Claro que Chun odiava festas, desde pequena, sempre tentava fugir quando seus pais pretendiam levá-la a alguma, mas quanto mais velha ficava mais difícil se tornava fugir desses compromissos, ainda mais depois que ela e o irmão assumiram os negócios da família.

Cho era melhor nisso do que ela, mas ele não estava na cidade, então ela teve que vir. Porém não esperava encontrá-lo aqui, não se viam fazia poucos meses, havia o evitado o máximo quando esteve na nação do fogo. Mas era impossível não sentir uma enorme vontade de falar com ele quando estavam no mesmo local. Por isso resolveu sair de dentro do salão, estava em uma sacada que dá visão para o mar de cidade república. Sentia o vente balançar seus cabelos presos num coque frouxo, usava um vestido longo azul que deixava seu colo amostra junto com o colar turquesa que usava.

Como a festa era para ser um jantar o sol já havia se posto. Chun podia ver as ondas do mar se encontrando com a areia da praia.

—Queria estar lá agora. Não aqui. - falou para si imaginado estar sozinha.

Sentiu mais uma vez a brisa atingir seu rosto, fazendo-a respirar fundo.

—Então vá! - falou a voz masculina atrás dela.

Quando olhou para trás viu aquele que te perturba seus pensamentos. O blazer militar vermelho já estava meio aberto, os cabelos um pouco bagunçados. Sorriu de canto ao reparar que a menina o olhava de maneira surpresa.

—Deveria entrar alteza, podem sentir sua falta. - falou Chun olhando novamente para frente.

Ryu bufou alto se aproximando ao lado da garota aproximando do parapeito.

—Não me importo se eles sentirem minha falta estou pouco me fudendo para isso. - falou encarando a garota ao seu lado. - E você mais do que ninguém sabe que eu odeio ser chamado de alteza. O que há com você Chun? - perguntou tentando passar a mão no rosto da Varick que se afastou.

—Você é mesmo um idiota! Falou a garota dando um tapa na mão do dobrador de fogo. - Me tratou como se não me conhecesse na última vez que nos vimos e agora vem com essa conversa! Acho que eu sou tonta? Burra?

—Nunca pensaria isso de você. - falou serio. - Você nem faz ideia do que eu acho de você.

—Não te entendo! Por que faz isso? Vi o jeito que tratou Aira, que sorriu para ela! Você nunca sorriu assim para mim. Nem quando me tratou bem.

—Porque não posso me aproximar de você. Se meus pais descobrem eu não sei o que fariam. E sobre a avatar, ela não me interessa, e sim a Kai.

Chun riu de forma irônica encarando Ryu, estavam próximos o suficiente para sentirem as respirações um do outro.

—Eu vou me cansar um dia Ryu. Um dia eu vou embora, e você não vai ter o direito de chorar quando eu partir.

Chun se virou e seguiu em direção a porta, mas antes de dar o primeiro passo seu braço foi puxado fazendo seu corpo chocar com o do príncipe, que passou a mão livre pelo rosto da garota, trazendo mais para perto.

—Você é muito marrenta, mas eu gosto assim. - falou o moreno olhando nos olhos da garota.

Ryu tomou os lábios de Chun de forma tão rápida que não deu tempo da garota entender o que estava acontecendo.

***

Havia saído da festa assim que Raffar havia chegado, esperou todos prestarem atenção no discurso de Noah e saiu do salão seguido em direção à penitenciária de cidade república. Havia deixado o cabelo cresce então somente as setas em sua testa estavam amostra, já havia tirado o terno que usava carregando no braço, afrouxando a gravata e aberto os dois primeiros botões da blusa. Era outono podia se ver as folhas caindo sobre o chão no percurso que andava.

A chegada de Raffar havia abalado Kim. O dobrador de ar sabia a ligação do dobrador de água com Kira, sabia que fora ele que colocará a garota na lótus branca, e fora ele o único que defende a inocência da garota com unhas e dentes. Soube por Kira que os parentes pretendiam casá-la com Raffar quando mais velha, por isso desde sempre o mesmo se aproximava da garota. Kim sentia ciúmes, mesmo agora quando não estava mais com dobradora de água, não conseguia gostar de Raffar. Desde a prisão de Kira, o dobrador de água nunca havia vindo a prisão para vê-la, mesmo nas vezes que vinha a cidade.

Kira havia proibido todos de vê-la, ela dizia não querer a pena de ninguém.

Kim havia parado na porta da prisão, precisava ver o dobradora de água, as palavras de Aira, de dias atrás, estava na sua cabeça. Precisava resolver esse assunto o quanto antes.

***

Quatro dias haviam passado desde que os governantes chegaram à cidade, alguns já haviam ido embora, mas outros  haviam ficado para resolver algumas pendências, o único que Aira sabia que não iria embora até o fim do mês era Ryu, que estava hospedado na casa dos Satos.

A avatar estava cansada destas pendências burocráticas, queria arrumar um jeito de sair disso sem que os mais velhos percebessem.

Estava em seu quarto quando ouviu duas batidas na porta.

—Entre! - foi tudo que falou achando que era ou Mai ou Shang.

Mas, na verdade era Kai, ele estava sempre usando  jaqueta, com os  cabelos bagunçados e de luvas.

—Aira, minha avó disse que você andou reclamando de que está cansada dessas reuniões.

—Ela ouviu? - ficou vermelha de vergonha fazendo Kai lançar um sorriso de lado. - Não era para ninguém ter ouvido.

—Posso te ajudar se quiser. Te tirar daqui sem que ninguém perceba, e te levar para algum lugar que ninguém te ache só por algumas horas.

—Não quero por você em encrenca. - falou Aira se levantando focando próxima Kai.

—Eu já estou em uma encrenca Aira. - falou sorrindo, o que havia ficado frequente agora. - Vamos? - estendeu a mão para a avatar que pegou sorrindo com a mesma intensidade.

***

A sala estava escura e fria, no centro dela havia um corpo de um rapaz estava jogado no chão, as roupas eram de policiais que trabalhavam na prisão da cidade república. O garoto gemia de dor, devido aos ferimentos de tortura que haviam causado nele. Os irmãos da dupla mortal estavam no fundo da sala, sentados olhando o garoto. Mety estava com camisa suja de sangue e um sorriso demoníaco no rosto, por causa do trabalho bem feito.

—Ela chegou. - falou Seiz, vendo a figura feminina aparece na porta da sala.

Os cabelos brancos com um lado do raspado estavam brilhando, assim como os olhos azuis, mostravam frieza e maldade.

—Senhora Tea. - disseram os dois juntos cumprimentado de maneira formal.

—Ele falou o que queríamos? - perguntou aos irmãos.

—Sim. - disse Mety - Já temos tudo que precisamos.

—Ótimo! Ajudem Kaya com o plano, ele tem que dá certo.

—Hai.

—O que fazemos com ele? - perguntou Seiz apontando para o garoto no centro do salão.

—Não precisamos mais dele. - foi tudo o que disse se virando e seguindo em direção a saída.

Os irmãos viraram em direção ao rapaz, Mety com raios se alojando em seus braços e Seiz com o fogo em suas mãos.

—Por favor, tenham piedade de mim! - pediu o rapaz.

—Piedade? - debochou Mety. - Não existe essa palavra no nosso vocabulário.