Avatar A Lenda de Aira escrita por JuliaMiguel


Capítulo 1
Livro Um Fogo - Capítulo 1 : A Dominadora


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!E comentem tem muita coisa para acontecer ainda é só o primeiro cap da primeira temporada.Bjos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643055/chapter/1

A plateia ia à loucura com as lutas no ringue, quando o vencedor era anunciado e outro aparecia para lutar contra. Dominador contra dominador era assim que se passavam as noites em Nova Ba Sing Se. Lutas clandestinas em um ringue improvisado nos fundos de um velho bar na área mais pobre da cidade mais rica do Rei da terra.

O chão era todo de terra com uma pequena arquibancada improvisada. No local as pessoas apostavam para quem seria o ganhador. Não importava o sexo, a idade, ou tamanho, essas eram as regras o último que ficasse em pé ganhava a luta e 30% do valor total das apostas.

— E Aira ganha mais uma vez! - gritava o locutor fazendo os gritos só aumentarem.

A ganhadora estava no centro do ringue. Seus cabelos castanhos eram lisos e curtos na altura dos ombros em um corte mal feito na qual ela mesma cortava sempre que começava a crescer. A pele tinha algumas cicatrizes leves nos braço e outras quase não vistas no rosto. Os olhos eram verdes, como o de quase toda aquela população, porém no ringue sempre adquiriam um tom meio mel.

Vestia uma blusa verde musgo , que estava curta deixando à mostra sua barriga. A calça era verde escura desbotada e rasgada nos joelhos, nos pulsos haviam ataduras um pouco frouxas. Era uma excelente dominadora de terra era a campeã invicta há dois anos, desde que começou a lutar para poder sobreviver.

—Quem deseja lutar com a campeã?- perguntou o locutor para a multidão a sua volta.

Sempre vinham pessoas de outras cidades para lutarem com Aira. Sempre se surpreendiam com o seu potencial de luta. Um desafiante apareceu do meio da multidão ele era alto e forte, pele clara, mas os olhos eram verdes musgos que fitavam a garota, o cabelo era loiro e cacheado e ele tinha uma cicatriz no lado esquerdo do rosto que começava no topo da cabeça e ia até o início da bochecha. Ele caminhou dentro do ringe.

—Como quer ser chamado senhor? - Perguntou o locutor.

—Extremo.

— E o Extremo desafiou a nossa campeã Aira.

O gongo soou e ambos os lutadores foram para o centro da arena. Extremo retirou a camisa que usava revelando seu tórax e as tatuagens com uma ave desenhada bem no peito junto com os símbolos de todos os quatro elementos. Aira era menor e mais fraca, fisicamente, dando a ela certa desvantagem em certo ponto.

Ela andou devagar até o centro da arena, estava descalço, não havia nada nos pés, eles tinham contato direto com a terra, para ela isso a fazia a ter contato com tudo a sua volta. Um suspiro saiu de seus lábios, então a luta começou. Extremo lançou uma quantidade de rochas pequenas, como uma metralhadora na direção de Aira que desviava com maestria.

Aira lançou uma rocha na direção de Extremo que desviou, o mesmo lançou novamente pedras na direção da garota, só que maiores e mais rápidas. Três acertaram Aira que a levaram ao chão. Levantou limpando o sangue que escorria pela boca. Ela estava com raiva, lançou duas pedras grandes na direção do oponente que desviou, porém algo o acertou na testa. Uma pequena pedra o acertou, ele não viu que foi lançada enquanto desviava das outras, sendo Extremo levado ao chão. Diferente de Aira, ele teve mais dificuldade de levantar.

—Você é tão boa quanto me falaram. Mas vamos ver como se sai agora.

Nisso ele fez algo que ninguém imaginava, tirou dos bolsos dois pedaços pequenos de metal. E assim ele os dobrou fazendo com parecessem lâminas afiadas. Lançando ambas em direção a Aira que levantou um muro de terra em sua frente.

Extremo já estava se preparando para outro ataque quando o gongo soou.

—O que houve?- perguntou perplexo.

—Você fez uma dobra ilegal!- respondeu a garota já baixando o muro.- Nas lutas só se pode dobrar terra, nem um dos seus derivados.

—Mas como?

—Você esta desclassificado! Aira é a campeã! - disse o locutor.

—Isso não vai ficar assim! - nisso saiu do local.

Aos poucos as pessoas foram se retirando do local. Aira se dirigiu até o que podia se dizer ser o escritório do dono, mas parecia mais um poleiro abandonado.

O fedor de álcool e outras coisas ilícitas eram fortes no local, havia sujeira em quase todos os cantos e espaços abertos daquele lugar improvisado.

Assim como todas as noites após as lutas, a morena continuava limpando a sujeira feita pelos outros. Esse era o trato, ela lutava e após tudo se ela quisesse mais dinheiro, ela limpava o local.

Já eram quase quatro horas e ela ainda não havia acabado de limpar, ainda faltava deixar o ringue em ordem e depois pegaria o dinheiro da noite e finalmente iria embora. Esse era o ciclo, lutar, limpar, pegar a grana e ir embora.

—Vejo que já acabou por hoje? - disse o dono do local que também era o locutor.

Os cabelos eram castanhos claros e sempre espetados para o alto, os olhos eram castanhos devido ao seu pai ser um filho de descendentes de outra nação. Era jovem tinha apenas 29 anos e já era dono daquele investimento, mesmo que fosse um bar pequeno e sujo, ao menos, tirando as lutas ilegais, era um homem justo.

—Deveria estar em casa com sua mulher e filha , Chan. Sabe muito bem que eu fecharia o bar e deixaria a chave atrás do vaso como sempre. - disse a garota a ele.

—Queria conversar com você. - disse entregando um bolo de dinheiro para ela. - Lexia pode esperar, ela entende.

Suspirou guardando as últimas coisas que faltavam.

—Diga.

—É sobre aquele seu oponente de hoje, o Extremo. - a menina o olhou desconfiado. - Tenha cuidado. Ele não é do tipo de pessoa que se deve deixar passar. Eu vi o jeito que ele ficou quando eu dei a luta por encerrada. Aira, mesmo que você seja melhor dobradora que eu conheço, tenha cuidado você é importante para mim, para Lexia e para Lian.

—Não se preocupe Chan, eu tenho cuidado.

Nisso ela abraçou o amigo e seguiu para fora do estabelecimento.

As ruas naquela região da cidade eram mais pobres, as casas mais simples e o local era mais perigoso. Seguiu o caminho de sempre, não mudava a rota, sempre andava por onde era conhecida, nunca ia a um lugar onde não conhecia ao menos uma pessoa. Andou meia hora até parar em frente a uma casa grande, porém velha. As paredes eram cheias de pequenos buracos e as janelas já haviam caído e no lugar tinham pequenos pedaços de papelão improvisados.

Abriu a porta bem devagar sabia que todos naquele local já estavam dormindo. Seguiu bem silenciosamente até a cozinha, ainda não havia colocado nada na barriga desde que havia encerrado as lutas.

Assim que entrou na cozinha se deparou com uma luz bem fraca acesa perto do fogão. Em frente estava uma senhora já de certa idade mexendo em alguma panela no fogo. Os cabelos dela era bem grisalhos e a pele queimada de sol e os olhos eram verdes claros quase mel.

—Chegou mais tarde hoje. -disse a senhora a morena.

—A senhora não estava me esperando? Porque eu já disse que não...

—Eu não estava. - disse cortando a garota. - A pequena me acordou, com o choro vindo da rua.

Só agora que tinha percebido que não estavam sozinhas no local. Havia um cesto perto da velha, dentro dele havia um bebê, pelo que a senhora havia dito era uma menina. Aira chegou perto e viu os cabelos castanhos ainda bem ralos e os olhos verdes marejados. Ao lado havia uma carta. A morena a leu rapidamente e depois olhou para a senhora.

—Você a achou lá fora?

—O choro. Ela chorou, achei que Tyawan estava tendo um pesadelo e acordei, mas assim que cheguei na sala eu ouvi o choro vindo da rua. Quando cheguei lá ela estava na porta com essa carta. Ainda bem que ainda tenho a mamadeira dos pequenos, amanhã mesmo irei até Chan pedir a Lexia algumas fraldas, se ela ainda tiver.

—Senhora Won isso é meio loucura não acha.

— Não. Loucura foi eu ter colocado uma menina de doze anos para dentro da minha casa sem saber ao menos se ela era de confiança. - disse olhando a morena que pegava a menina no colo dando a mamadeira que havia acabado de fazer.

—Não estou falando de você ter trazido ela para dentro, estou falando que só uma mulher louca poderia abandonar um bebê.

—Ou uma mulher desesperada. Aira, você ainda é muito jovem para entender o que anda acontecendo, com os ataques da Fênix mais frequentes e sem encontrarem o Avatar, as pessoas não veem outro modo a não ser deixarem a vida delas para trás, sem preocupações.

—Eu queria que achassem o Avatar. Pelo que me falou já são 20 anos sem acharem ele, e pela história a última vez que isso aconteceu foi com o Avatar Aang.

—Aira, um dia ele ou ela, quer quem seja o Avatar ira aparecer.

—A senhora esta certa. - disse vendo a pequena adormecida em seus braços. - Isso é para a senhora. - disse lhe entregando o dinheiro que havia ganhado essa noite.

—Aira eu não posso aceitar. É o dinheiro que você tem juntado para ir ate a Cidade República.

—Posso conseguir de novo. E sem contar que agora a senhora tem mais uma criança para cuidar, não são mais oito, agora são nove. E com essa pequena aqui, não vai ter como lavar tantas roupas ou fazer tantas faxinas.

—Obrigada. Você tem um bom coração Aira.

—A senhora me criou bem.

—Não menina, você já o tinha quando eu te encontrei.

***

O sol estava bem sobre duas cabeças quando desembarcaram em Nova Ba Sing Se. Era meio dia quando os quatro já estavam fora da estação. O primeiro a sair para rua tinha os cabelos castanhos escuros quase negros e os olhos verdes oliva, usava roupas em tons verdes e um pouco amarelas, estava sorrindo como se estivesse chegado ao lugar mais lo do de sua vida.

O segundo a sair usava uma roupa especial para sua dominação, de cor vermelha e amarela, tinha no corpo tatuagens de setas azuis, os olhos eram castanhos e a pele não muito clara.

O terceiro a desembarcar foi uma garota, os cabelos eram ondulados e pretos, os olhos tinham uma cor avermelhada e sua boca estava com um batom bem vermelho. Toda a sua vestimenta tinha cores vermelhas.

O último a sair ,assim como a garota estava de vermelho, porém havia preto na maioria de sua roupa. Seus cabelos eram pretos e estavam arrepiados. Os olhos assim como o da garota eram meio avermelhados. Em ambas as mãos usava uma luva.

—Chegamos. - disse a garota ao se juntarem.

—Ba Sing Se. Terra dos meus antepassados. - disse o primeiro a descer do trem.

— Não percam o foco. O conselho e a Lótus Branca nos deram uma missão. Sabe disso Woe -disse o segundo.

— Achar o Avatar. Sabemos disso Kim - falou a garota.

— Deixa ela Mai. - disse Woe

—Podiam ter mandado qualquer outro grupo. Não curto esse tipo de missão. Não curto multidão.

—Deixa de ser chato Kai, ou mamãe vai saber. Ela e a vó Asami. - disse Mai.

—Vamos logo então. Se a avó do Kim estiver certa sobre a mudança espiritual , e ssa cidade tiver haver com o Avatar estamos no caminho certo. - disse Woe. - Mas antes, vamos comer.

Apos almoçarem em um restaurante perto do centro, os quatro foram para um pequeno templo no local mais afastado da cidade, perto da área mais pobre.

— Precisamos nos separar. Ou melhor, eu preciso tentar achar um local onde é mais intenso a força espiritual, para vocês conhecerem o local. - disse Kim.

—Vão vocês dois eu fico aqui de guarda. - falo Kai

Woe e Mai passeavam pelas ruas do que parecia ser o bairro mais pobre de Ba Sing Se, as pessoas olhavam tortos para eles, como se não entendessem como as pessoas daquela nave estavam ali.

— Como anda as coisas com seu avô? - perguntou Mai.

— Difíceis, seu Bolin nunca da o braço a torcer, meu pai acha que ele pega pesado comigo e isso acaba numa briga entre os dois. - Comentou fazendo uma careta engraçada. - E sua avó ainda não contou para sua mãe quem são os pais verdadeiros dela?

— Não. Sempre que minha mãe toca no assunto ela diz que somente minha avó Korra sabia. - disse a garota com um sorriso triste.

—Kai conversou com Mako?

— Não. Na verdade eles discutiram sobre ele vir. Mako acha que ele ainda esta abalado com o divórcio de nossos pais. Minha mãe tem medo que ele perca o controle outra vez. - falou olhando para o vazio.

— E você? Como esta com essa história toda?

—Ainda é difícil saber que meus pais não estão mais juntos. Sabe é estranho saber que depois de 25 anos de casados, meu pai não ama mais ela. Mas diferente de Kai, não consigo tratar meu pai mal ou desrespeita-lo.

— Kai um dia vai entender. - disse pegando a mão de Mai

—Eu espero. - respondeu retribuindo o carinho.

O momento dos dois foi interrompido quando um grupo de quatro pessoas passou correndo por eles e alguém atrás gritava para pararem os ladrões.

— Sempre é assim. - falou Mai frustrada.

— E teria como ser mais divertido?

Os dois correram até onde estavam os bandidos. Foi fácil alcançar eles. Quando Woe ia atacar com sua dominação, um bloco de pedra passou por entre ele e Mai atingindo em cheio os bandidos.

—Onde pensam que vão? - disse uma garota que apareceu no meio deles. - Roubam de pessoas pobres e acham que vão sair impunes?

— E quem vai nos impedir? Você?

—Posso tentar.

Ao terminar a frase a garota se lançou sobre os bandidos imobilizando os pés deles para impedir que andassem. Dois conseguiram se soltar, pois eram dominadores de terra.

Um dele livrava os outros enquanto o outro lutava com a garota. Ela lançou duas pedras em direção a ele que desviou, passando de raspão em seu peito, rasgando sua blusa ,revelando sua tatuagem, era uma ave.

Mai olhou a tatuagem e a reconheceu na hora, então eles já estavam na cidade.

— Temos que ajuda-la. - disse a Woe.

—O que? - falou ela admirado pela forma que a desconhecida dobrava a terra.

— Temos que ajudar ela! Eles são da Fênix.

Nisso ele viu a tatuagem. Reconheceu assim como ela.

— Adoro uma boa briga.

Nisso ele levantou uma pedra e lançou sobre o que estava libertando os amigos, ele já tinha libertado um.

O que foi liberto lançou uma rajada de água sobre a menina que lutava com o que estava solto, mas antes que a água chegasse uma rajada de fogo impediu que atingisse a menina.

A garota se surpreendeu ao ver os dois a ajudando. Não demorou muito para que os bandidos estivessem amarrados com metal e dentro de um carro da polícia local.

A menina seguiu ate Mai e Woe depois de conversar com alguns policiais.

— Obrigada. - disse sorrindo - Não são muitas as pessoas que ajudariam nesses casos.

— Não precisa agradecer.Ajudar as pessoas é com a gente. - disse Woe eufórico.

— Mesmo assim obrigada. Meu nome é Aira.

— Eu sou Woe e essa é a Mai. - falou apontando para sua parceira. - Entraríamos de qualquer jeito, você estava em desvantagem. Mas a tatuagem no peito de um deles foi o principal motivo.

—Eles são da Fênix - completou Mai vendo a confusão da morena.

— Não pode ser... Ele tinha a mesma tatuagem que os outros. - Falou Aira mais para se do que para os dois.

—Ele quem? - perguntou Mai.

— Há duas semanas lutei com um cara que tinha uma tatuagem igual àquela no peito.

— Onde?

— Em um ringue ilegal.

— Quando são as lutas nesse ringue? - perguntou Woe.

— Hoje vai ter. É no bar a duas quadras daqui. Começa a meia noite.

— E o que é preciso para entrar? -perguntou Mai.

— Dinheiro.

—Merda. Não temos o suficiente para uma aposta e Kai e Kim nunca aceitariam gastar tudo o que temos.

—A outro meio. - falou Aira.

—Qual?

— Digam que são meus convidados, Chan deixara vocês passarem. Deixarei ele avisado, vocês são quantos?

—Quatro.

— Ótimo! Então até a meia noite!

E nisso a garota sumiu pelas ruas fora.

***


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avatar A Lenda de Aira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.