Amélia escrita por Lucas Temen


Capítulo 3
Pedido


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, estou realmente sem tempo, aproveitem o capítulo!



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Após algumas horas conversando com suas escravas, Amélia conseguiu a confiança e amizade de ambas. Agora se encontrava sentada em sua cama lendo um livro qualquer, "Papéis Avulsos", de Machado de Assis.

Ebonee tricotava um suéter para Amélia, que havia dito que estava com frio. Amélia tentou parar a negra moça, mas Ebonee estava fazendo com o coração, e não com obrigação.

Amélia se distraia em sua leitura, não conseguia pensar direito ao estar no palácio real, ela iria se tornar a imperatriz, se casar com D. Pedro II, mas, para isto, teria de ser uma boa sedutora. Mas isso não era um problema.

Pedro II adentrou ao quarto, sem mesmo bater na porta. O que significa que se Amélia estivesse nua ou seminua, ele não se importaria de vê-la. Amélia fechou seu livro e deixou na cabeceira que havia ao lado de sua cama.

Ambos entreolharam-se. Eles tinham com certeza um interesse um pelo outro. D. Pedro na beleza de Amélia, e Amélia no império brasileiro de D. Pedro.

– Amélia, gostaria de andar comigo pelo jardim? Agora estou sem companhia, e... Você está aqui – explicou-se, fazendo com que um sorriso se abrisse no rosto de Amélia.

– Seria uma honra, D. Pedro – ela respondeu.

– Ah! Não me chame assim. Chame-me apenas de Pedro – disse de forma estranha, pelo fato de ninguém chamá-lo pelo nome “Pedro”.

– É... Tudo bem, então – disse Amélia, enquanto se levantava da cama. Por um segundo, D. Pedro desviou seu olhar e Amélia deu uma piscadela em direção às escravas, que sorriram em seguida.

Amélia seguiu D. Pedro por todo o Palácio, era um lugar muito bonito e repleto de riquezas materiais, algo que a morena Amélia se apaixonava facilmente.

Saíram pela porta de trás. O jardim era grande e belo, cheio de rosas, tulipas e até violetas, de todos os tamanhos e cores. Havia algumas árvores também e um caminho de pedras brancas. Era de tarde, então ainda era possível ver as cores e cheiros das mais belas flores.

– Então, de onde a senhorita é? – perguntou D. Pedro II.

– São Paulo, mas creio que já havia dito isto – respondeu Amélia de forma doce.

– Sim, mas... Por que veio para o Rio, sabendo que não teria algum lugar para viver? – perguntou o rapaz.

– Vim à procura de um trabalho, o Rio de Janeiro possui muitas oportunidades. Estou certa? – mentiu Amélia, ela era ótima nisso.

– Sim. Digo... Não sei ao certo – Amélia percebeu que uma gota de suor caía dos cabelos de D. Pedro II, o rapaz estava nervoso, nunca soube ao certo como tratar alguém gentilmente.

– D. Pedro... Quer dizer, Pedro – Amélia chamou.

– Sim?

– O senhor sente falta da imperatriz? – perguntou a morena.

– Bem... Mas é claro – respondeu falsamente. – Eu e Theresa temos um filho, mas o mesmo fica em seu quarto sendo cuidado pelas escravas.

– Deve ser uma honra engravidar do imperador – afirmou Amélia sem pensar no que havia dito, estava pensativa demais sobre seus planos para isto.

– O que disse? – perguntou D. Pedro segurando sua risada, e dando chance à Amélia de consertar o que havia dito.

– Desculpe, quis dizer outra coisa... É... Por que não nos sentamos? – opinou Amélia, então assim fizeram. Sentaram-se no banco de cor branca que havia no jardim, que já estava anoitecendo.

Ambos entreolharam-se no momento em que se sentaram. D. Pedro se apaixonava por Amélia a cada segundo que passava com ela. Ele achara que estava ficando louco, quando na verdade, estava apenas apaixonado pela garota na qual não sabia de nada sobre sua vida.

– Então é isto que o senhor faz no tempo livre, Pedro? – perguntou Amélia tentando puxar assunto.

– É. Não faço muita coisa diferente disto, afinal, sou apenas o imperador – D. Pedro tentou ser humilde e não teve sucesso, Amélia sabia que ser o imperador não era nada normal ou fácil.

Um escravo chegou perto de D. Pedro II e Amélia com um pouco de medo, mas respirou fundo e disse:

– Com licença.

– Diga escravo – falou D. Pedro II com autoridade sobre o negro de olhos castanhos e cabelos raspados.

– A imperatriz não está no Rio de Janeiro – ele afirmou, fazendo com que Amélia ficasse boquiaberta pelo fato de os escravos terem descoberto que Theresa Cristina realmente não estava no Rio.

– Escravo, retire-se – ordenou D. Pedro, então assim fez o escravo.

Por um ato involuntário, D. Pedro II chegou perto de Amélia e encarou sua boca. Ali, depositou um selinho, como prova de amor. Afinal, um beijo naquela época em alguém desconhecido era algo sexual demais para os padrões da sociedade.

Um sorriso verdadeiro saiu dos lábios de Amélia. Ela estava apaixonada, de verdade desta vez. O imperador, seu jeito bondoso com ela, e sua boca, fizeram a mesma repensar. Seu coração batia forte e ela sorria um pouco trêmula, sem saber o que dizer.

Então um abraço. Aconchegante e quente, que esquentava ambos naquela noite fria e escura. D. Pedro II percebeu o nervosismo de Amélia e ela percebeu o mesmo sobre ele, porém sua missão estava quase completa. E além do dinheiro, da fama, e de todos os benefícios de uma imperatriz, ela viveria com o novo amor de sua vida.

– Diga-me Amélia Araripe, a senhorita me ama? – perguntou D. Pedro II. Amélia sem saber o que dizer apenas sorriu sem mostrar seus dentes e assentiu com a cabeça.

Outro abraço, seguido por um beijo. Algo verdadeiro e recíproco.

Pedro II conduziu Amélia consigo até seu quarto, passando por diversos locais do palácio. Amélia pensava consigo mesma que agora poderia ser o momento mais feliz de sua vida.

Ao chegar, D. Pedro fechou a porta, Amélia encontrava-se de pé em um canto. Depois, começaram a se beijar, um beijo intenso, quente e sedutor.

Ambos, com certa animação andaram até a gigante cama macia e confortável do imperador. Deitaram na mesma e D. Pedro depositou beijos leves e doces no pescoço de Amélia, então, depois de beijos e abraços, transaram com muito amor e interessa, ao mesmo tempo.

Ao final, D. Pedro II, já cansado, chamou:

– Amélia.

– Sim?

– Você quer se casar comigo? – perguntou D. Pedro.

– Mas e a imperatriz? – lembrou Amélia.

– Está olhando para mim – ele disse e um beijo foi dado.

– Eu aceito, Pedro.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos, até o próximo!
PS: Não sei se vou conseguir terminar a tempo do desafio terminar, mas continuem aproveitando a leitura



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