Selection escrita por Pudim de Menta


Capítulo 17
XVII - O parreiral


Notas iniciais do capítulo

Oieee suas maravilhosas ♥ ♥
Obrigada pelos comentários



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Passei a mão na minha bochecha tirando a neve e Scorpius se dobrava de tanto rir, fiz uma bola com as minhas mãos e joguei nele.

Logo começou uma guerra, joguei neve em Scorpius e neve em Luke e eles jogaram em mim, corremos e acabamos nos afastado do castelo.

Parei subitamente, estávamos na parte de trás do castelo e lá havia uma estufa enorme, parecia mais um palácio de vidro, tinha altura de um prédio de quatro andares e era enorme, como eu não tinha visto aquilo antes, apesar de ser apenas uma estrutura de metal coberta por vidro não deixava de ser uma obra prima.

― Lindo. ― comentei assombrada, ela devia ficar maravilhosa na primavera, imaginei aquele vidro todo com os raios solares batendo, nossa quase me derreti apesar do frio.

Olhei para Scorpius que sorria em direção a estufa e me lembrei do beijo e o estomago voltou a ficar embrulhado e por algum motivo eu queria que ele me beijasse de novo.

Balancei a cabeça tentando eliminar aquele tipo de pensamento e nesses micros segundos a neve começou a cair e ficar cada vez mais forte.

― Droga. ― Praguejou Scorpius.  ― Luke segure no meu braço e no da Rose!

Quando vi Luke segurava no meu braço e no de Scorpius.

― Temos que voltar para o castelo, a tempestade vai piorar. ― Ele declarou e começamos a correr de volta ao palácio, quando estávamos naquela guerra de neve a distancia entre o palácio e a estufa parecia curta, mas agora parecia um caminho distante e penoso.

Tivemos que contornar o palácio e voltar para a parte da frente, que é por onde saímos.

Quando chegamos perto das portas do castelo a neve já estava muito forte e eu só via o branco, Scorpius empurrou as portas com toda a força.

― Droga. ― ele repetiu. ― Quando começa a nevar muito forte o castelo se tranca automaticamente, Rose. ― Ele teve que gritar para ouvi-lo. ― Pega o Luke e corra o mais rápido possível para a lateral direita, acho que tem uma portinhola lá, atrás de três arbustos, se estiver trancado corra para a estufa.

Segurei o mais firme possível o braço de Luke e fiz o que foi orientado.

Achei os arbustos e empurrei-os, até vi a linha da porta, mas ela estava trancada, segurei o pequeno príncipe ainda mais firme e fui para a parte de trás do castelo.

Se você não sabe, essa parte do terreno é declinada e com a neve fofa foi um pouco complicado descer, em algum ponto do percurso eu e Luke tropeçamos e bolamos um pouco pela neve.

Consegui me levantar e ajudar o garoto, eu não via Scorpius em lugar nenhum e a neve caia com toda sua força e dificultava minha vista.

Foco Rose Weasley, primeiro ia deixar Luke a salvo, com toda minha força tentei chegar à estufa e agora a neve estava mais fofa e o vento ia contra nós, como uma espécie de punição.

Consegui entrar na estufa, lá era climatizado, talvez para as plantas crescerem, eu estava tão preocupada com Scorpius que nem reparei no ambiente.

― Ache um lugar quentinho que de para você sentar. ― Sugeri para a criança enquanto limpava a neve do casaco dele e Luke se emaranhou naquele labirinto de plantas, observei que a estrutura tinha até lâmpadas, não sei como, mas tinha, procurei um interruptor e acabei encontrado, acendi as lâmpadas e o ambiente ficou até mais claro.

Encaminhei-me para as vidraças e tentei localizar Scorpius no meio daquela neve toda, fracassei miseravelmente, talvez ele tivesse caído em algum ponto e eu tinha que encontra-lo.

― Luke. ― gritei.

― Estou aqui. ― Uma voz infantil gritou em resposta.

― Eu já volto, não sai daqui, é sério, não sai. ― Afirmei.

― Tá. ― ele berrou de algum ponto qualquer.

Comecei a andar pela estufa e procurei uma corda, achei uma lanterna em uma caixa, talvez a noite ficasse realmente muito escuro ali e nem as lâmpadas resolviam.

Peguei uma lanterna e achei uma corda jogada perto de algumas flores, eu não sabia para que era usado uma corda em estufas, mas agradeci aos céus por ela estar ali.

Amarrei a corda em uma pilastra e por sorte a tal corda era longa, chega pesava e por fim amarrei a corda em minha cintura, me encolhi e acendi a lanterna.

Sai daquela estrutura e assim que o fiz o frio atingiu meus ossos, meus pés afundavam e flocos de neve riscavam minha visão.

― Scorpius. ― gritei com toda minha força e não ouve nada em resposta. Continuei a andar, mas me locomover apenas alguns metros era uma tarefa complicada.

Parei na parte inferior do castelo, eu podia virar para a direita, onde ele havia instruído que eu passasse a há alguns minutos antes dele se perder, mas intuição dizia que eu devia contornar o palácio pela esquerda, tomei uma decisão no impulso, segui pela esquerda e mas para frente vi o garoto caído na neve, tentei me aproximar, mas a extensão de corda havia terminado.

Soltei a corda da minha cintura, num ato nada calculado e corri até Scorpius.

― Levanta. ― O puxei pelo braço, ele parecia desnorteado, mas assim que me viu parece que ele tomou um choque de adrenalina.

Levantou-se em um salto e corri na direção onde supus ter soltado a corda.

Tateei o chão e senti a aspereza da preciosa corda, agarrei e Scorpius passou o braço pelos meus ombros e seguimos o caminho por meio da nossa bussola de fibras.

Conseguimos chegar à estufa e me senti mais aliviada, eu o garoto paramos um na frente do outro.

― Tá com neve aqui. ― Limpei no ombro dele.

― Tem neve aqui. ― ele tirou um pouco de neve do meu braço esquerdo e nos encarávamos constrangidos, eu tentei me concentrar em outros detalhes além dos olhos cinza dele.

Como o chão de terra batida, o parreiral que formava um corredor longo e como roseiras se que enroscavam nas pilastras do parreiral.

Tentei focar no ambiente multi colorido, na arvore frondosa que ficava no fim do corredor de uvas e rosas e tentei raciocinar como uma arvore daquela floresceu em ambiente tão hostil, eu juro que tentei, mas a cada dois milésimos eu era atraída para aquelas orbes.

― Ainda tem neve aqui. ― ele passou as mãos pelos meus cabelos.

― Aqui também. ― Precisei ficar nas pontas dos pés para tirar a neve no cabelo dele e bum aconteceu de novo, coisa que eu não queria que se repetisse, tá! Eu admito, lá no fundo eu queria.

Ele me beijou ou eu beijei dele ou nos beijamos ao mesmo tempo, eu não sei, parecia que eu estava flutuando, as borboletas em meus estomago se agitaram ainda mais e toda aquela história de Seleção, rebeldes, castas, tempestades de neve e que estávamos presos ali, tudo isso  ruiu naquele momento.

Fomos interrompidos por uma voz fina.

― Que nojo. ― Luke falou e ele estava no fim do corredor do parreiral.

Permiti-me uma risada e encarei o príncipe, ambos parecemos constrangidos e seguimos na direção de Luke.

Em torno da grande arvore havia diversos troncos  que eram usados como bancos, nos sentamos ali e ficamos em silêncio por um tempo.

― Será que um funcionário sente sua falta e volta para te buscar? ― torci por um sim.

― Podem até sentir, mas dificilmente conseguirão sair. ― ele suspirou.

―Rose e Scorpius. ― chamou Luke. ― Estou com fome.

― Acho que tem mangas lá em cima. ― Scorpius apontou para a parte superior da arvore no qual a gente estava embaixo.

― Esse é arvore que dá a fruta daquela torta ridícula? ― falei.

― Sim. ― ele respondeu. ― e a torta não é ridícula! É a minha favorita.

― Eu já havia sacado que era um teste naquele dia, a massa estava mal feita e você nem tocou no prato, atitude estranha para com sua torta favorita. ― revelei.

― Mas se eu dissesse que era a torta que eu mais detestava, você diria que detestou também? ― ele questionou. ― Supondo que você comeu a torta já sabendo que eu a odiava.

― Finja que tem uma bola aqui. ― fiz com gestos de mão um circulo. ― Agora pega ela e baixa, sinceramente no dia que você influenciar minha opinião Yukon vai virar uma província tropical.

A principio ele pareceu assustado, depois muito surpreso e teve uma reação inimaginável, ele abriu um sorriso, pelo visto uma interrogação ficou estampada na minha testa, por que ele se pronunciou.

― Por favor, Rose, aja sempre assim, eu odeio as pessoas me bajulando e aplaudindo minhas opiniões mesmo que não concordem com ela. ― ele explicou. ― Nem sei por que levam minhas opiniões em conta, eu sou um idiota.

― Talvez por que você seja o príncipe. ― Sugeri com um sorriso zombeteiro. ― E Herdeiro da coroa.

Ele pareceu tenso com o assunto, “herdar a coroa”.

― Por que cinco garotas foram eliminadas? ― perguntei e logo em seguida me arrependi, não era o tipo de pergunta que eu devia estar fazendo. ― Desculpe, eu não devia estar xeretando.

― Não se desculpe, eu precisava contar para alguém mesmo. ― ele comentou. ― Meu pai está fazendo pressão, por que agora estão vinte garotas, já com essa eliminatória, quando a Seleção dele já estava com o mesmo tempo da minha, só havia 14 garotas. Ele disse que estou indo muito devagar, mesmo sabendo quem deve estar na Elite.

Gelei por isso, não por causa da baixa temperatura.

― Por que Lucy saiu? ― Aproveitei que podia fazer perguntas. ― Ela até tinha contatos na Rússia.

― Ela pediu para sair, disse que não era o que ela procurava. ― ele respondeu.

― Tá casalsinho. ― Luke nos interrompeu. ― Ainda estou com fome.

― Mas é um mimado. ― reclamou Scorpius se levantando do tronco e indo escalar arvore.

― Desculpa, mas você não tem moral para falar isso. ― provoquei e Scorpius fez cara feia. ―Você mesmo disse que não gosta de ser bajulado.

Ele soltou uma risada e começou a escalar a arvore, com um pouco de boa vontade e quase caiu algumas vezes, ele conseguiu pegar seis mangas.

Foi um pouco difícil descascar com as mãos, tivemos que tirar as luvas, e mangas são frutas muito escorregadias e que fazem muita meleca, mas consegui comer, até que era docinha.

― Por que não pegamos uvas? ― dissertei. ― elas teriam feito bem menos sujeira.

― Essas uvas estão verdes e há bem poucas. ― Objetou o mais velho.

Havia uma torneira por ali, lavamos as mãos apesar do frio, a água saiu gelada e não foi um processo nada legal, sequei as minhas mãos em alguns panos que estavam jogados por lá, coloquei as luvas de volta.

Continuamos a conversar e a tempestade não passava e o clima piorava, por mais que aquele lugar fosse aquecido à temperatura caia.

― Queria bolo de chocolate. ― disse Luke distraidamente. ― Rose, você sabe fazer bolo de chocolate?

―Sei. ― respondi.

― Um dia você faz para mim?

― Sim. ― concordei e ri internamente e as horas iam passando, nos perdíamos em assuntos banais e a temperatura ia caindo.

― Como não me lembrei disso antes? ― Scorpius deu um tapa na própria testa. ― Estamos há horas nesses troncos desconfortáveis, minha mãe vem ler aqui, tem alguns bancos espalhados por aqui, alguns são até estofados.

A estufa era muito grande e era praticamente um labirinto, tivemos que andar um pouquinho e achamos um banco que caberia nos três e ainda por cima era estofado.

Com um pouco de esforço conseguimos levar o banco para debaixo da arvore, que descobrimos ser o ponto mais quente da estufa.

Sentamos-nos lá, Luke sentou-se bem no meio da gente, eu passei o meu braço por cima do ombro dele e Scorpius também, nossos braços ficaram encostados um no outro, apertamos bem nossos casacos e trincamos os dentes, por que seria possível a tempestade durar a noite inteira.


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Notas finais do capítulo

Bom to percebendo que tá todo mundo amando o Luke, só para avisar, a Astória tem ciúmes,kkkkkk.
Obrigada suas lindas, por todo o apoio



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