Avatar A Lenda de Aira escrita por JuliaMiguel


Capítulo 6
Livro Um Fogo - Capítulo 6: Azul


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Bem desculpem a demora, mas faculdade no me deu muio tempo para fazer o cap antes e a situação na minha cidade não é das melhores.
Hoje tem muita emoção e personagens novos! Espero que gostem! Beijos



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—Você precisa sentir a raiva!-dizia Mai pela milésima vez.

Aira estava jogada no chão, estavam treinando há quase quatro semanas e até agora o máximo que haviam conseguido fora fazer fumaça e pequenas faíscas.

—Eu não estou conseguindo. Isso não vai da certo! Eu nunca vou ser um bom Avatar. -falou Aira se deitando no chão.

—Isso é mesmo algo muito ruim. -falou Mai sentando ao lado da amiga. -Mas Aira é só questão de tempo.

—Mai, acho que já chega por hoje. Vou para meu quarto. - falou a avatar seguindo para fora da arena.

Estava desolada, ou melhor, destruída. Achava que nunca nada de importante aconteceria em sua vida, mas quando aconteceu não consegue nem mover uma palha para conseguir fazer valer a pena. Dobrar fogo estava sendo mais complicado do que pensava.

***

Estava sentado no sofá da sala principal lendo algum livro quando a cabeleira de sua irmã tomou seu colo. Ela estava com os olhos fechados e as pernas sobre o resto do sofá. Kai olhou para Mai com uma das sobrancelhas levantada como se pergunta-se o que ela queria.

—Mai...

—O que foi? - falou a garota de olhos fechados. - Não posso mais ficar no colo do meu irmão?

—Pode. - falou ele colocando o livro na mesa de centro. - Mas a última vez que você fez isso tinha dezessete anos e se me lembro bem, você tem vinte e dois.

—Nossa Kai! Como você é sem coração!- falou fugindo espanto.

Kai olhou para ele como uma expressão que diz "fala". Mai suspirou sentou direito no sofá encarando o irmão.

—Acho que não sou uma boa treinadora. - falou frustrada. - Tenho treinado Aira por semanas e ela não conseguiu dobrar um faísca de fogo que queimasse algo.

—Você sabe como é demorado o treinamento . - falou Kai

—Kai você sabe que tempo é o que menos temos no momento. -Falou ela olhando feio para ele. - Kai você podia...

—Não.

—Mas Kai, você é o melhor...

—Já disse que não!

—Por favor. A treine só até o fim da semana. Preciso de um tempo para pensar em novas maneiras de ensina-la

Mai olhava para Kai com uma cara completamente meiga e delicada, toda fofa. Kai sabia que ela já tinha o dobrado, Mai sempre consegue o que quer.

—Esta bem!- falou vendo a irmã pular de alegria. - Mas só essa semana.

***

As empresas Varrick eram enormes, uma fortuna criada atrevés da construção de processos de energia sustentável e armas de proteção mundial. O prédio principal ficava no centro da cidade, um arranha-céu de quase oitenta andares divididos em centro de pesquisas e inicio de produção de equipamento.

A sala da presidência era enorme, no último andar o edifício era possível ver toda cidade da República tanto a velha quanto a nova, por causa das gigantescas janelas que cercavam a sala. Havia duas mesas de carvalho no local, uma em perfeita organização e a outra como se um tufão tivesse passado ali. As paredes todas em tons pasteis davam mais claridade ao local. A porta de entrada era gigante devia ter uns três metros de altura. Logo que os cinco estavam na sala não demorou muito para ela ser aberta. Entrou primeiro Chun com roupas mais clássicas, cumprimentou todos com abraço. Logo após entrou duas pessoas, a primeira era o irmão de Chun, Cho era bem parecido com a irmã, os cabelos castanhos, mas os olhos eram verde oliva. Usava terno preto e gravata azul, e tinha um ar superior. Quem vinha logo atrás estava todo de couro preto, a pele era negra e os olhos castanhos escuros, o cabelo em um perfeito corte militar, havia uma tatuagem que só era possível saber, pois uma parte dela aparecia no pescoço.

—Vocês chegaram cedo - disse o primeiro.

— Você já foi mais pontual Cho, acho que Tay anda te atrasando muito. - falou Kai em um tom debochado.

—Manere as palavras Sato.- Falou o negro atrás de Cho.

—Tay esta tudo bem!- interrompeu Cho. – Então, você é a famosa avatar. - falou se aproximando de Aira.- Você até que é bonitinha.- Nisso caminhou até a sua mesa que era a da direita.- Mas não viemos aqui falar de você, mesmo que eu ache isso muito interessante.- falou com um sorriso cínico no lábios.- Bem, conseguir interceptar uma mensagem da Fênix. Eles irão transportar algo hoje a meia noite em um dos galpões abandonados do antigo centro industrial perto do portal.

—Mas temos só cinco horas?-perguntou Woe - E como vamos saber qual o galpão é? Há dezenas deles.

—Ai é que vocês entram!-Falou Tay.

—Olhem só , passei essa informação a vocês porque sabia que o lótus branco ignoraria, e porque eles roubaram algo importante para as empresas Varrick.

—Mesmo assim como vamos achá-los naquele local? É o que Woe falou, são dezenas de galpões abandonados.- falou Kim.

—Eu posso descobrir onde eles estarão. - disse Aira entrando na conversar.- Woe você é descendente da Toph Beifong. Sabe que ela era cega, e foi através da dominação de terra que ela enxergou com os pés da maneira dela. Sabe que suas filhas, Lin e Su, também sabiam fazer isso. -Woe confirmava tudo que a garota dizia com um balançar de cabeça. -Eu não sou cega, mas consigo fazer isso. Não será tão difícil.

—E quem disse que você vai?-falou Kai.

Todos olharam para ele como se esperassem uma explicação plausível para aquilo.

—Como assim?-falou Aira se aproximando de Kai.

Os olhos dele estavam tomando um tom amarelado, mas ela não se intimidou com aquilo.

—Você não tem experiência em lutar com a Fênix. - falou ele. - Ensine a Woe como fazer, e então estará resolvido.

Aira soltou uma risada sarcástica.

—Eu vivi doze anos na rua, e oito dentro de um ringue, acho que estou muito bem qualificada para lutar contra a Fênix.

—Não esta. Você ainda domina somente um único elemento, não podemos correr o risco...

—Vá a merda Kai! Você não manda em mim! - falou Aira alterada.

—Mas sou o líder da equipe então eu decido quem vai ou não.

—Você é um louco. - nisso Aira saiu da sala.

Todos olharam para Kai assustados. Eram comuns as perdas de controle dele, mas aquela foi diferente, como se ele estivesse diferente.

—Você pegou pesado. -Falou Mai.

—Ela não vai e ponto final. Cho termine de explicar o que sabe.

***

Se era raiva que ele quisesse que ela sentisse, era raiva que ela estava sentindo. Aira não suportava ser tratada como alguém que precisasse ser protegida. Era forte, havia lutado muito em sua vida, e não seria Kai que diria o que pode ou não fazer.

Havia saído tão rápido do prédio que nem viu por onde estava indo, isso já fazia umas três horas, claro que depois eles iriam atrás dela, mas a raiva não passava ,então mostraria a Kai que ela não precisava ser protegida.

Andou ate um restaurante no fim da rua. Tinha meia hora para chegar onde queria.

Aproximou-se de uma garçonete.

—Você pode me dizer onde fica os galpões abandonados.

***

—Eu disse que não daria certo!- falou Woe enquanto andavam pelos corredores entre os galpões. -Eles podem estar em qualquer galpão.

—Vamos continuar indo em frente. -Falou Kai.-Kim você consegue sobrevoar sem chamar atenção?

—Acho meio difícil, pois este muito escuro.

—Certo. Mai vá por ali...

Um estrondo chamou a atenção deles. Ele vinha ao norte não muito longe de onde estavam.

—São eles!-falou Mai.

—Vamos!- ordenou Kai fazendo todos correrem em direção do barulho.

***

Aira tinha que colocar algumas coisas em sua lista. A primeira, nunca discutir com Kai, ela estava com tanta raiva e ainda não compreendia o motivo. Segundo, nunca duvidar de que não esta preparada. E terceiro nunca entrar em uma briga contra a Fênix sozinha.

Agora estava sozinha contra uns vinte homens que haviam a cercado.

—A boneca não devia ter vindo sozinha!- falou um das caras que tinha uma cicatriz na boca.

—Sinto decepciona-lo, mas não sou uma boneca. - falou Aira com um sorriso sarcástico no rosto.

Ele riu e partiu para cima dela dobrando fogo. Ótimo. Ele passou por Aira fazendo a garota desviar de raspão queimando de leve parte da bochecha.

—Boneca, seus pais nunca disseram que não se pode brincar com fogo.- falou ele.

—Eles não tiveram tempo!-falou Aira rosnando.

—É uma pena. Vai aprender na marra. -falou ele sorrindo.

Nisso dois capangas partiram com pedaços de metal dobrado para cima da garota, era meio difícil desviar de suas pessoas atacando com tanta força e rapidez, Aira percebeu como estava lenta, fazia mais de um mês que não lutava de verdade, estava ficando enferrujada.

Um dos capangas atingiu sua barriga fazendo com que ela caísse na entrada do galpão. Ótimo agora não estava mais brava com Kai, e sim com ela mesma, pois não conseguir lutar direito.

—A boneca já cansou? - debochou um dos capangas que não tinha entrado na briga.

—Já falei para não me chamar de boneca!-gritou ela dobrando a terra em volta dos capangas.

Seus olhos verdes ganharam um brilho escuro. A queimadura ardia sua pele causando mais fúria a ela. Aira dobrou a terra ao redor dos capangas que haviam batido nela com as barras fazendo eles caírem em um buraco na terra. Agora só faltavam 18.

Logo cinco capangas a cercaram dois dobradores de água, dois de terra e um de fogo, o cara da cicatriz no rosto. Os dobradores de terra lançavam pedras que ela tentava desviar, mas os dobradores de água começaram a atacar dificultando sua defesa.

Duas rajadas de água acertaram Aira a jogando novamente ao chão. Estava encharcada e machucada.

—Já disse bonequinha você não devia ter vindo aqui. É uma pena que uma coisa linda como você não passará de hoje.- disse o cara da cicatriz se aproximando.

A cada passo que dava Aira o via levantar o braço. Havia medo nos olhos da garota, ela sabia que sairia muito machucada talvez até mesmo morta. Não havia feito nem metade das coisas que lhe era pedido ou de seu direito. Estava perdida.

Chamas surgiram na mão do capanga quando se aproxiou de Aira. Ela conseguiu sentir o calor do fogo próximo ao seu corpo, ele era intenso e brilhante.

A chama foi jogada em sua direção. Se aproximando aos poucos e quando estava a centímetros do rosto de Aira uma chama azul impediu que essa atingisse a garota.

O fogo azul era mais quente, intenso e brilhoso, parecia ter vida própria.

Aira olhou para trás e viu Mai, Kim e Woe entrarem no galpão derrubando os outros capangas. Os quatro que estavam com o cara de cicatriz foram ajudar os parceiros.

Kai estava a três metros de Aira, seus olhos estavam num tom mais escuros e com um brilho sombrio. Estava em posição de dobra e sua boca em uma linha fina.

—Que tal um brinquedo melhor?- perguntou com um sorrio frio.

O cara de cicatriz sorriu e partiu para cima de Kai, suas mãos viraram chamas no percurso, tentou acerta dois socos em Kai, mas o moreno desviou fazendo o oponente desequilibrar. Kai lançou duas rajadas no oponente acertando ele em cheio. O cara ainda ficou de pé mancando. Tentou avançar sobre Kai outra vez, mas o moreno o derrubou com um chute e ficou sobre ele socando seu rosto, em dez soco o cara apagou, mas Kai ainda continuou o socando.

—Kai chega!-falou Aira segurando o braço dele. -Você já ganhou.

Os olhos de Kai se encontram com os de Aira, os dela estavam opacos e havia um leve tom de medo, mas os de Kai estavam mais vermelhos e com as borda da íris laranjas, estavam mais sombrios.

Ele deixou o cara no chão e passou por Aira seguindo ate os outros.

—Vou pegar a van ajeitem tudo, e Kim leve o protótipo para o Varick.

Nisso saiu pelos Galpões.

Aira olhava a cena de longe, sabia que ele estava bravo com ela, mas não era só por isso, ele estava bravo com mais alguma coisa. A morena tentou se aproximar dos outros, mas depois de dois passos seu corpo pesou e quase caiu, se não fosse por Kim que a segurou a tempo.

—Aira!-falou Mai correndo até os dois juntou com Woe.- Você esta bem?

—Não. Eles me deram uma surra. - falou com um sorriso triste. -Mas vou ficar bem.

—Aira seu rosto!-falou Kim vendo a bochecha queimada.

—Temos que levá-la ao médico!-falou Woe.

—Não precisa!- interrompeu Aira.-Kim você esta indo para a cidade certo? Então antes de deixar algo com Cho me deixe em casa. Eu já me cuidei sozinha.

—Aira... -Mai tentou argumentar contra, mas a amiga às vezes era pior que o irmão.

***

A porta foi fechada com um baque, a sorte é que casa era enorme e ninguém ouviria.

—Não devia descontar sua raiva na porta. Ela não tem culpa. -falou Mai para o irmão. -Vou dormir. Amanho eu olho como Aira está. -falou subindo as escadas, mas parou no meio. - Só para te informa ela ficou bem machucada. -nisso continuou a subir.

Agora culpa assolava o dobrador de fogo, não queria ter sido duro com ela, mas queria evitar que ela se machucasse como havia acontecido.

Olho para sua mão direita estava suja de sangue e os dedos estavam inchados.

—Merda.

Caminhou ate uma sala no segundo andar da casa no corredor dos quartos, lá dentro estava cheio de materiais de primeiros socorros, Kai pegou um vidro de água oxigenada e um pedaço gase e saiu do quarto, mas viu que alguém mais tinha pegado algo no quarto. Caminhou até seu quarto que ficava em frente ao de Aira e viu a porta do quarto dela entreaberta

Algo lhe atingiu e ele seguiu olhando para perto da porta e viu ela na cama com um top marrom de costas para a porta, ela tentava passar curativo, nas costelas que estavam roxas então Kai viu a pequena queimadura em sua bochecha e algo lhe atingiu em cheio no peito. Abriu a porta do quarto pegando Aira de surpresa.

—Eu te ajudo.-disse se aproximando da garota.

Ele pegou a pomada medicinal que ela tentava passar nas laterais do corpo e aplicou com a mão esquerda que não estava machucada, onde ela tentava passar.

—Desculpe!- falou Aira.-Eu não devia ter ido lá. Isso não teria acontecido.

—Você não teve culpa!-falou Kai passando a faixa na cintura da menina. - Eu que tenho que me desculpar. Se não tivesse impedido você de ir tudo isso não tivesse acontecido.

Nisso os olhos de Kai foram para a bochecha da menina, a queimadura estava lá no lado direito, dois dedos antes da boca.

—Me deixa ver isso. -disse Kai passando o dedo no rosto da garota que soltou um gemido de dor.- Me passa a pomada se não vai infeccionar.

Aira entregou para ele que passou de leve os dedos com o remédio no rosto dela.

Assim que terminou os olhos de Kai se encontraram com os de Aira, por alguns segundos ou minutos, não se sabe. Os verdes da garota se afundaram no avermelhado do garoto. Foram chegando próximos estavam dois centímetros um do outro, mas Kai tomou consciência do que faria e se afastou bruscamente.

—Descanse. - nisso sai do quarto fechando a porta.

Aira ficou atordoada com o que havia acontecido. Sua respiração estava entrecortada e seu coração acelerado levou a mão ate o peito tentando conter suas batidas.

Do lado de fora do quarto, Kai estava com as costas encostadas na porta já fechada, sua respiração também estava entrecortada e sua mão também foi ao peito, diferente Aira ele sabia o porquê dessa situação, sabia o que estava acontecendo entre os dois.

—Onde foi que eu me meti!


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Notas finais do capítulo

Cometem!



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