Amélia escrita por Lucas Temen


Capítulo 2
Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos *-*
Aproveitem a leitura, beijinhos!



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─ Procurem minha esposa! Se trouxerem Theresa Cristina Maria viva, darei liberdade para todos vocês! ─ ordenou D. Pedro II a alguns de seus escravos que saltitaram por dentro, pelo fato de que tinham uma chance de se tornarem livres.

Ter escravos era algo normal na época. O que poucos entendiam, era que eles eram humanos, assim como o próprio D. Pedro II. Amélia Araripe sonhava com a libertação dos mesmos, por achar injusta a atitude da população com os africanos.

Fábio e Carlos, ─ irmãos ladrões e criminosos ─ foram contratados por Amélia, para que sequestrassem a imperatriz, e assim foi feito. A mesma foi mandada para uma casa em São Paulo, onde os irmãos viviam. O imperador encontrava-se em desespero em busca de sua imperatriz.

Amélia prometeu a Fábio e Carlos que, quando se tornasse imperatriz, daria bons cargos para os mesmos na corte imperial, caso sequestrassem a imperatriz Theresa Cristina.

Com pequenos passos leves, andava Amélia para o lado de fora da casa de sua tia Carmem. Ela trajava uma blusa branca e saia longa amarela, também possuía um chapéu de cor amarelada e sapatos pretos que se elevavam em um pequeno salto.

A jovem adentrou a berlinda e seguiu junto de seu cocheiro até o palácio de D. Pedro II. A segunda parte de seu plano daria início, hoje.

Ao chegar, deparou-se com um belo palácio, com a essência de um castelo medieval. Ao pensar em D. Pedro II, Amélia sentia-se esperançosa e nervosa ao mesmo tempo, ela tinha certo medo de algo dar errado.

Amélia Araripe bateu as portas do palácio, então um dos escravos atendeu a mesma, dando espaço para que a mesma passasse. Ela avistou D. Pedro II no trono do palácio, então foi até o mesmo, dando pequenas e leves passadas. Ao chegar, percebeu que imperador não era de se jogar fora. Possuía cabelos e olhos castanhos, tinha uma boa afeição e sua aparência também transmitia “poder”, algo excelente para o rapaz.

─ O que desejas pobre moça? ─ ele perguntou com um pouco de desdém.

─ Estou sem casa, ─ Amélia começou. ─ eu vim de São Paulo, sozinha e sem rumo, e, até então, estou habitando as ruas do Rio de Janeiro.

─ Não posso fazer nada pela senhorita ─ respondeu o imperador sem olhar mais nos olhos da morena Amélia.

─ Mas o senhor tem de fazer! ─ chorou Amélia. ─ O que seria de um país onde imperadores deixam damas como eu largadas na sarjeta como simples escravos?!

D. Pedro II assentiu, mas preferiu ignorar Amélia, até que pensasse em alguma solução. Ele levantou-se de seu trono, foi em direção à jovem de doce voz, e disse:

─ A senhorita pode viver no palácio em um dos quartos junto de duas escravas. Elas serão suas agora, pode mandar nelas da maneira que quiser ─ afirmou, então colocou a mão nas costas da jovem, levando a mesma para seu quarto. ─ Afinal, qual seu nome?

─ Amélia, da família Araripe ─ respondeu tímida.

D. Pedro II perguntava sobre a vida de Amélia e como é viver em São Paulo, a mesma respondia de forma delicada, enquanto andavam pelo palácio, em busca do novo quarto de Amélia.

Ao chegar, Amélia é "despejada" em seu quarto junto de duas escravas. Uma possuía aparência juvenil, cabelos raspados, pele negra e era muito bonita. A outra, de aparência um pouco mais velha, possuía cabelos cacheados, com alguns fios brancos e era negra, assim como a outra.

Amélia sentou-se na única cama de casal que havia no quarto, as escravas ficaram em pé em frente à garota. Amélia não entendeu a atitude das escravas, então perguntou:

─ Por que estão de pé?

─ Somos suas escravas agora, moça ─ respondeu a mais nova.

─ Ah, é mesmo. Como eu poderia ter me esquecido? ─ perguntou para si mesma. ─ Mas, se vamos dividir este quarto, por que só há uma cama? ─ perguntou às escravas.

─ Dormiremos no chão ─ respondeu a mais velha.

─ Tudo bem, mas agora, não quero nada. Sei me virar ─ afirmou Amélia, então a escrava mais velha saiu, e a mais nova sentou-se ao lado de Amélia na cama.

─ Você é diferente das pessoas que costumamos servir ─ afirmou a escrava.

─ Diferente como? ─ perguntou Amélia curiosa.

─ Os homens costumam me usar como "objeto sexual" e as mulheres costumam nos maltratar ─ ela disse, deixando Amélia perplexa.

─ Então eu sou diferente ─ afirmou Amélia sorrindo, fazendo com que a escrava sorrisse também. ─ Vou dizer algo que não poderá sair deste quarto. Eu não concordo com a escravidão. ─ a escrava mais velha virou-se e aparentava assustada com o que Amélia havia dito.

─ Qual é seu nome? ─ perguntou a escrava mais nova.

─ Amélia, da família Araripe ─ respondeu. ─ E o seu?

─ Ebonee de Jesus ─ respondeu a escrava mais nova.

─ E o seu? ─ perguntou Amélia à outra escrava.

─ Baina de Jesus ─ respondeu um pouco séria.

─ Ela é minha mãe ─ disse Ebonee.

─ Eu gostei de seus nomes ─ disse Amélia sorridente.

─ São de origem africana, nos trouxeram da África há dois anos ─ explicou Ebonee.

Dois soldados adentraram ao quarto.

─ Escrava, nada de contatos com a convidada! ─ gritou um deles e ambos seguiram em direção à Ebonee e seguraram a mesma pelos braços, então levaram ela para fora do quarto. Provavelmente a africana teria um castigo, e a culpa foi de Amélia, que se sentia muito mal pela jovem escrava.

Após alguns minutos, a escrava Ebonee voltara de seu castigo, ela encontrava-se com lágrimas nos olhos, e sem blusa. Em suas costas, eram vistas marcas de chibatadas. Baina e Ebonee se abraçaram, e Amélia quase chorou com a situação, mas segurou o mesmo, pegou sua mala e começou a arrumar em uma cômoda do quarto.

─ Eu arrumo para você ─ disse Ebonee com voz chorosa, mesmo machucada, faria seu trabalho como escrava.

─ Não! ─ gritou Amélia, fazendo a escrava recuar. ─ Eu não concordo com isto. Juro que quando me tornar a imperatriz desta porcaria, terminarei com este inferno que se chama "escravidão". ─ afirmou Amélia, então uma lágrima caiu de seu olho esquerdo.

Ebonee passou a mão no rosto da moça, limpando as lágrimas da mesma. Baina sorriu com a situação, aguentara ser mal tratada há anos junto à filha. Foi até as duas, ao pensar no que Amélia havia dito.

─ Como você se tornará a imperatriz? ─ perguntou Baina demonstrando dúvida em seu olhar.

─ Eu não devia ter contado ─ disse Amélia abaixando sua cabeça, depois a levantou e com um pouco de vergonha disse:

─ Eu sequestrei a imperatriz.


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Notas finais do capítulo

Olá novamente! Para que vocês tivessem uma noção deles, fiz um "DreamCast" abaixo.
Amélia Araripe: http://www.portaldoholanda.com.br/sites/all/sites/default/files/images/vanssa.jpg
D. Pedro II: http://www.zacefron.com.br/images/gallery/albums/album_733/zac-efron-ben-watts-2010-47.jpg
Marcos Tavares: http://images6.fanpop.com/image/photos/36100000/jared-padalecki-and-jensen-ackles-image-jared-padalecki-and-jensen-ackles-36194611-860-1280.jpg
Ebonee de Jesus: http://static.comicvine.com/uploads/original/11113/111137122/3682316-lupita2.jpg
Baina de Jesus: https://veracidadeveracidade.files.wordpress.com/2011/09/perola-negra.jpg
Os outros não tenho ideia de quem botar, ou não são importantes agora.
Até o próximo capítulo! Beijos



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