Amélia escrita por Lucas Temen


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, tudo bem?
Fiz este prólogo com muito carinho. Está bem pequeno, devido ao fato de ser um prólogo, mas prometo que os próximos capítulos serão maiores e cheios de emoção!
Boa leitura!



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Saíram de casa Amélia e Marcos, indo em direção à frente da casa amarelada de ambos, passando por algumas plantas que haviam no caminho. Amélia parou ao lado de fora de sua casa, prestes a adentrar a berlinda, um tipo de carruagem famoso na época. Marcos Tavares, seu marido de vinte e três anos, fez o mesmo. Eram dez e meia da manhã, quando o destino de Amélia Araripe começara a mudar.

– Sentirei tua falta – disse Marcos com os olhos repletos por lágrimas.

– Não sinta. Continue seu emprego na fábrica. Prometo-lhe que voltarei – respondeu Amélia.

– Desejo-te boa sorte, apenas. O Rio de Janeiro é bem diferente daqui – afirmou, referindo-se a São Paulo.

– Obrigada – disse Amélia sorridente.

A moça de cabelos negros, pele morena e olhos pouco puxados, – algo que lembrava sua descendência indígena – adentrava a berlinda. Ao avistar seu marido Marcos Tavares, de olhos esverdeados e cabelos ruivos, acenou com uma das mãos vedadas por uma luva branca e o mesmo respondeu o ato acenando de volta. Amélia Araripe possuía profundos olhos castanhos, algo que apaixonava qualquer um, era meiga e doce na frente de muitos, mas escondia uma face na qual ninguém conhecera.

Ela não estava indo para o Rio com o objetivo que disse para seu marido há alguns meses, ela não havia nenhum emprego garantido na cidade. Seu objetivo era afiliar-se a D. Pedro II, seduzi-lo, e tornar-se parte importante no Brasil. Ela planejava casar-se com o imperador e, consequentemente, tornar-se a imperatriz brasileira. Mas para isto, teria de eliminar a atual imperatriz, Theresa Cristina Maria.

A berlinda começou a andar, era um pouco desconfortável o modo como ela balançava, deixava qualquer um com azia. Com Amélia não era diferente, mas a morena se conteve, não poderia perder a classe, afinal, seria a futura imperatriz do Brasil.

A viagem durou cerca de seis horas, Amélia adormeceu no caminho quando fizera cinco horas e meia de viagem, mas acordou quando sentiu a berlinda parar. O balance da berlinda havia deixado suas costas doloridas, mas ela não se importava com isto, ela estava no Rio de Janeiro.

– Então este é o tão falado Rio de Janeiro? – perguntou Amélia ao cocheiro.

– Sim, senhora – ele respondeu educadamente.

Amélia saiu da berlinda delicadamente, levando consigo sua mala. Ela dormiria esta noite na casa de sua tia Carmem, uma mulher de longos cabelos negros que eram armados em um coque, olhos castanhos mel e possuía trinta e oito anos bem conservados. Carmem Araripe era casada com um cafeicultor, cujo nome que levara era Edmundo de Oliveira.

A casa de aparência harmoniosa era grande, possuindo dois andares e uma plantação de café nos fundos. Amélia soube através sua mãe falecida que Carmem recebia muitas visitas, então, caso fosse morar junto da tia, teria de se acostumar. Amélia bateu a porta da casa, enquanto o cocheiro acariciava os cavalos, e a mesma foi atendida por Edmundo. O homem era pálido e possuía olhos azuis impactantes, mas era acima do peso e já havia seus cinquenta e dois anos.

– Boa tarde, o que desejas? – perguntou Edmundo.

– Boa tarde, tio Edmundo. Sou eu, Amélia – falou docemente, fazendo Edmundo corar por não ter reconhecido a sobrinha de primeira.

– Desculpe-me, Amélia. Você cresceu – explicou Edmundo. – Entre.

– Não há problema, eu entendo – respondeu Amélia, enquanto prosseguia casa adentro.

A sala de estar era de paredes bege e o chão possuía um carpete avermelhado. A figura de uma mulher alta encontrava-se do outro lado, na sala de jantar, a mesma virou-se e seguiu em direção retilínea, até chegar perto de Amélia. A morena corou ao ver que sua tia não havia mudado nada.

– Seja bem-vinda, querida sobrinha – disse Carmem com um sorriso que ia de orelha a orelha.

– Muito obrigada por me receber, tia Carmem – disse Amélia educadamente e com um sorriso no rosto, depois abaixou a cabeça, encarando seus pés.

– Venha, vou lhe mostrar seu quarto – afirmou a tia, enquanto virava-se e seguia pela escada, Amélia fez o mesmo.

Ao chegar, Amélia percebeu que era um quarto de hóspedes qualquer, havia uma cama de solteiro barata, uma cômoda, um relógio de parede de madeira e um quadro qualquer pintado por Pedro Américo, além do chão ser emadeirado e as paredes pintadas na cor branco acinzentado.

– Sinta-se em casa. Esteja na sala de jantar às oito em ponto – Carmem afirma, depois segue porta afora.

Alguns minutos depois, Amélia já estava tomando seu banho diário, ela era considerada uma das mais higiênicas por tomar um banho por dia. As pessoas costumavam tomar seus banhos uma vez por semana, assim como os europeus, mas Amélia sentia-se suja só de pensar como seria tomar banho semanalmente.

Ao terminar de se limpar, levantou-se da banheira, deixando alguns respingos de água caírem sobre o tapete que havia no toalete. Amélia secou-se com a toalha branca que estava pendurada no porta toalhas, depois deixou a mesma no mesmo local de antes. Pôs seu espartilho e seu pantaloon brancos, uma blusa da mesma cor e uma saia roxa, que ia da altura de seu umbigo até seus pés, que trajavam sapatos pretos com saltos não muito elevados.

Amélia olhou-se no espelho do banheiro, pegou uma escova e passou levemente sobre seus cabelos ondulados. Depois disto, seguiu em direção ao quarto, reparando que no relógio batiam oito e onze, então andou rápido em direção à sala de jantar. Ao chegar, viu que todos estavam sentados à mesa, então sentou-se ao lado de Clara Araripe, sua prima dois anos mais velha.

– Atrasou-se, querida? – perguntou Carmem.

– Sim, perdoa-me – pediu Amélia, então sua tia assentiu com a cabeça.

O jantar fora servido por um dos funcionários da casa, haviam diversos tipos de carne e alguns legumes. Amélia teve um jantar suculento e estava farta de tanto comer, então retirou-se e foi em direção ao seu quarto. Chegando no mesmo, fechou a porta e tirou sua blusa, saia e sapatos, depois deitou-se em sua cama, com um pensamento que martelava sua cabeça toda vez que lembrara que estava no Rio de Janeiro: D. Pedro II.


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Notas finais do capítulo

Comentários podem não ser obrigatórios, mas são muito bem vindos, e os mesmos me dão vontade de seguir em frente com a fanfic.
Deixo meus beijos a vocês e um "até logo", se Deus quiser.



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