Eu estava muito eufórica para sequer cogitar a ideia de dormir, comecei lendo o jornal da Seleção, contava um pouco sobre as trinta e cinco garotas.

Localizei minha mãe, Hermione Granger.

Moça delicada da casta três, com inteligência aguçada e de doces sorrisos.

Não havia muito sobre as competidoras, apenas duas breves linhas relatando a personalidade e uma foto, virei a pagina e encontrei algo sobre Gina Pinckley.

A Seleção do príncipe Draco Malfoy já começou em mau agouro, uma selecionada é expulsa por agredir outra, A senhorita Gina Pinckley agrediu verbalmente e fisicamente a senhorita Cho Chang, até onde nossas fontes confirmam a senhorita Hermione Granger tentou apartar a briga e acabou com um tapa desferido em sua bochecha.

O príncipe Draco Malfoy seria assim tão galante a ponto de logo no começo garotas estapearem umas as outras?

Até onde nossas fontes confirmam a senhorita Chang e Granger passam bem e permanecerão na competição, Gina Pinckley será expulsa.

E a realeza não tem nada a declarar sobre o desenrolar dos acontecimentos.

Rita Skeeter

Ponderei um pouco sobre os parágrafos que eu havia lido, depois eu ia pensar um pouco mais, e instigar minha mãe sobre a Seleção que ela participou.

Abri a revista sobre Fleur de Laurent, ou Fleur Delacour.

Deu a louca na Francesa.

Fleur de Laurent tinha uma vida bem confortável na França, talvez em um delírio, ela se mudou para Illéa, lugar onde o sistema de castas está implantado.

Algo que os franceses se opõem ferrenhamente, em sua defesa Fleur de Laurent declarou “ Lá vou ser uma dois.”

Algo que todos sabem que a casta dois representa uma espécie de Elite.

Mas a permanência de tal na casta durou pouco, Fleur conheceu Bill Delacour, dono de um hotel cinco estrelas, porém da casta quatro, parece que a prestigiada modelo vai virar uma quatro.

Ela parece não se importar, diz estar apaixonada.

Boa sorte garota.

Frisei na minha mente, casta quatro, mas Dominique era seis, fechei a tal revista, pensei em um modo de descobrir o que realmente acontecia.

Sai do quarto e decidi bater na porta a garota, eu estava com a revista em mãos.

Logo que bati prontamente uma criada atendeu, Dominique lia alguns livros.

―Olá. ― mirei o olham em direção a ela e logo Dominique se levantou e veio até a porta.

― O que precisa? ― ela perguntou docemente.

― Desculpa atrapalhar sua leitura, mas só estou curiosa, qual tema você pegou no desafio? ― perguntei enquanto eu esquadrinhava um modo plausível de abordar o assunto, mas parecia idiota demais e desisti e tentei manter o papelão.

―Questão de falta de alimentos, Ontário passou por uma seca e o alimento estava muito mais caro e Honduragua teve uma falta de água, o que foi péssimo, pois eles vivem da pecuária e agropecuária. ― ela ia acrescentar mais alguma coisa, mas seus olhos pousarão na revista. ― Onde conseguiu isso?

― Na sala de revistas velhas do castelo. ― respondi como se desarmasse uma bomba atômica.

― Você leu, né? ― Ela me encarou com um misto de fúria e surpresa.

― Sim. ― Baixei a cabeça envergonhada.

― você quer saber a história toda? ― ela falou, uma lagrima corria sua bochecha, seu eu tivesse dito sim ou não, ela teria falado, a minha resposta não teria feito diferença. ― minha mãe era modelo na França, mas sua carreira estava indo mal, ele teve um jeito de dar a volta por cima, vindo para esse país, ela era dois, um dia se hospedou em um hotel em Likerly, ela conheceu meu pai, dono de um grande hotel, Delacour, eles se apaixonaram a primeira vista, meses depois ela conseguiu um contrato naquela província, logo ela encontrou meu pai, namoraram e noivaram, ela foi muito criticada, mas ela seguiu em frente, trocou sua vida glamorosa para casar com meu pai, acontece que ouve um infortúnio, quando eu tinha uns dois anos, houve um ataque em massa dos rebeldes em minha província , sabe onde eles ficaram hospedados? No nosso hotel, se passaram por turistas ricos, meu pai foi acusado de escondê-los, sendo que ele nem sabia quem eram, eram turistas ricos da Carolina que chegaram ao hotel, estavam disfarçados, os rebeldes foram caçados rebaixados até a casta Oito, e sabe o que houve com minha família? Fomos acusados de esconder o inimigo, e nós rebaixados duas castas, nos tornamos Seis, o hotel se tornou propriedade do governo, ainda existe, mas não é mais nosso, dizem que o rei a rainha tem a história mais linda de amor, eu discordo, por que minha mãe largou tudo para se casar com um quatro e ela não parou de ama-lo, mesmo quando ele virou um seis, ela o amou mais ainda, e enquanto ela era julgada por ser louca, por ser patricinha e ainda estava sozinha nesse país estranho, mal falava a língua, ele cuidou dela, e não importa quantas rugas apareceram, quantos os dedos dela fiquem calejados por ela lavar roupas para outras pessoas, para ele minha mãe continua sendo uma das mulheres mais lindas do mundo, só está empatado com minha avó paterna, mas ele disse que as duas estão empatadas no ranking da beleza, a história de amor deles é a mais linda!

Enquanto me relatava Dominique chorava copiosamente.

― Sabe por que eu estou aqui? ― ela me olhou e seus olhos estavam inchados, não me atrevi a dizer nada. ― por que com o dinheiro, podemos terminar de pagar o processo que corre na justiça, que não somos traidores e assim poderemos voltar a ser quatro e ter nosso hotel de volta!

Enquanto ela chorava, eu a abracei e suas criadas apareceram e eu ajudei a conforta-la.

Depois de uns minutos retornei para os meus aposentos, deitei na minha cama, depois do relato dela eu estava sem a mínima vontade de trabalhar em meu projeto.

Havia tanto desespero, nojo e raiva contida na voz dela, será que um dia ela seria uma aliada da causa rebelde?