Ainda tenho Esperança! escrita por Ela Marie Lynch


Capítulo 28
Primeira consulta.


Notas iniciais do capítulo

Voltei depois de três semanas descaradamente!!!
Não tenho o que dizer, apenas que a demora compensou a obra kkkk Sem ser modesta, mas acho que quer ler esse capitulo vai ficar com diabetes incuráveis, então já estou avisando pra tomar cuidado kkkk

Não vou tomar o tempo de vocês, então... Boa leitura!!!



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                                ...Finalmente segunda-feira...

 Acordo com meu despertador marcando 08h00min da manhã. Assim que me dei conta do porque estou acordando a essa hora, em plena segunda-feira das férias, meu sorriso se expande em questão de segundos.

 Coço meus olhos e fico um curto período de tempo olhando para o teto, esvaziando minha mente de qualquer pensamentos além do principal. Jogo meu cobertor de lado e rapidamente levanto-me indo em direção ao banheiro para fazer minhas higienes.

 Depois de já arrumado, pego minha carteira e celular colocando os objetos no meu bolço da calca jeans rasgada e desço as escadas em direção a cozinha.

 - Bom dia, garoto! – desejou meu pai – Acordou cedo hoje, para quem não tem colégio. Vai para onde?

 Sento-me á mesa e pego um pão para passar com manteiga e uma xícara para o leite.

 - Bom dia! Hoje vou levar a Ally para uma consulta. Vai ser as dez e não posso chegar atrasado. Tenho que busca-la na casa dela ainda para depois pegar o ônibus.  

 - Bom dia meu filho. – minha mãe chega á sala de jantar e coloca o bule com chá em cima da mesa e senta-se. – Dormiu bem meu anjo?

 - Dormi sim. E você?

 - Foi uma ótima noite. – falou ela colocando leite em sua xicara. – Para onde vai?

 - Vou levar minha namorada a uma consulta hoje no centro para uma consulta. Coisa de rotina, não posso me atrasar. – Bom, não é exatamente “rotina”, mas a partir de agora virará.

 Olho para meu relógio de pulso que marca vinte para as nove da manhã. Preciso comer rápido ou irei perder a hora.

 - Precisamos conversar com você, Austin – começou meu pai.

 - Precisa ser agora? Já estou de saída. Eu...

 - Precisa sim. – cortou-me - Eu garanto que não irá se atrasar.

 - Mas eu...

 - Austin, por favor. Confie em mim, é importante.

 Bufei exasperado e me endireitei na cadeira na espera de alguém pronunciar alguma palavra para nossa conversa tomar um rumo. Como vi que esperar não iria funcionar, indiquei com a cabeça para que ele pudesse prosseguir.

 - É... O que eu e sua mãe queríamos falar, é um pedido de desculpas.

  O que?! Como?! Isso é mesmo real, ou eu estou sonhando?

 - Nós estávamos pensando a seu respeito – começou minha mãe – e vimos que estávamos sendo injustos com você.

 Olhei para os dois com a expressão totalmente sem reação alguma. Como assim eles estão sendo humildes a ponto de reconhecerem o próprio erro? Realmente, isso, para mim é algo totalmente novo.

 - Sabemos que no dia que pedimos a você para ser gentil com a filha do casal Clark, não foi certo exigir de você que fizesse tudo o que ela queria só para ganhar um bônus em suas costas. Me coloquei em seu lugar, realmente não iria gostar se tivesse de fazer os gostos de uma garota mimada como ela.

— Também pensamos na questão em como esta sendo difícil as coisas entre você e Ally. – continuou papai – sabemos o quanto você ama essa garota e deve ser muito difícil para você, saber que ela perdeu todas as suas memorias de seus dias juntos. Por isso te pedimos desculpas por estarmos, exageradamente, pegando no seu pé. – ele sorriu e posicionou a mão em meu ombro.

 Mamãe também sorriu para mim e se levantou da mesa indo em direção á escada, depois de segundos, voltou com as chaves do meu carro e estendeu a frente de mim. Levantei o braço para pegar, mas um pouco antes acontecer, ela esquivou escondendo atrás das costas.

 - Espere, antes quero que também reconheça que faltou com respeito com a gente. Não gostei quando você desligou o telefone na cara do seu pai e acho que ele também merece desculpas.

 - Sim mãe. Desculpe. Eu estava desesperado. Ally tinha acabado de entrar no hospital quando e eu não estava nada bem com isso. 

 Ela olhou ternamente para me e abraçou-me...

 - Eu sei meu amor. Te desculpamos... Agora, pegue seu carro, vá a uma floricultura, ou melhor, á uma loja de chocolates e compre algo para sua namorada. Seja um pouco mais romântico.

 Eu ri e apertei mais ainda seu corpinho magro. Levantei de minha cadeira e um pouco antes de passar, papai de abraçou pronunciando um outro pedido de desculpas em minha orelha.

 - Eu amo vocês. – sorri abertamente e corri para a garagem pulando de felicidade.

 Acionei o alarme, que é musica para meus ouvidos, e entrei no veiculo. Assim que fechei a porta, inalei o cheiro do enfeite pendurado no ar condicionado do carro. Posicionei a chave na base e liguei a energia sentindo o motor do meu Ônix preto queimar a gasolina.

 Solto o freio de mão e engato a marcha ré na primeira. Assim que saio da garagem para a rua, solto para a quinta marcha e piso no acelerador, ouvindo os pneus cantarem com harmonia. Cara, como eu amo minha vida!

 Olho o relógio do rádio digital e vejo que tenho exatas uma hora para escolher algum presente para mimar a minha grávida.

 Vou até o centro de compras de Miami onde se localiza a “Rua Valentim`s” uma rua onde há tudo o que um cara pode encontrar para uma garota principalmente chocolates e flores. Vou até a loja de bombons da minha marca favorita (e a de Ally também) onde só vende chocolates trufados a mão. Pego uma caixa que vem com variedades de sabores, cores e tipos diferentes de chocolates e seu que minha Ally irá adorar.

 Depois de sair da chocolateira, vou a uma floricultura na esquina da rua e compro um buque de lírios brancos, as preferidas da Ally, e peço para embrulhar com papel crepom vermelho decorado.

     (...)

 Toco a campainha da casa de minha namorada e espero algum tempo até alguém atender a porta. Ouço som de sola sapatos se aproximando cada vez mais.

 - Austin, nós...

 Ally abre a porta com violência e antes de terminar sua frase, fica surpresa com os presente que carrego em minhas mãos. Os olhos da morena brilham e a mesma fica sem reação alguma, me encarando por alguns longos segundos.

 - Não vai me desejar “Bom dia”? – pergunto de um jeito convincente e sínico.

 - Eu não sei se eu te beijo pela surpresa ou se eu te dou um soco por me fazer atrasar para a consulta – a garota, ainda sem reação, diz de um modo frio que até soa engraçado.

 Me afasto um pouco de um modo discreto e começo a assoviar “inocentemente” de um modo que ela pudesse ver o carro estacionado em frente a sua casa. Ally me olha com uma expressão surpresa e desconfiada ao mesmo tempo.

 - Não, eu não peguei escondido a chave e vim aqui escondido. Meus pais estranhamente se desculparam e devolveram meu carro. Não é demais?

 - Por que não me avisou? Você sabe o quanto quase me matou de preocupação e fúria. Eu achei que chegarias em cima da hora.    

 - Queria fazer surpresa. Então, você gostou?

 - Claro que sim. Eu amei tudo isso. Parece que estou em uma historia de romance e o mocinho presenteia a protagonista com chocolates e flores. Isso realmente é muito lindo – ela estende a mão e pega os presentes, cheira as flores e olha com ternura para mim – Obrigada. – sorri

 - Não foi nada. É um prazer ver esse sorriso estampado no seu rosto.

 - Oww Austin... – ela fica da ponta dos pés e me beija com carinho. - Espere ai que eu vou guardar no meu quarto e já volto para sairmos.

 Ally sobe as escadas correndo quase tropeçando nos degraus e depois de uns dois minutos volta as pressas com uma bolsinha de ombro e mastigando algo que suspeito ser um dos chocolates que lhe trose.

 - Quer? – Ally estende um bombom embrulhado

 - Não, obrigado. Eu os compre para você comer sozinha.

 - Parece que você adivinhou. Estava morrendo de vontade de comer chocolate.

 - Somos sincronizados – rimos

 Depois de conferir se a porta estava trancada, seguimos para o carro de mãos dadas.

 Dou partida no veiculo assim que estamos acomodados e partimos para o consultório.

 Vou confessar que estou ansioso para ver meu filho (ou filha). Para caras da minha idade isso pode ser algo totalmente banal. Qual é a graça de ficar encarando borrões em um exame de ultrassonografia? Realmente não tem nenhuma, mas quando se trada de algo, ou melhor, alguém que é seu, a sensação é totalmente diferente. É algo inaplicável que nunca senti em toda a minha vida. Saber que graças a você uma pessoas esta sendo gerada é impressionante.

 Estou curioso para saber o sexo em meus pensamentos imagino um menino, poderei ensina-lo a andar de bicicleta, skate e um companheiro nas horas dos campeonatos de futebol.

 Começo a rir com meus pensamentos e parece que minha morena percebeu isso.

 - Está com a mente a onde? – pergunta ela.

 - Estou imaginado nossa criança. Eu desejo que seja um menino, mas independente do gênero vou amar incondicionalmente.

 - Bom, eu imagino uma menina. Seria como voltar no tempo e brincar de boneca com um bebê de verdade – sorri imaginando como seria – Tem vezes me pego imaginado, a segurando no colo tentando acalma-la de todas as formas, pois esta sentindo alguma dor ou porque simplesmente esta sem sono para dormir de madrugada, ou então a amamentando e olhando para aqueles olhos doces e puro. Acho que vai ser uma experiência... Única.

 - É... Única...

 Eu tiro a mão direita guia do volante e pego em sua mão que esta pousada em suas cochas e entrelaço nossos dedos. Ally olha para mim com um olhar terno e puro, como o olhar de uma criança, mas de repente esse mesmo olhar, muda para um arrependido e tira sua mão da minha reposicionando no lugar de antes.

 Olho para ela confuso. Será que suas palavras não são verdadeiras que acabara de falar? Acho que não. Eu a conheço bem e sei que ela não é tão boa atriz o suficiente para disfarçar uma expressão terna tão bem.

 - O que foi?  - pergunto

 - Quando chegarmos em casa, preciso falar com você. É um assunto importante – minha morena respira fundo.

 - Não pode ser agora? O que é tão importante assim para não ser falado agora? – coloco minha mão de volta ao volante.

 - Preciso escolher bem as palavras, e agora não é um bom momento.

 Deixo esse assunto pendente, mas estou preocupado. O que será que Ally tem a me dizer? Por um tempo, essa quentão não sai da minha cabeça até chegarmos ao nosso destino.

    (...)

  - Oi, eu sou Ally Dawson e tenho consulta marcada para as 10 horas.

 A secretaria dá uma olhada em uma agenda e sorri com simpatia para nós.

 - A doutora Maria já esta a sua espera. Pode entrar.

 - Obrigada. – minha morena também sorri e fomos em direção á sala.

 - Srta. Dawson – a medica, que aparentava ter seus 45 anos bem cuidados, se levanta de sua poltrona e estende a mão para nos cumprimentar, ainda atrás de sua mesa – Olá, sou a Dr. Maria, a obstetra que cuidará da gravidez. – ela fala com simpatia. – Esse é seu namorado?

 - Sim – respondo antes de Ally – Austin, prazer.

 Ela acena e sorri com significado de igualação ao meu cumprimento.

 - Podem se sentar, fiquem a vontade. Antes de começar a ultrassonografia, quero fazer algumas perguntas.

 Seguimos para as cadeiras e nos acomodamos.

 - Bom, - começou a doutora – eu percebi que sua barriguinha já está um pouco aparente, como você é bem magra, não é difícil qualquer um chegar a conclusão de que há um bebezinho ai dentro. Faz quanto tempo que vocês descobriram que iriam ser pais?

 - Eu acho que devo ter 12 ou 13 semanas. Descobri seis dias depois de termos nossa primeira relação sexual.

 - Ah sim. Então quer dizer que você era virgem antes disso?

 - Era sim. Acreditava que na primeira vez não seria normal uma gravidez acontecer, mas ficamos sabendo desse mito da pior maneira possível.

 - É normal as pessoas acreditarem nessa teoria falsa, principalmente os jovens, mas a primeira vez é igual a todas as outras, então não ha exceção de nada a não ser que a pele que protege a região genital que virgindade feminina é rompida.

 - Pois é. Também fiquei sabendo dessa parte da pior maneira possível. Sangrei como se estivesse no segundo dia da menstruação.

 Já estava ficando constrangido com esse papo, mas não abri minha boca para nada.

 - Você já foi alguma vez ao ginecologista? – perguntou a medica anotando algo em um papel.

 - Não que eu me lembre.

 - Como assim? – a Dr. Maria levanta a cabeça surpresa com a resposta de Ally.

 - Sofri um acidente á quase dez meses atrás e não me lembro de nada que aconteceu nos últimos cinco anos, então fica meio difícil lembrar de algo do tipo.

 A obstetra um olhar de piedade para minha morena e pega em uma das mão dela que estava posicionada em cima da mesa carinhosamente.

 - Eu sinto muito, meu anjo. Eu não sabia. E seu namorado, conheceu nesse tempo ou já eram amigos antes de tudo?

 Estou achando essa medica um pouco curiosa demais, mas fazer o que. Acho que ela apenas esta tentando quebrar o clima tenso que ficou na sala depois da resposta de Ally.

 - Eu e Austin já namorávamos antes de tudo começar e continuamos até hoje. - minha morena vira o pescoço para mim e sorri.

 - Bom, sinto muito, não era minha intenção chegar nesse assunto.

 - Tudo bem. Você não tinha como saber de nada – Ally conforta. E a medica sorri e continua sua consulta. 

 - Mas se já passou consulta com algum ginecologista, não tem problema podemos fazer os exames novamente. Sorte a sua que não tenho ninguém no próximo horário. A paciente desmarcou a consulta, posso fazer os exames se quiser.

 - Am... Não sei. Eu...

 - Não se preocupe. Sem homens na sala.

 As duas olham para mim e eu levanto as mão me rendendo.

 - Tudo bem. Acho que eu não iria querer ver isso mesmo. – rimos

 - Tá bom, – recomeça Ally – pode ser. Depois do ultrassom o Austin se retira da sala e me espera do lado de fora.

 - Ok. Podemos passar para o exame agora?

 Assentimos juntos e a Dr. Maria levanta-se de sua cadeira e liga o aparelho para o exame.

 - Pode se deitar aqui – indicou ela para Ally.

 Minha morena se levanta e deita na maca.

 - Posso ficar do lado dela? – perguntei

 - Claro papai. Pegue uma das cadeiras e coloque ao lado dela.

  Me senti orgulhoso por ser chamado com esse titulo: “papai”. Meu coração bateu forte só de imaginar meu filho em meus braços. Meu filho... Por um segundo tomei um belo de um choque de realidade e vi como minha vida esta mudando, a começar por saber que serei pai.

 Pego a cadeira e me sento ao lado de minha namorada. Ela delicadamente, levanta a camiseta e pela primeira vez vejo sua barriguinha sem nada a cobrindo. Seu abdômen está um pouco elevado e sua magreza mostra exatamente o por quê.

 A medica passa de leve a mão na barriga da menina e ela demonstra um sorriso orgulhoso, logo depois, é passado um gel na região do abdômen de minha morena e o aparelho começou a funcionar.

 - Está um pouco fraquinho e pequeno, mas pelo que posso ver já tem 13 semanas completas.

 Vejo vários borrões na tela se mexendo levemente, mas não consigo identificar um bebê ali.

 - Não consigo ver nada - exclamei.

 - Eu também não. – Ally concordou.

 - Olhem – a doutora indicou com o dedo indicador – Aqui é a cabeça e aqui as perninhas.

 - Agora eu consigo ver.

 - Já eu, não consigo ver nada – falo

 - Tente perceber os membros. É muito pequenino, por isso não da para ver com facilidade.

 - E esse barulho frenético? – pergunta Ally

 - Ah! È o coração...

 Eu e minha morena trocamos olhares e vejo que seus olhos estão com lagrimas de emoção, assim como os meus. 

 - Já posso ver o sexo. Querem saber?

 - Claro – respondemos em uníssono.

 - Ok!... É um principezinho!

 - Espera. Quer dizer que vou ter um companheiro para o futebol além do Dez?

  A minha morena olhou para mim se derretendo em lagrimas enquanto eu já estava nesse caminho junto a ela.

 - Vamos ter um menino! Um menininho lindo, meu príncipe! – a voz de Ally estava completamente embargada.

 - Agora o próximo passo é contar para meus pais.

 Trocamos olhares e continuamos a nos concentrar no exame e nos movimentos de nosso bebê.

 - Eu não estou acreditando. Realente vou ser mãe, só agora, verdadeiramente, entrei nessa realidade.

 - Um menino Ally, um menino! – passo a mão pelos cabelos olhando para o teto – Meu amor. Muito obrigado por esse presente.

A beijo, enquanto a medica nos aprecia vivendo esse momento de carinho um pelo outro.

      (...)

 Agora estou na recepção, apenas na companhia da recepcionista, esperando Ally terminar seus últimos exames não muito agradáveis para cerem presenciados por outra pessoa.

 Depois da ultrassonografia, a médica meio que deu uma “bronca” em Ally. Ela disse que a morena precisa se alimentar direito, pois o bebê está fraco e mesmo já estando no terceiro mês, pelas condições dele, será fácil perde-lo se Ally continuar se alimentando como passarinho que nem faz.

 A Dr. Maria disse também que ela precisa ficar de repouso durante um mês para garantir a saúde de nosso filho, como disse, o bebê está fraco e durante esse mês foi preparado uma dieta especial para que ele se fortaleça e cresça saudável até a hora do parto.

 A obstetra está ciente de todo o estado grave da Ally principalmente das hemorragias, e é esse mais um dos principais motivos para ela ficar de pouso por esse mês. Nós achávamos que essa doença hemorrágica só afetava a saúde de minha namorada, mas na verdade, também tem tudo a ver com nosso filho. Como disse antes, qualquer movimento brusco a pele uterina pode rachar e sangrar, e como o feto ainda é fraco, ira ser fácil dele se deslocar e ir embora junto com o sangue e tenho certeza que nenhum de nós queremos isso.

 Pedi uma copia de tudo o que a medica solicitou, desde a dieta á forma como ela deve agir se quiser mesmo ter esse filho nosso.

 Também foi falado que eu tenho que tomar cuidado de como falo ou como agir com ela, já que Ally esta com os hormônios a flor da pele e terá um tipo de uma TPM durante os nove meses seguidos, com um excesso maior de bipolaridade, e isso não será nada bom para mim, precisarei ser bem cauteloso na hora de pronunciar alguma palavra a ela ou fazer qualquer tipo de comentário ou brincadeiras para não magoa-la. Acho que minha jornada em ter uma namorada gravida nem começou ainda, acho que vou passar bons bocados com essa marrentinha.   

 Vejo a porta de o consultório ser aberta e logo Ally aparece com uma cara emburrada e mancando. A carranca dela está a mesma desde quando levou a “bronca”, mas as a causa de ela estar mancando, não faço ideia, da ultima vez que a vi mancando dessa forma foi quando tivemos nossa... primeira vez, nunca vou me esquecer desse dia...

  ...        

Estávamos entrelaçados com nossos corpos nus apenas sendo cobertos com os lençóis rosa claro da cama de solteiro da Ally. Ela esta deitada em meu peito com sua mão também posicionada no mesmo, e uma das pernas em cima do meu corpo. Seus olhos olham para os meus, vesgos de um modo totalmente fofo e sexy, lutando contra o sono do cansaço de uma tarde magica. Eu estou de bruços e com um braço dobrado atrás da cabeça enquanto o outro faz cafune nos cabelos desgrenhados de Ally. Uma de minhas pernas esta dobrada para dar suporte a de Ally.

 Em baixo dos lençóis nossas pernas estão sujas de sangue e com toda certeza sua colcha também está, mas quem disse que estamos ligando para isso?

   Em volta da cama, nossas roupas estavam todas amarrotadas e espalhadas por tudo o quarto e não estamos nem um pouco preocupados em pegar nada agora, queremos apenas aproveitar o momento e descansar nossos corpos.

 Não tenho ideia de que horas podem ser, mas acho que são mais ou menos quase cinco horas da tarde e tudo na casa está quieto e não é possível ouvir nenhum barulho além da de nossa respiração e de carros que, de vez em quando, passam pela rua.

 Bom, essa é uma versão de um pouco antes do que eu quis explicar da primeira vez.

   ...

 — O que aconteceu? Você esta bem? – perguntei

 - Acho que minha expressão e meu estado não estão sendo claros o bastante? – fala rispidamente.

 Começou, penso.

 - Claro, – rio descompassado – nem sei porque perguntei isso. – coço a cabeça nervosamente.

 - Ok. Vamos. – falou um pouco mais doce – Desculpe, não quis falar dessa forma, não sei o que deu em mim.

 - Tudo bem, eu compreendo. Já estou a par de tudo...

 - E respondendo sua pergunta, estou andando assim, porque... Quer saber, vamos embora vai.

 Ela nem espera eu dizer nada, apenas passa por mim e segue para a saída.

 Estramos no carro e logo dou partida...

     (...)

 - Mas não é aquela e entrada para irmos para casa? – Ally pergunta quando passamos da rua onde deveria entrar para chegar a casa dela seguindo em direção ao centro. 

 - Temos outro destino hoje.

 - Como assim? A onde vamos? Você não esta me sequestrando, né? - rimos

 - Já disse para você uma vez que não seria capaz disso. Relaxa, apenas quero ir a um lugar com você.

 Continuo a focar para a estrada enquanto ela se joga e bufa impaciente.

 Alguns minutos depois, chegamos a uma grande loja de roupas e assessórios para crianças e logo percebo que a morena está um pouco desconfortável assim que paro o carro no estacionamento para clientes.

 - Austin, não acho uma boa ideia. Não estou preparada ainda para assumir isso. – percebo que realmente não parece feliz com a surpresa. Ela fica com o corpo tremulo e começa a roer as unhas.

 - Ally, eu sei que ter filhos na adolescência pode ser um tanto assustador demais, sei disso porque estou nessa jornada com você. Precisamos pensar que devemos isso a ele, tanto que fomos nós que o fizemos. O bebê não tem culpa de nada, apenas é uma criança. Por favor! Dá uma chance.

 Sua postura ainda é um pouco rígida. Percebo que ela pensa um pouco sobre o assunto e se deixa levar.

 - Acho que você pode ter razão. Eu o amo e seu que merece ser tratado como meu filho. Acho que comprar algo para ele vai ser uma forma a mais de admitir.

 - É...

 Eu pego em sua mão e beijo cautelosamente cada um de seus dedos. Seu corpo fica rígido e se arrepia como se tivesse levado um choque elétrico. Ally sorri e olha para mim por alguns estantes. 

 - De todas as mulheres do mundo, não poderia escolher melhor para ser mãe do meu filho. – falo focando delicadamente em seus olhos castanhos.

 - Acho... que entre todos os bed boys da terra, não poderia escolher melhor para cuidar de mim e de nosso filho.  Eu realmente sinto muito.

 - Não entendi. Qual o motivo das desculpas?

 - Já disse que prefiro conversar em casa. É melhor estrarmos logo na loja.

 E novamente deixo esse assunto pendente para não insistir muito e não pressiona-la.

 Pego minha carteira e meu celular colocando-os no bolso enquanto Ally desce do veiculo seguindo para a entrada. Depois de trancar pelo controle, sigo-a e entramos de mãos dadas no estabelecimento.

 - Bom dia meus jovens – uma vendedora nos cumprimenta gentilmente – Bem vindos a nossa loja! Sou Marta, procuram algo em especial?

 A mulher aparenta ter mais ou menos uns 50 anos bem gastos. É perceptível ver bolças com um roxo bem escuro de baixo de seus olhos e uma corcunda, tipo uma escoliose.

 - Estamos procurando peças para recém-nascido. – respondo

 - Sabem o gênero?

 - Masculino

 - Podem me seguir.

 A vendedora nos leva até uma bancada a frente de varias prateleira com diversos tipos de roupas tanto para meninos quanto para meninas. E quando digo diversos, quero realmente dizer DIVERSSOS tipos.

 - A criança á já e nascida? – pergunta Marta.

 - Não, - coloca-se Ally – na verdade estou gravida de três meses. 

 - Ah, meus parabéns querida. E você é o pai? – vira para mim

 - Sim. Estou tentando ser presente a todos o momento. – respondo orgulhoso por saber que estou tentando fazer o meu melhor.

 - Meus parabéns a vocês dois. Fico feliz de ver um casal jovem unido dessa forma esperando por um novo membro na família.

 - Obrigado – agradecemos em uníssono.

    (...)

Depois de mais ou menos duas horas dentro da loja, seguimos para o carro com duas sacolas em mão, pelo fato de falar duas sacolas parece pouca coisa, mas na verdade são duas sacolas grandes e cheias de roupinhas, sapatinhos, blusinhas... enfim. Custou uma graninha, mas foi um dinheiro que tive o prazer de pagar, alias, são presentes para meu menino.

 - Gostou? – perguntei assim que entramos no carro.

 - Foi bom. Acho que estamos mais sincronizados na ideia de sermos pais.

 - Também acho. Mas em falar em pais, tenho que contar para os meus que vamos ter um filho. – começo a rir – Já estou até vendo, minha mãe é capas de explodir e meu pai arrancar meu... acho que você já sabe o que, né?

 - Sim, - ela gargalha – sei sim... Já dei a ideia do jantar, agora é por em pratica.

 - Bom, o baile e a cerimonia de formatura será esse fim de semana. Podemos marcar para domingo na minha casa.

 - Pode ser. Resolvemos o resto durante a semana.

 - Ok.

 Seguimos nosso caminho conversando de vários assuntos, mas sempre relacionados ao nosso filho.

 Pelo caminho, comecei a pensar como me tornaria um homem de verdade depois de nós termos esse filho. Preciso arrumar um emprego e comprar uma casa para mim e Ally para podermos criar nosso garoto. Não posso viver nas costas dos meus pais a vida toda, ainda mais com mais um para sustentar, e a mãe de Ally também não pode sustenta-la a vida toda. Tenho que agir como homem e procurar um emprego e fazer uma faculdade, já que terminei o ensino médio e já defini uma boa carreira. Sou apaixonado por musica, mas também amo fotografia e me acho bom em fotografar, também acho que posso conseguir um ótimo emprego nessa ária.

 - ... dai eu falei assim para ela: Você acha que eu tenho cara de idiota. Sei o que você esta tramando... Austin... Austin... AUSTIN!!!

 - Oi, o que foi? Pode continuar, eu estou ouvindo.

 - Não está não, se não na primeira chamada você já escutaria. Você nem esta prestando a atenção no que eu estou falando, né?

 - Desculpe. Eu estava pensando que eu preciso arrumar um emprego e fazer uma faculdade. Não posso viver nas custas dos meus pais, ainda mais com um filho para cuidar.

 - Esses dias estava pensando a mesmas coisa. Minha casa é grande o suficiente para acomodar o bebê, mas não posso viver nas custas de minha mãe. Assim que passar esse mês, vou voltar a trabalhar na Sonic Boom com minha mãe.

 - De jeito nenhum. – a repreendo – Meu objetivo é comprar uma casa para nós dois assim que conseguir uma boa grana, e não vou te deixar trabalhar gravida. Você ouviu a Dr. Maria.  

 - Eu sei. É que eu me sinto culpada. Preciso ajudar minha mãe de alguma forma, e além do mais...

 - Além do mais nada Ally. Se eu sou homem o suficiente para fazer um filho, também sou homem o suficiente para assumi-lo. A parte financeira fica por minha conta. Eu vou estudar para entrar em uma faculdade e arrumar um emprego para comprar uma casa. Não vou permitir que você assuma uma responsabilidade com nosso filho que na verdade é o pai que precisa resolver.

 - Mas não é justo. Eu estou junto nessa, não vou deixar que você assuma tudo sozinho.

 - Depois de nove meses nós conversaremos.

 Ela tanta falar mais alguma coisa, mas eu a proíbo de dizer qualquer coisa relacionada a isso.

 Chegamos á frente de sua casa e eu estaciono o carro na garagem. A ajudo-a descer do veiculo e pego as sacolas com as compras.  

 Depois que abrimos a porta, minha morena vai em direção ao sofá e se joga deitada de barriga para cima.

 - Lar doce lar! – exclama.

 Eu deixo as sacolas em cima da mesa e vou ao encontro dela me ajoelhando ao seu lado no sofá.

 - O que foi? – pergunta

 - Posso ver mais uma vez? – indico com os olhos para sua barriga e ela apenas assente.

 Levanto, cautelosamente, sua camiseta e logo vejo a pouca protuberância de seu abdômen. Sinto uma enorme vontade de tocar e é exatamente o que eu faço.

 Ally fica observando cada movimento meu e sorri sem mostrar os dentes.

 Passo a mão acariciando por um tempo e deposito um beijo na lateral de seu umbigo.

 - Qual poderia ser o nome? - pergunta

 - Sabe que eu pensei em tudo menos em um nome para ele. – ri

 - Na verdade pensei em vários nomes, mas pensei mais em nome de meninas do que de meninos, fiz até uma lista escrita.

 - Quer que eu pegue?

 - Não. Não sei o por quê, mas eu guardei na minha bolça.

 Ally estica o braço e pega sua bolsa que estava posicionada em cima da mesa no centro da sala. Abre, pega um papel dobrado e me dá. Desdobro o papel e leio os nomes, realmente ela só pensou em nomes femininos, pois no final de todos, só tinha três nomes masculinos: Guilherme, Miguel e Lucas.

 - Eu falei que não pensei em nomes para meninos.

 - Pois é. Deu para perceber bem. Se fosse uma menina, iria adorar colocar Ava. Acho delicado e combina com o seu nome. – falo a alegrando

 - Estava conversando com a médica quando você saiu do consultório e ela me deu umas ideias. Entre algumas opções ela citou o nome Alex, que me chamou a atenção. É um nome bonito e não vemos muitas pessoas com esse mesmo nome. Acaba deixando de ser clichê.

 - Concordo, gostei. Então vai ser Alex. Meu pequeno Alex...

 Rimos juntos.

— Você não ia me contar alguma coisa? – perguntei quando lembrei do acontecido no carro

 - Quer saber. É apenas coisa da minha cabeça. Deixa isso quieto. Mas sabe o que eu queria fazer? Quero começar um álbum de fotos com cada mês de gestação. O que você acha?

 - Acho ótimo. Podemos começar agora. Eu mesmo posso bater as fotos.

 - OK. Comprei até uma roupa para isso.

 Ela se levanta do sofá e sobe as escadas rapidamente, quase caindo, e eu a sigo.

    (...)

 - O que você acha dessa? – perguntei me referindo a foto que acabamos de tirar. (foto de capa do capitulo)

 - Acho que ficou melhor do que todas que tiramos. Concorda?

 - Também acho. Passe seu notebook que eu compro o álbum para depois imprimirmos as fotos.

 Ela assente e continuamos á tarde com seção de fotos para o álbum de nosso bebê...                            


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Notas finais do capítulo

Acho que mereço alguns comentários, vai kkk
Por favor, favoritem, recomendem e comentem!!
Obrigada por ler, e até a próxima!!!



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