ― ele aproximou-se de Roxanne e mexeu nos cabelos dela, o queixo da garota tremia. ― A menina de ouro, que luta pelos outros.

― Não chame minha mãe de imunda! ― provavelmente ela teve que reunir toda a coragem que tinha para dizer alguma coisa e senti aquele homem nojento mexendo no meu cabelo, e descendo as mãos pelas minhas costas.

― Além de imunda é interesseira. ― ele vomitou essas palavras e voltou a se aproximar de Roxanne.

Eu torcia para que as outras selecionadas tivessem escapado e não tivessem caído na mão de nenhum rebelde e naquele ponto eu estava com tanta raiva e com tanto nojo.

Eu estava prestes a dar um jeito de fugir e arrastar Roxanne, até ouvir passos no corredor e um tiro e um baque de algo pesado caindo no chão, me virei, completamente assustada e vi o tal homem caído no chão.

Ele estava estirado e saia sangue da sua boca quanto do seu tórax, ele murmurava alguma coisa sem sentido, e um guarda vinha em nossa direção, era Sirius.

― Não mecha com minha irmã de consideração. ― ele gritou para homem caído. ― e nem com a senhorita Johnson.

Sirius se abaixou para verificar os sinais vitais do homem e tirar a pistola dele, nesse momento de distração peguei o relicário quebrado e guardei num dos bolsos do meu casaquinho.

― Viva. ― ele murmurava para o rebelde. ― Você vivera o suficiente para contar os seus segredos!

E outro tiro foi disparado, bem próximo dali.

― Melhor correr. ― Sirius ergueu-se. ― Sigam-me.

Ele começou a correr e fomos atrás, não precisamos ir longe e encontramos um abrigo, esse era mais simples, havia um colchão de casal, muitos cobertores e um banheiro separado por uma divisória de plástico.

Sirius no deixou lá e fechou a portinhola do abrigo, lá estava muito frio, tirei os sapatos e sentei no colchão, me enrolado em um cobertor e a Roxanne fez o mesmo, ela tremia ainda e eu não estava nos melhores dos estados, aquele homem me deu uma repulsa tão grande que não sou capaz de descrever.

― Rose, que diacho foi aquilo? ― ela questionou e sua voz saiu baixa.

― Um rebelde, ele quis nos atacar. ― eu sabia sobre o que ela perguntava, sobre o relicário quebrado, sobre a ordem da fênix, mas tentei desviar do assunto.

― Não falo disso. ― Roxanne declarou. ― Ele disse alguma coisa sobre Fênix e que você é uma rebelde, o que isso significa.

― Fala baixo. ― pedi. ― Meu pai é um rebelde, ele pediu para eu me inscrever na Seleção, ele é da Ordem da Fênix, somos os bonzinhos e aquele homem é um comensal da morte, não sei como ele reconheceu um simples relicário, mas se alguém perguntar você tem que negar!

Olhei bem fundo nos olhos dela e Roxanne apenas meneou a cabeça.

― Já que estamos na seção perguntas, como assim sua mãe é uma oito? ― questionei. ― filha de um dois.

― Nunca ouviu a história de George e Angelina Johnson? ― ela perguntou.

Balancei a cabeça em sinal negativo e ela continuou.

―Meu pai era um rico ator da casta dois, ele ia trabalhar em um filme, no qual ele interpretava um oito, ele se caracterizou e se disfarçou e ficou um tempo nos abrigos dos oito e vivendo como um oito, para um laboratório, nesse meio tempo ele conheceu minha mãe, ela nasceu de um relacionamento ilegítimo entre um três e um quatro, logo foi abandonada quando pequena e se tornou uma oito, viveu nas ruas, ela salvou a pele dele diversas vezes, ambos vigiavam o sono um do outro  e papai se apaixonou por ela e minha mãe por ele, ela nem sonhava que aquele homem que se dizia chamar John e era um mendigo era na realidade George Johnson , o laboratório terminou e ele foi embora sem avisá-la e ela pensou que meu pai tinha sido morto ou simplesmente largado ela a mercê, mas meu pai pagou para que ela subisse de casta, ele mandou uma limusine busca-la e ajudou ela, eles continuaram a se ver, demorou uns meses, mas finalmente começaram a namorar e depois casaram, minha mãe se tornou uma ativista pela casta Oito, construiu abrigos, luta pelas mulheres, pelos negros e por muitos outros grupos marginalizados na sociedade, e as pessoas não gostam muito dela, sofre diversos ataques, alguns tem até assinatura.

― Como é assinatura? ― perguntei.

―é uma cobra enrolada. ― Roxanne explicou. ― Ela quase foi sequestrada, já colocaram uma bomba no carro dela, quase mataram meu pai, já espancaram meu irmão na rua, quase me raptaram, mas todos nos aderimos à luta dela. ― Roxanne continuou. ― Apesar de todo o preconceito e dificuldades meu pai continua junto dela, e diz que cada dia a ama mais.

Depois disso conversamos mais um pouco e Roxanne jurou guardar o meu segredo, as horas passaram e finalmente fomos liberadas.

Um guarda guiou a mim e a Roxanne até nossos quartos, assim que cheguei lá já vi Alice e Amélia, elas arrumavam meu quarto que pareceu remexido, havia até um vestido rasgado no centro dele e lareira estava acesa, quase nunca ligávamos ela.

Em dois segundos de distração das duas joguei meu relicário quebrado nas chamas, doeu, mas não pude demonstrar nada, cinco segundos depois alguém bateu na porta, abri.

E ali estava o príncipe, parado e dois guardas atrás dele, meu estomago embrulhou e meu coração começou a bater de forma mais acelerada.

― Rose Weasley. ― Ele falou formal. ― O rei quer vê-la agora na enfermaria!


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Notas finais do capítulo

Ainda tem vagas na seleção do Luke, só avisando



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