As ruas continuavam as mesmas de terra e cheia de buracos, as casas ainda tinha a mesma disposição, pequenas e com marrom e verde das paredes desbotado devido ao tempo. Tudo estava da maneira que se lembrava, exceto ela. Os cabelos estavam um pouco abaixo dos ombros, bem cortados, o rosto havia ganhado um ar de maduro para uma menina de 21 anos. Usava uma roupa muito mais bonita do que os trapos que usava quando morava naquele bairro, calça cor verde água rasgadas em certos pontos, Mai comprara para ela dizendo ser estilo, não era muito de usar sapato quando vivia no reino da Terra, mas achou melhor calçar algo já se acostumou a usar sapato em cidade república, então optou por coturno militar verde musgo. A blusa nude de tecido leve com uma pequena gola v e um lenço sobre a cabeça cobrindo o cabelos e parte de rosto faziam Aira parecer outra pessoa não a garota conhecida no local. Ela achou melhor assim, não chamar atenção. Ninguém sabia que a avatar está fora da cidade república e assim era melhor, evitar ataques ou assédios, fazer o possível pra não denunciar sua presença era a missão da Avatar.

Seguiu rua a dentro passando por um caminho que conhecia de olhos fechados. Alguns pessoas no meio do caminho a notavam e cochicham, mas para eles podia ser mais um riquinho que viera atrás de drogas ilícitas ou aposta em luto clandestinas.

Caminhou até a porta do bar que ela conhecia muito bem. O local estava fechado, a morena achou muito estranho Chan não costumava fechar a tarde. Contornou até o fundo do local onde havia uma porta bateu três vezes e nada de alguem responder. Bateu novamente e novamente nada aconteceu.

—Eles não estão em casa menina Aira. - Disse uma voz suave atrás da morena.

Era uma mulher, idosa, os cabelos já completamente branca a pele enrugada devido a idade os olhos castanhos opacos a boca num traço fino.

—senhora Wang?

—É bom vê-la menina Aira. Vejo que cidade república lhe fez bem está mais bela.

—Obrigada senhora Wang. Mas onde está Chan?

—Está no hospital do bairro ao sul da cidade. A menina dele adoeceu gravemente, os médicos do hospital aqui perto acharam melhor transferi-la para la, porém Chan não tem recursos financeiros para o tratamento.

—Hospital Sul? Quem está tomando conta do bar?

—Só estamos abrindo para as lutas a noite. Eu e Win estamos tomando conta das coisas. Muito lutadores quando souberam da situação fizeram um campeonato para arrecadação do dinheiro para transferi-la.

—Ele podia ter me avisado.

—Não sabiamos como entrar em contato com você menina Aira, e Chan não queria preocupa-la ainda mais depois que descobriu que era a avatar.

—Entendo. Senhora Wang, irei até o hospital para vê-los obrigada por me avisar.

—Não a de que menina. - Disse a Senhora vendo Aira se afastar por onde veio.

***

—Então o Kai se enfurece quando soube que Aira não estava em casa? -Perguntou Mako a Asumi no telefone.

—Ficou enfurecido. A sala de treinamento terá de ser reformada, se não fosse por Ryu tudo teria pegado fogo.

—Quando chegar conversarei com menino Kai. Ele precisa manter a calma nos próximos meses. Ainda mais se o que eu acho que está por vir acontecer.

—Mako, o que realmente você foi fazer ai?

—Não se preocupe Asami Sato, é algo relacionado a essa guerra que está por vir. Se preocupe em contar a Shang a verdade, você é Kora sempre foram muito boas em esconder o que queriam. Você sabia que Kora esconder de nós que estava doente antes de morrer, para nos evitar preocupação. É você está fazendo o mesmo com Shang. Arrume um jeito de contar a Shang sobre sua saúde e sobre os pais biológicos dela, antes que o destino te passe a perna minha amiga

Asami ficou mudaram do outro lado da linha enquanto Mako encerrava a ligação.

***

As paredes brancas com verde, ainda estavam fixas na memória da garota. Mesmo que a ultima e unica vez que esteve aqui fora a mais de 14 anos. Ainda podia se lembrar do seu choro enquanto os médicos passavam por ela no corredor, era só uma garotinha de 5 anos que acabara de perder os pais.

—Posso ajudar senhora?- Perguntou a recepcionista tirando a de seu transe.

— Claro. Procuro Por Chan Xiao. A filha dele Lian Xiao está internada aqui.

—Claro, espere só um minuto. - Falou olhando para frente de um computador.-Quarto 502 quinto andar. Preciso de sua identificação. Controle do hospital.

—Claro, Aira Zhang.

A recepcionista olhou para a morena por alguns minutos, como se esperasse algo.

—Algum problema.

—Você tem o mesmo nome da Avatar.

—Sei disso.

—E se parece muito com ela.

—Já me disseram isso também. Se não se importa eu preciso ser rápida.

—Claro. Desculpe. Aqui está sua identificação. Pode chegar ao quinto andar pelo elevador.

—Obrigada.

Aira saiu rapidamente da recepção, mais um pouco e ela era descoberta.

Detestava elevadores, locais fechados de metal que saiam do chão. Não demorou nem dez minutos e o elevador parou no quinto andar e Aira foi a procura do quarto da filha de Chan. Não demorou muito para localizar o moreno, que logo que enxergou a amiga saiu de perto da mulher e da esposa puxando Aira para um canto no corredor do hospital.

—O que vc faz aqui?- Perguntou Chan.

—Vim atras de você! Não te achei no ringue vim até aqui.

—Aira se alguém te descobre…

—Ninguém sabe que eu sai de cidade república. Mas o que houve com Lian?

—É melhor conversarmos em outro lugar.

***

—Então a avatar não está na casa dos Satos.

—Não senhora Tea.- disse o rapaz agachado

—Interessante. -Falou Tea levantando caminhando até a janela da sala.- Chame a dupla mortal, digam para irem atrás da Avatar.

***

—Então foi isso?- Perguntou Chan a Aira enquanto conversavam.

—Foi, quando eu vi já estava no trem e tudo depois aconteceu.

—Vejo que lá te fez bem. Está mais bonita. Win vai ficar bem dodinho.

—Pare com isso! Eu nunca senti nada por ele! Não entendo esse sentimento.

—Você nunca se apaixonou?

—Eu nem sei como isso acontece.

Chan riu da amiga. Que riu junto com o moreno.

Aira não queria contar a Chan sua incerteza pelo que sentia por Kai. Para ela perecia algo mais forte do que amizade

—Querido, ela que ficar um pouco com você.- Falou Lexia chegando a cantina do hospital.

—Claro. Aira depois nos falamos mais. Quantos dias vai ficar?

—Uns três dias.

—Certo se cuida.

Chan saiu deixando as duas sozinhas.

Aira e Lexia sempre foram pouco de conversar, mas sempre que uma precisava a outra estava lá.

Lexia ainda tinha os cabelos loira e longos, o olhos castanhos estavam cansado pela situação.

—Como está a.

—Bem. Lexia, eu posso te perguntar uma coisa?

—Sabe que não precisa disso comigo.

—Como soube que era do Chan que você gostava.

Lexia riu de leve pelo nariz e sentou onde o marido havia sentido antes.

—É complicado Aira. Eu senti sempre um aperto no peito, falta de ar, não sabia me comportar com ele por perto. Queria estar com ele, me sentia segura. Mãe Porque a curiosidade? Não me digam que…  Quem?

—Tem uma pessoa que eu me sinto assim. Mas eu não sei se ele pode sentir assim também.

—Entendo rezo para que de certo para você. Você já sofreu muito Aira, merece ser feliz.

***

—Em cinco horas estaremos lá. Não se preocupe a avatar não perde por esperar.

—O que ele queria? - Perguntou Metiz

—Que estamos liberados para fazer o que entendermos.

Os dois sorriram maquiavelicamente um para o outro.